Cordia ecalyculata Vell.

Chá-de-bugre, porangaba, cafezinho e louro-mole.

Sinonímia 
Cordia salicifolia Cham.
Informações gerais 

Nativa do Brasil, ocorre principalmente na floresta semidecídua. Suas principais indicações são: cicatrizante, anti-inflamatória, analgésica, hipoglicemiante, diurética e cardiotônica[1,2].

Referências informações gerais
1 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza – Chás Medicinais. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2017, p. 57-59.
2 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 183.
Descrição da espécie 

Árvore de copa alongada, medindo de 8 a 12 m de altura, com tronco de 30 a 40 cm de diâmetro; folhas simples, desprovidas de pubescência, com até 14 cm de comprimento; as flores são pequenas, de cor branca e aromatizadas; os frutos são bagas, globosas, de cor vermelha[1].

Referências descrição da espécie
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 183.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Café-de-brugre, cafezinho, chá-de-frade e porangaba Brasil -

tônica cardíaca, diurética e redutora do apetite.

Extrato líquido e tintura.

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-

[ 1 ]

Referências bibliográficas

1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 183.

Anorexígena

Anorexígena
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Doses para ensaio: 150, 300 e 500 mg/kg. Outra espécie em estudo: Spirulina maxima (75, 150 e 250 mg/kg).

In vitro:

Em amostra de sangue periférico humano para ensaios do micronúcleo e cometa.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos a avaliação do peso corporal, e teste do micronúcleo em eritrócitos.

Observou-se que C. eucalyculata apresenta atividade anorexígena, principalmente, na dose 250 mg/kg quando associada à S. maxima (500 mg/kg), ou isoladamente em 300 mg/kg, além de não apresentar efeitos clastrogênicos e genotóxicos.

[ 3 ]

Anorexígena e Diurética

Anorexígena e Diurética
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Pó. Dose para ensaio: 20 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar normais ou portadores de diabetes induzido por aloxana submetidos a análise do peso corporal, ingestão diária de alimentos, eliminação de urina e dos níveis de colesterol e triglicerídeos plasmáticos.

Observou-se que o pó de C. verbenacea não apresentou atividade antiobesidade, anorexígena e diurética, contudo houve ação hipolipidêmica, em ratos normais e diabéticos.

[ 1 ]

Antiobesidade

Antiobesidade
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico: 1 kg do material vegetal (pó) em etanol/água (7:3). Rendimento: 17% (p/p). Dose para ensaio: 500, 1000 e 2000 mg/kg. Outra espécie em estudo: Echinodorus grandiflorus (rendimento: 15%, p/p).

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, com posterior análise do peso corporal, ingestão de alimentos e água, e testes de citotoxicidade, como do micronúcleo em eritrócitos policromáticos e sangue periférico, e Cometa.

Observou-se que os extratos vegetais não apresentam atividade antiobesidade, contudo não apresentam efeitos citotóxicos significativos.

[ 4 ]

Quelante e Redutora

Quelante e Redutora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 2 g do material vegetal (seco) em 10 mL de solução salina quente.

In vitro:

Testes de espectrometria, condutividade elétrica e índice de refração do extrato vegetal.

 

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do processo de marcação com tecnécio-99m (99mTc) e morfologia, em células sanguíneas.

Observou-se que o extrato de C. salicifolia apresenta ação redutora/quelante, dose-dependente, além de não alterar a morfologia celular.

[ 2 ]
Ensaios toxicológicos

Citotoxicidade e Genotoxicidade

Citotoxicidade e Genotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Doses para ensaio: 150, 300 e 500 mg/kg. Outra espécie em estudo: Spirulina maxima (75, 150 e 250 mg/kg).

In vitro:

Em amostra de sangue periférico humano para ensaios do micronúcleo e cometa.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos ao teste do micronúcleo em eritrócitos.

Observou-se que C. eucalyculata não apresenta efeitos clastrogênicos e genotóxicos, bem como quando em associação com S. maxima.

[ 3 ]
Folha

Extrato hidroalcoólico: 1 kg do material vegetal (pó) em etanol/água (7:3). Rendimento: 17% (p/p). Dose para ensaio: 500, 1000 e 2000 mg/kg. Outra espécie em estudo: Echinodorus grandiflorus (rendimento: 15%, p/p).

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, com posterior análise dos ensaios do micronúcleo em eritrócitos policromáticos e sangue periférico, e Cometa.

Observou-se que os extratos vegetais não apresentaram efeitos clastrogênicos e aneugênicos, significativos.

[ 4 ]

Referências bibliográficas

1 - SIQUEIRA, V. L. D. et al. Pharmacological studies of Cordia salicifolia Cham in normal and diabetic rats. Bras Arch of Biol and Technol, v. 49, n. 2, p. 215-218, 2006. doi: 10.1590/S1516-89132006000300005
2 - FRYDMAN, J. N. et al. Assessment of effects of a Cordia salicifolia extract on the radiolabeling of blood constituents and on the morphology of red blood cells. J Med Food, v. 11, n. 4, p.767-772, 2008. doi: 10.1089/jmf.2008.0045
3 - ARALDI, R. P. et al. Mutagenic potential of Cordia ecalyculata alone and in association with Spirulina maxima for their evaluation as candidate anti-obesity drugs. Genet Mol Res, v. 13, n. 3, p.5207-520, 2014. doi: 10.4238/2014.July.7.14
4 - DA SILVA, C. J. et al. Evaluation of the genotoxic and cytotoxic effects of crude extracts of Cordia ecalyculata and Echinodorus grandiflorus. J Ethnopharmacol, v. 127, n. 2, p.445-450, 2010. doi: 10.1016/j.jep.2009.10.015

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha seca rasurada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de sopa caseira cheia

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Processos inflamatórios e retenções hídricas.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso três a seis vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 55-56.

Dados Químicos
[ 1 , 2 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Amidas

Antocianinas

Fitosteróis

β-sitosterol.

Flavonoides

Mucilagens

Óleos fixos

Sais minerais

Saponinas

Sesquiterpenos

(+)-espatunelol.

Taninos

Referências bibliográficas

1 - MENGHINI, L. et al. Phytochemical investigation on leaf extract of Cordia salicifolia Cham. J Med Food, v. 11, n. 1, p.193-194, 2008. doi: 10.1089/jmf.2007.583
2 - DA SILVA, C. J. et al. Evaluation of the genotoxic and cytotoxic effects of crude extracts of Cordia ecalyculata and Echinodorus grandiflorus. J Ethnopharmacol, v. 127, n. 2, p.445-450, 2010. doi: 10.1016/j.jep.2009.10.015

Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. O uso contínuo não deve ultrapassar 2 meses[1].

Contraindicações: 

em crianças, gestantes e lactantes[1].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

não há dados na literatura.

 
Interações medicamentosas: 

não há dados na literatura.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 59.

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