Originária dos Balcãs (norte da Grécia), leste e oeste da Europa, onde é muito utilizada como ornamental. Suas principais indicações medicinais são: venotônica, adstringente, anti-hemorroidária, anti-inflamatória, analgésica, antitérmica suave e antidiarreica[1,2,3,4,5,6,7].
Árvore robusta, que pode chegar até 35 m de altura, com caule ereto, cilíndrico e ramificado, córtex lenhoso liso e branco, de copa densa; folhas dentadas, multifoliolada (6 ou 7 folíolos), opostas, longo-pecioladas; flores com numerosos racimos piramidais rasados e brancos; fruto tipo cápsula, grande, liso, castanho, com cicatriz redonda e pálida, rodeada por casca carnosa coberta de espinhos; as sementes são duras, irregularmente subesféricas, com cerca de 2,5 a 4,0 cm de comprimento, possuem testa lisa, coriácea, quebradiça, de cor castanho-avermelhada ou castanho-claro, lustrosa, com a presença de hilo[1,2].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Castanha-da-Índia | Brasil | Semente | Anti-hemorroidária, no tratamento de varizes e varicocele. |
Tintura. |
Tomar 20 a 30 gotas em meia xícara de água (100 mL) após café da manhã e jantar. |
Usar com cautela em pacientes em tratamento com anticoagulantes, anti-inflamatórios não esteroidais, corticosteroides, anticoncepcionais e repositores hormonais. Contraindicado o uso na gravidez e lactação. |
[
1
]
|
Castanha-da-Índia | Brasil | Semente | No tratamento da fragilidade capilar e insuficiência venosa (hemorroidas e varizes). |
Decocção: 1,5 g (meia colher de sopa) em 150 mL (1 xícara de chá) de água. |
Tomar 1 xícara de chá 2 vezes ao dia, após as refeições. |
Usar com cautela em pacientes em tratamento com anticoagulantes, anti-inflamatórios não esteroidais, corticosteroides, anticoncepcionais e repositores hormonais. Contraindicado o uso na gravidez e lactação. |
[
1
]
|
Castanha-da-Índia e buckeye | Shankaracharya Hill (Srinagar, Índia) | Semente | Analgésica e anti-inflamatória. |
Óleo. |
- |
Uso externo. |
[
2
]
|
Castanha-da-Índia e buckeye | Shankaracharya Hill (Srinagar, Índia) | Semente | Anticaspa. |
Pasta: misturar o pó vegetal em óleo de mostarda. |
Uso externo: aplicar no couro cabeludo meia hora antes de lavar. |
- |
[
2
]
|
Castanha-da-Índia e buckeye | Shankaracharya Hill (Srinagar, Índia) | Semente | No tratamento de queimaduras por frio, abscesso e hemorroida. |
Decocção ou pasta. |
Uso externo. |
- |
[
2
]
|
Referências bibliográficas
Anti-inflamatória e Antiviral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Semente |
Em culturas de macrófagos murinos (J774A.1), de células Vero E6, CRFK e Calu-3, transfectadas com cepas de SARS-Cov-2 e CCoV, pré ou pós-incubadas com a solução vegetal, com posterior análise da adsorção, penetração, níveis de IL-6 e TNF-α. |
Observou-se que Aesculus hippocastanum apresenta atividade antiviral, além de modular citocinas inflamatórias em células infectadas. |
[
9
] |
Antioxidante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Casca |
Extrato: decocção do material vegetal em água/etanol (30:70%). Concentrações para ensaio: 2,5 a 80 µg/mL. |
In vitro: Determinar atividade antioxidante através da eliminação do radical ABTS, por Espectroscopia Paramagnética Eletrônica (EPR), reação de Fenton, radical superóxido e redução do radical Fremy’s Salt. Em cultura de leucócitos polimorfonucleares de humanos incubados com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de espécies reativas ao oxigênio e nitrogênio (Quimioluminescência - LACL); em células de carcinoma pulmonar de humanos (A549) incubadas com o extrato vegetal com posterior análise da peroxidação lipídica (MDA).
|
O extrato de A. hippocastanum apresenta atividade antioxidante significativa. |
[
3
] |
Flor |
Extrato: 250 g do material vegetal em clorofórmio, seguidamente, metanol, éter dietílico, acetato de etila e n-butanol, seguidamente. |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante (ONOO–, FRAP, TBARS e proteínas) e hemostática (agregação induzida por ADP) em plasma de humanos incubados com o extrato e frações vegetais.
|
O extrato e frações de A. hippocastanum apresenta atividade antioxidante, contudo não demonstra ações antiagregante e anticoagulante significativas. |
[
10
] |
Antiviral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Semente |
Pó liofilizado. |
In vitro: Em linhagens celulares epiteliais do tecido ocular de humanos (HCLE e IOBA-NHC), de carcinoma pulmonar de humanos (A549), de macrófagos murino (J774A) e células Vero, incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (MTT), atividade antiviral e virucida (vírus da herpes tipo 1, teste de placa), sinalização das vias NF-kB e AP-1 (ensaio repórter de luciferase) e níveis de TNF-α e IL-6 (ELISA).
|
O extrato de A. hippocastanum apresenta atividade antiviral, além de modular a produção de citocinas. |
[
1
] |
Semente |
Pó liofilizado: padronizado com 3 a 6% de escina. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,1 a 100 µg/mL. Dose para ensaio (in vivo): 10 mg/kg. |
In vitro: Em cultura de células de câncer epidermoide de humanos (HEp-2), câncer de pulmão (A549), macrófagos murino (J774A.1) e células Vero incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (MTT), atividade antiviral e virucida (vírus sincicial respiratório, teste de placa), sinalização das vias NF-kB e AP-1 (ensaio repórter de luciferase) e níveis de TNF-α e IL-6 (ELISA). In vivo: Em camundongos Balb/c portadores de infecção pulmonar induzida pelo vírus SVR, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do peso corporal, fisiologia pulmonar e nível de expressão de TNF-α, IFN-γ, IL-6, IL-4 e IL-17A em homogenato pulmonar. |
O extrato de A. hippocastanum apresenta atividade antiviral, além da ação imunomoduladora. |
[
2
] |
Cicatrizante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato. Rendimento: 1%. Outras espécies em estudo: Salvia officinalis, Scutellaria baicalensis, Phellodendron amuren, Gingiber officinale e Astragalus sinicus. |
In vitro: Em fibroblastos da pele de humanos (em gel de colágeno) incubados com os extratos vegetais, citocalasina D, inibidor da enzima quinase, complexo exoenzima C3/lipofectina e formalina/metanol com posterior análise da força de contração celular.
|
Observou-se que A. hippocastanum induz a contração de fibroblastos mais potente, principalmente por estresse celular e ativação da proteína Rho/Rho quinase. |
[
4
] |
Extrato aquoso. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,1 a 10 µg/mL. Concentrações para ensaio (in vivo): 0,1 e 1%. |
In vitro: Em fibroblastos dérmicos de humanos (HDFs) incubados com extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (MTT) e expressão de fibronectina e α-SMA (Western blotting e Imunocitoquímica). In vivo: Em camundongos Sprague-Dawley portadores de incisões circulares dorsais com sutura, tratados topicamente com extrato vegetal, com posterior análise da resistência à tração da lesão e de parâmetros histológicos. |
O extrato de A. hippocastanum apresenta atividade cicatrizante. |
[
5
] |
|
- |
Pó: a partir do extrato aquoso. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,1 a 10 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 0,1 e 1%. |
In vitro: Em cultura de fibroblastos dérmicos de humanos (HDFs) incubados com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (MTT), expressão de α-actina do músculo liso, fibronectina e vimentina (Western blotting e Imunofluorescência). In vivo: Em camundongos Sprague-Dawley submetidos a lesões cutâneas (longitudinal e circular), tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da resistência a tração e parâmetros histológicos. |
[
12
] |
Hepatoprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Semente |
Venoplant® (comprimidos): contendo 263,2 mg de extrato seco, padronizado com 50 mg de aescina. Doses para ensaio: 65,8 a 263,2 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss-Kunming portadores de lesões hepáticas induzidas por concanavalina A, pré-tratados com extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (AST, ALT, PT, Alb e A/G), histopatológico e em homogenato hepático para análise dos níveis de MDA, GSH, atividade de SOD, apoptose, atividade da caspase 3, níveis de TNF-α e IFN-γ (imunoabsorção enzimática) e expressão de c-JNK e p-JNK (Western blotting). |
O extrato de A. hippocastanum apresenta atividade hepatoprotetora, devido a redução dos níveis de espécies reativas ao oxigênio e inibição da via JNK. |
[
6
] |
Semente |
Extrato: comprimido contendo 263,2 mg de extrato seco, padronizado com 50 mg de escina. Doses para ensaio: 65,8 a 263,2 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos portadores de lesão hepática induzida por concanavalina A, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros bioquímicos plasmático e no tecido hepático (TNF-α, IFN-γ, ALT, AST, PT, Alb, Alb/globulina, MDA, SOD e GSH), apoptose (microscopia de fluorescência), atividade da caspase-3 e expressão de citocromo-c, Bax, Bcl-2, c-Jun (Western blotting). |
O extrato de A. hippocastanum apresenta atividade hepatoprotetora, pois inibe o estresse oxidativo e a apoptose via JNK/p-JNK. |
[
11
] |
Nefroprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Semente |
Venotrex® (comprimidos): contendo 263,2 mg de extrato seco, padronizado com 50 mg de aescina. Dose para ensaio: 20 mL/kg. |
In vivo: Em ratos Sprague-Dawley portadores de diabetes induzido por estreptozotocina, tratados com extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (citocinas, peroxidação lipídica, glicose, nitrogênio ureico e creatinina), histopatológicos, imunoexpressão da fibronectina e análise da urina (proteinúria). |
O extrato de A. hippocastanum apresenta atividade nefroprotetora, contudo não reduz os níveis glicêmicos. |
[
7
] |
Vasoconstritora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato hidroalcoólico. Concentração para ensaio: 0,1 a 10 mg/mL. |
In vitro: Em veias mesentéricas e artérias bovinas incubadas com extrato vegetal, indometacina, cetanserina, prazosina e saralasina com posterior análise de contratilidade vascular. Em sangue venoso de humanos saudáveis pré-incubado com o extrato vegetal, cetanserina e adenosina difosfato (ADP), com posterior análise de agregação plaquetária.
|
O extrato de A. hippocastanum apresenta atividade vasoconstritora, mediada parcialmente por receptores 5-HT2A (cetanserina), além da ação antiagregante plaquetária. |
[
8
] |
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Tintura |
|
Componente |
Quantidade |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Sementes secas |
100 g |
Tintura: pesar 100 g de sementes secas trituradas e colocar em frasco de vidro âmbar. Em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Insuficiências venosas periféricas e fragilidade capilar (BRASIL, 2016, 2018) e em hemorroidas (BRASIL, 2018).
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Referências bibliográficas
Ácidos
cítrico, esculitânico, glicurônico, tíglico e acético.
Ácidos graxos
Aminoácidos
betaína, adenina, adenosina e guanina.
Cumarinas
esculosídeo, esculetina, aesculetina, fraxina, fraxetina, frasetina, escopolina e escopletina.
Fitosteróis
β-sitosterol, estigmasterol, campesterol, plastoquinona e α-spinasterol.
Flavonoides
caempferol, canferol, quercetina, astragalina, isoquercetrina, rutina, leucocianidina, esculina e tamarixetina.
Minerais
potássio, cálcio e fósforo.
Oligossacarídeos
Outras substâncias
alantoína.
Polissacarídeos
pectina.
Saponinas triterpênicas
aescina, aescigenina, protoescigenina, afrodescina, argirescina e criptoaescina.
Taninos
catequina e epicatequina.
Vitaminas
B, B8, K1, C e pró-vitamina D.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Se os sintomas persistam por mais de 2 semanas (desconforto nas pernas) ou 5 dias (auxiliar nos sinais de contusão) durante o uso do fitoterápico, o médico deverá ser consultado. Pomadas contendo escina devem ser aplicadas suavemente sobre a pele, caso contrário, podem causar ou piorar a flebite. Em caso de inflamação da pele, tromboflebite, endurecimento subcutâneo, dor, úlceras, edema súbito de um ou ambos os membros inferiores, insuficiência cardíaca ou renal e se os sintomas piorarem ou ocorrerem sinais de infecções de pele durante o uso do medicamento, um médico deverá ser consultado. As formulações de uso tópico não devem ser utilizadas em feridas abertas, em torno dos olhos e em mucosas[1,3,4,5,6].
em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol), insuficiência renal ou hepática, sangramento ou lesões ulcerosas da mucosa digestiva. Não deve ser usado por crianças até 7 anos, em quem são mais frequentes os casos de hipersensibilidade[1,2,3,4].
pode ocorrer cefaleia, tonturas, prurido, reações alérgicas e irritação gástrica. Altas doses podem provocar vômitos, gastrite (aesculina), sede excessiva, eritema facial, distúrbios visuais, alteração de consciência, urticária, espasmos musculares e hipersensibilidade. Sangramentos e equimoses podem ocorrer devido à atividade antitrombótica da aesculina (hidroxicumarina). Hepatotoxicidade e nefrotoxicidade somente ocorrem em casos de intoxicação. Em doses muito elevadas a aescina pode agravar nefropatias pré-existentes. Os frutos, as folhas e as cascas mais velhas são tóxicas e pode conferir à urina uma cor avermelhada. Evitar qualquer preparação de uso parenteral, pois pode trazer muitos efeitos colaterais graves, principalmente danos hepáticos, renais e à medula óssea, além de hemólise. O pólen desta planta pode causar febre do feno[1,2,5,6,7].
potencializa o efeito de Hamamellis virginiana e Hydrastis cannadensis. Risco muito aumentado de sangramento se associado com anticoagulantes (varfarina, heparina ou clopidogrel) ou anti-inflamatórios (AAS, ibuprofeno o naproxeno). Evitar associação com sais alcalinos, ferro e iodo, pois interferem na absorção. A aescina pode se ligar as proteínas plasmáticas inferindo no metabolismo de outras drogas. Pode intensificar o efeito hipoglicemiante em pacientes diabéticos em uso de hipoglicemiantes orais ou insulina, bem como alterar a eficácia de medicamentos com ação antiácida ou antiúlcera, pois esta planta é irritante ao trato gastrointestinal. O efeito laxativo pode ser potencializado quando associada ao sene. Nas formulações via oral para varizes e hemorroidas, sempre associar com vitamina C, para potencializar o seu efeito. Nunca usar juntamente com drogas nefrotóxicas, como a gentamicina[1,2,3,4,5,6,7,8].
Referências bibliográficas
a reprodução é realizada por sementes, sendo que estas são recalcitrantes e apresentam dormência de 15 semanas [ 1 ] .
cresce em climas temperados [ 1 ] .
a colheita deve realizada em agosto, quando possui cerca de 28% de aescina, sendo que em outros meses do ano a concentração pode cair para 5% [ 1 ] .
Referências bibliográficas