Dorstenia brasiliensis Lam.

Carapiá, conta-de-cobra, taropé e liga-osso.

Família 
Informações gerais 

Originária do Cerrado e litoral brasileiros. Ocorre também no Paraguai, Uruguai e Argentina. No Brasil a região Sudeste é o local onde se concentra uma maior distribuição desta espécie. Suas principais indicações são: analgésica, anti-inflamatória, antiofídica, antimalárica, antitérmica, estimulante da consolidação de fraturas, importante no tratamento da leishmaniose, vitiligo e psoríase[1,2,3,4].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 311-314.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 109-111.
3 - BIESKI, I. G. et al. Ethnopharmacology of medicinal plants of the pantanal region (Mato Grosso, Brazil). Evid Based Complement Alternat Med, p.1-36, 2012. doi: 10.1155/2012/272749
4 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 410.
Descrição da espécie 

Planta herbácea, perene, rasteira, rizomatosa, aromática, de até 25 cm de comprimento; folhas simples, de 8 cm de comprimento e 6 cm de largura, reniformes ou ovais, radicais, finamente denteadas, coriáceas, ásperas, com pecíolos pubescentes e longos; flores pequenas reunidas em receptáculo carnoso e unissexuais; raiz tuberosa simples ou ramificada, rugosa, grossa e fibrosa, com 10 cm de comprimento[1,2].

Referências descrição da espécie
1 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 409.
2 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 311.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Carapiá, taropé, caapiá-assu e eiga-eiga Brasil -

Antirreumática, Expectorante, antitérmica (febre intermintente), antidiarreica, Antidisentérica, tônica digestiva, no tratamento de irregularidade menstrual, orquite e afecções cutâneas.

-

-

-

[ 1 ]
- Argentina Folha

febrífuga, diaforética, diurética e emenagoga.

-

-

-

[ 1 ]
- Paraguai -

No tratamento da infertilidade.

-

-

-

[ 1 ]
Contra-erva Ceará (Brasil) Raiz

antitussígena, Antitérmica, emenagoga, no tratamento de bronquite e irregularidades menstruais.

Infusão.

Uso oral.

-

[ 2 ]
Carapiá Distrito de Nossa Senhora Aparecida do Chumbo-MT (Brasil) Raiz

antigripal, laxante, emenagoga, Antidisentérica, analgésica, no tratamento de pneumonia, problemas renais e no pós-parto.

Infusão, decocção ou xarope.

-

-

[ 3 ]

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 409-410.
2 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 113.
3 - BIESKI, I. G. et al. Ethnopharmacology of medicinal plants of the pantanal region (Mato Grosso, Brazil). Evid Based Complement Alternat Med, p.1-36, 2012. doi: 10.1155/2012/272749

Anti-inflamatória e Analgésica

Anti-inflamatória e Analgésica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato: 10% do material vegetal (seco) ou 20% do material vegetal (fresco) em água. Doses para ensaio: 1,0 ou 2,0 g/kg, respectivamente. Outras espécies em estudo: Chiococca brachiata (raiz), Elephantopus scaber (folha), Mikania glomerata (folha), Trianosperma tayuya (raiz), Casearia sylvestris (folha e casca), Cynara scolymus (folha), Marsypianthes chamaedrys (folha), Apuleia leiocarpa (casca e cerne) e Brunfelsia uniflora (folha).

In vivo:

Em ratos albinos submetidos a contorções abdominais induzidas por ácido acético, tratados com os extratos vegetais, com posterior análise da presença e intensidade do corante azul de Evans na cavidade abdominal.

Observou-se que D. brasiliensis não apresenta atividade anti-inflamatória e analgésica significativas, sendo os extratos de C. scolymus e A. leiocarpa os mais potentes.

[ 1 ]

Referências bibliográficas

1 - RUPPELT, B. M. et al. Pharmacological screening of plants recommended by folk medicine as anti-snake venom--I. Analgesic and anti-inflammatory activities. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 86, Suppl 2, p.203-205, 1991. doi: 10.1590/s0074-02761991000600046

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Alcoolatura

Componente

Quantidade*

Etanol/água 80%

1000 mL

Rizoma fresco

200 g

                                                                       * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Alcoolatura: pesar 200 g de rizoma fresco, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Processos inflamatórios cutâneos, vitiligo e fraturas ósseas.

Posologia

Uso oral: apenas em diluições decimais, tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 114-115.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos

benzoico, cítrico, málico, tartárico e secrópico.

Cumarinas

umbeliferona.

Diterpenoides

tipo isopimarano.

Fitosteróis

estigmasterol.

Flavonoides

quercetina, quercitrina e amentoflavona.

Furanocumarinas

psoraleno, bergapteno e dorstenina.

Óleos essenciais

Outras substâncias

bartericina A e B, isobavachalcone, 4-hidroxilonchocarpin, dorsmanina F, 6,8-diprenileridictiol, secropina e caapina.

Taninos

Triterpenoides

ácido dorstênico A e B (tipo seco-adianano).

Referências bibliográficas

1 - BIESKI, I. G. C. et al. Ethnopharmacology of medicinal plants of the Pantanal Region (Mato Grosso, Brazil). Ev-Based Comp and Alternat Med, p. 1-36, 2012.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 409.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 312.
4 - UCHIYAMA, T. et al. seco-Adianane-type triterpenoids from Dorstenia brasiliensis (Moraceae). Phytochemistry, v. 60, n. 8, p.761-764, 2002. doi: 10.1016/s003-9422(02)00180-2

Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Esta espécie apresenta certo grau de toxicidade, devendo-se usar por tempo limitado (30 a 40 dias), ou em doses mais diluídas por mais tempo[1].

Contraindicações: 

em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol)[1].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

pode provocar fotossensibilização cutânea, devido à presença de furanocumarinas e psoralenos[1].

Interações medicamentosas: 

não há dados na literatura.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 115.

Propagação: 

por rizomas [ 1 ] .

Colheita: 

a colheita das partes aéreas das plantas deve ser realizada, segundo a sabedoria popular, preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, enquanto que as partes subterrâneas devem ser colhidas na lua minguante [ 1 ] .

Referências bibliográficas

1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 311-312.

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