Ageratum conyzoides L.

Mentrasto e erva-de-São-João.

Família 
Informações gerais 

Nativa da América Tropical e África Ocidental, ocorre também na Ásia, América Central e do Sul. É considerada planta invasora, sendo encontrada em estradas e terrenos baldios. Suas principais indicações são: antibacteriana, anti-inflamatória, antialérgica, analgésica, antirreumática, antiespasmódica, antisséptica, antifúngica, anti-helmíntica, antioxidante e cicatrizante. A. conyzoides produz alcaloides pirrolizidínicos, os quais apresentam efeitos hepatotóxico, pneumotóxico, carcinogênico e mutagênico; em decorrência disso, fitoterápicos produzidos a partir desta espécie, devem ser utilizados por curto período de tempo, não ultrapassando três semanas, e na forma diluída (decimal). A preparação do fitoterápico não deve incluir as flores, que são nessa espécie o principal órgão acumulador de alcaloides. Há relato de que extrato etanólico livre de acaloide pirrolizidínicos de A. conyzoides não apresenta toxicidade[1,2,3,4,5,6,7,8,9].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 35-44.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 27-29.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 115-116.
4 - WEDLER, E. Atlas de las plantas medicinales silvestres y cultivadas em la zona tropical. 2 ed. Colômbia: Todográficas Ltda, 2017, p. 56-57.
5 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 22-23.
6 - PALMER, P. A. et al. A comprehensive toxicological safety assessment of an extract of Ageratum conyzoides. Regul Toxicol Pharmacol, v. 103, p.140-149, 2019. doi: 10.1016/j.yrtph.2019.01.027
7 - MIYAMOTO, K. et al. Traditional knowledge of medicinal plants on Gau Island, Fiji: differences between sixteen villages with unique characteristics of cultural value. J Ethnobiol Ethnomed, v. 17, n. 1, p.1-16, 2021. doi: 10.1186/s13002-021-00481-w
8 - CHAHAL, R. et al. Ageratum conyzoides L. and its secondary metabolites in the management of different fungal pathogens. Molecules, v. 26, n. 10, p.1-28, 2021. doi: 10.3390/molecules26102933
9 - YADAV, N. et al. Phytochemical constituents and ethnopharmacological properties of Ageratum conyzoides L. Phytother Res, v. 33, n. 9, p.2163-2178, 2019. doi: 10.1002/ptr.6405
Descrição da espécie 

Erva anual, ereta, pilosa, de até 1 m de altura, muito ramificada, caule cilíndrico, verde em plantas jovens, com tempo tornam-se ligeiramente marrom, aromática de odor desagradável; possui raiz fasciculada e fibrosa que se fixam fracamente no solo; folhas simples, opostas, longo-pecioladas, ovadas ou deltoides, ásperas, serrilhadas, de 20 a 100 mm de comprimento x 5 a 50 mm de largura, com nervuras proeminentes; inflorescências ramificadas, em capítulos corimbos-paniculados terminais, com 30 a 70 flores, de cor branca a arroxeadas, carregadas por longos pedúnculos de 50 a 150 mm de comprimento x 5 mm de largura, com pecíolo reto com contorno convexo-côncavo; fruto do tipo aquênio, minúsculo e preto, com 5 facetas, esvoaçante, semente única[1,2,3,4].

Referências descrição da espécie
1 - FERRO, D & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 35-36.
2 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 115.
3 - MIYAMOTO, K. et al. Traditional knowledge of medicinal plants on Gau Island, Fiji: differences between sixteen villages with unique characteristics of cultural value. J Ethnobiol Ethnomed, v. 17, n. 1, p.1-16, 2021. doi: 10.1186/s13002-021-00481-w
4 - CHAHAL, R. et al. Ageratum conyzoides L. and its secondary metabolites in the management of different fungal pathogens. Molecules, v. 26, n. 10, p.1-28, 2021. doi: 10.3390/molecules26102933
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Mentrasto, erva de São João, catinga de barão e maria preta Brasil Planta toda

Antirreumática, antidiarreica, febrífuga, carminativa, antiespasmódica e reguladora do ciclo menstrual.

Decocção.

Tomar 2 a 3 vezes ao dia.

-

[ 1 ]
Mentrasto, erva de São João, catinga de barão e maria preta Brasil Planta toda

Antitussígena e anticatarral.

Decocção com adição de açúcar.

-

[ 1 ]
Mentrasto, catinga-de-bode, erva-de-São-João, maria-preta e picão-roxo Brasil -

Hemostática e cicatrizante.

-

-

-

[ 2 ]
Mentrasto, catinga-de-bode, erva-de-São-João, maria-preta e picão-roxo Brasil Folha (fresca ou seca)

Analgésica (dores reumáticas ou de traumatismos).

Extrato alcoólico a 20% ou unguento.

Uso externo: compressa ou fricção.

-

[ 2 ]
Mentrasto, catinga-de-bode, erva-de-São-João, maria-preta e picão-roxo Brasil Folha (fresca ou seca)

Analgésica, anti-inflamatória, antirreumática e no tratamento de cólicas menstruais.

Decocção: 30 a 40 do material vegetal (fresco) ou 15 a 20 g do material vegetal (seco) em 500 mL de água.

Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia. 

É indicado interromper o tratamento por 1 semana a cada 30 dias.

[ 2 , 3 ]
Mentrasto, catinga-de-bode, erva-de-São-João, maria-preta e picão-roxo Brasil Folha

Analgésica, anti-inflamatória, antirreumática, antitérmica e no tratamento de cólicas menstruais.

Pó: misturar 1 colher (de café) do material vegetal em mel, leite ou água. 

Tomar 3 a 4 vezes ao dia.

É indicado interromper o tratamento por 1 semana a cada 30 dias.

[ 2 , 3 ]
Mentrasto Ceará (Brasil) Folha

Analgésica e anti-inflamatória (reumatismo, artrite e cólica menstrual).

Pó: cápsulas de 200 a 250 mg.

Tomar 2 cápsulas 3 vezes ao dia.

É indicado interromper o tratamento por 1 semana a cada 30 dias.

[ 3 , 4 ]
Mentrasto Ceará (Brasil) Folha

Analgésica e anti-inflamatória (reumatismo, artrite e cólica menstrual).

Chá: 4 a 6 g do material vegetal (fresco) ou 2 a 3 folhas secas.

Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.

É indicado interromper o tratamento por 1 semana a cada 30 dias.

[ 4 ]
Mentrasto Ceará (Brasil) Planta toda

Analgésica, anti-inflamatória, antirreumática, emenagoga, tônica, antidiarreica, carminativa e no tratamento de cólicas menstruais.

Infusão.

Uso interno. 

-

[ 5 ]
Retentina, chuva e wild ageratum Colômbia (Zona Tropical) Folha

Anticatarral e no tratamento de resfriados e problemas digestivos.

Infusão.

-

Uso com cautela pois apresenta toxicidade.

[ 6 ]
Mentrasto, catinga-de-bode e agerato Brasil Parte aérea

No tratamento de cólicas menstruais e intestinais.

Tintura.

Tomar 40 a 60 gotas em meia xícara (100 mL) de água até 4 vezes ao dia, antes das refeições.

O tratamento com esta planta não deve ultrapassar 30 dias. Não utilizar na gravidez ou lactação.

[ 7 ]
Catinga-de-bode e mentrasto Brasil Parte aérea

No tratamento de hematomas (pancadas ou quedas).

Tintura ou alcoolatura.

Aplicar sobre a área afetada até 3 vezes ao dia.

O tratamento com esta planta não deve ultrapassar 30 dias, com pausa de 30 dias para retomar o tratamento. Não utilizar na gravidez ou lactação.

[ 7 ]
Catinga-de-bode e mentrasto Brasil Parte aérea

Antirreumática e no tratamento de dores articulares (artrite e artrose).

Infusão: 2 a 3 g (2 a 3 colheres de chá) em 150 mL (1 xícara de chá) de água.

Utilizar 1 xícara (de chá) de 2 a 3 vezes ao dia).

O tratamento com esta planta não deve ultrapassar 30 dias, com pausa de 30 dias para retomar o tratamento. Não utilizar na gravidez ou lactação.

[ 7 ]
Imi-seu Sudeste da Nigéria Folha

Purgativa, cicatrizante (úlceras e feridas), anti-infecciosa, febrífuga, antirreumática, no tratamento de doenças mentais, cutâneas, pneumonia e dor de dente.

-

-

-

[ 8 ]
Z’herbe à femme Trinidad e Tobago (Caribe) -

No tratamento de doenças da próstata e do sistema reprodutor feminino.

-

-

-

[ 9 ]
Ogba okukp Rivers/Nigéria (povos indígenas) Folha

No tratamento de doenças de pele.

Cataplasma ou sumo.

Uso externo: aplicar no local 2 vezes ao dia/5 dias.

-

[ 10 ]
Sialmutri e uchondi Sudeste de Assame (Índia) Folha

No tratamento de doenças do sistema digestivo.

Infusão.

-

-

[ 11 ]
- Distrito de Udham Singh Nagar (Uttarakhand, Índia) Folha

Hemostática.

Suco.

Uso tópico.

-

[ 12 ]
- Nigéria Folha e ramo aéreo

Antidiarreica.

Decocção: associar com Annona senegalensis (casca).

Tomar 3 vezes ao dia.

-

[ 13 ]
- Nigéria Planta toda

Hipoglicemiante.

Maceração: associar com Stachytarpheta indica e Sorghum guinensis.

Tomar 2 vezes ao dia.

-

[ 13 ]
- Camarões Folha

No tratamento da sífilis e "craw-craw".

Associar com outras ervas.

-

-

[ 13 ]
- Gana -

Antifúngica e antibacteriana.

-

-

-

[ 13 ]
- Nepal Ocidental Folha

No tratamento de feridas e cortes.

Suco.

-

-

[ 13 ]
- Gabão Folha

No tratamento de helmintíase.

Decocção.

-

-

[ 13 ]
- Congo Folha

Analgésica (dor crônica), antimicrobiana e anti-inflamatória.

Extrato.

-

-

[ 13 ]
- Países africanos -

Hipoglicemiante, antiofídica, antiasmática, antiespasmódica, hemostática, no tratamento de doenças contagiosas, psicológicas, pneumonia, feridas, queimaduras, sarna e dispneia.

-

-

-

[ 13 ]
- Tanzânia Folha (fresca)

Cicatrizante de feridas.

Maceração.

-

-

[ 13 ]
- Tanzânia Raiz

Antitussígena e no tratamento de congestão no peito.

-

-

-

[ 13 ]
- Indonésia -

Antifúngica, antibacteriana, no tratamento de feridas, eczemas e úlceras.

-

-

-

[ 13 ]
- Índia Folha

Hemostática.

Extrato.

-

-

[ 13 ]
- Índia Caule e folha

Anti-helmíntica e cicatrizante de feridas.

-

-

-

[ 13 ]
- Índia Folha

Cicatrizante de feridas e cortes.

Pasta.

-

-

[ 13 ]
- Aborígenes australianos Planta toda

Cicatrizante de feridas.

Maceração.

Uso externo.

-

[ 14 ]
- Ilha Gau (Arquipélago Fiji) -

Anti-inflamatória, antinociceptiva, antitussígena, antitetânica, no tratamento de dores no estômago, queimadura de pele e feridas infectadas.

-

-

-

[ 15 ]

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 62.
2 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 115-116.
3 - MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas medicinais usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2000, p. 257.
4 - MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1994, p. 129.
5 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 177.
6 - WEDLER, E. Atlas de las plantas medicinales silvestres y cultivadas em la zona tropical. 2 ed. Colômbia: Todográficas Ltda, 2017, p. 56-57.
7 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 102 e 202.
8 - OGBOLE, O. et al. In vitro antiviral activity of twenty-seven medicinal plant extracts from Southwest Nigeria against three serotypes of echoviruses. Virol J, v. 15, n. 1, p.1-8, 2018. doi: 10.1186/s12985-018-1022-7
9 - LANS, C. et al. Ethnomedicines used in Trinidad and Tobago for reproductive problems. J Ethnobiol Ethnomed, v. 3, p.1-12, 2007. doi: 10.1186/1746-4269-3-13
10 - AJIBESIN, K. K. et al. Ethno medicinal survey of plants used by the indigenes of Rivers State of Nigeria. Pharm Biol, v. 50, n. 9, p.1123-1143, 2012. doi: 10.3109/13880209.2012.661740
11 - CHOUDHURY, P. R. et al. Plant utilization against digestive system disorder in Southern Assam, India. J Ethnopharmacol, v. 175, p.192-197, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2015.09.020
12 - SHARMA, J. et al. Ethnomedicinal plants used to treat skin diseases by Tharu community of district Udham Singh Nagar, Uttarakhand, India. J Ethnopharmacol, v. 158, p.140-206, 2014. doi: 10.1016/j.jep.2014.10.004
13 - CHAHAL, R. et al. Ageratum conyzoides L. and its secondary metabolites in the management of different fungal pathogens. Molecules, v. 26, n. 10, p.1-28, 2021. doi: 10.3390/molecules26102933
14 - YESHI, K. et al. Indigenous uses, phytochemical analysis, and anti-inflammatory properties of Australian Tropical Medicinal Plants. Molecules, v. 27, n. 12, p.1-50, 2022. doi: 10.3390/molecules27123849
15 - MIYAMOTO, K. et al. Traditional knowledge of medicinal plants on Gau Island, Fiji: differences between sixteen villages with unique characteristics of cultural value. J Ethnobiol Ethnomed, v. 17, n. 1, p.1-14, 2021. doi: 10.1186/s13002-021-00481-w

Anti-inflamatória

Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico: material vegetal em etanol a 70%. Dose para ensaio: 250 mg/kg.

In vivo:

Em ratos albinos Wistar submetidos ao teste de granuloma induzido por “pellets” de algodão (inflamação subaguda) e artrite induzida por formaldeído (inflamação crônica), tratados com o extrato vegetal, com posterior análise das glândulas suprarrenais e volume das patas.

O extrato de A. conyzoides apresenta atividade anti-inflamatória.

[ 12 ]
Folha

Extrato: maceração de 1 kg de material vegetal (triturado) em 3 L de etanol. Rendimento: 60 g. Concentrações para ensaio: 10 a 200 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de pleurisia induzida por carragenina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de mediadores inflamatórios no fluido da cavidade pleural (leucócitos, proteínas, MPO, ADA, NOx, Il-10, IL-17A, IL-6, TNF e IFN-γ).

Observou-se que o extrato de A. conyzoides apresenta ação anti-inflamatória.

[ 13 ]

Anti-inflamatória e Reguladora hormonal

Anti-inflamatória e Reguladora hormonal
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: maceração de 1 kg do material vegetal (pó) em 10 L de água, posteriormente, em mais 10 L de água. Rendimento: 53,53 g. Dose para ensaio: 500 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Sprague-Dawley portadores de síndrome do ovário policístico (SOP) induzido por valerato de estradiol, tratadas com o extrato vegetal, com posterior análise do peso corporal, parâmetros bioquímicos plasmáticos e ovarianos (glicose, TG, CT, HDL, LDL, VLDL, FSH, LH, T, E2, P, PCR, IL-6, IL-18, TNF-α, MDA, SOD, CAT e PT) e histomorfológicos do útero e ovários.

O extrato de A. conyzoides apresenta resultados promissores para o tratamento da SOP, devido as ações hipoglicemiante, antioxidante, anti-inflamatória e reguladora hormonal.

[ 26 ]

Antibacteriana e Cicatrizante

Antibacteriana e Cicatrizante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: material vegetal (pó) em metanol. Rendimento: 6%. Concentração para ensaios: 20 mg/mL. Outras espécies em estudo: Anthocleista djalonensis, Napoleonaea imperialis, Ocimum gratissimum e Psidium guajava

In vitro:

Em culturas de Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Proteus spp. e Shigella spp. submetidas ao teste de disco-difusão em ágar, com posterior análise do halo de inibição (mm).

 

In vivo:

Em ratos albinos portadores de incisão circular cutânea (20 mm) induzida, tratados com extratos vegetais, com posterior análise de cicatrização.

Os extratos de A. conyzoides, O. gratissimum e N. imperialis apresentam atividade cicatrizante mais potente, enquanto que apenas N. imperialis demonstra ação antibacteriana significativa.

[ 15 ]

Antibacteriana e Citotóxica

Antibacteriana e Citotóxica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: maceração de 10 g de material vegetal em etanol a 95%. Rendimento: 11,19 g. Frações: éter de petróleo, clorofórmio e acetato de etila. Concentrações para ensaio: 0,024 a 250 mg/mL; 2 a 3,9 mg/mL. Outra espécie em estudo: Parkia biglobosa.

In vitro:

Em culturas de Escherichia coli, Pseudomonas aureginosa, Staphylococcus aureus (resistente ou não a meticilina) e Clostridium perfringes, submetidas ao teste de disco-difusão em ágar, com posterior análise da concentração inibitória mínima (CIM), concentração bactericida mínima (CBM) e zona de inibição (mm).

Em cultura de células de câncer de pulmão de humanos (SK-MES 1 e SK-LU 1) e em fibroblasto da pele de humanos (FS5), incubados com extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade (MTT).

 

Observou-se que os extratos e frações de A. conyzoides e P. biglobosa apresentam atividade antibacteriana (E. coli e S. aureus) e citotóxica (SK-MES 1).

[ 2 ]

Antimicrobiana

Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato metanólico. Sabonetes: de Theobroma cacao (pó da vagem) ou Elaies guineenses (pó do fruto), com incorporação do extrato vegetal. Outra espécie em estudo: Aloe vera.

In vitro:

Em cultura de Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Candida spp., Aspergillus clavatus e Trychophyton spp., submetidas ao tes de disco-difusão em ágar, com posterior análise da concentração inibitória mínima (CIM) e zona de inibição (mm).

 

Neste estudo, a base de sabonete com adição dos extratos de A. conyzoides ou A. vera não demonstram resultados promissores.

[ 3 ]

Antinociceptiva e Antioxidante

Antinociceptiva e Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 500 g do material vegetal (pó) em 1,2 L de etanol a 80%. Rendimento: 13,86%. Concentrações para ensaio (in vitro): 10 a 100 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 250 e 500 mg/kg.

In vitro:

Determinar atividade antioxidante (eliminação dos radicais DPPH e óxido nítrico, redução e capacidade quelante de íons ferrosos).

 

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de contorções abdominais induzidas por ácido acético, pré-tratados com extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros clínicos.

Observou-se que o extrato hidroalcoólico de A. conyzoides apresenta atividade antioxidante e antinociceptiva, dose-dependente.

 

[ 10 ]

Antioxidante e Antiproliferativa

Antioxidante e Antiproliferativa
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Óleo essencial: 200 g de material vegetal (seco) submetido à hidrodestilação. Outras espécies em estudo: Ocimum basilicum, O. americanum, Hyptis spicigera, Lippia multiflora, Eucalyptus camaldulensis e Zingiber officinale.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através da eliminação dos radicais DPPH e ABTS, e atividade da enzima lipoxigenase.

Em células de câncer prostático (LNCaP e PC-3) e de glioblastoma humano (SF-763 e SF-767), incubadas com extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade (ensaio MTT).

 

Observou-se que os óleos essenciais de A. conyzoides, L. multiflora, O. basilicum e Z. officinale apresentam atividades antiproliferativa, antioxidante e anti-inflamatória mais potentes.

[ 4 ]
Folha

Extrato: material vegetal (pó) em metanol, seguidamente em n-hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol. Doses para ensaio: 100 e 200 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar virgens portadoras de danos hepáticos e uterinos induzidos por glutamato monossódico, tratadas com o extrato e frações vegetais, com posterior análise da proteína mitocondrial, atividade da ATPase FoF1 mitocondrial e caspases-3 e 9, fragmentação do DNA hepático, parâmetros oxidativos (MDA, SOD e GSH-Px) e de parâmetros histopatológicos (hepático e uterino).

A fração de clorofórmio de A. conyzoides apresenta atividades antioxidante e antiproliferativa mais potentes, por indução da apoptose mediada por mitocôndrias.

[ 27 ]

Antioxidante e Gastroprotetora

Antioxidante e Gastroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato etanólico: 1 kg do material vegetal (pó) em etanol 95%. Rendimento: 120 g. Doses para ensaio: 500 e 750 mg/kg.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através da eliminação do radical DPPH.

 

In vivo:

Em ratos albinos Wistar portadores de úlceras gástricas induzidas por ibuprofeno, etanol e estresse por contenção ao frio, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior analise de parâmetros histopatológicos.

Observou-se que o extrato de A. conyzoides apresenta atividade antioxidante e gastroprotetora, principalmente na dose de 750 mg/kg.

[ 17 ]

Antioxidante e Radioprotetora

Antioxidante e Radioprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Planta toda

Extrato etanólico a 95%. Doses para ensaio (in vivo): 0 a 900 mg/kg.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante do extrato vegetal através da eliminação do radical DPPH.

 

In vivo:

Em camundongos tratados com o extrato vegetal (via oral ou intraperitoneal), submetidos posteriormente a radiação gama (6 a 11 Gγ), para análise de parâmetros clínicos (gastrointestinais e hematológicos).

O extrato de A. conyzoides apresenta atividade radioprotetora, principalmente na dose de 75 mg/kg, bem com antioxidante.

[ 19 ]

Antiparasitária

Antiparasitária
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração de 40 g do material vegetal (seco) em etanol/água. Concentrações para ensaio: 0,03125 a 1,0 mg/mL. Outras espécies em estudo: Handroanthus impetiginosus e Ruta graveolens.

In vitro:

Em cultura de macrófagos murino (J774.G8), de Leishmania amazonensis (promastigota) e Trypanosoma cruzi (tripamastigota), incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade (ensaio MTT) e concentração inibitória parasitária média (CI50); em macrófagos peritoneais de camundongos Balb/c, infectados com L. amazonensis e T. cruzi (pré-tratados com os extratos vegetais), com posterior análise da invasão celular e multiplicação parasitária (imunofluorescência), e dosagem de nitrito (ensaio Griess).

 

Os extratos vegetais em estudo apresentam atividade antiparasitária, sendo promissores para o tratamento da leishmaniose e doença de Chagas.

[ 6 ]
Folha e flor (branca, roxa e branca-arroxeada)

Extrato: maceração do material vegetal (pó) em etanol absoluto.

In vitro:

Em cultura de trofozoítos de Giardia duodenalis incubados com os extratos vegetais, com posterior análise de viabilidade e parâmetros ultraestruturais.

 

Os extratos de A. conyzoides provenientes de flores roxas e de folhas de indivíduos de flores branco-arroxeadas, apresentam atividade antigiardíase mais potente.

[ 29 ]

Antitrombótica

Antitrombótica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: material vegetal (pó) em metanol. Dose para ensaio: 100 mg/kg. Outras espécies em estudo: Azadiractha indica, Bridelia ferruginea, Commiphora molmol, Garcinia kola e Curcuma longa.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de trombose induzida por ADP/adrenalina, pré-tratados com os extratos vegetais, com posterior análise da análise de parâmetros antitrombóticos.

Neste estudo apenas o extrato metanólico de A. conyzoides não apresenta atividade antitrombótica.

[ 23 ]

Antitumoral

Antitumoral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extratos: material vegetal (pó) em etanol a 70%, água ou metanol. Doses para ensaio: 30 a 200 mg/kg. Outras espécies em estudo: Dillenia pentagyna, Blumea lanceolaria, Pontentilla fulgens e Taxus baccata.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de ascite de linfoma Dalton, tratados com os extratos vegetais, com posterior análise dos níveis de glutationa e proteínas nas células tumorais e hepáticas.

Neste estudo, os extratos metanólico de D. pentagyna e aquosos de A. conyzoides e P. fulgens apresentam atividade antitumoral mais potentes.

[ 22 ]

Cardioprotetora e Hipoglicemiante

Cardioprotetora e Hipoglicemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato: 2500 g do material vegetal (pó) em etanol a 96%. Rendimento: 387,2 g. doses para ensaio: 250 e 500 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por aloxana, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (CT, TG, HDL, LDL, CAT, SOD, GPx e MDA) e histológicos do tecido cardíaco.

O extrato de A. conyzoides apresenta atividades hipoglicemiante, hipolipemiante e cardioprotetora.

[ 25 ]

Cicatrizante

Cicatrizante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 10 a 20 g de material vegetal (picado) em etanol a 50% (p/v). Dose para ensaio: 40 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a incisão cutânea dorsal (2 cm2), tratados topicamente com extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros bioquímicos, biofísicos e histopatológicos.

Observou-se que o extrato tópico de A. conyzoides apresenta atividade cicatrizante, pois estimula a proliferação celular e a síntese de colágeno.

[ 7 ]

Citotóxica e Trombolítica

Citotóxica e Trombolítica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Planta toda

Extrato: 500 g do material vegetal (pó) em 2 L de etanol. Rendimento: 4,4 a 5,6% (p/p). Concentrações para ensaio: 20 a 800 μg/mL. Outras espécies em estudo: Clausena suffruticosa, Leea indica, Leucas aspera, Senna sophera e Solanum torvum.

In vitro:

Em amostras de sangue de humanos saudáveis, incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise da lise de coágulos.

Determinar a citotoxicidade através de bioensaio em Artemia salina.

 

Observou-se que A. conyzoides não apresenta atividade trombolítica significativa, contudo, demonstra citotoxicidade potente.

[ 5 ]

Espasmolítica e Miorrelaxante

Espasmolítica e Miorrelaxante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico: 100 g do material vegetal em 1500 mL de etanol/água (70:30 v/v). Fração: aquosa. Concentrações para ensaio: 0,1 a 0,4 mg/mL.

In vitro:

Em duodeno, jejuno e útero isolados de ratos Wistar, incubados com a fração aquosa, ocitocina, histamina e cloreto de cálcio, com posterior análise da contratilidade muscular.

 

Observou-se que a fração aquosa apresenta atividade espasmolítica e miorrelaxante.

[ 21 ]

Esquistossomicida

Esquistossomicida
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Óleo essencial: por hidrodestilação. Concentrações para ensaio: 10, 50 e 100 µg/mL.

In vitro:

Em cultura de vermes adultos de Schistosoma mansoni incubados com óleo essencial, com posterior análise da viabilidade celular (ensaio MTT) e desenvolvimento dos ovos.

 

Observou-se que o óleo essencial de A. conyzoides apresenta atividade esquistossomicida, principalmente na concentração de 100 µg/mL.

[ 16 ]

Estimuladora da hematopoiese

Estimuladora da hematopoiese
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato etanólico. Doses para ensaio: 200, 400 e 500 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a administração do extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros hematológicos.

O extrato etanólico das folhas de A. conyzoides estimula o sistema hematopoiético, principalmente nas doses de 400 e 500 mg/kg.

[ 14 ]

Hipoglicemiante

Hipoglicemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: decocção de 138 g de material vegetal (pó) em 2,25 L de água. Rendimento de 29% (p/p). Doses para ensaio: 100, 200 e 300 mg/kg.

In vivo:

Em ratos albinos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do teste de tolerância à glicose e do nível de glicemia.

Observou-se que o extrato de A. conyzoides reduziu os níveis de glicose, principalmente nas doses de 200 e 300 mg/kg.

[ 9 ]

Extrato aquoso. Dose para ensaio: 500 mg/kg. Outra espécie em estudo: Commelina africana.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por aloxana, tratados com os extratos vegetais com posterior análise da glicemia em jejum.

Observou-se que o extrato de A. conyzoides apresenta baixa atividade hipoglicemiante, se comparado ao de C. africana.

[ 8 ]

Redutora da hiperplasia prostática

Redutora da hiperplasia prostática
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: material vegetal (seco) em etanol a 90%. Doses para ensaio: 20 a 100 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Sprague-Dawley portadores de hiperplasia prostática benigna (HPB) induzida por propionato de testosterona, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do peso da próstata e corporal, parâmetros bioquímicos plasmáticos e prostáticos (T, DHT, 5α-redutase, PSA, AST, ALT, CRE, ALB, TG, CT e BUN), histopatológicos (hematoxilina e eosina), apoptose (TUNEL), expressão de 5α-redutase 1 e 2, SRC-1, PCNA, PSA, COX-2, PGE2, AR, Bax, Bcl-2, caspase-3 e 9, ADP e PARP (Imunoblotting).

O extrato de A. conyzoides apresenta resultados promissores para o tratamento da HPB, devido a ação anti-inflamatória, e por inibição estrogênica e indução da apoptose.  

[ 28 ]

Relaxante muscular

Relaxante muscular
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato aquoso. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,01 a 10 mg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 0,1 a 5 g/kg.

In vitro:

Em íleo isolado de porquinhos-da-Índia incubados com extrato vegetal, acetilcolina, atropina, histamina e difenidramina, com posterior análise da contratilidade muscular.

 

In vivo:

Em camundongos e ratos submetidos aos testes de sono induzido por pentobarbital, imersão da cauda em água quente, contorções abdominais induzidas por ácido acético, edema de pata induzido por carragenina, dextrana, adjuvante de Freund e formaldeído.

Observou-se que o extrato A. conyzoides apresenta atividade relaxante vascular, contudo não demonstra ação anti-inflamatória e analgésica.

[ 18 ]
Ensaios toxicológicos

Genotoxicidade e Toxicidade crônica

Genotoxicidade e Toxicidade crônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: material vegetal em etanol, com remoção (por precipitação) dos alcaloides. Concentrações para ensaio (in vitro): 16 a 5000 μg/placa e 78,2 a 312,5 μg/mL; 500 a 2000 mg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 500 a 2000 mg/mL.

In vitro:

Determinar a genotoxicidade do extrato vegetal em culturas de Salmonella typhimurium e Escherichia coli (mutação reversa bacteriana), em cultura de células pulmonares de hamster chines V79 (teste de aberração cromossômica) e em medula de camundongos (Crl:NMRI BR) tratados com o extrato vegetal (teste do micronúcleo).

 

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com o extrato vegetal, submetidos ao teste de toxicidade crônica.

O extrato de A. conyzoides, livre de alcaloides, não apresenta genotoxicidade (mutagenicidade e clastogenicidade), além da ausência de efeitos adversos significativos.

[ 30 ]

Letalidade

Letalidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração do material vegetal (seco) em etanol à 99,8%. Concentrações para ensaio: 1, 10, 100 e 1000 µg/mL. Outras espécies em estudo: Acmella uliginosa, Justicia pectoralis, Eugenia uniflora, Plectranthus neochilus, Moringa oleifera e Equisetum sp.

In vitro:

Determinar a concentração letal média (CL50) dos extratos vegetais através do bioensaio em Artemia salina

 

Neste estudo o extrato de A. uliginosa exibe maior letalidade, seguido de P. neochilus, A. conyzoides e E. uniflora.

[ 20 ]

Toxicidade aguda

Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato etanólico: 1 kg do material vegetal (pó) em etanol 95%. Rendimento: 120 g. Doses para ensaio: 100, 500, 1000, 3000, 6000 e 10,000 mg/kg.

In vivo:

Em ratos albinos Wistar submetidos a avaliação de perfis comportamentais, neurológicos, autonômicos e morte.

Não houve toxicidade aguda até a dose de 10,000 mg/kg.

[ 17 ]
-

Extrato: 1 kg do material vegetal (pó) em etanol 95%. Rendimento: 120 g. Doses para ensaio: 100 a 10.000 mg/kg.

In vivo:

Em ratos albinos Wistar submetidos ao teste de toxicidade aguda.

Observou-se que o extrato de A. conyzoides não apresenta toxicidade nas doses em análise.

[ 17 ]
Planta toda

Extrato etanólico a 95%. Doses para ensaio: 25 a 3000 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos submetidos ao teste de toxicidade aguda.

Observou-se que A. conyzoides não apresenta sinais de toxicidade nas doses analisadas.

[ 19 ]

Toxicidade crônica

Toxicidade crônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: maceração 400 g do material vegetal (pó) em 700 mL de etanol a 80%. Rendimento: 9,7%. Doses para ensaio: 200 a 600 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a administração crônica do extrato vegetal (por 21 dias), com posterior análise de parâmetros bioquímicos (proteína total, ALT, AST e ALP) e histológicos hepáticos.

O extrato hidroalcoólico das folhas de A. conyzoides não apresenta toxicidade hepática nas doses indicadas.

[ 11 ]
Folha

Extrato hidroalcoólico: material vegetal em etanol a 70%. Dose para ensaio: 250 a 500 mg/kg.

In vivo:

Em ratos albinos Wistar submetidos ao teste toxicidade crônica.

O extrato hidroalcoólico das folhas de A. conyzoides não apresenta toxicidade nas doses indicadas.

[ 12 ]

Toxicidade materna e fetal

Toxicidade materna e fetal
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato etanólico (isento de alcaloides pirrolizidínicos). Doses para ensaio: 500 a 2000 mg/kg.

In vivo:

Em ratas prenhes submetidas ao teste de toxicidade materna e fetal.

O extrato de A. conyzoides livres de alcaloides pirrolizidínicos não apresenta sinais de toxicidade até a dose de 2000 mg/kg.

[ 24 ]

Toxicidade subcrônica

Toxicidade subcrônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: material vegetal (pó) em etanol/água (90:10). Rendimento: 12,34. Concentrações para ensaio (in vitro): 50 a 500 µg/mL. Doses para ensaio (in vitro): 500 e 1000 mg/kg.

In vitro:

Em células de câncer do cólon de humanos (Caco-2) e de neuroblastoma de camundongos (N2A), incubadas com extrato vegetal, com posterior análise de viabilidade celular (MTT e vermelho neutro).

 

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a toxicidade oral subcrônica (peso corporal, parâmetros hematológicos, bioquímicos e histológicos).

Observou-se que o extrato hidroalcoólico de A. conyzoides apresenta toxicidade hepática, renal e hematológica, e citotoxicidade principalmente em células Caco-2.

[ 1 ]

Referências bibliográficas

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30 - PALMER, P. A. et al. A comprehensive toxicological safety assessment of an extract of Ageratum conyzoidesRegul Toxicol Pharmacol, v. 103, p.140-149, 2019. doi: 10.1016/j.yrtph.2019.01.027

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Planta seca

100 g

Planta fresca

200 g

* Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário.
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de planta seca fragmentada e colocar em frasco de vidro âmbar. Em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de planta fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar. Em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Processos inflamatórios e infecciosos das vias aéreas superiores.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componentes

Quantidade

Planta toda rasurada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de sopa caseira

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Processos inflamatórios e infecciosos das vias aéreas superiores.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso três vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 27-29.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 22-23.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 8 , 9 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos graxos

oleico, palmítico, esteárico, linoleico, linolênico e hexadecenóico.

Alcaloides acetilcromenos

encecalina, dimetoxiencecalina e dimetilencecalina.

Alcaloides pirrolizidínicos

licopsamina, 1,2- desifropirrolizidinico e equinatina.

Aminoácidos

cistina, leucina, histidina, arginina, serina, alanina, tirosina, valina, fenilalanina, treonina e glicina.

Cumarinas

fenilpropenos.

Esteroides

β-sitosterol, estigmasterol, brassicasterol, espinosterol e diidrobrassicasterrol.

Flavonoides

geconiflavona, eupalestina, nobiletina, 5’-metoxinobiletina, hexametoxiflavona, quercetina, caempferol, lindero-flavona e sinensetina.

Hidrocarbonetos

Lignanas

sesamina.

Minerais

P, K, Na, Mg, Ca, Fe, Zn, Mn e Cu.

Mucilagens

Óleos essenciais

precoceno, acetato de bornila, E-cariofileno, β-cariofileno, muroleno, cadineno, muuroleno, óxido de cariofileno, fenilpropenos, α-pineno, sabineno, limoneno, felandreno, β-sesquifelandreno, 1,8-cineol, terpineno, terpinoleno, linalol, α-terpineol, citronelol, eugenol, germacreno, biciclogermacreno, nerolidol, elemol e α-humuleno.

Outras substâncias

fitomelano.

Princípios amargos

Saponinas

Taninos

Vitaminas

A, B1, B2, B3, B6, C e E.

Referências bibliográficas

1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 36-37.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 63.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 115.
4 - BAYALA, B. et al. Chemical composition, antioxidant, anti-inflammatory and anti-proliferative activities of essential oils of plants from Burkina Faso. PLoS One, v. 9, n. 3, p.e92122, 2014. doi: 10.1371/journal.pone.0092122
5 - FAQUETI, L. G. et al. Antinociceptive and anti-inflammatory activities of standardized extract of polymethoxyflavones from Ageratum conyzoides. J Ethnopharmacol, v. 194, p.369-377, 2016. doi: 10.1016/j.jep.2016.09.025
6 - AGUNBIADE, O. S. et al. Hypoglycaemic activity of Commelina africana and Ageratum conyzoides in relation to their mineral composition. Afr Haealth Sci, v. 12, n. 2, p.198-203, 2012. doi: 10.4314/ahs.v12i2.19
7 - HOSSAIN, H. et al. Antinociceptive and antioxidant potential of the crude ethanol extract of the leaves of Ageratum conyzoides grown in Bangladesh. Pharm Biol, v. 51, n. 7, p.893-898, 2013. doi: 10.3109/13880209.2013.770535
8 - DE MELO, N. I. et al. Schistosomicidal activity of the essential oil of Ageratum conyzoides L. (Asteraceae) against adult Schistosoma mansoni worms. Molecules, v. 16, n. 1, p.762-773, 2011. doi: 10.3390/molecules16010762
9 - MIYAMOTO, K. et al. Traditional knowledge of medicinal plants on Gau Island, Fiji: differences between sixteen villages with unique characteristics of cultural value. J Ethnobiol Ethnomed, v. 17, n. 1, p.1-16, 2021. doi: 10.1186/s13002-021-00481-w

Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável[1].

Contraindicações: 

em crianças, gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol)[1,7].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

as flores contêm alcaloides pirrolizidínicos, e por isso, são potencialmente hepatotóxicas, contudo, estudos tem demonstrado que formulações farmacêuticas livres destes constituintes ou sem as flores (forma vegetativa) não apresentam toxicidade. Devido ao potencial tóxico desta espécie não se deve ultrapassar as doses recomendadas e a duração do tratamento não deve ser superior a 3 semanas. A planta fresca pode apresentar um odor desagradável e nauseante para algumas pessoas[1,2,3,4,5,6,7,8,9].

Interações medicamentosas: 

não há dados na literatura.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 29.
2 - MIYAMOTO, K. et al. Traditional knowledge of medicinal plants on Gau Island, Fiji: differences between sixteen villages with unique characteristics of cultural value. J Ethnobiol Ethnomed, v. 17, n. 1, p.1-16, 2021. doi: 10.1186/s13002-021-00481-w
3 - PALMER, P. A. et al. A comprehensive toxicological safety assessment of an extract of Ageratum conyzoidesRegul Toxicol Pharmacol, v. 103, p.140-149, 2019. doi: 10.1016/j.yrtph.2019.01.027
4 - SUBAH, S. et al. Prenatal developmental toxicity study of an alkaloid-free Ageratum conyzoides extract powder in rats by oral administration. Regul Toxicol Pharmacol, v. 117, p.1-7, 2020. doi: 10.1016/j.yrtph.2020.104748
5 - MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas medicinais usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2000, p. 257.
6 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 115.
7 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 21.
8 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 41.
9 - PALMER, P. A. et al. A comprehensive toxicological safety assessment of an extract of Ageratum conyzoidesRegul Toxicol Pharmacol, v. 103, p.140-149, 2019. doi: 10.1016/j.yrtph.2019.01.027

Propagação: 

por sementes (são fotoblásticas positivas), com temperatura ideal para germinação de 20 a 25°C, ou por estaquia. O plantio deve ser realizado em canteiros semi-sombreados, em solo úmido e rico em matéria orgânica [ 1 , 2 , 3 ] .

Colheita: 

deve ser realizada preferentemente antes da floração, pois contém menores teores de alcaloides pirrolizidínicos. As partes aéreas das plantas devem ser coletadas preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, enquanto que as partes subterrâneas devem ser colhidas na lua minguante, buscando uma maior concentração de princípios ativos [ 1 ] .

Problemas & Soluções: 

pode ser confundida com a espécie Praxelis clematidea, que também possui flores roxas, assim, a correta identificação por especialistas se faz necessária, e com o avanço científico, a identificação de marcadores moleculares também pode ser útil, como por exemplo, sequências de regiões do cloroplasto [ 4 ] .

Referências bibliográficas

1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 36.
2 - MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1994, p. 129.
3 - CHAHAL, R. et al. Ageratum conyzoides L. and its secondary metabolites in the management of different fungal pathogens. Molecules, v. 26, n. 10, p.1-28, 2021. doi: 10.3390/molecules26102933
4 - QIAO, Z. P. et al. The complete chloroplast genome of Ageratum conyzoides (Asteraceae). Mitochondrial DNA B Resour, v. 4, n. 2, p.3342-3343, 2019. doi: 10.1080/23802359.2019.1673241

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