Coffea arabica L.

Cafeeiro.

Família 
Informações gerais 

Originária do Iêmen na Península da Arábia, sendo cultivada em várias regiões tropicais do mundo, como México, Colômbia, Etiópia e Brasil onde o cultivo do café é uma atividade de grande importância para a economia do país. Suas principais indicações são: antioxidante, anti-inflamatória (boca e faringe), antidiarreica, diurética, febrífuga, tônica do sistema nervoso central (transtornos mentais), analgésica (enxaqueca), tônica (performance) depurativa, hipoglicemiante, hipolipemiante, broncodilatadora e hipotônica[1,2,3,4,5,6].

Referências informações gerais
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 457-458.
2 - WEDLER, E. Atlas de las plantas medicinales silvestres y cultivadas em la zona tropical. 2 ed. Colômbia: Todográficas Ltda, 2017, p. 171-172.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 83-84.
4 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 81.
5 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 202-205.
6 - KRAFT, K.; HOBBS, C. Pocket Guide to Herbal Medicine. New York: Thieme Stuttgart, 2004, p. 50-51.
Descrição da espécie 

Arvoreta ou arbusto grande, perene, ereto, com até 8 m de altura, muito ramificado, com copa densa e alongada, os ramos jovens são glabros e achatados, com muitos brotos nos entrenós; as folhas são simples, elípticas a oblongas, opostas, glabras, coriáceas, com superfície brilhante, de 8 a 20 cm de comprimento x 2,5 a 6 cm de largura; inflorescências densa, axilares, em cachos, com 10 a 20 flores em glomérulos, brancas e suavemente perfumadas; os frutos são do tipo baga, elipsoide, de 10 a 18 mm de comprimento x 12 a 15 mm de largura, de cor verde, depois amarelo escuro ou vermelho quando maduros; as sementes são em dupla, plano-convexas[1,2,3].

Referências descrição da espécie
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 457.
2 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 202.
3 - GERMOSÉN-ROBINEAU, L. (Ed.). Hacia una farmacopea caribeña. Tramil 7 edición. Santo Domingo, República Dominicana: Enda-Caribe, UAG & Universidad de Antioquia, 1995, p. 172.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Café Brasil Fruto

Para aumentar a força muscular.

Infusão: 1 a 2 colheres de sobremesa da droga vegetal em pó em 200 mL de água fervente (1 xícara). Deixar em repouso por 3 minutos e coar em filtro de papel.

Ingerir de 20 a 30 minutos antes da prática de exercícios físicos (de preferência com estomago vazio).

Usar com cautela na associação com broncodilatadores xantínicos (teofilina, aminofilina e acebrofilina), estimulantes do SNC, glicosídeos cardiotônicos e antiarrítmicos. Evitar o uso em excesso nos quadros de gastrite, úlcera péptica e duodenal, síndrome do cólon irritável, epilepsia, cardiopatia, nefropatia e hipertensão.

[ 1 ]
Café Ceará (Brasil) Semente

Antifebril.

Infusão.

Uso oral.

-

[ 2 ]
- Haiti Folha

Para “limpar o sangue”.

Decocção: cozinhar as folhas com sal.

-

-

[ 3 ]
Café Brasil Semente (crua)

Hipoglicemiante.

Infusão.

Tomar 1 xícara ou mais ao dia.

-

[ 3 ]
Café Brasil Semente (tostada)

Afecções oculares.

Infusão.

Diluir o preparado em partes iguais com água, lavar os olhos ou fazer compressas locais.

-

[ 3 ]
Café Etiopia, Quênia, África do Sul e Tanzânia Semente

Estimulante do sistema nervoso central.

-

-

-

[ 4 ]
- Haiti e República Dominicana Folha

Depurativa.

Decocção.

Uso oral. 

-

[ 5 ]
- República Dominicana Folha

No tratamento de parasitoses.

Decocção: em associação com outras plantas.

Uso oral.

-

[ 5 ]
- República Dominicana Semente

No tratamento da pneumonia.

Decocção: em associação com outras plantas.

Uso oral.

-

[ 5 ]
- República Dominicana Semente

No tratamento de vertigens e hepatite.

Decocção: material vegetal torrado.

Uso oral.

-

[ 5 ]
- Cuba Folha

Vermífuga.

-

-

-

[ 5 ]
- Venezuela Semente

Febrífuga.

-

-

-

[ 5 ]
- Trindade Semente

No tratamento da icterícia.

Torrada.

-

-

[ 5 ]
- Bacia do Caribe e América Latina Semente

Antirreumática.

-

-

-

[ 5 ]

Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 81.
2 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 87.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 457.
4 - VAN WYK, B. E. et al. A review of commercially important African medicinal plants. J Ethnopharmacol, v. 176, p.118-134, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2015.10.031
5 - GERMOSÉN-ROBINEAU, L. (Ed.). Hacia una farmacopea caribeña. Tramil 7 edición. Santo Domingo, República Dominicana: Enda-Caribe, UAG & Universidad de Antioquia, 1995, p. 172-173.

Anti-adipogênica e Lipolítica

Anti-adipogênica e Lipolítica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (verde, vermelho e amarelo)

Extrato: decocção do material vegetal (seco ou fresco) em água fervente. Doses para ensaio: 200, 400, 800 e 1000 µg/mL.

In vitro:

Em adipócitos 3T3-L1 tratados com extrato vegetal, e em pré-adipócitos submetidos ao ensaio MTT.

 

Observou-se que todos os frutos de C. arabica em estudo apresentaram atividades anti-adipogênica e lipolítica, principalmente o extrato do fruto vermelho e seco, sem alterar a viabilidade celular.

[ 2 ]

Anti-hiperlipidêmica

Anti-hiperlipidêmica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato aquoso: infusão de 100 g do material vegetal (seco) em água.

In vitro:

Em células de adenocarcinoma de colorretal humano (Caco-2) e em alças jejunais isoladas de ratos, tratadas com o extrato vegetal, submetidas a investigação quanto ao transporte de colesterol e análise de expressão proteica.

 

In vivo:

Em ratas portadoras de hipercolesterolemia induzida por dieta hipercalórica, tratadas com o extrato vegetal, com posterior avaliação do peso corporal e perfil lipídico.

Observou-se que C. arabica apresenta atividade anti-hiperlipidêmica, pois reduz o transporte e a absorção de colesterol.

[ 4 ]

Anti-inflamatória

Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 10 g do material vegetal (pó) em água, e metanol. Outras espécies em estudo: Oregano vulgare e Thymus vulgaris.

In vitro:

Em monócitos humanos (U937) contendo três sítios de ligação para NF-κB acoplados ao gene repórter Luciferase, incubados com extrato vegetal e LPS, com posterior adição de D-luciferina para e análise da luminescência.

Avaliar a ligação do DNA às proteínas da família NF-κB (p65 e ReIR).

 

Observou-se que a combinação de C. arabica e O. vulgare, apresentou efeito sinergético significativo, na inibição de NF-κB, dose-dependente.

[ 17 ]

Anti-inflamatória e Antioxidante

Anti-inflamatória e Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (verde)

Extrato: 18 g do material vegetal (torrado e moído) em água. Dose para ensaio: 300 mg/kg.

In vitro:

Em macrófagos de ratos RAW 264.7 para o ensaio de Luciferase.

 

In vivo:

Em camundongos C57BL pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior indução do sistema imune por LPS, e análise de parâmetros bioquímicos (ALT e GSH) e de expressão proteica.

Observou-se que C. arabica apresenta atividades antioxidante e anti-inflamatória, principalmente nas temperaturas e tempo de torrefação mais baixos (180-199°C, por 8 horas, e 180-204°C, por 9 horas).

[ 5 ]
Fruto

Extrato: 18 g do material vegetal (torrado e moído) em água. Dose para ensaio: 300 mg/kg.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante (radicais DPPH e ABTS).

Em hepatócitos de camundongos (AML-12) e em macrófagos de ratos (RAW 264.7) (tratados com LPS), submetidos a avaliação da atividade antioxidante (níveis de GSH e expressão gênica) e anti-inflamatória (expressão de citocinas pró-inflamatórias).

 

Observou-se que os extratos de C. arabica provenientes de torrefação leve (180-199°C, por 8 horas, e 180-204°C, por 9 horas), apresentaram concentrações maiores de ácido clorogênico, bem como ação antioxidante e anti-inflamatória mais potentes.

[ 7 ]
-

Extrato: contendo 48,3 ± 0,4 mg/g de ácido clorogênico. Doses para ensaio (in vitro): 1 a 1000 µL/mL, e (in vivo): 100 e 200 µL/mL.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante pelos ensaios: redução de potência, atividade quelante do íon ferroso, eliminação dos radicais hidroxila (OH-) e superóxido (O2) e capacidade de eliminação de peróxido de hidrogênio (H2O2).

Em fibroblastos humanos (Hs68) expostos à radiação ultravioleta (UV), incubados com o extrato vegetal, e posterior análise da atividade antioxidante (ROS, CAT, imunoensaio e imunofluorescência).

 

In vivo:

Em ratas BALB/cAnN.Cg-Foxn1nu/CrlNarl (ausência da pelagem) submetidas ao fotoenvelhecimento induzido por ultravioleta (UVB) e tratadas externamente com o extrato vegetal, com posterior análise imuno-histológica (MMP-1, IL-6 e NF-kB).

Observou-se que o extrato de C. arabica apresenta atividades antioxidante e anti-inflamatória, além de reduzir o fotoenvelhecimento.

[ 8 ]

Antifotoenvelhecimento

Antifotoenvelhecimento
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: material vegetal (seco) em metanol.

In vitro:

Determinar a produção de metaloproteinases (substrato) após emissão de fluorescência e a atividade da enzima elastase (pâncreas suíno).

Em eritrócitos de ratos SD submetidos ao ensaio de hemólise, e em fibroblastos humano (Hs68) submetidos a radiação UVB, com posterior análises de viabilidade celular, síntese de colágeno e expressão proteica (JNK, ERK e p38).

 

Observou-se que o extrato das folhas de C. arabica apresenta atividade antifotoenvelhecimento, pois estimula a produção de colágeno e inibe a expressão de enzimas envolvidas no envelhecimento celular.

[ 20 ]

Antioxidante

Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (levemente torrado)

Extrato aquoso: solução à 10% (p/v). Dose para ensaio: 7,5 mL/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com extrato vegetal e submetidos a análise de parâmetros bioquímicos (CAT, TBARS e CARB) e hematológicos (dosagem de GSH e H2O2).

Observou-se que o extrato de C. arabica apresenta atividade antioxidante endógena, devido ao aumento dos níveis e GSH.

[ 3 ]
Fruto

Extrato aquoso: 10% (p/v), material vegetal torrado à 215°C, em 4 diferentes valores de tempo.

In vitro:

Em células endoteliais EA.hy926 e mioblastos C2C12 incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de GSH, ROS, CARB e TBARS, e submetidas o ensaio XTT.

 

Observou-se que o C. arabica apresenta atividade antioxidante, contudo o aumento do tempo de torrefação compromete esta ação. Não houve citotoxicidade significativa.

[ 6 ]
Fruto

Extrato: infusão de 5, 10 e 20 g do material vegetal, orgânico e convencional (pó), em 100 mL de água. Dose para ensaio: 100 mL/kg. Pó, dose para ensaio: 40 g/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com extrato vegetal ou pó, orgânico ou convencional, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (hepático e sorológico), teste de campo aberto e carcinogênese do cólon (focos de criptas aberrantes).

O material orgânico apresentou maior concentração de ácido clorogênico e trigonelina, contudo, as infusões (orgânico e convencional) de C. arabica apresentaram atividade antioxidante, sem alterar significativamente o comportamento, porém não houve alteração quanto a indução e prevenção de lesões pré-neoplásicas.

[ 9 ]
Fruto

Extrato aquoso: pó, contendo 3% de cafeína. Dose para ensaio (in vitro): 50, 100 e 200 µg/mL, e (in vivo): 100 e 300 mg/kg.

In vitro:

Em macrófagos isolados de ratos SD pré-tratados com extrato vegetal, e incubados com LPS, para avaliar a produção de óxido nítrico (NO).

 

In vivo:

Em ratos portadores de fibrose hepática induzida por dimetilnitrosamina, tratados com o extrato vegetal, e posterior análise de parâmetros bioquímicos, histopatológicos, imuno-histoquímicos, peroxidação lipídica e expressão proteica.

Observou-se que C. arabica apresenta atividade antioxidante, com ação protetora da fibrose hepática, pela supressão das citocinas TGF-β e PDGF-β.

[ 10 ]

Extrato: 10 g do material vegetal, verde ou submetidos a torrefação (claro, médio e escuro) (pó) em 20 mL de água fervente e 20 mL de metanol. Concentração (estoque): 2 g/mL. Outra espécie em estudo: Coffea robusta.

In vitro:

Em células U937 3xκB-LUC contendo três sítios κB acoplados ao gene repórter Luciferase, incubadas com LPS, e em células HepG2 contendo duas sequências EpRE acopladas ao gene repórter Luciferase, ambas as linhagens celulares foram incubadas com o extrato vegetal.

 

In vivo:

Em ratos transgênicos com sítios de ligação NF-κB controlando o gene repórter Luciferase, tratados com LPS, e em camundongos transgênicos EpRE, ambos tratados com dose única do extrato vegetal.

Observou-se que C. arabica apresenta atividades anti-inflamatória (inibe NF-κB) e antioxidante (induz Nrf2/EpRE), principalmente após o processo de torrefação.

[ 11 ]
Fruto

Extrato aquoso: decocção de 6 g do material vegetal, verde ou submetidos a torrefação (claro, médio e escuro) (pó) em 100 mL de água. Outra espécie em estudo: Coffea robusta.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante pelo sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoleico.

Em microssomas hepáticos de ratos Wistar submetidos ao ensaio de peroxidação lipídica (TBA).

 

Observou-se que os extratos a partir do fruto verde, apresentaram atividade antioxidante potente, enquanto que os extratos a partir do fruto torrado apresentaram maior ação protetora da peroxidação lipídica, e a espécie C. robusta, apresentou maior ação redutora.

[ 13 ]
Fruto

Extrato hidroalcoólico: 300 g do resíduo do fruto verde em 1500 mL de etanol à 70%, e 250 g do fruto verde em 1250 mL de etanol à 70%.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através do radical DPPH, ABTS e AAPH/piranina.

Em queratócitos humanos (HaCat), fibroblastos humanos (HDFa) e em hepatoma humano (HepG2) tratadas com o extrato do resíduo do fruto verde, e submetidas ao ensaio MTT.

 

Observou-se que ambos os extratos de C. arabica apresentaram atividade antioxidante, sendo relatado também ausência de citotoxicidade para o extrato do resíduo do fruto verde.

[ 15 ]
Fruto

Extrato aquoso: material vegetal submetido ao processo de torrefação (210 e 240°C/15 minutos), ou não, com posterior adição de água quente. Concentração para ensaio: 0,02 a 2,5 mg/mL.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através da capacidade de absorção de radicais de oxigênio (ORAC).

Em células de adenocarcinoma de colorretal humano (Caco-2) tratadas com extrato vegetal, e submetidas aos ensaios MTT, de oxidação intracelular e de expressão proteica (GPX2, SRXN1, TXNRD1, PRDX1, PDRX4 e PDRX6).

 

Observou-se que o extrato dos frutos de C. arabica submetidos ao processo de torrefação apresentaram atividade antioxidante mais potente.

[ 19 ]

Antioxidante e Neuroprotetora

Antioxidante e Neuroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato aquoso: material vegetal verde ou submetido a torrefação. Concentrações para ensaio: 0, 0,5, 5 e 50 ng/mL.

In vitro:

Em culturas de células neuronais primárias de ratos C57/BL6 tratadas com o extrato vegetal e incubadas com peróxido de hidrogênio (H2O2), submetidas aos ensaios MTT, imuno-histoquímico e de expressão proteica (ERK1/2 e JNK).

 

Observou-se que C. arabica apresenta atividade antioxidante e neuroprotetora, principalmente para o extrato a partir dos frutos torrados.

[ 12 ]

Antitumoral

Antitumoral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato aquoso: material vegetal verde e torrado. Concentrações para ensaio: 0, 125, 250 e 500 µg/mL.

In vitro:

Em células de câncer de mama (MCF-7) submetidas ao ensaio de incorporação vermelho neutro, e em linfócitos periféricos humanos normais (HPBL) submetidas ao ensaio do Cometa.

 

Observou-se que C. arabica apresenta citotoxicidade para a linhagem cancerígena, com ausência de toxicidade, em baixas concentrações, para células normais.

[ 14 ]

Equilíbrio de componentes dermatológicos

Equilíbrio de componentes dermatológicos
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (verde)

Óleo. Concentrações para ensaio: 3,12, 6,25, 12,5, 25,0 e 50,0 mg/mL.

In vitro:

Em fibroblastos e queratinócitos humanos normais incubados com o óleo vegetal, com posterior quantificação de fatores de crescimento (TGF-β1 e GM-CSF) e componentes da matriz extracelular dérmica (colágeno, elastina e glicosaminoglicanos), e análise de expressão proteica (AQP-3), e em pele humana proveniente de cirurgia plástica facial (biópsia) incubada com o óleo vegetal e peróxido de hidrogênio, com posterior análise imuno-histoquímica.

 

Observou-se que o óleo do fruto verde de C. arabica estabelece o equilíbrio dermatológico, pois estimula a liberação dos fatores de crescimento, a síntese dos fatores da matriz extracelular dérmica e a expressão de aquaporina-3, principalmente na concentração de 25,0 mg/mL.

[ 21 ]

Estrogênica

Estrogênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 8 g do material vegetal (pó) em 140 mL de água à 95°C. Concentração final: 8,4 mg/mL.

In vitro:

Em células de adenocarcinoma de colorretal humano, submetidas a análise de expressão do gene SUL1IE1 (enzima sulfotransferase de estrogênio).

 

Observou-se que C. arabica apresenta atividade estrogênica no cólon, pois reduz atividade da enzima sulfotransferase.

[ 18 ]

Hormonal

Hormonal
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 10 g do material vegetal (torrado, em pó) em 30 mL de água à 100°C.

In vitro:

Em células embrionárias renais de humanos (HEK-293) contendo o gene 11β-HSD1, incubadas com o extrato vegetal, cortisona e cortisol, com posterior análise da atividade enzimática e da translocação do receptor de glicocorticoide.

 

Observou-se que C. arabica inibe a reativação do glicocorticoide dependente de 11β-HSD1, podendo influenciar na ação antidiabética.

[ 22 ]

Neutralizadora da degradação do triptofano

Neutralizadora da degradação do triptofano
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 20 mg do material vegetal em água (quente e fria).

In vitro:

Em células mononucleares de sangue periférico humano pré-incubados com o extrato vegetal, e posteriormente com mitógeno fito-hemaglutinina, para avaliar o metabolismo de triptofano mediado por IFN-γ, bem como seus metabólitos (quinurenina e neopterina).

Quantificar a atividade antioxidante através da capacidade de absorção de radicais oxigenados (ORAC).

 

Observou-se que o extrato de C. arabica neutraliza a degradação do triptofano, aumentando sua disponibilidade, para a biossíntese de serotonina, neurotransmissor responsável por diversas funções, dentre elas o humor.

[ 16 ]

Sistema metabólico

Sistema metabólico
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (verde e maduro)

Pó. Doses para ensaio: 5,76, 11,42 e 17,18 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com café verde ou maduro, submetidos a prática de exercícios físicos, e posterior análise de parâmetros bioquímicos, antropométricos e enzimas musculares.

Observou-se que o fruto de C. arabica (verde e maduro) reduz a gordura visceral e protege o tecido muscular contra lesões após a pratica de atividade física, contudo não houve alterações do peso corporal, nos níveis glicêmicos e lipidêmicos.

[ 1 ]
Ensaios toxicológicos

Inflamatória

Inflamatória
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 3,75 g do material vegetal (pó) em 48 mL de água à 85°C, filtrar, ajustar pH = 7,4 e completar o volume para 50 mL.

In vitro:

Em macrófagos de ratos (NR8383), células de adenocarcinoma de colorretal humano (Caco-2), células endoteliais microvasculares intestinais de humanos incubadas com extrato vegetal, produtos de torrefação ou TNF-α, com posterior determinação de H2O2 extracelular pelo ensaio de oxidação do íon ferroso/laranja de xilenol (FOX), viabilidade celular e análise de citocinas (IL-1α, IL-1β, IL-6, IL-10 e TNF-α).

Em tecido intestinal humano, incubados com o extrato vegetal ou produtos de torrefação, com posterior análise de proteínas nucleares e viabilidade celular.

 

Observou-se que o processo de torrefação favorece a formação de H2O2 extracelular, ativando, consequentemente, a translocação de NF-κB.

[ 23 ]

Referências bibliográficas

1 - BOSSO, H. et al. Effects of green and ripe coffee in the metabolic profile and muscle enzymes in animalspracticing physical exercise. J Med Food, v. 22, n. 4, p.416-420, 2019. doi: 10.1089/jmf.2018.0162
2 - DUANGJAI, A. et al. Potential of coffee fruit extract and quinic acid on adipogenesis and lipolysis in 3t3-l1 adipocytes. Kob J Med Sci, v. 64, n. 3, p.E84-E92, 2018. 
3 - HAIDARI, F. et al. Energy restriction combined with green coffee bean extract affects serum adipocytokines and the body composition in obese women. Asia Pac J Clin Nutr, v. 26, n. 6, p.1048-1054, 2017. doi: 10.6133/apjcn.022017.03
4 - ONTAWONG, A. et al. Lipid-lowering effects of Coffea arabica pulp aqueous extract in Caco-2 cells and hypercholesterolemic rats. Phytomed, v. 52, p.187-197, 2019. doi: 10.1016/j.phymed.2018.06.021 
5 - CHOI, S. et al. Effects of coffee extracts with different roasting degrees on antioxidant and anti-inflammatory systems in mice. Nutrients, v. 10, n. 3, p.1-13, 2018. doi: 10.3390/nu10030363
6 - PRIFTIS, A. et al. Roasted and green coffee extracts show antioxidant and cytotoxic activity in myoblast and endothelial cell lines in a cell specific manner. Food Chem Toxicol, v. 114, p.119-127, 2018. doi: 10.1016/j.fct.2018.02.029 
7 - JUNG, S. et al. Cellular antioxidant and anti-inflammatory effects of coffee extracts with different roasting levels. J Med Food, v. 20, n. 6, p.626-635, 2017. doi: 10.1089/jmf.2017.3935 
8 - WU, P. Y. et al. Alleviation of ultraviolet b-induced photodamage by Coffea arabica extract in human skin fibroblasts and hairless mouse skin. Int J Mol Sci, v. 18, n. 4, p.1-19, 2017. doi: 10.3390/ijms18040782
9 - CARVALHO, D. C. et al. Organic and conventional Coffea arabica L.: a comparative study of the chemical composition and physiological, biochemical and toxicological effects in Wistar rats. Plant Foods Hum Nutr, v. 66, n. 2, p.114-121, 2011. doi: 10.1007/s11130-011-0221-9 
10 - SHIN, J. W. et al. Experimental evidence for the protective effects of coffee against liver fibrosis in SD rats. J Sci Food Agric, v. 90, n. 3, p.450-455, 2010. doi: 10.1002/jsfa.3838 
11 - PAUR, I. et al. Degree of roasting is the main determinant of the effects of coffee on NF-kappaB and EpRE. Free Radic Biol Med, v. 48, n. 9, p.1218-1227, 2010. doi: 10.1016/j.freeradbiomed.2010.02.005
12 - CHU, Y. F. et al. Roasted coffees high in lipophilic antioxidants and chlorogenic acid lactones are more neuroprotective than green coffees. J Agric Food Chem, v. 57, n. 20, p.9801-9808, 2009. doi: 10.1021/jf902095z 
13 - DAGLIA, M. et al. In vitro antioxidant and ex vivo protective activities of green and roasted coffee. J Agric Food Chem, v. 48, n. 5, p.1449-1454, 2000. doi: 10.1021/jf990510g
14 - EL-NABI, S. H. et al. HPLC analysis of phenolic acids, antioxidant activity and in vitro effectiveness of green and roasted Coffea arabica bean extracts: a comparative Study. Anticanc Ag Med Chem, v. 18, n. 9, p.1281-1288, 2018. doi: 10.2174/1871520618666180124121927
15 - CASTRO, A. C. C. M. et al. Green coffee seed residue: A sustainable source of antioxidant compounds. Food Chem, v. 246, p.48-57, 2018. doi: 10.1016/j.foodchem.2017.10.153
16 - GOSTNER, J. M. et al. Coffee extracts suppress tryptophan breakdown in mitogen-stimulated peripheral blood mononuclear cells. J Am Coll Nutr, v. 34, n. 3, p.212-223, 2015. doi: 10.1080/07315724.2014.907756
17 - KOLBERG, M. et al. Plant extracts of spices and coffee synergistically dampen nuclear factor-κB in U937 cells. Nutr Res, v. 33, n. 10, p.817-830, 2013. doi: 10.1016/j.nutres.2013.07.008
18 - ISSHIKI, M. et al. Coffee reduces SULT1E1 expression in human colon carcinoma Caco-2 cells. Biol Pharm Bull, v. 36, n. 2, p.299-304, 2013. doi: 10.1248/bpb.b12-00902
19 - YAZHENG, L.; KITTS, D. D. Activation of antioxidant response element (ARE)-dependent genes by roasted coffee extracts. Food Funct, v. 3, n. 9, p.950-954, 2012. doi: 10.1039/c2fo30021d
20 - CHIANG, H. M. et al. Coffea arabica extract and its constituents prevent photoaging by suppressing MMPs expression and MAP kinase pathway. Food Chem Toxicol, v. 49, n. 1, p.309-318, 2011. doi: 10.1016/j.fct.2010.10.034
21 - VELAZQUEZ, P. M. C. et al. Effect of green Coffea arabica L. seed oil on extracellular matrix components and water-channel expression in in vitro and ex vivo human skin models. J Cosmet Dematol, v. 8, n. 1, p.56-62, 2009. doi: 10.1111/j.1473-2165.2009.00425.x
22 - ATANSOV, A. G. et al. Coffee inhibits the reactivation of glucocorticoids by 11beta-hydroxysteroid dehydrogenase type 1: a glucocorticoid connection in the anti-diabetic action of coffee? FEBS Lett, v. 580, n. 17, p.4081-4085, 2006. doi: 10.1016/j.febslet.2006.06.046
23 - SAUER, T. et al. Nuclear translocation of NF-κB in intact human gut tissue upon stimulation with coffee and roasting products. Food Funct, v. 2, n. 9, p.529-540, 2011. doi: 10.1039/c1fo10055f

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Alcoolatura

Componente

Quantidade*

Etanol/água 80%

1000 mL

Flor fresca

200 g

                                                                          * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Alcoolatura: pesar 200 g de flor fresca e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Sintomas de inquietação ou agitação em pessoas com transtornos mentais.

Posologia

Uso oral: usar na forma diluída (DH1 a DH5), 5 gotas, 1 a 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 89-90.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 ]
Marcador:
cafeína
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

cafeico e clorogênico.

Alcaloides

trigonelina.

Aminoácidos

Diterpenos

caffruenol A e B, caffruolide A e B, caffarolides A-H e cafestol.

Metilxantinas

cafeína, teofilina e teobromina.

Óleos essenciais

ácidos palmítico, esteárico, oleico, linoleico, linolênico, araquídico e beénico.

Outras substâncias

ácido ferúlico, kahweol, 3,4,5-ácido cafeoilquínico, pirocatecol e poliaminas.

Polissacarídeos

hemicelulose, glalactomananas e lipídeos insaponificáveis.

Proteínas

Sais minerais

potássio, sódio, cálcio e magnésio.

Taninos

Vitaminas

niacina e tocoferol.

Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 81.
2 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 457-458.
3 - WANG, X. et al. Ent-kaurane diterpenoids from the cherries of Coffea arabica. Fitoterapia, v. 132, p.7-11, 2019. doi: 10.1016/j.fitote.2018.08.023
4 - WANG, X. et al. Identification of new diterpene esters from green Arabica coffee beans, and their platelet aggregation accelerating activities. Food Chem, v. 263, p.251-257, 2018. doi: 10.1016/j.foodchem.2018.04.081 
5 - ISLAM, M. T. et al. An insight into the therapeutic potential of major coffee components. Curr Drug Metab, v. 19, n. 6, p.544-556, 2018. doi: 10.2174/1389200219666180302154551
6 - CHO, Y. H. et al. Potential effect of compounds isolated from Coffea arabica against UV-B induced skin damage by protecting fibroblast cells. J Photochem Photobiol, v. 174, p.323-332, 2017. doi: 10.1016/j.jphotobiol.2017.08.015

Tipo: Internacional
Tipo de Monografia: Medicamentos e Produtos de Saúde do Canadá
Ano de Publicação: 2018
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2010
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Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável[1].

Contraindicações: 

recomenda-se cautela em pacientes com problemas cardiovasculares, doenças renais, hipertireoidismo, maior disposição para convulsões e distúrbios psíquicos (pânico). Evitar o uso na gravidez, a ingestão de cafeína nestes casos não deve exceder a dosagem de 300 mg/dia (3 xícaras de café divididas ao longo do dia). A ingestão de cafeína deve ser evitada durante a lactação, pois pode prejudicar o sono do lactente[3].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

doses elevadas de cafeína podem ser mutagênicas, teratogênicas e carcinogênicas. Sintomas de ansiedade, tensão e disforia foram relatados após o consumo de 400 mg de cafeína (ou mais). Pode provocar hiperacidez e irritação estomacal, diarreia e redução do apetite, devido a presença do ácido clorogênico. O uso prologado de dosagens superiores a 1,5 g/dia de cafeína pode provocar inquietação, irritabilidade, insônia, taquicardia, espasmos arrítmicos de diferentes músculos, tontura, vômito, diarreia, perda de apetite e dor de cabeça. Quadros de dependência (cafeinismo) pode ocorrer, provocando problemas psíquicos e físicos, e os sintomas de abstinência são dor de cabeça e distúrbios do sono[2,3,4,5].

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 90.
2 - GERMOSÉN-ROBINEAU, L. (Ed.). Hacia una farmacopea caribeña. Tramil 7 edición. Santo Domingo, República Dominicana: Enda-Caribe, UAG & Universidad de Antioquia, 1995, p. 175.
3 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 203-204.
4 - KRAFT, K.; HOBBS, C. Pocket Guide to Herbal Medicine. New York: Thieme Stuttgart, 2004, p. 51.
5 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 458.

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