Crataegus rhipidophylla Gand.

Crataegus e cratego.

Sinonímia 
Crataegus oxyacantha L.
Família 
Informações gerais 

Nativa da Europa, ocorrendo também na América do Norte e Ásia Ocidental. No Brasil é quase que totalmente importada da Europa. Suas principais indicações são: cardiotônica, vasodilatadora coronariana, antiarrítmica, anti-hipertensiva, hipocolesterolemiante, hipoglicemiante e sedativa leve[1,2,3].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 264-270.
2 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 123.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 92-94. 
Descrição da espécie 

Árvore caducifólia, espinhosa, de 7 m de altura; as folhas são lobuladas; flores dispostas em corimbos ramosos, com corola de 5 pétalas sub-orbiculares côncavas, brancas ou levemente róseas, androceu de 15 a 20 estames inseridos sobre o bordo de um receptáculo urceolado, e muito aromáticas (não agradável quando dessecada); frutos em drupas vermelhas e brilhantes, contendo de 1 a 3 sementes[1,2].

Referências descrição da espécie
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 265.
2 - RIGELSY, J. M; SWEET, B. V. Hawthorn: pharmacology and therapeutic uses. Am J Health Syst Pharm, v. 59, n. 5, p.417-422, 2002. doi: 10.1093/ajhp/59.5.417
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Crataego Brasil Sumidade florida e fruto

Sedativo leve.

Infusão: 1 a 2 colheres (sobremesa) da droga vegetal rasurada em 1 xícara de água fervente. Tampar, deixar em repouso por 20 minutos e coar. 

Tomar a infusão ao deitar. 

Pode provocar distúrbios gastrointestinais, palpitações, cefaleia e vertigens. Usar com cautela em associação com hipotensores e depressores do sistema nervoso central. Evitar o uso em gestantes e lactantes.

[ 1 ]
Haw, hedgethorn, flor de maio e espinho branco Croácia (Europa) Folha e flor

Antiespasmódica, hipotensiva, cardiotônica, diurética e sedativa.

-

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[ 2 ]

Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 123.
2 - BELSCAK-CVITANOVIC, A. et al. Phytochemical attributes of four conventionally extracted medicinal plants and cytotoxic evaluation of their extracts on human laryngeal carcinoma (HEp2) cells. J Med Food, v. 17, n. 2, p.206-217, 2014. doi: 10.1089/jmf.2013.0071

Anti-inflamatória e Antioxidante

Anti-inflamatória e Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Exrato hidroalcoólico: associação das espécies Crataegus oxyacantha e C. monogyna (1:1) em etanol à 70%. Rendimento: 10,5%. Dose para ensaio: 50, 100 e 200 mg/kg.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através do radical DPPH.

Em cepas de Staphylococcus aureus, Streptococcus epidermidis, Micrococcus flavus, M. luteus, Bacillus subilis, Lysteria monocytogenes, Enterococcus faecalis, Sarcina lutea, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, P. talaasii, Salmonella typhimurium, S. enteritidis, Proteus mirabilis, Saccharomyces cerevisiae e Candida albicans, submetidos ao teste de disco-difusão em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM).

 

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos aos ensaios de edema de pata e úlcera gástrica induzidos por carragenina e etanol, respectivamente, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do peso das patas e das lesões gástricas.

Observou-se que o extrato de C. oxyacantha e C. monogyna apresenta atividades antioxidante, anti-inflamatória, gastroprotetora, dose-dependente, e bactericida moderada, contudo não houve ação antifúngica.

[ 11 ]

Antiarrítmica

Antiarrítmica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: 100 mg do material vegetal (seco) em etanol absoluto (1:10). Concentração: 5 mg/mL. Dose para ensaio: 4 mg/kg.

In vivo:

Em ratos portadores de arritmia induzida por digoxina, tratados com o extrato vegetal, e submetidos ao monitoramento eletrocardiográfico e da pressão arterial.

Observou-se que o extrato de C. oxyacantha apresenta atividade antiarrítmica, e efeito hipotensivo.

[ 8 ]

Antibacteriana

Antibacteriana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha e fruto

Extrato (solventes com diferentes polaridades): clorofórmio, acetato de etila e butanol.

In vitro:

Em cepas de Staphylococcus aureus (gram-positiva) e Escherichia coli (gram-negativa).

 

Observou-se que o extrato butanólico dos frutos de C. oxyacantha apresentou atividade antibacteriana significativa, somente para cepas gram-positivas.

[ 16 ]

Antioxidante

Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato: infusão, maceração ou decocção de 2 g do material vegetal (seco) em 200 mL de água. Outras espécies em estudo: Achillea millefolium, Glechoma hederacea e Olea europaea.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através do ensaio FRAP e radical ABTS, e quantificar o perfil de polifenóis, polissacarídeos e minerais.

Em células de carcinoma laríngeo humano (HEp2) incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade e formação de espécies reativas de oxigênio (EROs).

 

A espécie C. oxyacantha apresentou maior concentração de compostos polifenólicos, e consequentemente, atividade antioxidante mais potente, além de reduzir a viabilidade celular e EROs, dose-dependente.

[ 2 ]
-

Extrato aquoso. Dose para ensaio: 1 mL/100 g.

In vivo:

Em ratos Wistar pré-tratados com o extrato vegetal, submetidos a intoxicação aguda com deltametrina e clorpirifós, com posterior análise da atividade da acetilcolinesterase (AChE), peroxidação lipídica (TBARS e MDA) e enzimas antioxidantes (SOD, CAT, GPx e GSH) em homogenato hepático, testes comportamentais (campo aberto e labirinto em cruz elevado), quantificação da fragmentação do DNA e histopatologia cerebral.

Observou-se que o extrato de C. oxyacantha apresenta atividade antioxidante, reduzindo os danos oxidativos cerebrais induzidos.

[ 15 ]

Antioxidante e Hipoglicemiante

Antioxidante e Hipoglicemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato. Dose para ensaio: 0,5 mL/100 g. Associação com: Mangifera indica (casca do caule).

In vivo:

Em ratos albinos portadores de aterosclerose induzida por dieta hipercalórica, e tratados com a associação dos extratos vegetais, com posterior análise plasmática e cardíaca, do perfil lipídico e lipoproteínas, atividade antioxidante (SOD, CAT, GSx, GSH e GST), e dos ácidos biliares e esterol neutro fecais.

A associação dos extratos de C. oxyacantha e M. indica demonstra sinergismo nas atividades hipolipidêmica e antioxidante, reduzido os níveis de LDL e VLDL plasmáticos e na aorta, além aumentar a concentração de ácidos biliares e esterol neutro fecais.

[ 10 ]

Cardioprotetora

Cardioprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto (polpa)

Extrato aquoso. Dose para ensaio: 100 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina, submetidos a atividade física ou não, e posteriormente à isquemia-perfusão, para avaliar as lesões no miocárdio e os níveis de LDH, CK-MB, GPx, GSH, CAT, MDA e MPO.

Observou-se que o extrato de C. oxyacantha reduz as lesões do miocárdio após isquemia-perfusão, podendo estar associado a redução do estresse oxidativo.

[ 6 ]
Folha

Extrato: 1 kg do material vegetal (pó) em 6 L de metanol. Concentração: 200 mg/mL. Dose para ensaio: 100 mg/kg. Associação com: Rosmarinus officinalis (25 mg/kg para cada espécie).

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos ao infarto do miocárdio induzido, tratados com os extratos vegetais (em associação ou não), com posterior análise estrutural do coração por microscopia eletrônica, capacidade antioxidante total, marcadores do estresse oxidativo (MDA e 8-hidroxi-2’-deoxiguanosina), agentes vasoconstritores e vasorelaxantes (AngII, endotelina-1, Ang1-7 e bradicinina) e expressão proteica (SOD-Cu2+/Zn2+, SOD-Mn2+, Catalase, NOX4, p22phox e eNOS).

Observou-se que a associação de C. oxyacantha e R. officinalis reduz as lesões morfológicas e funcionais do miocárdio, melhorando o equilíbrio entre os agentes vasodilatores/vasoconstritores, além de reduzir o estresse oxidativo.

[ 7 ]
Fruto

Extrato hidroalcoólico: 100 g do material vegetal em água/etanol (50% v/v). Rendimento: 5 g. Dose para ensaio: 0,5 mL/100 g peso corporal.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de infarto do miocárdio induzido por isoproterenol, com posterior análise dos níveis plasmáticos de lactato desidrogenase (LDH), creatina quinase (CK) e óxido nítrico (NO), e no tecido cardíaco a atividade antioxidante (SOD e CAT), peroxidação lipídica (MDA e citocromo c) e expressão proteica (iNOS, β-actina, COX-2 e GAPDH).

O pré-tratamento com extrato de C. oxyacantha demonstrou efeito cardioprotetor, anti-inflamatório e antiapoptótico.

[ 9 ]
-

Extrato: padronizado com 2,2% de flavonoides. Dose para ensaio: 0,5 g/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com o extrato vegetal, submetidos a excisão cardíaca, ao método Langendorff, monitoramento por ecocardiograma e oclusão da artéria descendente anterior esquerda (isquemia-reperfusão).

Neste estudo o extrato de C. oxyacantha não apresentou atividade cardioprotetora, pois foi indutor de eventos arrítmicos e isquêmicos.

[ 12 ]
Folha e flor

Extrato: padronizado com 2,2% de flavonoides. Dose para ensaio: 2%, adicionado na dieta/3 meses.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com o extrato vegetal, submetidos a excisão cardíaca, ao método Langendorff, perfusão de íon K+, monitoramento por ecocardiograma e isquemia-reperfusão.

Observou-se o extrato de C. oxyacantha apresenta atividade cardioprotetora, pois reduz os episódios de taquicardia e fibrilação ventriculares.

[ 13 ]

Hepatoprotetora

Hepatoprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Casca

Extrato. Concentrações para ensaio: 1,1, 5,5 e 11 µg/mL.

In vitro:

Em hepatócitos normais humano (THLE-2) e células de carcinoma hepático humano (HepG2) tratadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (MTT) e métodos moleculares para investigar a ativação da via Nrf2 (extração do material genético,  e expressão proteica: GSTA, GSTP, GSTM, GSTT, NQO1, HO-1, Keap1, p53, JNK e ERK).

 

O extrato de C. oxyacantha apresenta atividade hepatoprotetora, principalmente nas células THLE-2, induzindo a expressão de enzimas envolvidas no processo antioxidante, como glutationa, quinona oxidoredutase-1 e heme oxigenasse-1.

[ 3 ]

Hepatoprotetora e Antioxidante

Hepatoprotetora e Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato etanólico. Doses para ensaio: 10, 20 e 40 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de doença hepática não alcoólica induzida por alimentação rica em gordura e carboidrato, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (AST, ALP, LDH, GGT e bilirrubina), marcadores de estresse oxidativo (FRAP, GSH e MDA) e histopatológicos.

Observou-se que o extrato de C. oxyacantha apresenta atividade hepatoprotetora e antioxidante, reduzido os níveis e a peroxidação de lipídeos, principalmente na dose de 20 mg/kg.

[ 1 ]

Hipocolesterolemiante

Hipocolesterolemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Tintura. Dose para ensaio: 0,5 mL/100 g.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a dieta hipercalórica, e tratados com a tintura vegetal, com posterior análise dos níveis plasmáticos e hepáticos de colesterol e lipoproteínas, de ácido biliar fecal e, e investigação da ligação de LDL (isolados de humanos, e marcado com NA125I) aos receptores hepáticos de ratos.

A tintura de C. oxyacantha apresenta atividade hipocolesterolemiante, pois regula positivamente os receptores hepáticos de LDL, além de aumentar a excreção de ácidos biliares.

[ 14 ]

Hipoglicemiante

Hipoglicemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: decocção de 10 g do material vegetal (pó) em 100 mL de água. Rendimento: 11%. Doses para ensaio: 150 e 300 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de glicose.

O extrato aquoso das folhas de C. oxyacantha apresenta atividade hipoglicemiante, sem alterar os níveis glicêmicos em ratos normais.

[ 17 ]

Imunomoduladora e Neuroprotetora

Imunomoduladora e Neuroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato (Nature’s Way Products Inc): comprimido de 80 mg, dissolvido em etanol. Concentração: 100 mg/mL. Dose para ensaio: 100 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Sprague-Dawley pré-tratados com o extrato vegetal por 15 dias, e submetidos oclusão da artéria cerebral média (isquemia-reperfusão), com posterior análise da atividade de MDA, dos níveis de citocinas (IL-1β, TNF-α, IL-6, IL-10, ICAM-1, rpL32, pSTAT-3, Foxp3 e Bcl-xL) e apoptose, em células do tecido cerebral.

O pré-tratamento com o extrato de C. oxyacantha apresenta atividades imunomoduladora e neuroprotetora, pois reduz os níveis de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-6, IL-1β e ICAM-1), devido ao aumento de IL-10 e Foxp3, além de minimizar a morte celular (STAT-3 e Bcl-xL).

[ 4 ]

Inibidora da enzima conversora de angiotensina

Inibidora da enzima conversora de angiotensina
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha e flor

Extrato metanólico. Concentração final: 0,33 mg/mL. Outras espécies em estudo: Musanga cecropioides e Cecropia spp.

In vitro:

Bioensaio da inibição da enzima conversora de angiotensina (ECA) por clivagem do substrato dansiltriglicina (marcado com fluoróforo) em dansilglicina e diglicina.

 

Observou-se que o extrato metanólico de C. oxyacantha apresenta ação inibitória de ECA moderada, contendo 11% de procianidina, enquanto que a ação inibitória potente, foi para a espécie M. cecropioides, com 13% de procianidinas.

[ 5 ]
Ensaios toxicológicos

Genotoxicidade

Genotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato. Doses para ensaio: 50, 100 e 200 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal, com posterior realização dos ensaios do Cometa em células de sangue periférico e da medula óssea, e do micronúcleo em eritrócitos policromáticos (EP) e células da medula óssea.

Observou-se que o extrato do fruto de C. oxyacantha não apresenta genotoxicidade significativa, contudo, induz efeitos clastogênico e aneugênico, dose não dependente.

[ 19 ]

Mutagenicidade e Genotoxicidade

Mutagenicidade e Genotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Fruto

Extrato: maceração do material vegetal (pó) em metanol à 70% (v/v). Concentrações para ensaio: 2,5 a 5000 µg/mL.

In vitro:

Em células mononucleares e leucócitos de sangue periférico humano (PBMC e PBL), e em células de carcinoma hepático humano (HepG2) incubadas com o extrato vegetal, e submetidas aos ensaios de viabilidade celular, MTT, Cometa e micronúcleo.

Em cepas de Salmonella typhimurium para o teste de Ames.

 

Observou-se que o extrato de C. oxyacantha apresenta ação genotóxica, clastrogênica/aneugênica em células humanas (PBL e HepG2), e mutagênica em bactéria.

[ 18 ]

Segurança e Toxicidade

Segurança e Toxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato seco: contendo 0,8 kg de Crataegus oxyacantha (26,7%), 1,0 kg de Passiflora incarnata (33,3%) e 1,2 kg de Valeriana officinalis (40%). Doses para ensaio: 43 a 5000 mg/kg; e 640 a 8000 mg/kg.

In vitro:

Em linhagem de Salmonella typhimurium para o Teste de Ames, e em células da medula óssea de camundongos para o teste do micronúcleo.

 

In vivo:

Em ratos Wistar, camundongos Swiss e cães da raça Beagle, submetidos a toxicidade crônica, com posterior análise da coordenação e atividade motora, consumo de alimentos e água, peso corporal, parâmetros bioquímicos, histopatológicos e anatopatológico, ciclo estral, efeitos na fertilidade, estudo teratogênico, e determinação da dose letal mediana (DL50).

O extrato vegetal contendo a associação das espécies C. oxyacantha, P. incarnata e V. officinalis, apresentou DL50 = 4570 mg/kg (via intraperitoneal), sendo considerada segura, pois não houve toxicidade significativa em nenhum dos testes realizados.

[ 20 ]

Toxicidade aguda

Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: decocção de 10 g do material vegetal (pó) em 100 mL de água. Rendimento: 11%. Doses para ensaio: 5 a 20 g/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos ao teste de toxicidade aguda.

O extrato aquoso das folhas de C. oxyacantha apresenta efeitos adversos insignificantes, podendo ser considerado seguro.

[ 17 ]

Referências bibliográficas

1 - SAEEDI, G. et al. Ethanol extract of Crataegus oxyacantha L. ameliorate dietary non-alcoholic fatty liver disease in rat. Drug Res (Stuttg), v. 68, n. 10, p.553-559, 2018. doi: 10.1055/a-0579-7532
2 - BELSCAK-CVITANOVIC, A. et al. Phytochemical attributes of four conventionally extracted medicinal plants and cytotoxic evaluation of their extracts on human laryngeal carcinoma (HEp2) cells. J Med Food, v. 17, n. 2, p.206-217, 2014. doi: 10.1089/jmf.2013.0071
3 - KRAJKA-KUZNIAK, V. et al. Hawthorn (Crataegus oxyacantha L.) bark extract regulates antioxidant response element (ARE)-mediated enzyme expression via Nrf2 pathway activation in normal hepatocyte cell line. Phytother Res, v. 28, n. 4, p.593-602, 2014. doi: 10.1002/ptr.5035
4 - ELANGO, C.; DEVARAJ, S. N. Immunomodulatory effect of Hawthorn extract in an experimental stroke model. J Neuroinflammation, v. 7, p.1-13, 2010. doi: 10.1186/1742-2094-7-97
5 - LACAILLE-DUBOIS, M. A. et al. Search for potential angiotensin converting enzyme (ACE)-inhibitors from plants. Phytomedicine, v. 8, n. 1, p.47-52, 2001.
6 - MECHERI, A. et al. Hepatoprotective Effects of Algerian Crataegus oxyacantha leaves. Recent Pat Food Nutr Agric, v. 10, n. 1, p.70-75, 2019. doi: 10.2174/2212798410666180730095456
7 - CUEVAS-DURÁN, R. E. et al. Extracts of Crataegus oxyacantha and Rosmarinus officinalis attenuate ischemic myocardial damage by decreasing oxidative stress and regulating the production of cardiac vasoactive agents. Int J Mol Sci, v. 18, n. 11, p.1-18, 2017. doi: 10.3390/ijms18112412
8 - ALP, H. et al. Protective effects of Hawthorn (Crataegus oxyacantha) extract against digoxin-induced arrhythmias in rats. Anatol J Cardiol, v. 15, n. 12, p.970-975, 2015. doi: 10.5152/akd.2014.5869
9 - VIJAYAN, N. A. et al. Anti-inflammatory and anti-apoptotic effects of Crataegus oxyacantha on isoproterenol-induced myocardial damage. Mol Cell Biochem, v. 367, n. 1-2, p.1-8, 2012. doi: 10.1007/s11010-012-1251-9
10 - AKILA, M.; DEVARAJ, H. Synergistic effect of tincture of Crataegus and Mangifera indica L. extract on hyperlipidemic and antioxidant status in atherogenic rats. Vascul Pharmacol, v. 49, n. 4-6, p.173-177, 2008. doi: 10.1016/j.vph.2008.07.007
11 - TADIC, V. M. et al. Anti-inflammatory, gastroprotective, free-radical-scavenging, and antimicrobial activities of hawthorn berries ethanol extract. J Agric Food Chem, v. 56, n. 17, p.7700-7709, 2008. doi: 10.1021/jf801668c
12 - ROTHFUSS, M. A. et al. Effect of long-term application of Crataegus oxyacantha on ischemia and reperfusion induced arrhythmias in rats. Arzneimittelf, v. 51, n. 1, p.24-8, 2001. doi: 10.1055/s-0031-1299998
13 - AL MAKDESSI, S. et al. Protective effect of Crataegus oxyacantha against reperfusion arrhythmias after global no-flow ischemia in the rat heart. Basic Res Cardiol, v. 94, n. 2, p.71-77, 1999. doi: 10.1007/s003950050128
14 - RAJENDRAN, S. et al. Effect of tincture of Crataegus on the LDL-receptor activity of hepatic plasma membrane of rats fed an atherogenic diet. Atherosclerosis, v. 123, n. 1-2, 1996. doi: 10.1016/0021-9150(96)05813-3
15 - SAOUDI, M. et al. Beneficial effects of Crataegus oxyacantha extract on neurobehavioral deficits and brain tissue damages induced by an insecticide mixture of deltamethrin and chlorpyrifos in adult wistar rats. Biomed Pharmacother, v. 114, p.1-9, 2019. doi: 10.1016/j.biopha.2019.108795
16 - BENABDERRAHMANE, W. et al. Polyphenolic content and bioactivities of Crataegus oxyacantha L. (Rosaceae). Nat Prod Res, p.1-6. doi: 10.1080/14786419.2019.1582044
17 - JOUAD, H. et al. Hawthorn evokes a potent anti-hyperglycemic capacity in streptozotocin-induced diabetic rats. J Herb Pharmacother, v. 3, n. 2, p.19-29, 2003. doi: 10.1080/J157v03n02_03
18 - DE QUADROS, A. P. O. et al. Fruit extract of the medicinal plant Crataegus oxyacantha exerts genotoxic and mutagenic effects in cultured cells. J Toxicol Environ Health A., v. 80, n. 3, p.161-170, 2017. doi: 10.1080/15287394.2016.1272517
19 - YONEKUBO, B. T. et al. The genotoxic effects of fruit extract of Crataegus oxyacantha (hawthorn) in mice. J Toxicol Environ Health A., v. 81, n. 19, p.974-982, 2018. doi: 10.1080/15287394.2018.1503982
20 - TABACH, R. et al. Preclinical toxicological assessment of a phytotherapeutic product--CPV (based on dry extracts of Crataegus oxyacantha L., Passiflora incarnata L., and Valeriana officinalis L.). Phytother Res, v. 23, n. 1, p.33-40, 2009. doi: 10.1002/ptr.2499

Formulário de Fitoterápico

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 59, 2021.

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Componente

Quantidade

Etanol/água 70%

1000 mL

Folha seca

100 g

 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha seca rasurada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Na hipertensão arterial leve, insuficiência cardíaca leve a moderada (NYHA classe I a III), dislipidemia, insônia e ansiedade leves (GRUENWALD, BRENDLER, & JAENICKE, 2007). Auxiliar no tratamento de sintomas decorrentes da ansiedade cardíaca temporária, como palpitações provocadas por estresse e desconforto precordial (BRASIL, 2018).

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Fase A (infusos/decoctos)

 

Água destilada

1000 mL

Alpinia speciosa (folha seca)

5 g

Cecropia spp. (folha seca)

10 g

Lippia alba (folha e sumidade florida seca)

5 g

Olea europaea (folha seca)

10 g

Phalaris canariensis (semente seca)

10 g

Fase B: (alcoolaturas)

 

Alpinia speciosa (folha)

2,5 mL

Cecropia spp. (Folha)

5 mL

Crataegus rhipidophylla (folha -tintura)

20 mL

Lippia alba (folha)

2,5 mL

Olea europaea (folha)

5 mL

Nipagin® 0,2%

2 g

 
Modo de preparo

Fase A: colocar as sementes em água fervente, e deixar ferver por 5 minutos aproximadamente; em seguida colocar as folhas secas pesadas e rasuradas e após levantar fervura, desligar o fogo, deixando em infusão por no mínimo 2 horas.

Fase B: filtrar o chá em papel de filtro, na temperatura de 50°C, adicionar as alcoolaturas, tinturas e o conservante (Nipagin®) diluído em q.s. álcool etílico 98°GL. Deixar esfriar, envasar em frascos de vidro âmbar esterilizados e etiquetar.

Principais indicações

Hipertensão arterial e insuficiência cardíaca leve.

Posologia

Uso oral: tomar 1 colher de sobremesa ou chá, 2 a 3 vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Fase A (infuso)

 

Água destilada

1000 mL

Rosmarinus officinalis (folha seca)

100 g

Fase B (tintura)

 

Crataegus rhipidophylla (tintura 10% p/v em etanol 70%)

100 mL

Nipagin® 0,2%

2 g

 
Modo de preparo

Fase A: colocar as folhas de Rosmarinus officinalis, secas pesadas e rasuradas, em água fervente, desligar o fogo, deixando em infusão por no mínimo 2 horas.

Fase B: filtrar o chá em papel de filtro, na temperatura de 50°C, adicionar tintura de Crataegus e o conservante (Nipagin®) diluído em q.s. álcool etílico 98°GL. Deixar esfriar, envasar em frascos de vidro âmbar esterilizados e etiquetar.

Principais indicações

Hipertensão arterial, insuficiência cardíaca leve.

Posologia

Uso oral: tomar 1 colher de sobremesa ou chá, 2 a 3 vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 98-100.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 328-329.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 334-335.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Aminas

feniletilamina, trimetilamina, tiramina, isobulilamina, O-metoxifeniletilamina, colina e acetilcolina.

Derivados de purinas

adenosina, adenina, guanina, ácido cafeico e amigdalina.

Fitosteróis

β-sitosterol.

Flavonoides

hiperosídeos, galactosídeos, quercetol, vitexina, isovitexina, vitexina-4’-rhamnoside, vitexin-2”-O-rhamnoside, apigenina, luteolina, quercetina, campferol, rutina, espirosídeo, metoxi-kaempferol-3-O-glicosídeo, glicosídeo hepta-hidroxiflavano, catequina e epicatequina (procianidinas oligoméricas), antocianinas, apigetrina, crisina e rutina.

Minerais

sódio, potássio, cálcio, fósforo e magnésio.

Óleos essenciais

aldeído anísico.

Outras substâncias

ácido cafeico e ácido clorogênico, açúcares e ácidos graxos.

Saponinas

Taninos

Triterpenoides

ácidos crataególico, ursólico, oleanólico e betulínico, e lupeol

Vitaminas

ácido ascórbico.

Referências bibliográficas

1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 266.
2 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 123.
3 - ORHAN, I. E. Phytochemical and pharmacological activity profile of Crataegus oxyacantha L. (Hawthorn) - a cardiotonic herb. Curr Med Chem, v. 25, n. 37, p.4854-4865, 2018. doi: 10.2174/0929867323666160919095519
4 - RASTOGI, S. et al. Traditional herbs: a remedy for cardiovascular disorders. Phytomedicine, v. 23, n. 11, p.1082-1089, 2016. doi: 10.1016/j.phymed.2015.10.012
5 - ALI, M. et al. Neurologically Potent Molecules from Crataegus oxyacantha; isolation, anticholinesterase inhibition, and molecular docking. Front Pharmacol, v. 8, p.1-11, 2017. doi: 10.3389/fphar.2017.00327

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2022
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2019
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2019
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2017
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2017
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Tipo: Internacional
Tipo de Monografia: Agência Europeia de Medicamentos
Ano de Publicação: 2016
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2010
Arquivo: PDF icon Download (660.2 KB)

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1959
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Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. É recomendado o uso durante 4 a 6 semanas. Não ultrapassar a dose diária de 6 g[1,3].

Contraindicações: 

em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol)[1,2,3].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

evitar o uso em pacientes que sofrem de úlceras gástricas e gastrites. Em doses elevadas pode causar sonolência e enxaqueca. Sobredosagens e intoxicações pode até levar a depressão respiratória e bradicardia acentuada. Pode ocorrer genotoxicidade em doses altas e uso prologando (estudos in vitro). Em alguns estudos clínicos foram observados náuseas, fadiga, suores e eritema cutâneo (dermatite). Pode apresentar efeitos adversos como queixas gastrointestinais, palpitações, vertigem, cefaleia, rubor e tontura[1,2,3,4,5].

Interações medicamentosas: 

pode ser usada com digitálicos, desde que se tome o cuidado de reduzir as doses, evitando possíveis intoxicações (sempre com acompanhamento médico), embora alguns autores digam que a associação reduz o risco de intoxicação digitálica. Pode potencializar os efeitos da dilatação coronariana da teofilina, cafeína, papaverina, nitrato de sódio, adenosina e epinefrina. Evitar associação com cloridrato de sildenafila[1,2,3].

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 99-100.
2 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 268-269.
3 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 60, 2021.
4 - YONEKUBO, B. T. et al. The genotoxic effects of fruit extract of Crataegus oxyacantha (hawthorn) in mice. J Toxicol Environ Health A, v. 81, n. 19, p.974-982, 2018. doi: 10.1080/15287394.2018.1503982
5 - DE QUADROS, A. P. O. et al. Fruit extract of the medicinal plant Crataegus oxyacantha exerts genotoxic and mutagenic effects in cultured cells. J Toxicol Environ Health A, v. 80, n. 3, p.161-170, 2017. doi: 10.1080/15287394.2016.1272517

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