Nativa do Brasil, encontra-se distribuída em todas as regiões do país, principalmente em terrenos úmidos e pantanosos, especialmente na Amazônia. Ocorre também no Uruguai e Argentina. Suas principais indicações são: hemostática, anti-inflamatória, antisséptica, antibacteriana, antifúngica, cicatrizante, vulnerária e anti-herpética[1,2,3].
Árvore decídua, heliófita, pioneira, higrófita, de até 16 m de altura, de copa aberta, tronco de até 35 cm de diâmetro, de coloração clara, libera uma seiva avermelhada em contato com o ar; as folhas são simples, cordiformes, alternas, pubescentes, palmatinérveas, membranáceas, nas folhas jovens a face adaxial é ferrugínea-tomentosa, a face abaxial tomentosa, ferrugínea nas nervuras, de coloração vermelho-amarelada antes de caírem no outono; inflorescência do tipo racemosa, com flores pequenas, diclinas, de coloração amarelo-esverdeada; fruto capsular, uniloculado, separado em 3 ocas (onde estão alojadas as sementes), seco, de coloração castanha quando maduro, com superfície rugosa, medindo cerca de 5,0 mm de diâmetro x 4,0 mm de altura; as sementes são ovaladas, coriáceas, com carúncula castanho-claro pouco desenvolvida, com testa de coloração castanho à preto, medindo cerca de 3,2 mm de comprimento x 2,7 mm de largura[1, 2,3].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Drago, sangue-de-drago, sangra-d’água e tapexingui | Amazônia (indígenas) | Seiva | No tratamento de ferimentos, anti-hemorrágica e cicatrizante. |
- |
Uso externo. |
- |
[
1
]
|
Drago, sangue-de-drago, sangra-d’água e tapexingui | Brasil | Seiva ou casca | Anti-hemorrágica, anti-inflamatória, antisséptica, antiviral, cicatrizante e vulnerária. |
- |
Uso externo. |
- |
[
1
]
|
Drago, sangue-de-drago, sangra-d’água e tapexingui | Brasil | Seiva ou casca | No tratamento de úlceras estomacais e intestinais. |
- |
Uso interno. |
- |
[
1
]
|
Drago, sangue-de-drago, sangra-d’água e tapexingui | Brasil | Seiva ou casca | anti-hemorrágica, anti-inflamatória, antisséptica, antiviral, cicatrizante e vulnerária. |
- |
Uso externo. |
- |
[
1
]
|
Referências bibliográficas
Anti-inflamatória e Antinociceptiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Caule (casca) |
Extrato: maceração de 1 kg do material vegetal (pó) em 4 L de metanol. Rendimento: 15,4%. Doses para ensaio: 25, 100 e 400 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss submetidos aos ensaios de edema de pata e recrutamento de leucócitos na cavidade peritoneal, contorções abdominais e tempo de lambedura da pata, induzidos por carragenina, ácido acético e formalina, respectivamente. |
Observou-se que o extrato de C. urucurana apresenta atividades anti-inflamatória e antinociceptiva, principalmente nas doses de 25 e 100 mg/kg, e 400 mg/kg, respectivamente. |
[
1
] |
Antibacteriana
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Casca |
Extrato hidroalcoólico. Extrato metanólico: 3600 g do material vegetal (pó) em 5 L de metanol; rendimento: 424,13 g; frações: n-hexano, n-hexano/diclorometano, acetato de etila e metanol. |
In vitro: Em cepas de Staphylococcus aureus e Salmonella typhimurium para determinar a concentração inibitória mínima.
|
Observou-se que o extrato hidroalcoólico, frações de hexano e n-hexano/diclorometano apresentaram atividade antibacteriana mais potentes (MIC = 2,0, 3,5 e 0,8, respectivamente), principalmente para S. aureus. |
[
7
] |
Antidiarreica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Seiva (caule) |
Dose para ensaio: 400, 600 e 800 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar e camundongos Swiss portadores de diarreia induzida por óleo de mamona, acúmulo de fluido intestinal induzido por toxina da cólera, e avaliação do trânsito intestinal delgado. |
Observou-se que a seiva de C. urucurana apresenta atividade antidiarreica, principalmente na dose de 600 mg/kg. |
[
6
] |
Antifúngica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Caule (casca) |
Liofilização: 600 mL. Rendimento: 3,08%. Concentrações para ensaio: 18,75 a 300 mg/mL, e 0,15 a 5 mg/mL. |
In vitro: Em linhagens de dematófitos: Trichophyton mentagrophytes, T. tonsurans, T. rubrun, Microsporum canis e Epidermophyton floccossum, submetidos aos métodos de difusão em disco (5 mm) e diluição em tudo para determinar a concentração inibitória mínima (CIM).
|
Observou-se que a seiva de C. urucurana apresenta atividade antifúngica, nas concentrações de 0,175 a 3,0 mg/mL, com CIM = 1,25 a 2,5 mg/mL. |
[
5
] |
Antinociceptiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Seiva (caule) |
Liofilização: 600 mL. Rendimento: 3,08%. Doses para ensaio: 200 e 400 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss submetidos a dor visceral induzida por ciclofosfamida e capsaicina, teste de campo aberto e tempo de sono induzido por pentobarbital. |
Observou-se que a seiva de C. urucurana apresenta atividade antinociceptiva, contudo não houve alteração da atividade locomotora e efeito sedativo. |
[
3
] |
Antiofídica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Caule (casca) |
Extrato: 1 kg do material vegetal em 3 L de água. Frações: aquosa, etanólica, metanólica e butanólica. |
In vivo: Em ratos Wistar submetidos a administração intradérmica dorsal de veneno de Bothrops jararaca, com posterior análise gráfica do halo hemorrágico e quantificação de hemoglobina. |
Observou-se que os métodos apresentados foram efetivos para quantificar a ação hemorrágica do veneno, e que a fração butanólica do extrato etanólico de C. urucurana apresenta atividade antiofídica potente, devido a presença, principalmente das proantocianidinas. |
[
4
] |
Antiulcerogênica e Gastroprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Caule (casca) |
Extrato metanólico. Doses para ensaio: 50, 150 e 250 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de úlceras gástricas induzidas por etanol, indometacina e ácido acético, e análise de mecanismos gastroprotetores. |
O extrato metanólico de C. urucurana apresenta atividade antiulcerogênica e gastroprotetora curativa ou preventiva, dose-dependente, pois aumenta a produção de muco e reduz a acidez gástrica, além de não apresentar efeitos tóxicos. |
[
2
] |
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Alcoolatura |
|
Componente |
Quantidade |
Etanol/água 80% |
1000 mL |
Entrecasca fresca |
200 g |
Alcoolatura: pesar 200 g de entrecasca fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Úlceras cutâneas crônicas.
Uso tópico: na forma de gel ou pomada, aplicar sobre a úlcera 1 vez ao dia.
Referências bibliográficas
Açúcares
fucose, arabinose, galactose, manose, xilose, glicose e ácido urônico.
Alcaloides
tembetarina, magnoflorine e taspina.
Ciclopeptídeo
[1−9-NαC]-crourorb A1.
Diterpenos
ácido hardwickiico, bicantriol, crolequinol, ácido crolequínico, korberina A e B, sonderianina, dimetil-3-oxo-12-epi-barbascoato e metil-12-epi-barbascoato.
Fitosteróis
β-sitosterol-O-glucosídeo.
Flavonoides
(+)-catequina e (-)-epicatequina, (+)-galocatequina e proantocianidina (procianidina B3).
Lignanas
dimetilcedrusina.
Óleos essenciais
borneol, acetato de bornila, cadina-4, 10-(14)-dien-1α-ol, sesquicineol, dihidro-sesquicineole, β-cariofileno, α e β-bisabolol, germacreno D, biciclogermacreno, β-elemeno, 6-metil-5-hepten-2-one, trans e cis-α-bergamoteno, γ-elemeno, γ-gurjuneno epóxido, sesquisabineno, (Z)-γ-bisaboleno, (E)-nerolidol, gossonorol, selin-11-en-4α-ol, 1-isopropil-7-metil-4-metileno-1,3,4,5,6,8-hexaidro-2H-naftalen-4a-ol, α-eudesmol (9,3%) e guaiol.
Polissacarídeos
fucoarabinogalactano.
Taninos
Triterpenos
ácido acetil aleuritólico.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável[1].
em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol)[1,2].
não há dados na literatura.
não há dados na literatura.
Referências bibliográficas
é realizada por sementes, sendo que as de cor cinza apresentam melhor taxa de germinação, contudo, não necessitam de tratamentos pré-germinativos. A incubação das sementes em temperaturas alternadas (20/30°C) ou a imersão das mesmas em água fria por 2 horas antes da sementeira, pode aumentar a produção de mudas. Deve-se usar substrato organo-argiloso, cobrindo a semente com uma fina camada, e colocar para germinar em canteiros sombreados e irrigar 2 vezes ao dia. A transferência das plântulas para saquinhos plásticos ocorre quando atingirem de 4 a 5 cm de altura, e o transplantio para local definitivo, somente após 4 a 5 meses. Prefere solos úmidos e pantanosos [ 1 , 2 , 3 ] .
a parte aérea das plantas, segundo a sabedoria popular, de ser colhida preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, enquanto que as partes subterrâneas devem ser colhidas na lua minguante [ 1 ] .
a germinação pode ser afetada, devido ao ataque de coleópteros, após a deiscência dos frutos. Existem pesquisas para o desenvolvimento de protocolos para micropropagação desta espécie [ 2 ] .
Referências bibliográficas