Originária da Ásia, especificamente na Índia, China e Japão, também é encontrada nas Molucas, Filipinas e Nova Guiné. Muito bem aclimatada no Brasil. Suas principais indicações são: estomáquica, anti-inflamatória, antidispéptica, antiespasmódica, imunoestimulante, hepatoprotetora, hipolipemiante, antifúngica, antisséptica, analgésica, cicatrizante, expectorante, antitussígena e antitumoral[1,2,3,4,5,6].
Planta herbácea, perene, caducifólia, rizomatosa, entouceirada, com 30 a 60 cm de altura; possui rizoma principal denominado de "cabeça" o qual é periforme, arrendondado e ovoide, ao redor deste formam-se ramificações secundárias denominadas de "dedos", sendo estas compridas, também tuberizadas, com sabor e aroma suavemente canforáceo; as folhas são dispostas verticalmente em tufos, possuem pecíolos tão compridos como o limbo, oblíquo-lanceoladas reunidas na base, glabras, com uma mancha longitudinal de cor vinho no centro da folha, a lâmina foliar possui 60 cm de comprimento e 8 a 10 cm de largura; inflorescências eretas, espigadas, mais curtas que a folhagem, medindo de 7,5 a 12,5 cm de comprimento e 5 a 7,5 cm de largura, com flores pequenas e amarelas, brácteas côncavas vede-pálidas, enquanto que as superiores apresentam coloração rósea; o fruto é oval, fino, liso, em forma de cápsula com abertura irregular; sementes elípticas, com arilo de branco[1,2,3,4].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Zedoária | Brasil | Rizoma | No tratamento de colite e gases intestinais. |
Cápsula: contendo 500 mg da droga vegetal em pó. |
Ingerir de 1 a 2 cápsulas com 1 xícara d’água, até 4 vezes ao dia, 30 minutos antes das refeições. |
Usar com cautela em pacientes com litíase biliar, na associação com anticoagulantes, anti-inflamatórios não esteroidais, corticoides, hipoglicemiantes e verapamil. Pode causar ansiedade quando em uso excessivo. Evitar o uso na gestação e lactação. |
[
1
]
|
Zedoária e falso-açafrão | Brasil | Rizoma | Estomáquica. |
Chá normal: 1 colher (das de chá) de rizoma fatiado em 1 xícara de água fervente. |
Tomar o conteúdo em jejum e antes das principais refeições. |
Contraindicado nos 3 primeiros meses de gestação e pessoas hipersensíveis a esta planta não deve usar esta preparação. |
[
2
]
|
Zedoária e falso-açafrão | Brasil | Rizoma | No tratamento de afecções pulmonares. |
Chá forte: adicionar uma maior quantidade de rizoma fatiado em 1 xícara de água fervente, e adoçar com mel. |
Tomar 1 colher (das de sopa), de 2 a 3 vezes ao dia. Para crianças deve-se reduzir a dose pela metade. |
Contraindicado nos 3 primeiros meses de gestação e pessoas hipersensíveis a esta planta não deve usar esta preparação. |
[
2
]
|
Zedoária e falso-açafrão | Brasil | Rizoma | No tratamento de sarnas, piolhos, escaras e picada de insetos. |
Extrato ácido: maceração por 3 dias, de 2 colheres (das de sopa) de rizoma fatiado, em 1 xícara (das de chá) de vinagre branco. |
Uso externo. |
Contraindicado nos 3 primeiros meses de gestação e pessoas hipersensíveis a esta planta não deve usar esta preparação. |
[
2
]
|
Zedoária e falso-açafrão | Brasil | Rizoma | digestiva, hipocolesterolemiante, carminativa e contra a halitose. |
Extrato alcoólico. |
Uso interno. |
Contraindicado nos 3 primeiros meses de gestação e pessoas hipersensíveis a esta planta não deve usar esta preparação. |
[
2
]
|
Temu kuning e temu puth | Malásia | Rizoma | Tônica e digestiva. |
Decocção. |
- |
- |
[
3
]
|
Pado | Bangladesh (Ásia) | Rizoma | Antidiarreica. |
- |
- |
- |
[
4
]
|
White tumeric | Índia | Rizoma | Hipoglicemiante. |
- |
- |
- |
[
4
]
|
Zorombad | Irã | Rizoma | tônica, carminativa, digestiva e no tratamento da obesidade. |
- |
- |
- |
[
4
]
|
Referências bibliográficas
Analgésica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato hidroalcoólico. Frações: diclorometano, acetato de etila e metanol. Doses para ensaio: 1 a 10 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos submetidos aos testes de contorções abdominais induzidas por ácido acético, da placa quente, e edema de pata induzido por formalina e capsaicina. |
Observou-se que C. zedoaria apresenta atividade analgésica potente, sugerindo ausência da atuação do sistema opoide. |
[
26
] |
Anti-inflamatória
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato: 1,5 kg do material vegetal (seco) em metanol. Rendimento: 69,1 g. Concentrações para ensaio: 25 e 50 µg/mL. |
In vitro: Em macrófagos murinos RAW 264.7 incubados com lipopolissacarídeo (LPS), tratados com o extrato vegetal, e submetidos ao ensaio MTT, quantificação de óxido nítrico (NO) e expressão proteica (iNOS, COX-2 e GAPDH) por Western blotting.
|
Observou-se que o extrato de C. zedoaria apresenta atividade anti-inflamatória, pois reduz principalmente, a produção de NO, dose-dependente. |
[
15
] |
Rizoma |
Extrato metanólico. Rendimento: 1,9%. |
In vitro: Em células RAW 264.7 incubadas com lipopolissacarídeo (LPS) e extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de cicloxigenase 2 (COX-2) e de óxido nítrico (NO).
|
Neste estudo dentre as várias espécies vegetais, observou-se que o extrato metanólico de C. zedoaria apresenta atividade anti-inflamatória potente, pois inibe a atividade de COX-2 e iNOS. |
[
25
] |
Anti-inflamatória e Analgésica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato etanólico. Doses para ensaio (in vivo): 250 e 500 mg/kg. Concentrações para ensaio (in vitro): 100 a 500 µg/mL. |
In vitro: Determinar a atividade anti-inflamatória do extrato vegetal através do ensaio de desnaturação proteica (albumina). In vivo: Em camundongos Swiss e ratos Long Evans submetidos aos testes da placa quente, contorções abdominais induzidas por ácido acético e formalina, e edema de pata induzido por carragenina. |
Observou-se que o extrato de C. zedoaria apresenta atividades anti-inflamatória e analgésica, corroborando com o teste in vitro que demonstrou inibição da desnaturação proteica. |
[
7
] |
Antiangiogênica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Óleo essencial: por hidrodestilação, 200 g do material vegetal (pó). Rendimento: 1,6%. Doses para ensaio (in vivo): 100 e 200 mg/kg. |
In vitro: Em células de melanoma de rato (B16BL6), células de hepatoma humano (SMMC-7721), células endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC), em anéis aórticos de ratos Sprague-Dawley e em membrana corioalantóica de embrião de galinha incubados com o óleo vegetal, com posterior análise da proliferação celular. In vivo: Em ratos C57BL/6 infectados com células B16BL6 e B16F10, separadamente, e tratados com o óleo vegetal, com posterior análise imuno-histoquímica e expressão proteica (CD34 e MMPs) por ELISA. |
Observou-se que o óleo essencial de C. zedoaria apresenta atividade antiangiogênica, podendo estar relacionado à regulação negativa das MMPs. |
[
9
] |
Antibacteriana e Citotóxica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Óleo essencial. Concentrações para ensaio: 100 a 500 ppm, e 250 a 5000 ppm. |
In vitro: Em cepas de Sthaphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Vibrio parahaemolyticus, Salmonella typhimurium e Bacillus cereus. Em linhagem leucêmica promiolocítica humana (HL-60) incubadas com o óleo vegetal, e submetidas aos ensaios MTT e redução do tetrazólio nitroazul (NBT).
|
Observou-se que o óleo essencial de C. zedoaria apresenta atividade antimicrobiana principalmente para V. parahaemolyticus, S. aureus e B. cereus, e citotoxicidade em células HL-60. |
[
12
] |
Antifúngica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato etanólico: 500 g do material vegetal (fresco) em etanol à 99% (1:3 p/v). Concentração para ensaio: 2 mg/10 µL). Outras espécies em estudo: Alpinia galanga, A. mutica, Costus globosus, Etlingera elatior, E. littoralis, Hedychium cylindricum, Hornstedtia spp., Zingiber pachysiphon, Z. purpureum e Z. officinale. |
In vitro: Em linhagens de Candida albicans, Cryptococcus neoformans, Saccharomyces cerevisiae, Wangiella dermatitidis, Alternaria alternata, Aspergillus fumigatus, Fusarium oxysporum, Microsporum gypseum, Pseudallescheria boydii, Rhizopus spp. e Trichophyton mentagrophytes submetidos ao método de disco-difusão em ágar.
|
Os extratos de A. galanga, C. zedoaria, Z. purpureum e Z. officinale apresentaram atividade antifúngica mais potente, incluindo em linhagens resistentes a anfotericina B e cetoconazol. |
[
13
] |
Antimicrobiana
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Óleo essencial. |
In vitro: Em cepas de Listeria monocytogenes e Staphylococcus aureus submetidas ao teste de microdiluição em ágar para determinar concentração inibitória mínima (CIM), análise de expressão proteica por Western blotting e mRNA, e teste imunoenzimático por ELISA.
|
O óleo essencial de C. zedoaria apresenta atividade antimicrobiana, inibindo a transcrição de genes específicos, dose-dependente. |
[
14
] |
Antinociceptiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato: maceração de 100 g do material vegetal (rizoma-mãe, “dedinhos” ou rizoma rugoso - pó) coletados em diferentes estações do ano, em 200 mL de diclorometano. Doses para ensaio: 10 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss submetidos ao teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético e tratados com o extrato vegetal. |
Observou-se que o extrato de C. zedoaria a partir do rizoma-mãe, coletados no outono e inverno apresentaram atividade antinociceptiva significativa, reduzindo a contorções abdominais em 91,1 e 93,4%, respectivamente. |
[
19
] |
Antiofídica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato aquoso. Outras espécies pertencentes as famílias Acanthaceae, Amaranthaceae, Araceae, Asteraceae, Liliaceae, Poaceae, Solanaceae e Zingiberaceae, foram incluídas neste estudo. |
In vitro: Ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) e eletroforese em gel de poliacrilamida com SDS (SDS-PAGE) com veneno de Naja naja siamensis e extrato vegetal. Em nervo frênico/hemidiafragma de ratos albinos, culturas de fibroblastos primários de embriões de ave, incubados com o extrato etanólico vegetal e veneno de Naja naja siamensis, para investigar a degradação de proteínas celulares.
|
Observou-se que o extrato de C. zedoaria apresentou atividade antiofídica mais potente |
[
22
] |
Antioxidante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato: 20 g do material vegetal (seco) em 100 mL de água. Outras espécies em estudo: Semen persicae, Leonurus cardiaca e Hedyotis diffusa. Concentrações para ensaio: 10, 20 e 30 µL. |
In vitro: Em lipoproteínas (LDL-C) submetidas ao processo de oxidação induzida por cobre, incubadas com o chá vegetal, com posterior avaliação por métodos espectrofotométricos.
|
Observou-se que as espécies C. zedoaria e L. cardiaca não apresentaram resultados promissores, contudo S. persicae e H. diffusa reduziram a oxidação de LDL-C. |
[
2
] |
Antiparasitária
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Óleo essencial. Outras espécies em estudo: Curcuma xanthorrhiza e Zingiber zerumbet, e associação ou não com Eucalyptus globulus. Volume para ensaio: 300 µL. |
In vitro: Em ovos de Pediculus humanus capitis (“piolho de cabeça”) incubados por 1, 5 e 10 minutos, com os óleos essenciais isolados ou em associação, com posterior análise da mortalidade por estereomicroscópio (após 7 e 14 dias de tratamento).
|
Observou-se que a associação dos óleos essenciais de C. zedoaria e E. globulus apresenta atividade ovicida mais potente. |
[
1
] |
Rizoma |
Extrato: material vegetal (pó) em diclorometano, sequentemente, metanol e água. |
In vitro: Em cepas de Plasmodium falciparum resistente à cloroquina (linhagem K1), incubadas com os extratos vegetais, e submetidas aos ensaios ELISA (HRP2 - quantificação de proteínas ricas em histidina) e MTT em células MDBK.
|
Neste estudo foram analisadas 14 espécies vegetais, dentre as quais C. zedoaria, C. aeruginosa, C. mangga, Alpinia galanga, Morinda elliptica, Scaber elephantopus, Vitex negundo, Brucea javanica, Annona muricata, Cinnamomun iners e Vernonia amygdalina apresentaram atividade antiparasitária significativa, além de baixa citotoxicidade. |
[
27
] |
Antiproliferativa
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato: 20 g do material vegetal (pó) em 10 partes de água quente. |
In vitro: Em miofibroblastos hepáticos incubados com o extrato vegetal e submetidos aos ensaios de autoradiografia nuclear e medição do crescimento celular.
|
Observou-se que o extrato de C. zedoaria apresenta atividade antiproliferativa em células hepáticas, com IC50 = 8,5 µg/mL, pois estimula a liberação de prostaglandinas. |
[
11
] |
Antitumoral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato: 1,5 kg do material vegetal (seco) em metanol. Rendimento: 69,1 g. Frações: n-hexano, clorofórmio, acetato de etila e butanol, rendimento de 19,4, 8,6, 4,1 e 1,7 g, respectivamente. Concentrações para ensaio: 100 e 200 µg/mL. |
In vitro: Em células cancerígenas gástricas de humanos (AGS) incubadas com o extrato vegetal, e submetidas ao teste MTT e Western blotting.
|
Observou-se que o extrato de C. zedoaria reduz a viabilidade celular, pois ativa a expressão de proteínas apoptóticas. |
[
3
] |
Rizoma |
Extrato: 800 g do material vegetal (pó) em 800 mL de etanol (total de 2400 mL). Rendimento: 14,02 g. Concentrações para ensaio (in vitro): 1,0 a 7,8 µg/mL e 100 µg/mL; (in vivo): 5 mg. |
In vitro: Em células cancerígenas esofágicas de humanos (TE-8) e em células não cancerígenas esofágicas (HET-1A), incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da proliferação celular e expressão proteica por Western blotting. In vivo: Em camundongos Balb/c portadores de câncer esofágico induzido (TE-8), tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do volume tumoral. |
Observou-se que o extrato de C. zedoaria apresenta atividade antitumoral, pois ativa a expressão de proteínas apoptóticas. |
[
5
] |
Rizoma |
Óleo essencial. |
In vitro: Em células de câncer de ovário humano (SKOV3) tratadas com o óleo vegetal associado ou não ao paclitaxel, com posterior análise da proliferação celular, morte e ciclo celular (coloração de Hoechst 33342 e citometria de fluxo) e expressão proteica por Western blotting.
|
Observou-se que a associação do óleo de C. zedoaria e paclitaxel apresentou sinergismo quanto a atividade antitumoral, intensificando a apoptose celular. |
[
6
] |
Rizoma |
Extrato: 1,0 kg do material vegetal (pó) em n-hexano. Frações: diclorometano, acetato de etila e metanol. |
In vitro: Em linhagens celulares de câncer de mama (MCF-7) e cervical (Ca Ski) em humanos, e células endoteliais de veia umbilical humana (HUVEC) submetidas ao ensaio MTT.
|
Observou-se que a fração hexânica apresentou atividade antiproliferativa potente, com seletividade para as linhagens cancerígenas. |
[
8
] |
Rizoma |
Extrato aquoso: concentração final de 0,1 g/mL. Outras espécies em estudo: Leonurus sibiricus (parte aérea), Corydalis ternata (tubérculo), Phlomis umbrosa (raiz), Sparganium stoloniferum (rizoma), Angelica gigas (raiz), Paeonia lactiflora (raiz), Inula helenium (raiz), Cinnamomum cassia (casca), Scutellaria barbata (parte aérea), Spatholobus suberectus (caule) e Euconymus alatus (caule). Frações: n-hexano, clorofórmio e acetato de etila, de C. ternata, P. umbrosa, C. zedoaria, C. cassia, S. barbata, S. suberectus e E. alatus. |
In vitro: Em células miometriais e em leiomioma uterino humano incubadas com os extratos e frações vegetais com posterior análise da expressão proteica (TGFBR2) por imuno-histoquímica.
|
Observou-se que as frações de clorofórmio de C. zedoaria e S. suberectus, e as frações de acetato de etila de P. umbrosa e S. suberectus, inibiram significativamente a proliferação celular no leiomioma uterino, quando comparada às células miometriais. |
[
10
] |
Rizoma |
Óleo essencial: 200 g do material vegetal. Rendimento: 1,6%. Doses para ensaio (in vitro): 50, 100, 130 e 150 µg/mL, e (in vivo): 2,4, 12, 60 e 240 mg/kg. |
In vitro: Em carcinoma pulmonar de células não pequenas de humanos (CPCNP) incubados com o óleo vegetal, submetidos ao ensaio MTT, identificação de apoptose por marcação nuclear fluorescente com iodeto de propídeo (PI), fragmentação do DNA em gel de agarose, expressão proteica por Western blotting (citocromo C, AIF e ENDOG) e da liberação de espécies reativas de oxigênio (EROs). In vivo: Em camundongos BALB/C submetidos a infecção por células H1299 (derivadas de CPCNP) na pata traseira, tratados com o óleo vegetal, com posterior análise das dimensões tumorais. |
O óleo essencial de C. zedoaria apresenta atividade citotóxica, pois induz a apoptose em células CPCNP. |
[
16
] |
Rizoma |
Extrato: 200 g do material vegetal em água quente. Concentrações para ensaio (in vitro): 0 a 500 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 250 e 500 mg/kg. |
In vitro: Em melanoma murino (B16) incubados com diferentes concentrações do extrato vegetal, com posterior análise da proliferação e viabilidade celular. Em macrófagos incubados com lipopolissacarídeo (LPS) e extrato vegetal para avaliar a produção de óxido nítrico (NO). In vivo: Em camundongos C57BL/6 pré-tratados com o extrato vegetal, submetidos posteriormente, a inoculação de células B16 para o desenvolvimento de metástase pulmonar, tratamento com o extrato vegetal. |
Observou-se que o extrato de C. zedoaria apresenta atividade antimestastática, pois induz apoptose e modula a produção de NO intracelular. |
[
21
] |
Estimulante da enzima desidrogenase hepática
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato etanólico à 30%, doses para ensaio: 500 e 1000 mg/kg. Frações: n-hexano e metanol, doses para ensaio: 100 a 500 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos machos ICR submetidos a embriaguez induzida por etanol, com posterior análise comportamental em máquina deslizante personalizada e das concentrações plasmáticas de etanol, enzima álcool desidrogenase hepática e acetaldeído. |
Observou-se que o extrato e a fração hexânica de C. zedoaria reduzem a concentração de etanol plasmático, pois estimula a atividade da enzima desidrogenase hepática. |
[
17
] |
Hipocolesterolemiante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato: material vegetal (pó) em etanol à 50%, acetona à 80%, metanol ou água. Concentração para ensaio: 100 µg/mL. |
In vitro: Em células Vero incubadas com o extrato vegetal, na presença ou ausência de mevalonato ou acetato de sódio, com posterior análise do crescimento celular.
|
Neste estudo várias espécies vegetais foram analisadas, contudo, C. zedoaria e Poncirus trifoliata demonstraram inibição potente da enzima HMG Co-A redutase, inibindo o crescimento celular. |
[
24
] |
Inseticida
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Óleo essencial. Rendimento: 1,32% Outras espécies em estudo: Apium graveolens (semente), Carum carvi (semente), Piper longum (fruto) e Illicium verum (fruto). Rendimento: 1,25, 1,06, 0,63 e 4,07, respectivamente. |
In vitro: Bioensaio padronizado segundo a Organização Mundial de Saúde, em mosquitos Aedes aegypti adultos (de origem natural e laboratorial) para avaliar a ação inseticida de óleos vegetais.
|
Observou-se que os óleos essenciais de C. carvi e C. zedoaria apresentaram atividade inseticida mais potentes. |
[
18
] |
Sistema metabólico
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato metanólico. Outra espécie em estudo: Curcuma longa. Concentração para ensaio: 0,1 mg/mL). |
In vitro: Em células Caco-2 incubadas com 1α,25-(OH)2-D3 (calcitriol) para induzir a expressão de CYP3AP (citocromo P450 3A4), tratadas posteriormente, com os extratos vegetais, rifampicina e nifedipina, e submetidas a análise de expressão proteica por Western blot e mRNA.
|
Observou-se que os extratos de C. longa e C. zedoaria reduziram a expressão e atividade da enzima CYP3AP, contudo não influenciou na expressão do mRNA. |
[
30
] |
Vasodilatadora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato aquoso e metanólico. Rendimento: 7,2 e 7,0%, respectivamente. Outras espécies em estudo: Curcuma longa, C. kwangsiensis, C. phaeocaulis e C. wenyujin. |
In vitro: Em seção torácica da aorta de ratos Wistar, incubada em soluções de acetilcolina, prostaglandina F2 alfa e N-nitrito-L-arginina-metil-éster (L-NAME) para avaliar o relaxamento ou contratilidade do músculo liso vascular.
|
Observou-se que C. zedoaria apresenta atividade vasodilatadora mais potente, quando comparada às outras espécies neste estudo. |
[
23
] |
Vasodilatadora e Protetora do endotélio
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma |
Extrato aquoso e metanólico. Rendimento: 7,2 e 7,0%, respectivamente. Doses para ensaio: 1 e 3% inserido na dieta alimentar. Outra espécie em estudo: Curcuma longa. Rendimento: 7,4 e 14,8%, extrato aquoso e metanólico, respectivamente. |
In vitro: Em seção da aorta torácica de ratos, incubada em soluções de acetilcolina, nitroprussiato de sódio, xantina oxidase e N-nitrito-L-arginina-metil-éster (L-NAME) para avaliar o relaxamento ou contratilidade do músculo liso vascular. In vivo: Em ratos espontaneamente hipertensos, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (viscosidade plasmática, níveis de triglicerídeos, colesterol, peróxidos lipídicos, fibrinogênio e óxido nítrico). |
Observou-se que o extrato de C. zedoaria apresenta atividades vasodilatadora e protetora do endotélio, mais potentes quando comparada a C. longa.
|
[
20
] |
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Tintura |
Alcoolatura |
||
Componente |
Quantidade |
Componente |
Quantidade* |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Etanol/água 80% |
1000 mL |
Rizoma seco |
100 g |
Rizoma fresco |
200 g |
Tintura: pesar 100 g de rizoma seco pulverizado e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura: pesar 200 g de rizoma fresco, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Dispepsias e úlceras cutâneas.
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Uso tópico: na forma de pomada, creme ou gel, aplicar na área afetada 2 a 3 vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
2
]
Componente |
Número da cápsula e quantidade |
Curcuma zedoaria (droga vegetal) |
N° 0 (420 a 430 mg) |
Q.s.p |
1 cápsula |
Triturar a droga vegetal (rizoma) e encapsular.
Dispepsias.
Uso oral: tomar 1 cápsula, 1 a 2 vezes por dia.
Farmácia da Natureza
[
3
]
Componente |
Quantidade |
Rizoma seco fragmentado |
0,9 a 1,1 g ou uma colher de café rasa |
Água q.s.p. |
150 mL |
Preparar por decocção, por 5 minutos.
Dispepsias e úlceras cutâneas.
Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do decocto duas a três vezes ao dia.
Uso tópico: fazer bochechos ou gargarejos com o decocto duas a três vezes ao dia.
Uso tópico: aplicar o decocto sobre a pele ou úlcera duas a três vezes ao dia.
Referências bibliográficas
Alcaloides
Curcuminoides
curcumina, dihidrocurcumina, tetrahidrodemetoxicurcumina, tetrahidrobisdemetoxicurcumina e diarilheptanóide.
Esteroides
Flavonoides
Óleos essenciais
furanogermenona, germacrona, curcumenolactona (A, B e C), insufuranodienona, glexomanolídeo, curdiona, neocurdiona, dehidrocurdiona, zederona, curculona, curcumenol, isocurcumenol, isoprocurcumenol, procurcumenol, epiprocurcumenol, alismoxide, aerugidiol, bisacumol, curzereno, curcuzedoalida, zedoarofuran, curcumeneol, curcumenona, curzeona, curzerenona, epicurzereno, 4-epicurcumenol, neocurcumenol, zedoarondiol, zingibereno, germacrona, 12-hidroxi-germacrona, desidrocurdiona, β-sesquifelandreno, β-eudesmol, β-elemeno, α-pineno, 1,8-cineol, cânfora, borneol, furanodieno, furanodienona, debromofiliforminol, 8,9-desidro-9-formilcicloisolongifoleno, 6-etenil-4,5,6,7-tetra-hidro-3,6-dimetil-5-isopropenil-trans-benzofurano e 1,7-bis (4-hidroxifenil) -l, 4,6-heptatrien-3-ona.
Outras substâncias
albuminoides e ρ-metoxicinamato de etila.
Polissacarídeos
amido.
Resinas
Sais minerais
cálcio, magnésio, ferro, fósforo, potássio e sódio.
Saponinas
Taninos
Vitaminas
tiamina, riboflavina, niacina, ácido pantotênico, piridoxina, biotina, ácido fólico e cobalamina.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. O uso contínuo não deve ultrapassar 6 meses, podendo-se repetir o tratamento, se for necessário, após intervalo de 15 dias[4,5].
em crianças, gestantes, lactantes e em pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol). Em pessoas hipersensíveis a esta planta não devem usar suas preparações[1,2,3,4,6].
não há riscos à saúde ou efeitos colaterais quando administrada em doses habituais. Pode causar diarreias e cólicas abdominais no início do tratamento[2,7].
não há dados na literatura.
Referências bibliográficas
é realizada por rizomas, plantados diretamente no solo, em local definitivo no campo (a pleno sol). As covas devem ser rasas com 10x10 cm e adubadas com 1 kg de esterco bovino, com espaçamento de 30 cm entre plantas e 40 cm entre linhas [ 1 , 2 ] .
a irrigação deve ser realizada 1 vez por semana. Tolera climas quentes mas não causticantes. Cresce em solos virgens de mata ou em areno-argilosos profundos e bem drenados [ 1 , 2 ] .
a colheita dos rizomas é realizada 10 meses após o plantio, no inverno após as folhas murcharem. A sabedoria popular recomenda que a colheita do sistema radicular das plantas deva ser realizada preferencialmente na lua minguante [ 1 ] .
os rizomas são lavados com máquina de lavar de alta pressão e colocados sob telado por 24 horas para reduzir o excesso de umidade. Posteriormente, são fatiados e o processo de secagem é realizado em estufa de ar circulante a temperatura de 45°C/15 dias. Após este procedimento a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada dentro do período de 6 meses. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca, até a granulometria de 40 mesh, e posteriormente utilizada para a preparação de extratos e tinturas. Deve-se moer os rizomas na quantidade exata que será utilizada para a preparação do fitoterápico [ 1 ] .
por ser uma espécie exigente em água, períodos de estiagem retardam ou paralisam o crescimento. Solos compactos ou pesados, retardam a rizomatização e dão origem à rizomas tortos e escabrosos. Esta espécie pode ser acometida por doenças causadas pelo fungo Colletotricum spp. [ 1 , 2 ] .
Referências bibliográficas