Originária da África Tropical e Índia, sendo vastamente distribuída nas regiões tropicais e subtropicais da África, Ásia e América. No Brasil, é considerada planta daninha, contudo ocorre raramente no extremo Sul do país. Suas principais indicações são: antitérmica, antimicrobiana, anti-inflamatória, antiedematogênica, antisséptica, antialérgica, antitussígena, anticoagulante, antitrombótica, antiespasmódica, cicatrizante, anti-hipertensiva e tônica[1,2,3,4].
Planta anual aromática, herbácea ou subarbustiva, pouco ramificada, podendo atingir até 1,5 m de altura, de caule quadrangular; folhas simples, opostas, ovais delicadas, longo-pecioladas, membranáceas, bordos crenados, de cor verde escura na parte superior e prateada na parte inferior, de até 10 cm de comprimento; as flores são melíferas, pediceladas, com cálice pulverulento e corola bilabiada (lábio superior maior que o inferior), vermelha ou laranja-amarelada, manchada, guarnecidas por brácteas espinhosas, dispostas em racimos multiflorais densos, verticilados, de 4 a 6 cm de diâmetro, formando capítulos globosos separados, verdes inicialmente, e castanhos na maturação, e cada globo reúne em média 70 a 80 flores. As cápsulas que constituem o capítulo globoso, tornam-se rígidas na maturação, ferindo facilmente a pele das pessoas, e encerram 4 frutos pretos trapezóides, de pericarpo fosco, glabro, liso[1,2].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
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- | Guianas (nativos) | Folha | Antidisentérica e na dissolução de cálculos renais. |
Decocção. |
- |
- |
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1
]
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Cordão-de-frade, cordão-de-São Francisco, catinga-de-mulata e rubim-de-bola | Brasil | Folha e haste | No tratamento de reumatismo, nevralgia e úlcera. |
– Decocção: 20 g do material vegetal fresco em 1 L de água, ferver por 30 minutos. |
Uso externo: na forma de banho. |
- |
[
1
]
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Cordão-de-frade, cordão-de-São Francisco, catinga-de-mulata e rubim-de-bola | Brasil | - | No tratamento de contusões. |
Cataplasma. |
Uso externo. |
- |
[
1
]
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Cordão-de-São Francisco | Ceará (Brasil) | Folha | Diurética, digestiva, tônica e antidiarreica. |
Infusão. |
Uso oral. |
- |
[
2
]
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Cordão de frade, três bolas, amiga da mulher e orelha de leão | Colômbia (Zona Tropical) | - | Antitérmica, antigripal, anti-hipertensiva, digestiva, antimalárica, antianêmica, anti-herpética, importante no tratamento da tuberculose, colite, elefantíase, úlcera e do sistema reprodutor feminino. |
Infusão ou decocção. |
- |
- |
[
3
]
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Cordão-de-frade | Brasil | Planta florida | Indicada no tratamento de hemorroidas, varizes e varicocele. |
Tintura. |
Tomar 40 a 60 gotas em meia xícara de água (100 mL) cerca de 20 minutos antes do café da manhã e jantar. |
Evitar o uso prologando devido ao risco de quadros hemorrágicos (presença de cumarinas). Cautela ao associar com anticoagulantes e anti-inflamatórias. Evitar o uso na gravidez e lactação. |
[
4
]
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Shandilay | Trinidad | Folha (fresca) | Hipoglicemiante, antiasmática, antitussígena, antitérmica e no tratamento de resfriado comum. |
Infusão, suco ou decocção (adicionar sal). |
Uso oral. |
- |
[
5
]
|
- | Madagascar (Mahaboboka, Amboronabo e Mikoboka) | Parte aérea | No tratamento de doenças do sistema digestivo. |
Decocção. |
Uso interno. |
- |
[
6
]
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Referências bibliográficas
Ansiolítica e Sedativa
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Caule |
Extrato: material vegetal (pó) em metanol. Rendimento: 3,28%. Doses para ensaio: 37,5, 75 e 150 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal e submetidos aos ensaios Hole Board, de escadas e de caminhada em feixe-equilíbrio, com posterior análise comportamental (atividade exploratória, ansiedade e coordenação motora), e análise de duração do tempo de sono induzido por diazepam. |
Observou-se que o extrato de L. nepetifolia apresenta atividades sedativa e ansiolítica, e na dose de 150 mg/kg houve potencialização do sono induzido por diazepam. |
[
1
] |
Antibacteriana
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Planta toda |
Extrato (1:5 p/v): maceração do material vegetal (pó) em etanol à 70%. Rendimento: 15,69%. Concentrações para ensaio: 3,12 à 800 μg/mL. |
In vitro: Em cepas de Heliocobacter pylori, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella typhimurium, Shigella flexneri, Enterrococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Staphylococcus epidermidis e Bacillus subitilis incubadas com o extrato vegetal, submetidas ao teste de microdiluição para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e bactericida mínima (CBM), e análise da permeabilidade na membrana externa em E. fecalis e S. flexneri. Em células epiteliais do ovário de hamster Chinês (CHO-k1) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade.
|
Observou-se que o extrato de L. nepetifolia apresenta atividade antibacteriana (ação na membrana citoplasmática), além de baixa citotoxicidade. |
[
3
] |
Antimicrobiana e Antiparasitária
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha, Caule, raízes e glomérulos |
Extrato hidroalcoólico. |
In vitro: Em cultura de Leishimania amazonensis (formas promastioga e amastigota) incubadas com extratos vegetais; em cepas de Bacillus cereus, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Candida albicans, Pseudomonas aeruginosa, Candida tropicalis, C. krusei, C. parapsilosis e C. glabrata, incubadas com extratos vegetais e submetidas ao teste de microdiluição para determinar a concentração inibitória média (CI50).
|
Observou-se que L. nepetifolia apresenta atividades antiparasitária e antimicrobiana, sendo o extrato das folhas mais potente. |
[
2
] |
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Tintura |
Alcoolatura |
||
Componente |
Quantidade |
Componente |
Quantidade* |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Etanol/água 80% |
1000 mL |
Planta seca |
100 g |
Planta fresca |
200 g |
Tintura: pesar 100 g de planta seca, moída e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 20 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura: pesar 200 g de planta fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 20 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Broncoespasmos, tosses produtivas e processos inflamatórios.
Uso oral: tomar de 2 a 3 gotas por kilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Farmácia da Natureza
[
2
]
Componentes |
Quantidade |
Folha seca rasurada |
0,4 a 0,6 g ou uma colher de sopa caseira cheia |
Água q.s.p. |
150 mL |
Preparar por infusão, por 5 minutos.
Broncoespasmos, tosses produtivas e processos inflamatórios.
Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.
Uso tópico: aplicar o infuso sobre a pele ou úlcera duas a três vezes ao dia.
Referências bibliográficas
Alcaloides
cafeína.
Álcoois terpênicos
nepetefolinol e leonitina.
Amidas
anomalamida.
Antocianinas
Cumarinas
Diterpenos
nepetefolinol, leonotinina, leonotina, metoxipetefolio e nepetaefurano.
Fitosteróis
campesterol, estigmasterol e β-sitosterol.
Flavonoides
apigenina, cirsiliol, apigenina-7-O-glucosídeo, luteolina, luteolina-4’-O-glucoronídeo, luteolina-4’-O-glucosídeo e luteolina-7-O-glucosídeo.
Glicosídeos
Lactonas sesquiterpênicas
Outras substâncias
ácido labdânico e ácido labalênico.
Saponinas
Taninos
Triterpenoides
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. As flores não devem ser utilizadas para o preparo do infuso. O uso contínuo não deve ultrapassar 20 dias, podendo repetir o tratamento, se necessário, após intervalo de 7 dias[1].
em crianças, gestantes, lactantes, pacientes em uso de anticoagulantes ou hepatopatas crônicos, devido ao risco de hemorragia[1,2].
doses altas podem provocar hemorragias em pacientes hipersensíveis (cumarinas). Pode causar dermatite de contato[1,2].
associar com Banisteria spp. (cipó-prata) ou Echinodorus spp. (chapéu-de-couro) para o tratamento de gota. Nos casos de asma associar com Leonurus sibiricus (rubim)[2].
Referências bibliográficas
por sementes. A semeadura pode ser realizada diretamente no campo (em sulcos) [ 1 ] .
não é exigente quanto ao solo, contudo prefere clima ensolarado [ 1 ] .
as folhas adultas devem ser colhidas na floração, contudo alguns pesquisadores indicam a colheita antes da floração. O florescimento é irregular, e ocorre de 6 a 7 semanas após a emergência das sementes. Segundo a sabedoria popular, a parte aérea da planta deve ser colhida, preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, imediatamente antes da floração, enquanto que a parte subterrânea deve ser colhida na lua minguante [ 1 ] .
as sementes podem apresentar dormência após a maturação [ 1 ] .
Referências bibliográficas