Monteverdia ilicifolia (Mart. ex Reissek) Biral

Espinheira santa.

Sinonímia 
Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek
Família 
Informações gerais 

Ocorre em várias regiões da América do Sul. No Brasil é encontrada, principalmente, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, bem como em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Pode ser encontrada também no Paraguai, Uruguai e Argentina. Cultivada como ornamental e utilizada em decorações de festas de fim de ano. Suas principais indicações são: antidispéptica, gastroprotetora, antiulcerogênica, analgésica, antisséptica, anti-inflamatória, imunomoduladora, antitumoral e no tratamento da mucosite orofaríngea[1,2,3,4,5,6,7].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 203-209.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 173-174 e 324.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 139-142.
4 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 210-211.
6 - TESKE, M. & TRENTINI, A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001, p. 128.
7 - STEENBOCK, W., DOS REIS, M. S. Maytenus ilicifolia (espinheira-santa). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 636-648.
Descrição da espécie 

Arvoreta, com até 5 m de altura, ramificado, de copa densa e regular; possui raízes fortes e numerosas, avermelhadas externamente e, amareladas internamente; caule muito ramificado, verde-acinzentado, lenhoso, ereto, ramificado, anguloso tetra ou muilticarenado, apresentando estrias longitudinais que a diferencia das outras espécies do gênero; folhas simples, com 5 cm de comprimento x 2 cm de largura, inteiras, coriáceas, brilhantes, glabras, lanceoladas, curto-pecioladas, com nervuras mais proeminentes na face abaxial, ápice e base agudos a obtusos, margens com espinhos pouco rígidos, sendo que o número de espinhos dos bordos foliares é sempre ímpar (5, 7 ou 9), raramente com os bordos lisos; flores muito pequenas, amarelas ou branco-esverdeadas, agrupadas (3 a 20), em inflorescência tipo fascículo, nas axilas das folhas, hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, sésseis, actinomorfas; frutos em cápsulas oblongas, deiscentes, de cor vermelha ou alaranjado, dependendo do grau de maturação do pericarpo, contendo 1 ou 2 sementes de cor preta; semente elipsoide, avermelhada, coberta por um arilo branco, pouco espesso, em número de 1 a 2 por fruto [1,2,3,4,5,6].

Referências descrição da espécie
1 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 139.
2 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 210.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 203-204.
4 - DUARTE, M. R.; DEBUR, M. C. Stem and leaf morphoanatomy of Maytenus ilicifolia. Fitoterapia, v. 76, n. 1, p.41-49, 2005. doi: 10.1016/j.fitote.2004.10.003
5 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995, p. 224.
6 - STEENBOCK, W., DOS REIS, M. S. Maytenus ilicifolia (espinheira-santa). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 636-637.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Espinheira santa, cancerosa, espinho de Deus e sombra de touro Brasil -

Antiasmática, contraceptiva, antisséptica, antiúlcera, cicatrizante, diurética, analgésica e antitumoral.

-

-

-

[ 1 ]
Cangorosa e cancerosa Paraguai Planta toda

Emenagoga e no tratamento da infertilidade.

Decocção.

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-

[ 1 ]
Cangorosa e cancerosa Paraguai Raiz (córtex)

Anticancerígena.

Infusão ou decocção.

-

-

[ 1 ]
Cangorosa e cancerosa Paraguai Folha e raiz

Contraceptiva.

Infusão ou decocção.

-

-

[ 1 ]
Cangorosa e cancerosa Paraguai Folha

Cicatrizante e analgésica.

Decocção.

Uso externo: para lavar feridas.

-

[ 1 ]
Cangorosa e cancerosa Paraguai Folha

Tônica, analgésica e febrífuga.

Decocção.

Uso interno.

-

[ 1 ]
- Argentina Planta toda

Vulnerária, sialagoga, antiasmática e antisséptica.

-

-

-

[ 1 ]
Congorosa Uruguai Folha ou parte aérea

Eupéptica, antiespasmódica, adstringente, antiasmática, contraceptiva, emenagoga e antidismenorreica.

Infusão ou decocção.

Uso interno.

-

[ 1 ]
Congorosa Uruguai Folha ou parte aérea

Vulnerária e antisséptica.

Infusão ou decocção.

Uso externo.

-

[ 1 ]
Espinheira-santa, cancerosa, cancorosa-de-sete-espinho e sombra-de-touro Brasil Folha

No tratamento de câncer de pele.

Emplastro ou decocto.

Uso externo.

-

[ 2 ]
Espinheira-santa, cancerosa, cancorosa-de-sete-espinho e sombra-de-touro Brasil Folha

No tratamento úlceras gástricas e duodenais, gastrite, atonia e hiperacidez estomacais.

Infusão: 1 colher (de sobremesa) do material vegetal picado em 1 xícara (chá) de água.

Tomar 1 xícara (de chá) antes das principais refeições.

-

[ 2 ]
- Estados Unidos Folha

No tratamento de úlceras (regula a produção de ácido clorídrico), harmonização da flora intestinal (bactérias patogênicas e não patogênicas), laxante (elimina toxinas através dos rins e pele).

 Extrato.

-

[ 2 ]
Cancerosa e salva-vidas Folha

Antidispéptica e no tratamento da gastrite.

Infusão: 1 a 2 g (1 a 2 colheres de chá) em 150 mL (1 xícara de chá).

Tomar 1 xícara (de chá) 3 a 4 vezes ao dia.

-

[ 3 ]
Cangorosa, congorosa, sombra de toro e molle espinhoso Argentina -

Sialagoga, emenagoga, antiespasmódica, digestiva, contraceptiva, afrodisíaca, antitussígena (tosse convulsa) e antiasmática.

-

-

-

[ 4 ]
Yvyra rapo ju e aka Indígenas Mbuá-Guarani (Aldeia Tekoá Anhetenguá, RS, Brasil) Caule

No tratamento de cólica menstrual e dor durante a micção.

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-

-

[ 5 ]

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995, p. 224-225.
2 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 210-211.
3 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 134.
4 - HNATYSZYN, O. et al. Argentinian plant extracts with relaxant effect on the smooth muscle of the corpus cavernosum of guinea pig. Phytomedicine, v. 10, n. 8, p.669-674, 2003. doi: 10.1078/0944-7113-00261
5 - BRANDELLI, C. L. C. et al. Medicinal plants used by a Mbyá-Guarani Tribe against infections: activity on KPC-producing isolates and biofilm-forming bacteria. Nat Prod Commun, v. 10, n. 11, p.1847-1852, 2015.

Anti-inflamatória

Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hexânico. Concentrações para ensaio: 12,5 a 200 µg/mL.

In vitro:

Em células epiteliais do intestino de humanos (Caco-2), incubadas com o extrato vegetal, na presença ou ausência de cepas de Staphylococcus aureus, com posterior análise da integridade celular (Resistência Elétrica Transepitelial), expressão de TLR2 (cDNA) e IL-8 (ELISA).

 

O extrato de M. ilicifolia apresenta atividade anti-inflamatória, além da ausência de toxicidade nas concentrações indicadas.

[ 13 ]

Anti-inflamatória e Antiulcerogênica

Anti-inflamatória e Antiulcerogênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: percolação 950 g do material vegetal com hexano. Rendimento: 1,9% (p/p). Fração: acetato de etila. Doses para ensaio: 80 a 640 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de edema de pata induzido por formaldeído e carragenina, lesões gástricas induzidas por estresse ao frio, pré-tratados com o extrato e fração vegetais, com posterior análise do volume do edema, das lesões gástricas, volume gástrico e pH.

O extrato e a fração de M. ilicifolia apresentam atividades anti-inflamatória e antiulcerogênica.

[ 4 ]

Antibacteriana e Antibiofilme

Antibacteriana e Antibiofilme
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Caule

Extrato aquoso: por decocção. Concentrações para ensaio: 0,4 a 4 mg/ml.

In vitro:

Em cepas de Enterobacter cloacae, Krebsiella pneumoniae e Serratia marcescens incubadas com os extratos vegetais, submetidas ao ensaio antibiofilme (cristal violeta) e antibacteriano.

 

Neste estudo, das 10 espécies vegetais, Maytenus ilicifilia, Bidens pilosa, Campomanesia xanthocarpa e Verbena sp. apresentam atividade antibacteriana e antibiofilme mais potentes, exceto para E. cloacae.

[ 20 ]

Antimutagênica

Antimutagênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato aquoso a 25% (p/v). Concentrações para ensaio: 25 a 500 mg/placa. Outra espécie em estudo: Peltastes peltatus.

In vitro:

Determinar a atividade antimutagênica dos extratos vegetais através do ensaio de Salmonella/microssoma (TA98 e TA100), na presença ou não de substâncias mutagênicas (4NQO, AFB1, 2AF e 2AA).

 

Os extratos vegetais apresentam atividade antimutagênica, contudo demonstram potencial mutagênico quando associados com 4NQO.

[ 17 ]

Antioxidante

Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato etanólico.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através dos métodos ABTS e HOCl.

 

O extrato etanólico de M. ilicifolia apresenta atividade antioxidante promissora.

[ 8 ]

Antioxidante e Hipoglicemiante

Antioxidante e Hipoglicemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: maceração de 5 g do material vegetal em 45 mL de etanol a 98%. Rendimentos: 9,93 e 10,83%. Doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg.

In vivo:

Em ratos hiperglicêmicos tratados com os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (curva de tolerância oral a glicose, insulina plasmática, ureia e proteínas, CT, HDL, TG, AST, VLDL) e oxidativos (CAT, TBARS e SHNP), atividade intestinal, níveis de glicogênio hepático e muscular.

Os extratos de M. ilicifolia apresentam atividades hipoglicemiante e antioxidante, semelhantes, contudo diferem entre si quimicamente.

[ 9 ]

Antitumoral e Citoprotetora

Antitumoral e Citoprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato aquoso (1:10). Extrato seco: spray-dryer. Concentrações para ensaio: 0,5 a 2,0 mg/mL.

In vitro:

Em queratinócitos normais de humanos (HaCat), células de câncer humano hepático (HepG2) e colorretal (HT-29), incubadas com extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (Azul Tripano), quantificação celular (Citometria de fluxo), atividade da caspase 3 (Microscopia confocal) e expressão de Bcl2 (Western blotting).

 

O extrato de M. ilicifolia apresenta atividade antitumoral, através da modulação negativa de Bcl2, e citoprotetora para células normais.

[ 5 ]

Antiulcerogênica e Gastroprotetora

Antiulcerogênica e Gastroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato seco (em secador de Leito Jet Spouted): a partir do extrato hidroalcoólico a 66%, contendo 18,8 mg de flavonoides total/g. Doses para ensaio: 140 a 420 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de úlcera gástrica induzida por estresse de contenção a frio, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do índice de ulceração, volume e pH do suco gástrico.

O extrato seco de M. ilicifolia, obtido por JSB, apresenta atividade gastroprotetora e antiulcerogênica.

[ 16 ]
Folha

Extrato (associado com Maytenus aquifolium, 1:1): infusão de 3 g do material vegetal (pó) em 150 mL de água. Doses para ensaio: 42 a 230 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de lesões gástricas induzidas por indometacina e estresse por contenção a frio, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do índice de ulceração, volume e pH do suco gástrico.

A associação de M. ilicifolia e M. aquifolium apresenta atividade gastroprotetora e antiulcerogênica.

[ 19 ]

Diurética e Hipotensora

Diurética e Hipotensora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 100 g do material vegetal (pó) em 1 L de água, posteriormente adicionado etanol. Sobrenadante etanólico: 20,61 g. Frações: aquosa e acetato de etila. Doses para ensaio: 10 a 300 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar normotensos submetidos a administração do extrato e frações vegetais, com posterior análise da urina (taxa de excreção, pH, densidade, condutividade e níveis de eletrólitos), parâmetros bioquímicos (ureia, creatinina, aldosterona, vasopressina e atividade da enzima conversora de angiotensina) e determinar a atividade hipotensora, na presença de solução salina isotônica, através da participação de óxido nítrico, bradicinina e via prostaglandinas/AMPc.

A fração de acetato de etila de M. ilicifolia apresenta atividades diurética e hipotensora significativas, provavelmente via prostaglandina/AMPc.

[ 7 ]

Gastroprotetora

Gastroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 3 g do material vegetal (seco) em 150 mL de água. Rendimento: 17,5%. Doses para ensaio: 70 a 280 mg/kg; 35 a 140 mg/kg (intraperitoneal) ou 700 a 1400 mg/kg (oral).

In vivo:

Em camundongos Swiss e ratos Wistar portadores de úlceras gástricas induzidas por estresse ao frio, pré-tratados com extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros microscópicos, índice de lesões gástricas e pH da secreção gástrica.

Em camundongos Swiss e ratos Wistar tratados com extrato vegetal e submetidos aos testes rota rod, atividade motora, tempo de sono potencializado por pentobarbital.

O extrato de M. ilicifolia apresenta atividade gastroprotetora, além da ausência de toxicidade.

[ 1 ]

Inibidora da secreção gástrica

Inibidora da secreção gástrica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 3 g do material vegetal (pó) em 150 mL de água. Concentrações para ensaio: 0 a 28 mg%.

In vivo:

Em mucosa gástrica isolada de rã (Rana catesbeina), estimulada por histamina, acetilcolina e cimetidina, associada ou não com extrato vegetal, com posterior análise da secreção de ácido gástrico.

O extrato de M. ilicifolia inibe a secreção gástrica, através da ação antagonista aos receptores H2.

[ 14 ]

Protetora da função auditiva

Protetora da função auditiva
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 50 g do material vegetal (pó) em 1 L de água. Doses para ensaio: 1 e 3 g/kg/dia.

In vivo:

Em porquinhos-da-Índia portadores de ototoxicidade induzida por cisplatina, tratados com extrato vegetal, com posterior análise da função auditiva (EOAPD e BAEP) e Microscopia Eletrônica de Varredura. 

O extrato de M. ilicifolia não apresenta ação protetora contra lesões na cóclea induzidas por cisplatina.

[ 6 ]

Relaxante muscular

Relaxante muscular
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração de 5 g do material vegetal (pó) em 100 mL de água. Extrato: maceração de 50 g do material vegetal (pó) em 100 mL de diclorometano. Extrato: resíduo da extração em dicloromentano em metanol. Rendimentos: 10, 2 e 7,9% (p/p) respectivamente. Concentrações para ensaio: 0,625 a 10 mg/mL. Outras espécies em estudo: Baccharis trimera, Haplopappus rigidus, Huperzia saururus, Satureja parvifolia e Senecio eriophyton.

In vitro:

Em tiras heliocoidais do corpo carvenoso de porquinhos-da-Índia, estimuladas por L-fenilefrina e incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise do relaxamento muscular.

 

Os extratos vegetais apresentam atividade relaxante da musculatura lisa, principalmente os de diclorometano e metanol.

[ 18 ]
Ensaios toxicológicos

Interação medicamentosa

Interação medicamentosa
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 20 g do material vegetal (pó) em 700 mL solvente orgânico. Dose para ensaio: 10 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a administração de midazolam e extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros farmacocinéticos (plasma) por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE).

O extrato de M. ilicifolia não altera a atividade das enzimas CYP3A hepáticas, sendo esta metodologia adequada para a realização de ensaios de interação erva-droga, envolvendo o midazolam.

[ 11 ]

Interação medicamentosa e Hepatotoxicidade

Interação medicamentosa e Hepatotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 3 g do material vegetal em 150 mL de água. Concentrações para ensaio: 1 a 100 μg/mL.

In vitro:

Em lobo medial direito hepático e jejuno isolados de ratos Wistar incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade enzimática das isoformas CYP2D6 e CYP3A4, níveis de marcadores de hepatotoxicidade (LDH, AP, AST e ALT) e viabilidade celular (MTT).

 

O extrato aquoso de M. ilicifolia aumenta os níveis de CYP2D6 e LDH/AST, podendo interagir na metabolização de fármacos e potencializar sinais de hepatotoxicidade.

[ 21 ]

Mutagenicidade e Genotoxicidade

Mutagenicidade e Genotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 3 g do material vegetal (seco) em 150 mL de água. Rendimento: 17,5%. Concentrações para ensaio: 1000 a 5000 µg/placa.

In vitro:

Determinar a genotoxicidade e mutagenicidade em cepas de Salmonella typhimurium (Teste de Ames).

Em células da medula óssea de camundongos Swiss incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de mutações cromossomais (Teste do Micronúcleo).

 

O extrato de M. ilicifolia não induz a genotoxicidade e mutagenicidade.

[ 1 ]

Toxicidade aguda

Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 3 g do material vegetal (seco) em 150 mL de água. Rendimento: 17,5%. Doses para ensaio: 1,4 a 140 mg/kg; 2,72 a 10,88 g/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss e ratos Wistar submetidos ao teste de toxicidade aguda (triagem farmacológica e registro de mortes).

O extrato de M. ilicifolia não apresenta toxicidade nas doses indicadas.

[ 1 ]

Toxicidade aguda e crônica

Toxicidade aguda e crônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 3 g do material vegetal (pó) em 150 mL de água. Doses para ensaio: 3,4 a 2720 mg/kg. Outra espécie em estudo: Maytenus aquifolium.

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos a administração aguda dos extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros observacionais, atividades locomotora e anticonvulsivante, testes de rota rod, analgesia e tempo de sono induzido por pentobarbital, e a dose letal média (DL50).

Em camundongos Swiss e ratos Wistar submetidos ao tratamento crônico com os extratos vegetais, com posterior análise do peso corporal, temperatura, ao teste rota rod, parâmetros hematológicos, bioquímicos e histopatológicos.

Os extratos de M. aquifolium e M. ilicifolia não apresentam sinais de toxicidade significativos.

[ 15 ]

Toxicidade crônica

Toxicidade crônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 3 g do material vegetal (seco) em 150 mL de água. Rendimento: 17,5%. Doses para ensaio: 140 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss e ratos Wistar submetidos ao teste de toxicidade crônica, rota rod, tempo de sono induzido por pentobarbital e campo aberto.

Em cães Beagle submetidos ao teste de toxicidade crônica.

O uso prolongado de M. ilicifolia não apresenta toxicidade nos diferentes modelos animais.

[ 1 ]

Toxicidade materna e fetal

Toxicidade materna e fetal
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 3 g do material vegetal (seco) em 150 mL de água. Rendimento: 17,5%. Doses para ensaio: 35 a 140 mg/kg; 70 a 280 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar (prenhes ou não) tratadas com o extrato vegetal, com posterior análise do ciclo estral e teratogenicidade.

O extrato de M. ilicifolia não altera o ciclo estral, além da ausência de ação teratogênica.

[ 1 ]
Folha

Extrato: percolação do material vegetal (seco) em acetona/água (70:30). Rendimento: 22,8% (p/p). Dose 15,11 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar prenhes tratadas com extratos vegetais, com posterior análise de toxicidade durante o período organogênico e gestacional (T1 e T2), peso corporal, ingestão de água e alimentos.

O extrato de M. ilicifolia não apresenta sinais de toxicidade materna e fetal.

[ 2 ]
Folha

Extrato: 1685 g do material vegetal (pó) em 20 L de etanol a 70%. Rendimento: 32%. Dose para ensaio: 1000 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Mus (CF1) prenhes tratadas com extrato vegetal, em diferentes fases da gestação, com posterior análise morfológica dos órgãos reprodutivos, atividades abortiva, embriotóxica e estrogênica.

O extrato hidroalcoólico de M. ilicifolia estimula a perda embrionária na fase pré-implantacional.

[ 12 ]

Toxicidade materna e na prole

Toxicidade materna e na prole
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão de 3 g do material vegetal (pó) em 150 mL de água. Doses para ensaio: 136 a 544 mg/kg. Outra espécie em estudo: Maytenus aquifolium.

In vivo:

Em ratas e ratos Wistar tratadas com os extrados vegetais, antes e após o acasalamento, com posterior análise do ciclo estral materno, número de gestações e filhotes, parâmetros teratogênicos e comportamentais da prole.

Os extratos de M. aquifolium e M. ilicifolia não apresentam sinais de toxicidade materna, paterna ou na prole.

[ 15 ]

Toxicidade na prole e no sistema reprodutor masculino

Toxicidade na prole e no sistema reprodutor masculino
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 160 g do material (pó) em 2 L de água. Rendimento: 26 g. Extrato (1:5 p/v): maceração de 500 g do material (pó) em etanol a 96%. Rendimento: 45,64%. Dose para ensaio: 1360 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar prenhes tratadas com extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros neurocomportamentais na organogênese e histológicos do hipocampo da prole.

Em ratos Wistar jovens tratados com os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (TBARS, atividade da enzima δ-ALA-D e quantificação de proteínas), de fertilidade (motilidade espermática, número e motilidade de espermatozoides e produção de esperma), histopatológicos e toxicológicos.

Os extratos de M. ilicifolia não apresentam neurotoxicidade na prole, além da ausência de efeitos adversos no sistema reprodutor masculino.

[ 3 ]

Toxicidade no sistema reprodutor masculino

Toxicidade no sistema reprodutor masculino
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 140 g do material vegetal (pó) em 1 L de etanol a 96%. Rendimento: 17%. Dose para ensaio: 200 (oral) e 800 (i.p.) mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do peso corporal, testículos e vesícula seminal, parâmetros histológicos e microscópicos em fragmentos dos testículos e epidídimo. 

O extrato de M. ilicifolia não altera a espermatogênese, contudo, promove alterações ultraestruturais (insignificativas).

[ 10 ]

Referências bibliográficas

1 - TABACH, R. et al. Pharmacological and toxicological study of Maytenus ilicifolia leaf extract. Part I - preclinical studies. Phytother Res, v. 31, n. 6, p.915-920, 2017. doi: 10.1002/ptr.5818
2 - CUNHA-LAURA, A. L. et al. Effects of Maytenus ilicifolia on reproduction and embryo-fetal development in Wistar rats. Genet Mol Res, v. 13, n. 2, p.3711-3720, 2014. doi: 10.4238/2014
3 - ECKER, A. et al. Safety evaluation of supratherapeutic dose of Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek extracts on fertility and neurobehavioral status of male and pregnant rats. Regul Toxicol Pharmacol, v. 90, p.160-169, 2017. doi: 10.1016/j.yrtph.2017.09.007
4 - JORGE, R. M. et al. Evaluation of antinociceptive, anti-inflammatory and antiulcerogenic activities of Maytenus ilicifolia. J Ethnopharmacol, v. 94, n. 1, p:93-100, 2004. doi: 10.1016/j.jep.2004.04.019
5 - DE ARAÚJO JÚNIOR, R. F. et al. Maytenus ilicifolia dry extract protects normal cells, induces apoptosis and regulates Bcl-2 in human cancer cells. Exp Biol Med (Maywood), v. 238, p. 11, p.1251-1258, 2013. doi: 10.1177/1535370213494563
6 - KASSE, C. A. et al. The use of Maytenus ilicifolia to prevent cisplatin-induced ototoxicity. Braz J Otorhinolaryngol, v. 74, n. 5, p.712-717, 2008. doi: 10.1016/S1808-8694(15)31381-1
7 - LEME, T. S. V. et al. Role of prostaglandin/cAMP pathway in the diuretic and hypotensive effects of purified fraction of Maytenus ilicifolia Mart ex Reissek (Celastraceae). J Ethnopharmacol, v. 150, n. 1, p.154-161, 2013. doi: 10.1016/j.jep.2013.08.032
8 - VELLOSA, J. C. R. et al. Antioxidant activity of Maytenus ilicifolia root bark. Fitoterapia, v. 77, n. 3, p.243-244, 2006. doi: 10.1016/j.fitote.2006.02.007
9 - SCHINDLER, M. S. Z. et al. Characterization of the chemical profile and the effects of ethanolic extracts of Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek on glucose metabolism in normal hyperglycemic rats. J Ethnopharmacol, p.114173, 2021. doi: 10.1016/j.jep.2021.114173
10 - MONTANARI, T. et al. Effect of Maytenus ilicifolia Mart.ex. Reiss on spermatogenesis. Contraception, v. 57, n. 5, p.335-339, 1998. doi: 10.1016/s0010-7824(98)00038-9
11 - DO NASCIMENTO, S. B. et al. Validation of a HPLC method for quantification of midazolam in rat plasma: application during a Maytenus ilicifolia-drug interaction study. Biomed Chromatogr, v. 35, n. 3, p.e4999, 2021. doi: 10.1002/bmc.4999
12 - MONTANARI, T.; BEVILACQUA, E. Effect of Maytenus ilicifolia Mart. on pregnant mice. Contraception, v. 65, n. 2, p.171-175, 2002. doi: 10.1016/s0010-7824(01)00301-8
13 - WONFOR, R. et al. Anti-inflammatory properties of an extract of M. ilicifolia in the human intestinal epithelial Caco-2 cell line. J Ethnopharmacol, v. 2019, p.283-287, 2017. doi: 10.1016/j.jep.2017.08.006
14 - FERREIRA, P. M. et al. A lyophilized aqueous extract of Maytenus ilicifolia leaves inhibits histamine-mediated acid secretion in isolated frog gastric mucosa. Planta, v. 219, n. 2, p.319-24, 2014. doi: 10.1007/s00425-004-1222-9
15 - OLIVEIRA, M. G. et al. Pharmacologic and toxicologic effects of two Maytenus species in laboratory animals. J Ethnopharmacol, v. 34, n. 1, p.29-41, 1991. doi: 10.1016/0378-8741(91)90186-h
16 - TABACH, R.; OLIVEIRA, W. P. Evaluation of the anti-ulcerogenic activity of a dry extract of Maytenus ilicifolia Martius ex. Reiss produced by a jet spouted bed dryer. Pharmazie, v. 58, n. 8, p.573-576, 2003.
17 - HORN, R. C.; VARGAS, V. M. F. Antimutagenic activity of extracts of natural substances in the Salmonella/microsome assay. Mutagenesis, v. 18, n. 2, p.113-118, 2003. doi: 10.1093/mutage/18.2.113
18 - HNATYSZYN, O. et al. Argentinian plant extracts with relaxant effect on the smooth muscle of the corpus cavernosum of guinea pig. Phytomedicine, v. 10, n. 8, p.669-674, 2003. doi: 10.1078/0944-7113-00261
19 - SOUZA-FORMIGONI, M. L. et al. Antiulcerogenic effects of two Maytenus species in laboratory animals. J Ethnopharmacol, v. 34, n. 1, p.21-27, 1991. doi: 10.1016/0378-8741(91)90185-g
20 - BRANDELLI, C. L. C. et al. Medicinal plants used by a Mbyá-Guarani Tribe against infections: activity on KPC-producing isolates and biofilm-forming bacteria. Nat Prod Commun, v. 10, n. 11, p.1847-1852, 2015.
21 - DANILEVICZ, C. K. et al. Pharmacological evaluation of a traditional Brazilian medicinal plant, Monteverdia ilicifolia. Part I - Preclinical safety study. J Ethnopharmacol, v. 324, p.1-6, 2024. doi: 10.1016/j.jep.2024.117806

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, p. 40, 2011.
2 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição – Primeiro Suplemento. Brasília: Anvisa, p. 134-135, 2018.
3 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 125-128, 2021.

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Etanol/água 70%

1000 mL

Folha seca

100 g

 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha seca pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Antidispéptica, antiácida, protetora da mucosa gástrica (BRASIL, 2014; BRASIL, 2016; BRASIL, 2018). Ameniza os efeitos colaterais de quimioterápicos como náusea, vômito e mucosite orofaríngea.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Maytenus ilicifolia – folha seca

100 g

Água destilada

1000 mL

Nipagin® 0,2%

2 g

 
Modo de preparo

Colocar as folhas secas em água destilada fervente, e deixar em infusão por no mínimo 2 horas. Filtrar em papel de filtro e na temperatura de 50 °C adicionar o conservante (Nipagin®) diluído em q.s. álcool etílico 98°GL. A seguir envasar em frascos de vidro âmbar esterilizados e etiquetar.

Principais indicações

Mucosite orofaríngea.

Posologia

Uso oral: tomar 1 colher de sobremesa ou chá, 2 a 3 vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componente

Número da cápsula e quantidade

Maytenus ilicifolia (droga vegetal)

N° 0 (260 a 270 mg)

Q.s.p

1 cápsula

 
Modo de preparo

Triturar a droga vegetal (folhas) e encapsular.

Principais indicações

Gastrite e úlcera péptica.

Posologia

Uso oral: tomar 1 cápsula, 3 vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 4 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha seca pulverizada

0,4 a 0,6 g ou 1 colher de café cheia

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Antidispéptica, antiácida e protetora da mucosa gástrica (BRASIL, 2014; BRASIL, 2016; BRASIL, 2018). Ameniza os efeitos colaterais de quimioterápicos como náusea, vômito e mucosite orofaríngea.

Posologia
Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso três a seis vezes ao dia. O tratamento deve ser feito por 2 meses.
Uso oral: crianças acima de 6 anos devem tomar 3 mL (1 colher de chá caseira) do infuso por quilograma de peso corporal por dose, três a seis vezes ao dia.

Farma Verde
[ 5 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha

1 a 2 g

Água q.s.p

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por decocção, considerando a proporção indicada na fórmula. Ferver por 5 minutos e deixar arrefecer em contato com a água durante 15 minutos. Devem ser utilizadas folhas secas e rasuradas (OGAVA et al., 2000).

Principais indicações

Como auxiliar no alívio de sintomas dispépticos; como antiácido (OGAVA, et al., 2000; ALONSO, 2007; SANTOS-OLIVEIRA et al., 2009; CARVALHO & SILVEIRA, 2010; BRASIL, 2016; TABACH et al., 2017b).

Posologia

Tomar 150 mL do decocto, duas horas após o almoço e à noite, podendo ser administrado até quatro vezes ao dia (OGAVA, et. al., 2000).

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 173-174.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 324.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 357-358.
4 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 105-107.
5 - DAMASCENO, E. M. A. et al. Fitoterapia e profissionais da saúde na atenção primária – Farma Verde. 1 ed. Ponta Grossa: Atena, 2023, p. 52-54.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 8 , 9 , 10 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

ácido clorogênico.

Alcaloides

Antocianinas

leucoantocianidina.

Esteróis

estigmasterol.

Flavonoides

mauritianina, trifolina, hiperina, galactitol, catequina, epicatequina, rutina, kaempferol, hiperosídeo, quercetina, afzelequina e epiafzelequina.

Mucilagens

Óleos essenciais

acetato de geranil.

Outras substâncias

ácido salaspérmico, ácido salasperônico, ácido salicílico, ácido dodecainóico, fitol e escaleno.

Polissacarídeos

ácido poligalacturônico e arabinogalactano.

Sais minerais

Taninos

ácido tânico.

Triterpenos pentacíclicos

friedelina e friedelanol.

Triterpenos quinonametídicos

maitenina, maitefolina, pristimerina e celastrol.

Vitaminas

E.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 141.
2 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 134.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 205.
4 - TIBERTI, L. A. et al. Identification of flavonols in leaves of Maytenus ilicifolia and M. aquifolium (Celastraceae) by LC/UV/MS analysis. J Chromatogr B Analyt Technol Biomed Life Sci, v. 846, n. 1-2, p.378-384, 2007. doi: 10.1016/j.jchromb.2006.09.014
5 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995, p. 224.
6 - DE SOUZA, L. M. et al. HPLC/ESI-MS and NMR analysis of flavonoids and tannins in bioactive extract from leaves of Maytenus ilicifolia. J Pharm Biomed Anal, v. 47, n. 1, p.59-67, 2008. doi: 10.1016/j.jpba.2007.12.008
7 - LEITE, J. P. et al. Isolation and HPLC quantitative analysis of flavonoid glycosides from Brazilian beverages (Maytenus ilicifolia and M. aquifolium). J Agric Food Chem, v. 49, n. 8, p.3796-3801, 2001. doi: 10.1021/jf010294n
8 - CIPRIANI, T. R. et al. An arabinogalactan isolated from the medicinal plant Maytenus ilicifolia. J Nat Prod, v. 67, n. 4, p.703-706, 2004. doi: 10.1021/np034043f
9 - OHSAKI, A. et al. Four new triterpenoids from Maytenus ilicifolia. J Nat Prod, v. 67, n. 3, p.469-471, 2004. doi: 10.1021/np030379d
10 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995, p. 225.

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2019
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2017
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira
Ano de Publicação: 2016
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2010
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2008
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1996
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Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Há experiência de sua indicação a partir dos 6 anos, sendo esta prática sempre orientada pelo profissional pediátrico. O uso contínuo não deve ultrapassar 6 meses, podendo repetir o tratamento, se necessário após intervalo de 30 dias[3].

Contraindicações: 

em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol). Tinturas alcoólicas devem ser evitadas, pois podem aumentar o quadro de irritação gástrica[1,2,4,7,8].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

pode ocorrer xerostomia, disgeusia (alteração do paladar), náuseas, gastralgia e poliúria. Se uso prologando pode diminuir a lactação. Plantas ricas em taninos e em doses altas podem provocar irritação da mucosa gástrica e intestinal, gerando vômitos, cólicas intestinais e diarreia. Em raros casos, pode ocorrer hipersensibilidade[1,2,3,7].

Interações medicamentosas: 

estudo in vitro demonstra que a infusão das folhas de M. ilicifolia pode interagir com as enzimas do citocromo P450 (CYP3A) alterando o metabolismo de alguns fármacos, e também o transporte de substratos mediado pela glicoproteína-P. Pode ocorrer interação com esteroides anabolizantes, metotrexato, amiodarona e cetoconazol, por possível dano hepático, e com imunossupressores, por apresentar efeitos antagonistas[1,5,6].

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 138, 2021.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 174.
3 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 106-107.
4 - BERNSTEIN, N. et al. Is it safe to consume traditional medicinal plants during pregnancy? Phytother Res, v. 35, n. 4, p.1908-1924, 2021. doi: 10.1002/ptr.6935
5 - DO NASCIMENTO, S. B. et al. Evaluation of the effects of Maytenus ilicifolia on the activities of cytochrome P450 3A and P-glycoprotein. Curr Drug Metab, v. 21, n. 4, p.281-290, 2020. doi: 10.2174/1389200221666200512112718
6 - MAZZARI, A. L. D. A. et al. In vitro effects of European and Latin-American medicinal plants in CYP3A4 gene expression, glutathione levels, and P-glycoprotein activity. Front Pharmacol, v. 13, p.1-16, 2022. doi: 10.3389/fphar.2022.826395
7 - TESKE, M. & TRENTINI, A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001, p. 129.
8 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 207.

Propagação: 

é realizada por sementes recém colhidas, pois apresentam baixa viabilidade. As sementes devem ser retiradas dos frutos quando maduros (vermelhos) e entreabertos (arilo exposto), colocadas sobre uma peneira, lavadas com água corrente e reservadas sobre um pano seco para o processo de secagem por 12 ou 24 horas. Posteriormente, as sementes são introduzidas, em 2 unidades, em saquinhos plásticos contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1). Os saquinhos contendo as sementes devem ser transferidos para viveiro (sombrite de 50% ou 70%) com irrigação 1 vez ao dia ou em dias intercalados. A germinação ocorre entre 15 a 35 dias após a semeadura e pode atingir até 70%. As mudas com mais de 1 ano, medindo de 35 a 40 cm de altura, devem ser transferidas para o local definitivo, a pleno sol, com espaçamento de 1 m entre plantas e 2 a 2,5 m entre ruas, em covas de 20x20 cm e adubadas com 1 kg de esterco. A propagação também pode ser realizada através de gemas radiculares das raízes secundárias superficiais [ 1 , 2 , 3 ] .

Maytenus ilicifolia

Mudas

Maytenus ilicifolia

Mudas

Tratos culturais & Manejo: 

desenvolve-se melhor em solos profundos, argilosos, drenados, rico em matéria orgânica e não tolera solos alagados. Esta espécie não suporta períodos longos de estiagem, por isso em coleções de plantas medicinais indica-se a irrigação 3 vezes por semana [ 1 , 2 ] .

Colheita: 

as folhas devem ser colhidas após 3 ou 4 anos de cultivo, realizando 2 colheitas ao ano (janeiro e julho), retirando apenas 50% das folhas por planta. O corte é realizado com auxílio de tesouras de poda e luvas. As folhas podem ser colhidas a partir das 10 horas da manhã e a sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deva ser realizada na lua cheia. Para a coleta das sementes, recomenda-se o corte de galhos com frutos maduros, para a separação manual das sementes [ 1 , 2 , 3 ] .

Pós-colheita: 

a secagem das folhas pode ser em estufa de ar circulante a temperatura de 40 a 45°C, sendo neste último por período de 2 dias. Posteriormente, a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido por até 1 ano. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca (até 40 mesh), somente quando necessário, pois o período de armazenamento reduz para apenas 4 meses [ 1 , 2 ] .

Problemas & Soluções: 

as sementes são ortodoxas, por isso devem ser armazenadas em câmara fria. Esta espécie é de crescimento lento e as que se desenvolvem a pleno sol apresentam maior teor de taninos, contudo o excesso de radiação solar pode retardar o desenvolvimento da planta. O consórcio de M. ilicifolia com árvores leguminosas rústicas, por exemplo o mulungu, que são fixadoras de nitrogênio, de rápido crescimento e fornecedora de matéria orgânica, permite o sombreamento parcial da espinheira-santa sem alterar o seu desenvolvimento [ 1 , 2 , 3 ] .

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 140-141.
2 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 204-205.
3 - STEENBOCK, W., DOS REIS, M. S. Maytenus ilicifolia (espinheira-santa). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 639-643.

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