Ocorre em várias regiões da América do Sul. No Brasil é encontrada, principalmente, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, bem como em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Pode ser encontrada também no Paraguai, Uruguai e Argentina. Cultivada como ornamental e utilizada em decorações de festas de fim de ano. Suas principais indicações são: antidispéptica, gastroprotetora, antiulcerogênica, analgésica, antisséptica, anti-inflamatória, imunomoduladora, antitumoral e no tratamento da mucosite orofaríngea[1,2,3,4,5,6,7].
Arvoreta, com até 5 m de altura, ramificado, de copa densa e regular; possui raízes fortes e numerosas, avermelhadas externamente e, amareladas internamente; caule muito ramificado, verde-acinzentado, lenhoso, ereto, ramificado, anguloso tetra ou muilticarenado, apresentando estrias longitudinais que a diferencia das outras espécies do gênero; folhas simples, com 5 cm de comprimento x 2 cm de largura, inteiras, coriáceas, brilhantes, glabras, lanceoladas, curto-pecioladas, com nervuras mais proeminentes na face abaxial, ápice e base agudos a obtusos, margens com espinhos pouco rígidos, sendo que o número de espinhos dos bordos foliares é sempre ímpar (5, 7 ou 9), raramente com os bordos lisos; flores muito pequenas, amarelas ou branco-esverdeadas, agrupadas (3 a 20), em inflorescência tipo fascículo, nas axilas das folhas, hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, sésseis, actinomorfas; frutos em cápsulas oblongas, deiscentes, de cor vermelha ou alaranjado, dependendo do grau de maturação do pericarpo, contendo 1 ou 2 sementes de cor preta; semente elipsoide, avermelhada, coberta por um arilo branco, pouco espesso, em número de 1 a 2 por fruto [1,2,3,4,5,6].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Espinheira santa, cancerosa, espinho de Deus e sombra de touro | Brasil | - | Antiasmática, contraceptiva, antisséptica, antiúlcera, cicatrizante, diurética, analgésica e antitumoral. |
- |
- |
- |
[
1
]
|
Cangorosa e cancerosa | Paraguai | Planta toda | Emenagoga e no tratamento da infertilidade. |
Decocção. |
- |
- |
[
1
]
|
Cangorosa e cancerosa | Paraguai | Raiz (córtex) | Anticancerígena. |
Infusão ou decocção. |
- |
- |
[
1
]
|
Cangorosa e cancerosa | Paraguai | Folha e raiz | Contraceptiva. |
Infusão ou decocção. |
- |
- |
[
1
]
|
Cangorosa e cancerosa | Paraguai | Folha | Cicatrizante e analgésica. |
Decocção. |
Uso externo: para lavar feridas. |
- |
[
1
]
|
Cangorosa e cancerosa | Paraguai | Folha | Tônica, analgésica e febrífuga. |
Decocção. |
Uso interno. |
- |
[
1
]
|
- | Argentina | Planta toda | Vulnerária, sialagoga, antiasmática e antisséptica. |
- |
- |
- |
[
1
]
|
Congorosa | Uruguai | Folha ou parte aérea | Eupéptica, antiespasmódica, adstringente, antiasmática, contraceptiva, emenagoga e antidismenorreica. |
Infusão ou decocção. |
Uso interno. |
- |
[
1
]
|
Congorosa | Uruguai | Folha ou parte aérea | Vulnerária e antisséptica. |
Infusão ou decocção. |
Uso externo. |
- |
[
1
]
|
Espinheira-santa, cancerosa, cancorosa-de-sete-espinho e sombra-de-touro | Brasil | Folha | No tratamento de câncer de pele. |
Emplastro ou decocto. |
Uso externo. |
- |
[
2
]
|
Espinheira-santa, cancerosa, cancorosa-de-sete-espinho e sombra-de-touro | Brasil | Folha | No tratamento úlceras gástricas e duodenais, gastrite, atonia e hiperacidez estomacais. |
Infusão: 1 colher (de sobremesa) do material vegetal picado em 1 xícara (chá) de água. |
Tomar 1 xícara (de chá) antes das principais refeições. |
- |
[
2
]
|
- | Estados Unidos | Folha | No tratamento de úlceras (regula a produção de ácido clorídrico), harmonização da flora intestinal (bactérias patogênicas e não patogênicas), laxante (elimina toxinas através dos rins e pele). |
Extrato. |
- |
[
2
]
|
|
Cancerosa e salva-vidas | Folha | Antidispéptica e no tratamento da gastrite. |
Infusão: 1 a 2 g (1 a 2 colheres de chá) em 150 mL (1 xícara de chá). |
Tomar 1 xícara (de chá) 3 a 4 vezes ao dia. |
- |
[
3
]
|
|
Cangorosa, congorosa, sombra de toro e molle espinhoso | Argentina | - | Sialagoga, emenagoga, antiespasmódica, digestiva, contraceptiva, afrodisíaca, antitussígena (tosse convulsa) e antiasmática. |
- |
- |
- |
[
4
]
|
Yvyra rapo ju e aka | Indígenas Mbuá-Guarani (Aldeia Tekoá Anhetenguá, RS, Brasil) | Caule | No tratamento de cólica menstrual e dor durante a micção. |
- |
- |
- |
[
5
]
|
Referências bibliográficas
Anti-inflamatória
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato hexânico. Concentrações para ensaio: 12,5 a 200 µg/mL. |
In vitro: Em células epiteliais do intestino de humanos (Caco-2), incubadas com o extrato vegetal, na presença ou ausência de cepas de Staphylococcus aureus, com posterior análise da integridade celular (Resistência Elétrica Transepitelial), expressão de TLR2 (cDNA) e IL-8 (ELISA).
|
O extrato de M. ilicifolia apresenta atividade anti-inflamatória, além da ausência de toxicidade nas concentrações indicadas. |
[
13
] |
Anti-inflamatória e Antiulcerogênica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: percolação 950 g do material vegetal com hexano. Rendimento: 1,9% (p/p). Fração: acetato de etila. Doses para ensaio: 80 a 640 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de edema de pata induzido por formaldeído e carragenina, lesões gástricas induzidas por estresse ao frio, pré-tratados com o extrato e fração vegetais, com posterior análise do volume do edema, das lesões gástricas, volume gástrico e pH. |
O extrato e a fração de M. ilicifolia apresentam atividades anti-inflamatória e antiulcerogênica. |
[
4
] |
Antibacteriana e Antibiofilme
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Caule |
Extrato aquoso: por decocção. Concentrações para ensaio: 0,4 a 4 mg/ml. |
In vitro: Em cepas de Enterobacter cloacae, Krebsiella pneumoniae e Serratia marcescens incubadas com os extratos vegetais, submetidas ao ensaio antibiofilme (cristal violeta) e antibacteriano.
|
Neste estudo, das 10 espécies vegetais, Maytenus ilicifilia, Bidens pilosa, Campomanesia xanthocarpa e Verbena sp. apresentam atividade antibacteriana e antibiofilme mais potentes, exceto para E. cloacae. |
[
20
] |
Antimutagênica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato aquoso a 25% (p/v). Concentrações para ensaio: 25 a 500 mg/placa. Outra espécie em estudo: Peltastes peltatus. |
In vitro: Determinar a atividade antimutagênica dos extratos vegetais através do ensaio de Salmonella/microssoma (TA98 e TA100), na presença ou não de substâncias mutagênicas (4NQO, AFB1, 2AF e 2AA).
|
Os extratos vegetais apresentam atividade antimutagênica, contudo demonstram potencial mutagênico quando associados com 4NQO. |
[
17
] |
Antioxidante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato etanólico. |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante através dos métodos ABTS e HOCl.
|
O extrato etanólico de M. ilicifolia apresenta atividade antioxidante promissora. |
[
8
] |
Antioxidante e Hipoglicemiante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: maceração de 5 g do material vegetal em 45 mL de etanol a 98%. Rendimentos: 9,93 e 10,83%. Doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg. |
In vivo: Em ratos hiperglicêmicos tratados com os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (curva de tolerância oral a glicose, insulina plasmática, ureia e proteínas, CT, HDL, TG, AST, VLDL) e oxidativos (CAT, TBARS e SHNP), atividade intestinal, níveis de glicogênio hepático e muscular. |
Os extratos de M. ilicifolia apresentam atividades hipoglicemiante e antioxidante, semelhantes, contudo diferem entre si quimicamente. |
[
9
] |
Antitumoral e Citoprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato aquoso (1:10). Extrato seco: spray-dryer. Concentrações para ensaio: 0,5 a 2,0 mg/mL. |
In vitro: Em queratinócitos normais de humanos (HaCat), células de câncer humano hepático (HepG2) e colorretal (HT-29), incubadas com extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (Azul Tripano), quantificação celular (Citometria de fluxo), atividade da caspase 3 (Microscopia confocal) e expressão de Bcl2 (Western blotting).
|
O extrato de M. ilicifolia apresenta atividade antitumoral, através da modulação negativa de Bcl2, e citoprotetora para células normais. |
[
5
] |
Antiulcerogênica e Gastroprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato seco (em secador de Leito Jet Spouted): a partir do extrato hidroalcoólico a 66%, contendo 18,8 mg de flavonoides total/g. Doses para ensaio: 140 a 420 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de úlcera gástrica induzida por estresse de contenção a frio, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do índice de ulceração, volume e pH do suco gástrico. |
O extrato seco de M. ilicifolia, obtido por JSB, apresenta atividade gastroprotetora e antiulcerogênica. |
[
16
] |
Folha |
Extrato (associado com Maytenus aquifolium, 1:1): infusão de 3 g do material vegetal (pó) em 150 mL de água. Doses para ensaio: 42 a 230 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de lesões gástricas induzidas por indometacina e estresse por contenção a frio, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do índice de ulceração, volume e pH do suco gástrico. |
A associação de M. ilicifolia e M. aquifolium apresenta atividade gastroprotetora e antiulcerogênica. |
[
19
] |
Diurética e Hipotensora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: infusão de 100 g do material vegetal (pó) em 1 L de água, posteriormente adicionado etanol. Sobrenadante etanólico: 20,61 g. Frações: aquosa e acetato de etila. Doses para ensaio: 10 a 300 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar normotensos submetidos a administração do extrato e frações vegetais, com posterior análise da urina (taxa de excreção, pH, densidade, condutividade e níveis de eletrólitos), parâmetros bioquímicos (ureia, creatinina, aldosterona, vasopressina e atividade da enzima conversora de angiotensina) e determinar a atividade hipotensora, na presença de solução salina isotônica, através da participação de óxido nítrico, bradicinina e via prostaglandinas/AMPc. |
A fração de acetato de etila de M. ilicifolia apresenta atividades diurética e hipotensora significativas, provavelmente via prostaglandina/AMPc. |
[
7
] |
Gastroprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: infusão de 3 g do material vegetal (seco) em 150 mL de água. Rendimento: 17,5%. Doses para ensaio: 70 a 280 mg/kg; 35 a 140 mg/kg (intraperitoneal) ou 700 a 1400 mg/kg (oral). |
In vivo: Em camundongos Swiss e ratos Wistar portadores de úlceras gástricas induzidas por estresse ao frio, pré-tratados com extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros microscópicos, índice de lesões gástricas e pH da secreção gástrica. Em camundongos Swiss e ratos Wistar tratados com extrato vegetal e submetidos aos testes rota rod, atividade motora, tempo de sono potencializado por pentobarbital. |
O extrato de M. ilicifolia apresenta atividade gastroprotetora, além da ausência de toxicidade. |
[
1
] |
Inibidora da secreção gástrica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: 3 g do material vegetal (pó) em 150 mL de água. Concentrações para ensaio: 0 a 28 mg%. |
In vivo: Em mucosa gástrica isolada de rã (Rana catesbeina), estimulada por histamina, acetilcolina e cimetidina, associada ou não com extrato vegetal, com posterior análise da secreção de ácido gástrico. |
O extrato de M. ilicifolia inibe a secreção gástrica, através da ação antagonista aos receptores H2. |
[
14
] |
Protetora da função auditiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: 50 g do material vegetal (pó) em 1 L de água. Doses para ensaio: 1 e 3 g/kg/dia. |
In vivo: Em porquinhos-da-Índia portadores de ototoxicidade induzida por cisplatina, tratados com extrato vegetal, com posterior análise da função auditiva (EOAPD e BAEP) e Microscopia Eletrônica de Varredura. |
O extrato de M. ilicifolia não apresenta ação protetora contra lesões na cóclea induzidas por cisplatina. |
[
6
] |
Relaxante muscular
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato: maceração de 5 g do material vegetal (pó) em 100 mL de água. Extrato: maceração de 50 g do material vegetal (pó) em 100 mL de diclorometano. Extrato: resíduo da extração em dicloromentano em metanol. Rendimentos: 10, 2 e 7,9% (p/p) respectivamente. Concentrações para ensaio: 0,625 a 10 mg/mL. Outras espécies em estudo: Baccharis trimera, Haplopappus rigidus, Huperzia saururus, Satureja parvifolia e Senecio eriophyton. |
In vitro: Em tiras heliocoidais do corpo carvenoso de porquinhos-da-Índia, estimuladas por L-fenilefrina e incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise do relaxamento muscular.
|
Os extratos vegetais apresentam atividade relaxante da musculatura lisa, principalmente os de diclorometano e metanol. |
[
18
] |
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Componente |
Quantidade |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Folha seca |
100 g |
Tintura: pesar 100 g de folha seca pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Antidispéptica, antiácida, protetora da mucosa gástrica (BRASIL, 2014; BRASIL, 2016; BRASIL, 2018). Ameniza os efeitos colaterais de quimioterápicos como náusea, vômito e mucosite orofaríngea.
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Farmácia da Natureza
[
2
]
Componente |
Quantidade |
Maytenus ilicifolia – folha seca |
100 g |
Água destilada |
1000 mL |
Nipagin® 0,2% |
2 g |
Colocar as folhas secas em água destilada fervente, e deixar em infusão por no mínimo 2 horas. Filtrar em papel de filtro e na temperatura de 50 °C adicionar o conservante (Nipagin®) diluído em q.s. álcool etílico 98°GL. A seguir envasar em frascos de vidro âmbar esterilizados e etiquetar.
Mucosite orofaríngea.
Uso oral: tomar 1 colher de sobremesa ou chá, 2 a 3 vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
3
]
Componente |
Número da cápsula e quantidade |
Maytenus ilicifolia (droga vegetal) |
N° 0 (260 a 270 mg) |
Q.s.p |
1 cápsula |
Triturar a droga vegetal (folhas) e encapsular.
Gastrite e úlcera péptica.
Uso oral: tomar 1 cápsula, 3 vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
4
]
Componente |
Quantidade |
Folha seca pulverizada |
0,4 a 0,6 g ou 1 colher de café cheia |
Água q.s.p. |
150 mL |
Preparar por infusão, por 5 minutos.
Antidispéptica, antiácida e protetora da mucosa gástrica (BRASIL, 2014; BRASIL, 2016; BRASIL, 2018). Ameniza os efeitos colaterais de quimioterápicos como náusea, vômito e mucosite orofaríngea.
Farma Verde
[
5
]
Componente |
Quantidade |
Folha |
1 a 2 g |
Água q.s.p |
150 mL |
Preparar por decocção, considerando a proporção indicada na fórmula. Ferver por 5 minutos e deixar arrefecer em contato com a água durante 15 minutos. Devem ser utilizadas folhas secas e rasuradas (OGAVA et al., 2000).
Como auxiliar no alívio de sintomas dispépticos; como antiácido (OGAVA, et al., 2000; ALONSO, 2007; SANTOS-OLIVEIRA et al., 2009; CARVALHO & SILVEIRA, 2010; BRASIL, 2016; TABACH et al., 2017b).
Tomar 150 mL do decocto, duas horas após o almoço e à noite, podendo ser administrado até quatro vezes ao dia (OGAVA, et. al., 2000).
Referências bibliográficas
Ácidos fenólicos
ácido clorogênico.
Alcaloides
Antocianinas
leucoantocianidina.
Esteróis
estigmasterol.
Flavonoides
mauritianina, trifolina, hiperina, galactitol, catequina, epicatequina, rutina, kaempferol, hiperosídeo, quercetina, afzelequina e epiafzelequina.
Mucilagens
Óleos essenciais
acetato de geranil.
Outras substâncias
ácido salaspérmico, ácido salasperônico, ácido salicílico, ácido dodecainóico, fitol e escaleno.
Polissacarídeos
ácido poligalacturônico e arabinogalactano.
Sais minerais
Taninos
ácido tânico.
Triterpenos pentacíclicos
friedelina e friedelanol.
Triterpenos quinonametídicos
maitenina, maitefolina, pristimerina e celastrol.
Vitaminas
E.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Há experiência de sua indicação a partir dos 6 anos, sendo esta prática sempre orientada pelo profissional pediátrico. O uso contínuo não deve ultrapassar 6 meses, podendo repetir o tratamento, se necessário após intervalo de 30 dias[3].
em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol). Tinturas alcoólicas devem ser evitadas, pois podem aumentar o quadro de irritação gástrica[1,2,4,7,8].
pode ocorrer xerostomia, disgeusia (alteração do paladar), náuseas, gastralgia e poliúria. Se uso prologando pode diminuir a lactação. Plantas ricas em taninos e em doses altas podem provocar irritação da mucosa gástrica e intestinal, gerando vômitos, cólicas intestinais e diarreia. Em raros casos, pode ocorrer hipersensibilidade[1,2,3,7].
estudo in vitro demonstra que a infusão das folhas de M. ilicifolia pode interagir com as enzimas do citocromo P450 (CYP3A) alterando o metabolismo de alguns fármacos, e também o transporte de substratos mediado pela glicoproteína-P. Pode ocorrer interação com esteroides anabolizantes, metotrexato, amiodarona e cetoconazol, por possível dano hepático, e com imunossupressores, por apresentar efeitos antagonistas[1,5,6].
Referências bibliográficas
é realizada por sementes recém colhidas, pois apresentam baixa viabilidade. As sementes devem ser retiradas dos frutos quando maduros (vermelhos) e entreabertos (arilo exposto), colocadas sobre uma peneira, lavadas com água corrente e reservadas sobre um pano seco para o processo de secagem por 12 ou 24 horas. Posteriormente, as sementes são introduzidas, em 2 unidades, em saquinhos plásticos contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1). Os saquinhos contendo as sementes devem ser transferidos para viveiro (sombrite de 50% ou 70%) com irrigação 1 vez ao dia ou em dias intercalados. A germinação ocorre entre 15 a 35 dias após a semeadura e pode atingir até 70%. As mudas com mais de 1 ano, medindo de 35 a 40 cm de altura, devem ser transferidas para o local definitivo, a pleno sol, com espaçamento de 1 m entre plantas e 2 a 2,5 m entre ruas, em covas de 20x20 cm e adubadas com 1 kg de esterco. A propagação também pode ser realizada através de gemas radiculares das raízes secundárias superficiais [ 1 , 2 , 3 ] .
desenvolve-se melhor em solos profundos, argilosos, drenados, rico em matéria orgânica e não tolera solos alagados. Esta espécie não suporta períodos longos de estiagem, por isso em coleções de plantas medicinais indica-se a irrigação 3 vezes por semana [ 1 , 2 ] .
as folhas devem ser colhidas após 3 ou 4 anos de cultivo, realizando 2 colheitas ao ano (janeiro e julho), retirando apenas 50% das folhas por planta. O corte é realizado com auxílio de tesouras de poda e luvas. As folhas podem ser colhidas a partir das 10 horas da manhã e a sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deva ser realizada na lua cheia. Para a coleta das sementes, recomenda-se o corte de galhos com frutos maduros, para a separação manual das sementes [ 1 , 2 , 3 ] .
a secagem das folhas pode ser em estufa de ar circulante a temperatura de 40 a 45°C, sendo neste último por período de 2 dias. Posteriormente, a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido por até 1 ano. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca (até 40 mesh), somente quando necessário, pois o período de armazenamento reduz para apenas 4 meses [ 1 , 2 ] .
as sementes são ortodoxas, por isso devem ser armazenadas em câmara fria. Esta espécie é de crescimento lento e as que se desenvolvem a pleno sol apresentam maior teor de taninos, contudo o excesso de radiação solar pode retardar o desenvolvimento da planta. O consórcio de M. ilicifolia com árvores leguminosas rústicas, por exemplo o mulungu, que são fixadoras de nitrogênio, de rápido crescimento e fornecedora de matéria orgânica, permite o sombreamento parcial da espinheira-santa sem alterar o seu desenvolvimento [ 1 , 2 , 3 ] .
Referências bibliográficas