Passiflora incarnata L.

Flor da paixão, maracujá-silvestre, maracujá-guaçú e passiflora.

Família 
Informações gerais 

Nativa do Continente Americano, desde o sudeste dos Estados Unidos até a Argentina e Brasil. Ocorre também na Europa, Ásia, África e Austrália onde é cultivada para fins ornamentais e medicinais. Suas principais indicações são: sedativa (calmante), antidepressiva, ansiolítica, hipnótica suave, antiespasmódica, miorrelaxante, anticonvulsivante, antiasmática, antitussígena, broncodilatadora, hipotensora, antitérmica, anti-inflamatória, analgésica e no tratamento dos sintomas da menopausa[1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15].

Referências informações gerais
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 411-412.
2 - BARNES, J. et al. Herbal Medicines. 3 ed. London: Pharmaceutical Press, 2007, p. 461-469.
3 - GARCÍA, E. C.; SOLÍS, I. M. Manual de fitoterapia. 2ª ed. Barcelona: Elsevier, 2016, p. 380-383.
4 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 573-575.
5 - KRAFT, K.; HOBBS, C. Pocket Guide to Herbal Medicine. New York: Thieme Stuttgart, 2004, p. 101-102.
6 - MIRODDI, M. et al. Passiflora incarnata L.: ethnopharmacology, clinical application, safety and evaluation of clinical trials. J Ethnopharmacol, v. 150, n. 3, p.791-804, 2013. doi: 10.1016/j.jep.2013.09.047
7 - JANDA, K. et al. Passiflora incarnata in neuropsychiatric disorders - a systematic review. Nutrients, v. 12, n. 12, p.1-19, 2020. doi: 10.3390/nu12123894
8 - KIM, M. et al. Role Identification of Passiflora incarnata Linnaeus: a mini review. J Menopausal Med, v. 23, n. 3, p.156-159, 2017. doi: 10.6118/jmm.2017.23.3.156
9 - DA FONSECA, L. R. et al. Herbal medicinal products from Passiflora for anxiety: an unexploited potential. Scientific World J, p.1-18, 2020. doi: 10.1155/2020/6598434
10 - KARGOZAR, R. et al. A review of effective herbal medicines in controlling menopausal symptoms. Electron Physician, v. 9, n. 11, p.5826-5833, 2017. doi: 10.19082/5826
11 - SARRIS, J. et al. Plant-based medicines for anxiety disorders, part 2: a review of clinical studies with supporting preclinical evidence. CNS Drugs, v. 27, n. 4, p.301-319, 2013. doi: 10.1007/s40263-013-0059-9
12 - CARLINI, E. A. et al. Plants and the central nervous system. Pharmacol Biochem Behav, v. 75, n. 3, p.501-12, 2003. doi: 10.1016/s0091-3057(03)00112-6
13 - ULBRICHT, C. et al. An evidence-based systematic review of passion flower (Passiflora incarnata L.) by the Natural Standard Research Collaboration. J Diet Suppl, v. 5, n. 3, p.310-340, 2008. doi: 10.1080/19390210802414360
14 - SARRIS, J. et al. Herbal medicines in the treatment of psychiatric disorders: a systematic review. Phytother Res, v. 21, n. 8, p.703-716, 2007. doi: 10.1002/ptr.21877
15 - EVANS, W. C. Trease and Evans Pharmacognosy. 16 ed. Philadelphia: Saunders, 2009, p. 258, 493 e 495.
Descrição da espécie 

Trepadeira herbácea, perene, pouco vigorosa, de caule inicialmente angular, depois arredondado, cinza-esverdeado ou acastanhado, lenhoso, oco, estriado longitudinalmente, glabro a ligeiramente pubescente; folhas simples, alternadas, verdes ou marrom-esverdeadas, profundamente trilobadas, sendo maior o lobo central, pubescentes, pecioladas, margens serreadas, medindo cerca de 15 cm de comprimento x 13 cm de largura, possui numerosas gavinhas finas, lisas, cilíndricas e em espiral, que crescem nas axilas das folhas; flores hermafroditas, aromáticas, solitárias, pedunculadas, de 6 a 7 cm de diâmetro, constituídas por 5 sépalas duras, de coloração verde (externo) e branca (interno), 5 pétalas brancas a vermelho-claro, e uma corola secundária no interior das pétalas, dispostas em raios em torno do eixo da flor, de coloração branco (interior) e roxo (externo); frutos ovalados e achatados, de cor verde quando imaturo e vermelho-amarelado quando maduro, com poupa branca; possui várias sementes achatadas, amarelo-acastanhadas, com arilo suculento[1,2,3,4,5].

Referências descrição da espécie
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 411.
2 - LONDRES. The Department of Health. British Pharmacopoeia 2012, vol. IV. London: Stationery Office Books, p. 3680, 2011.
3 - GARCÍA, E. C.; SOLÍS, I. M. Manual de fitoterapia. 2ª ed. Barcelona: Elsevier, 2016, p. 380-381.
4 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 573.
5 - MIRODDI, M. et al. Passiflora incarnata L.: ethnopharmacology, clinical application, safety and evaluation of clinical trials. J Ethnopharmacol, v. 150, n. 3, p.791-804, 2013. doi: 10.1016/j.jep.2013.09.047
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Maracujá-silvestre Botucatu-SP (Brasil) Folha

Ansiolítica e calmante leves.

Infusão: 3 g (1 colher de sopa) em 150 mL de água (1 xícara de chá).

Tomar 1 xícara (de chá) de 1 a 2 vezes ao dia. 

O uso desta planta pode causar sonolência. Não associar com medicamentos depressores do sistema nervoso central e não utilizar por tempo prolongado.

[ 1 ]
Maracujá-vermelho Ceará (Brasil) Folha

Calmante.

 Infusão.

Uso oral.

-

[ 2 ]
Maracujá-silvestre Brasil Folha

Sedativa, indutora de sono e tranquilizante.

Decocção: 6 a 10 g do material vegetal fresco ou 3 a 5 g do material vegetal seco em água suficiente para 1 xícara (de chá).

Tomar 1 xícara (de chá) a noite, ou de 2 a 3 xícaras (de chá) ao dia. O chá deve ser preparado em recipiente descoberto, fervendo bem o material vegetal, para a eliminação do ácido cianídrico.

Usar com cautela em pacientes hipotensos.

[ 3 ]
Maracujá e passiflora Brasil Folha

No tratamento de quadros leves de ansiedade, insônia e calmante.

Infusão: 3 g (1 colher de sopa) do material vegetal em 150 mL de água (1 xícara de chá) ou tintura.

Tomar 1 xícara (de chá) de 1 a 2 vezes ao dia ou 2,5 a 5 mL da tintura diluídos em 75 mL de água 3 vezes ao dia. 

Cautela ao associar com depressores do sistema nervoso central (etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos, opioides e outros). Deve-se evitar o uso na gravidez e lactação.

[ 4 ]
Maracujá e passiflora Brasil Folha

Sedativa.

Tintura.

Tomar 5 mL da tintura diluídos em 75 mL de água, antes de deitar.

Cautela ao associar com depressores do sistema nervoso central (etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos, opioides e outros). Deve-se evitar o uso na gravidez e lactação.

[ 4 ]
Maracujá e passiflora Brasil Folha

No tratamento da tensão pré-menstrual.

Tintura.

Tomar 50 a 70 gotas da tintura diluídas em 1 xícara de água, 2 vezes ao dia (30 minutos antes do almoço e jantar).

Cautela ao associar com depressores do sistema nervoso central (etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos, opioides e outros). Deve-se evitar o uso na gravidez e lactação.

[ 4 ]
Corona de Cristo México -

Ansiolítica, calmante e indutora do sono.

-

-

-

[ 5 ]
Fiore dela passione Região da Calábria (sul da Itália) Parte aérea

Anti-hemorroidária, anti-inflamatória cutânea e no tratamento de queimaduras.

Infusão.

Uso externo: compressas.

-

[ 6 ]

Referências bibliográficas

1 - LIMA, G. P. P. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Saúde - Prescritores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 24.
2 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 171.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 412.
4 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 195.
5 - RODRIGUEZ-FRAGOSO, L. et al. Risks and benefits of commonly used herbal medicines in Mexico. Toxicol Appl Pharmacol, v. 227, n. 1, p.125-135, 2008. doi: 10.1016/j.taap.2007.10.005
6 - PASSALACQUA, N. G. et al. Contribution to the knowledge of the folk plant medicine in Calabria region (Southern Italy). Fitoterapia, v. 78, n. 1, p.52-68, 2007. doi: 10.1016/j.fitote.2006.07.005

Afrodisíaca

Afrodisíaca
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: material vegetal (seco) em éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Rendimento (extrato metanólico): 4,10% (p/p). Doses para ensaio: 75 a 150 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com o extrato metanólico vegetal, com posterior análise do comportamento de montagem e intromissão (na presença da fêmea em período não estral) durante 3 horas subdivida em minutos (09:15 a 09:30, 10:45 a 11:00 e 11:45 a 12:00 horas).

O extrato metanólico de P. incarnanta apresenta atividade afrodisíaca, principalmente na dose de 100 mg/kg e no tempo intermediário de 10:45 a 11:00 horas.

[ 25 ]

Ansiolítica

Ansiolítica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha/pecíolos, caule/gavinhas, flor/botões, raiz e planta toda

Extratos: éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Doses para ensaio: 75 a 300 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, com posterior análise do teste de labirinto em cruz elevado.

Os extratos metanólicos das folhas/pecíolos e caules/gavinhas de P. incarnata apresentam atividade ansiolítica mais potente, nas doses de 100 e 125 mg/kg, respectivamente.

[ 15 ]
Parte aérea

Extratos: éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Doses para ensaio: 75 a 300 mg/kg. Outra espécie em estudo: Passiflora edulis.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais e submetidos ao teste de labirinto em cruz elevado.

O extrato metanólico de P. incarnata apresenta atividade ansiolítica mais potente, na dose de 125 mg/kg, exceto o extrato de P. edulis.

[ 16 ]
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico (70:30). Frações: éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Rendimentos: 6,8875, 8,2314, 11,8787 e 4,8876 g, respectivamente.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com o extrato e frações vegetais, submetidos aos testes do labirinto em cruz elevado.

A fração de clorofórmio de P. incarnata apresenta atividade ansiolítica mais potente, contudo, a fração de éter de petróleo demonstra ausência desta atividade.

[ 20 ]
-

Pascoflair®: extrato etanólico a 50%. RDE: 5 a 7:1. Doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos BL6/C57 tratados com o fitoterápico, flumazil (antagonista do receptor GABAA/benzodiazepínico) e WAY-100 635 (antagonista do receptor 5-HT-1A), submetidos aos testes do labirinto em cruz elevado e campo aberto.

O fitoterápico apresenta atividade ansiolítica, principalmente na dose de 375 mg/kg, por mediação do sistema GABAérgico.

[ 21 , 22 ]

Ansiolítica e Antinociceptiva

Ansiolítica e Antinociceptiva
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração de 1000 g de material vegetal (pó) em 5 L de metanol. Rendimento: 31,20%. Doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos BALB/c tratados com o extrato vegetal, submetidos aos testes de constrição abdominal induzida por ácido acético, da placa quente (e antagonismo com naloxona e pentilenotetrazol), da escada, do campo aberto e locomotor.

Em ratas Sprague-Dawley portadoras de neuropatia diabética induzida por estreptozotocina, tratadas com extrato vegetal, com posterior análise do teste estático e dinâmico de alodinia mecânica e vulvodinia.

 

O extrato de P. incarnata apresenta atividade antinociceptiva, sedativa e ansiolítica, por modulação dos receptores opioidérgicos e GABAérgicos.

[ 4 ]

Ansiolítica e Estimulante

Ansiolítica e Estimulante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato: material vegetal (pó) em etanol a 60% (v/v). RDE: 5 a 7:1. Rendimento: 0,0414%. Padronizado com: 4,43% de vitexina. Doses para ensaio: 30 a 300 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com o extrato vegetal, submetidos ao teste de labirinto aquático, níveis de aminoácidos, monoaminas e seus metabolitos em regiões cerebrais (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência).

O extrato de P. incarnata apresenta atividade ansiolítica e melhora a memória/aprendizado, dose-dependente, por modulação dos receptores GABA e influência nos níveis de serotonina e na transmissão glutaminérgica.

[ 5 ]

Ansiolítica e Sedativa

Ansiolítica e Sedativa
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração de 30 g do material vegetal (pó) em 300 mL de etanol a 30% ou água. Rendimento: 13,89 e 13,1%, respectivamente. Doses para ensaio: 3 a 800 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, submetidos aos testes da escada, ambiente de transição claro-escuro, exploratório e indução de sono.

O extrato aquoso de P. incarnata apresenta atividades sedativa e ansiolítica mais potentes, nas doses de 400 e 800 mg/kg, além da ausência de alterações motoras.

[ 12 ]

Antiasmática

Antiasmática
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: material vegetal (seco) em éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Rendimento (extrato metanólico): 4,10% (p/p). Doses para ensaio: 50 a 200 mg/kg.

In vivo:

Em porquinhos-da-Índia portadores de broncoespasmos induzidos por cloreto de acetilcolina (aerosol), tratados com o extrato metanólico, com posterior análise do tempo pré-convulsivo (PCT).

O extrato de metanólico de P. incarnata apresenta atividade antiasmática, principalmente na dose de 100 mg/kg.

[ 24 ]

Anticonvulsivante

Anticonvulsivante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha, Flor e fruto

Extrato hidroalcoólico (Pasipay): padronizado com 4% (p/p) de vitexina e rutina. Doses para ensaio: 0,05 a 0,4 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos BALB/c portadores de crises convulsivas clônicas induzidas por pentilentetrazol, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade anticonvulsivante, mortalidade e mecanismo de ação (na presença de flumazenil e naloxona).

O extrato de P. incarnata apresenta atividade anticonvulsivante, com DE50 = 0,23 mg/kg, provavelmente por envolvimento dos sistemas GABAérgicos e opioides.

[ 14 ]

Antidepressiva

Antidepressiva
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: material vegetal (seco) em etanol a 60% (m/m). RDE: 6,25 a 7,1:1. Concentrações para ensaio (in vitro): 8 a 125 µg/mL (em associação ou não com Hypericum perforatum). Doses para ensaio (in vivo): 67,5 a 540 mg/kg, em associação com H. perforatum (2:1).

In vitro:

Em preparações sinaptossomais do córtex cerebral de ratos Sprague-Dawley, incubadas com os extratos vegetais (associados ou não), com posterior análise da receptação de serotonina (CE50).

 

In vivo:

Em ratos Sprague-Dawley submetidos a administração dos extratos vegetais (associados ou não), com posterior análise dos testes de natação forçada e campo aberto.

A associação de H. perforatum (baixas doses) e P. incarnata apresenta sinergismo para o tratamento da depressão.

[ 11 ]

Antidepressiva e Antiepiléptica

Antidepressiva e Antiepiléptica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato hidroalcoólico. Doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de depressão pós-ictal e convulsão induzida por pentilenetetrazol, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade locomotora e comportamental (actofotômetro e natação forçada) e dos níveis de noradrenalina e serotonina no tecido cerebral (espectroscopia de fluorescência).

O extrato de P. incarnata apresenta atividade antiepiléptica e antidepressiva.

[ 6 ]
Parte aérea

Extrato: 2,5 kg de material vegetal (seco) em etanol/água (7:3). Rendimento: 15% (p/p). doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de convulsões induzidas por pentilenotetrazol, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da intensidade das crises convulsivas, parâmetros comportamentais (testes do labirinto de cruz elevado, esquiva passiva, suspensão da cauda e natação forçada) e neuroquímicos em homogenato do córtex e hipocampo (níveis de norepinefrina, serotonina, dopamina e nitrito/nitrato, e atividade da acetilcolinesterase).

O extrato de P. incarnata apresenta atividade antiepiléptica e antidepressiva, além de reduzir o déficit de memória.

[ 10 ]

Antioxidante

Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extratos: 500 g do material vegetal (seco) em 5 L de água ou 50 g do material vegetal (fresco) em 100 mL de etanol a 70%.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através da eliminação dos radicais DPPH e ABTS.

 

O extrato etanólico de P. incarnata apresenta atividade antioxidante/antirradical livre mais potente.

[ 19 ]

Antioxidante e Neuroprotetora

Antioxidante e Neuroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Flor

Extrato: maceração de 1000 g do material vegetal (pó) em etanol. Frações: hexano, clorofórmio, acetato de etila e n-butanol. Dose para ensaio (n-butanol): 150 e 300 mg/kg.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através da eliminação dos radicais DPPH e H2O2.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com a fração de n-butanol, submetidos aos testes do labirinto em cruz elevado, reconhecimento de objetos, catalepsia e movimentos mandibulares induzidos por haloperidol e tacrina, respectivamente.

A fração de n-butanol de P. incarnata apresenta atividade antioxidante e neuroprotetora (antiparkinsoniana e estimulante da memória e cognição).

[ 7 ]

Antitussígena

Antitussígena
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato metanólico. Rendimento: 4,10%. Doses para ensaio:100 e 200 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de tosse induzida por dióxido de enxofre, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da frequência e inibição da tosse.

O extrato metanólico de P. incarnata apresenta atividade antitussígena, principalmente na dose de 200 mg/kg, sendo comparável a codeína.

[ 23 ]

Hipoglicemiante e Hipolipemiante

Hipoglicemiante e Hipolipemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 100 g do material vegetal (pó) em 200 mL de éter de petróleo, seguidamente, em 200 mL de metanol. Doses para ensaio: 100 e 200 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de diabetes induzido por estreptozotocina, tratados com o extrato vegetal metanólico, com posterior análise do teste oral de tolerância à glicose, parâmetros bioquímicos (sangue e urina) e histopatológicos (pâncreas).

O extrato metanólico de P. incarnata apresenta atividade hipoglicemiante e hipolipemiante.

[ 17 ]

Indutora de sono

Indutora de sono
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: 3,5 kg do material vegetal (pó) em etanol/água (6:4). Dose para ensaio: 500 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a implantação de eletrodos (cerebral, ocular e muscular), com posterior análise dos registros poligráficos, antes e após tratamento com o extrato vegetal.

O extrato de P. incarnata apresenta atividade indutora do sono, pois aumenta o tempo do sono de ondas lentas, contudo, reduz a frequência e duração do sono REM.

[ 1 ]
Folha e fruto

Extrato: 8:2 de folha e fruto (pó), respectivamente, em água/etanol. Padronizado com: 0,1% de vitexina. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,06 a 6 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 250 e 500 mg/kg.

In vitro:

Em cultura de células de glioma C6 de rato incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular, nível de espécies reativas ao oxigênio intracelular e de expressão de receptores GABA (Gabbr, Gabrg, GAD1 e GAPDH).

 

In vivo:

Em camundongos ICR e ratos Sprague-Dawley tratados com o extrato vegetal (dose única ou repetidas), com posterior análise do nível de melatonina no sangue, tempo de imobilidade e fechamento das pálpebras e expressão da proteína c-fos.

O extrato de P. incarnata apresenta atividade indutora do sono promissora, em dose única ou repetida.

[ 3 ]
Folha e fruto In vitro:

Extrato hidroalcoólico a 60%, padronizado com 0,3% de vitexina. Dose para ensaio: 500 mg/kg.

 

In vivo:

Em camundongos C57BL/6 tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros comportamentais e metabólicos, níveis plasmáticos de serotonina e melatonina, e expressão de calretinina e GAPDH em homogenato do hipocampo e hipotálamo.

O extrato de P. incarnata apresenta atividade indutora do sono (aumenta a atividade dos neurônios GABAérgicos e níveis de melatonina), além da ausência distúrbios comportamentais e metabólicos.

[ 9 ]

Redutora da sensibilização motora (nicotina)

Redutora da sensibilização motora (nicotina)
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Flor

Extrato (Nature’s Answer): extração a frio em glicerina. Concentração para ensaio: 800 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de dependência induzida à nicotina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade locomotora.

O extrato de P. incarnata apresenta resultados promissores para o tratamento da sensibilização motora provocada pela nicotina.

[ 26 ]

Redutora da síndrome de abstinência da morfina

Redutora da síndrome de abstinência da morfina
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato (Sintocalmy®): comprimidos contendo 300 mg do extrato vegetal, submetidos a maceração em metanol (1:50 p/v). Doses para ensaio: 50 a 200 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos (CF-1) dependente de morfina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade locomotora, saltos induzidos por naloxona, parâmetros bioquímicos (hematológicos e cerebral), níveis das proteínas S100B e GFAP (córtex frontal e hipocampo) e danos no DNA (teste do Cometa).

O extrato de P. incarnata apresenta benefícios comportamentais e neuroquímicos referentes a síndrome de abstinência a morfina.

[ 2 ]

Redutora da síndrome de abstinência do etanol

Redutora da síndrome de abstinência do etanol
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Sintocalmy®: comprimidos padronizados com 21 mg de flavonoides (vitexina). Dose para ensaio: 200 mg/kg

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de síndrome de abstinência alcoólica induzida, tratados com o fitoterápico, submetidos aos testes de latência do movimento da cauda, da placa quente e níveis de BDNF e IL-10 em homogenato do córtex pré-frontal, tronco encefálico e hipocampo (ensaio de imunoabsorção enzimática).

O fitoterápico apresenta eficácia na redução dos sintomas da abstinência alcoólica, principalmente aqueles relacionados a analgesia, sem alterar os níveis de BDNF e IL-10 no sistema nervoso central.

[ 8 ]
Ensaios toxicológicos

Genotoxicidade e Toxicidade aguda e crônica

Genotoxicidade e Toxicidade aguda e crônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato seco: associação de Crataegus oxyacantha, Passiflora incarnata e Valeriana officinalis, nas proporções de 0,8 kg (26,7%), 1,0 kg (33,3%) e 1,2 kg (40%), respectivamente. Doses para ensaio: 160 a 8000 mg/kg.

In vitro:

Em cultura de Salmonella typhimurium e medula de camundongos Swiss, submetidas aos testes de Ames e do micronúcleo, respectivamente.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss e cães submetidos aos testes de toxidade aguda e crônica.

A associação dos extratos de C. oxyacantha, P. incarnata e V. officinalis não apresenta sinais de toxicidade (motora, comportamental e fertilidade), genotoxicidade e mutagenicidade.

[ 18 ]

Toxicidade aguda

Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 100 g do material vegetal (pó) em 200 mL de éter de petróleo, seguidamente, em 200 mL de metanol. Doses para ensaio: 50 a 1600 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos ao teste de toxicidade aguda (%mortalidade).

O extrato metanólico de P. incarnata não apresenta mortalidade nas doses em estudo.

[ 17 ]

Toxicidade no sistema reprodutor masculino

Toxicidade no sistema reprodutor masculino
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Xarope (Passiene): padronizado com 0,19% de vitexina. Doses para ensaio: 30 e 300 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar prenhes e na lactação, tratadas com o fitoterápico, com posterior análise de parâmetros toxicológicos e reprodutivos maternos, desenvolvimento físico e comportamental (campo aberto e labirinto em cruz elevado) da prole e desenvolvimento sexual em filhotes machos (nível de testosterona, contagem de espermatozoides e parâmetros comportamentais).

O extrato de P. incarnata reduz o comportamento copulatório na prole masculina, na dose de 300 mg/kg, sem alterar os níveis de testosterona e número de espermatozoides.

[ 13 ]

Referências bibliográficas

1 - GUERRERO, F. A.; MEDINA, G. M. Effect of a medicinal plant (Passiflora incarnata L) on sleep. Sleep Sci, v. 10, n. 3, p. 96-100, 2017.  doi: 10.5935/1984-0063.20170018
2 - IZOLAN, L. R. et al. Sintocalmy, a Passiflora incarnata based herbal, attenuates morphine withdrawal in mice. Neurochem Res, v. 46, n. 5, p.1092-1100, 2021. doi: 10.1007/s11064-021-03237-w
3 - KIM, G. H. et al. Sleep-inducing effect of Passiflora incarnata L. extract by single and repeated oral administration in rodent animals. Food Sci Nutr, v. 8, n. 1, p.557-566, 2019. doi: 10.1002/fsn3.1341
4 - AMAN, U. et al. Passiflora incarnata attenuation of neuropathic allodynia and vulvodynia apropos GABA-ergic and opioidergic antinociceptive and behavioural mechanisms. BMC Complement Altern Med, v. 16, p.1-17, 2016. doi: 10.1186/s12906-016-1048-6
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6 - SINGH, B. et al. Dual protective effect of Passiflora incarnata in epilepsy and associated post-ictal depression. J Ethnopharmacol, v. 139, n. 1, p.273-279, 2012. doi: 10.1016/j.jep.2011.11.011
7 - INGALE, S. P.; KASTURE, S. B. Protective Effect of standardized extract of Passiflora incarnata flower in parkinson's and Alzheimer's Disease. Anc Sci Life, v. 36, n. 4, p.200-206, 2017. doi: 10.4103/asl.ASL_231_­­16
8 - SCHUNCK, R. V. A. et al. Standardized Passiflora incarnata L. extract reverts the analgesia induced by alcohol withdrawal in rats. Phytother Res, v. 31, n. 8, p.1199-1208, 2017. doi: 10.1002/ptr.5839
9 - KIM, G. H.; YI, S. S. Chronic oral administration of Passiflora incarnata extract has no abnormal effects on metabolic and behavioral parameters in mice, except to induce sleep. Lab Anim Res, v. 35, p.1-8, 2019. doi: 10.1186/s42826-019-0034-9
10 - GOEL, R. K. et al. Revealing medicinal plants that are useful for the comprehensive management of epilepsy and associated comorbidities through in silico mining of their phytochemical diversity. Planta Med, v. 81, n. 6, p.495-506, 2015. doi: 10.1055/s-0035-1545884
11 - FIEBICH, B. L. et al. Pharmacological studies in an herbal drug combination of St. John's Wort (Hypericum perforatum) and passion flower (Passiflora incarnata): in vitro and in vivo evidence of synergy between Hypericum and Passiflora in antidepressant pharmacological models. Fitoterapia, v. 82, n. 3, p.474-480, 2011. doi: 10.1016/j.fitote.2010.12.006
12 - SOULIMANI, R. et al. Behavioural effects of Passiflora incarnata L. and its indole alkaloid and flavonoid derivatives and maltol in the mouse. J Ethnopharmacol, v. 57, n. 1, p.11-20, 1997. doi: 10.1016/s0378-8741(97)00042-1
13 - BACCHI, A. D. et al. Developmental exposure to Passiflora incarnata induces behavioural alterations in the male progeny. Reprod Fertil Dev, v. 25, n. 5, p.782-789, 2013. doi: 10.1071/RD11307
14 - ASLANARGUN, P. et al. Passiflora incarnata Linneaus as an anxiolytic before spinal anestesia. J Anesth, v. 26, n. 1, p.39-44, 2012. doi: 10.1007/s00540-011-1265-6
15 - DHAWAN, K. et al. Anxiolytic activity of aerial and underground parts of Passiflora incarnata. Fitoterapia, v. 72, n. 8, p.922-926, 2001. doi: 10.1016/s0367-326x(01)00322-7
16 - DHAWAN, K. et al. Comparative biological activity study on Passiflora incarnata and P. edulis. Fitoterapia, v. 72, n. 6, p.698-702, 2001. doi: 10.1016/s0367-326x(01)00306-9
17 - GUPTA, R. K. et al. Antidiabetic activity of Passiflora incarnata Linn. in streptozotocin-induced diabetes in mice. J Ethnopharmacol, v. 139, n. 3, p.801-806, 2012. doi: 10.1016/j.jep.2011.12.021
18 - TABACH, R. et al. Preclinical toxicological assessment of a phytotherapeutic product-CPV (based on dry extracts of Crataegus oxyacantha L., Passiflora incarnata L., and Valeriana officinalis L.). Phytother Res, v. 23, n. 1, p.33-40, 2009. doi: 10.1002/ptr.2499
19 - MASTEIKOVA, R. et al. Antiradical activities of the extract of Passiflora incarnata. Acta Pol Pharm, v. 65, n. 5, p.577-583, 2008.
20 - SAMPATH, C. et al. Anxiolytic effects of fractions obtained from Passiflora incarnata L. in the elevated plus maze in mice. Phytother Res, v. 25, n. 6, p.789-795, 2011. doi: 10.1002/ptr.3332
21 - GRUNDMANN, O. et al. Anxiolytic activity of a phytochemically characterized Passiflora incarnata extract is mediated via the GABAergic system. Planta Med, v. 74, n. 15, p.1769-1773, 2008. doi: 10.1055/s-0028-1088322
22 - GRUNDMANN, O. et al. Anxiolytic effects of a passion flower (Passiflora incarnata L.) extract in the elevated plus maze in mice. Pharmazie, v. 64, n. 1, p. 63-4, 2009. 
23 - DHAWAN, K.; SHARMA, A. Antitussive activity of the methanol extract of Passiflora incarnata leaves. Fitoterapia, v. 73, n. 5, p.397-399, 2002. doi: 10.1016/s0367-326x(02)00116-8
24 - DHAWAN, K. et al. Antiasthmatic activity of the methanol extract of leaves of Passiflora incarnata. Phytother Res, v. 17, n. 7, p.821-2, 2003. doi: 10.1002/ptr.1151
25 - DHAWAN, K. et al. Aphrodisiac activity of methanol extract of leaves of Passiflora incarnata Linn in mice. Phytother Res, v. 17, n. 4, p.401-3, 2003. doi: 10.1002/ptr.1124
26 - BREIVOGEL, C.; JAMERSON, B. Passion flower extract antagonizes the expression of nicotine locomotor sensitization in rats. Pharm Biol, v. 50, n. 10, p.1310-1316, 2012. doi: 10.3109/13880209.2012.674535

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, p. 47, 2011.
2 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição – Primeiro Suplemento. Brasília: Anvisa, p. 69-70, 2018.
3 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 145-148, 2021.

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Folha seca

100 g

Folha fresca

200 g

                               * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. (somente na alcoolatura de folha).

Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha seca pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de folha fresca, lavar e deixar secar, por 24 horas, em temperatura ambiente. Posteriormente, picar, colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%. Tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Ansiedade e inquietação (BLUMENTHAL, 1998). Ansiolítica e sedativa leve (BRASIL, 2018).

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha seca rasurada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de sopa caseira rasa

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos. Obs: o infuso desta planta só deve ser preparado com a planta seca.

Principais indicações

Ansiedade e inquietação (BLUMENTHAL, 1998). Ansiolítica e sedativa leve (BRASIL, 2018).

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso à noite ou duas a três vezes ao dia.

Uso oral: crianças acima de 3 anos devem tomar 3 mL (1 colher de chá caseira) do infuso por quilograma de peso corporal por dose, à noite ou duas a três vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Aloysia polystachya, Erythrina mulungu, Lippia alba, Melissa officinalis e Passiflora incarnata

       1:1:1:1:1

 
Modo de preparo

Em uma proveta graduada, medir as quantidades de tinturas desejadas e verter em frasco de vidro âmbar esterilizado. Tampar, agitar e rotular.

Principais indicações

Ansiedade e depressão.

Posologia

Uso oral: Tomar 30 gotas, 3 vezes ao dia, por 60 dias.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 212-214.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 137-139.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 310-311.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 ]
Marcador:
Flavonóides totais expressos em isovitexina ou vitexina
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

clorogênico e cafeico.

Ácidos graxos

linoleico, linolênico, mirístico, palmítico e oleico.

Açúcares

rafinose, sucrose, glicose e frutose.

Alcaloides indólicos

harmano, harmol, harmina, harmalol, harmalina e β-carbolina.

Aminoácidos

Carotenoides

Cumarinas

escopoletina e umbeliferona.

Fitosteróis

sitosterol e estigmasterol.

Flavonoides

shaftosídeo, isoschaftosídeo, orientina, isorientina, lucenina, vitexina, isovitexina, vicenina, lucenina, apigenina, crhisina, luteolina, quercetina, caempferol, rutina, swertisina e scutelareína.

Glicosídeos cianogênicos

glicocardina, amigdalina, prunasina, cianocardina, tetrafilina e ginocandina.

Óleos essenciais

limoneno, α-pineno, cumeno, prezizaeno, hexanol, benzilalcool, linalol, álcool 2-feniletil, éster metílico de ácido 2-hidroxibenzóico, carvona, transanetole, eugenol, isoeugenol, β-ionona, α-bergamolol e fitol.

Outras substâncias

maltol, etilmaltol, ácido fórmico e ácido butírico.

Poliacetilenos

pasicol.

Saponinas

passiflorina, ácidos ciclopasssifloicos e ciclopasssiflosídeos.

Referências bibliográficas

1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 411-412.
2 - BARNES, J. et al. Herbal Medicines. 3 ed. London: Pharmaceutical Press, 2007, p. 461-462.
3 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 574.
4 - MIRODDI, M. et al. Passiflora incarnata L.: ethnopharmacology, clinical application, safety and evaluation of clinical trials. J Ethnopharmacol, v. 150, n. 3, p.791-804, 2013. doi: 10.1016/j.jep.2013.09.047
5 - DHAWAN, K. et al. Passiflora: a review update. J Ethnopharmacol, v. 94, n. 1, p.1-23, 2004. doi: 10.1016/j.jep.2004.02.023

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Fiocruz e Abifisa
Ano de Publicação: 2022
Arquivo: PDF icon Download (5.44 MB)

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Ano de Publicação: 2021
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Ministério da Saúde
Ano de Publicação: 2021
Arquivo: PDF icon Download (9.69 MB)

Tipo: Internacional
Tipo de Monografia: Medicamentos e Produtos de Saúde do Canadá
Ano de Publicação: 2018
Arquivo: PDF icon Download (47.79 KB)

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira
Ano de Publicação: 2016
Arquivo: PDF icon Download (126.72 KB)

Tipo: Internacional
Tipo de Monografia: Agência Europeia de Medicamentos
Ano de Publicação: 2014
Arquivo: PDF icon Download (128.11 KB)

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2007
Arquivo: PDF icon Download (164.85 KB)

Tipo: Internacional
Tipo de Monografia: Organização Mundial de Saúde
Ano de Publicação: 2007
Arquivo: PDF icon Download (113.84 KB)

Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Há experiência de sua indicação a partir dos 3 anos, sendo esta prática sempre orientada pelo profissional pediátrico. Não usar cronicamente, assim, o uso contínuo não deve ultrapassar 15 dias[2,8].

Contraindicações: 

em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol). Cautela em pacientes portadores de hipotensão arterial[1,2,3,5,6].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

pode causar sonolência, portanto, deve-se ter cautela ao operar maquinas e dirigir durante o uso deste fitoterápico. Há relatos de hipersensibilidade, asma ocupacional mediada por IgE e renite com o uso de P. incarnata. Doses altas e uso crônico podem provocar náuseas, vômitos, cefaleias, diminuição dos reflexos, bradicardia, arritmia ventricular, depressão respiratória, alterações hepáticas e pancreáticas (raramente), pericolangite e distrofia hepática (testes com suínos) e aumento do ácido úrico. Os riscos de intoxicação cianídrica ocorrem apenas em superdosagens, e principalmente com folhas frescas ou frutos imaturos (prunasina)[1,2,4,8].

Interações medicamentosas: 

estudo in vitro demonstra que a infusão da parte área de P. incarnata pode aumentar a expressão de CYP3A4. Pode potencializar o efeito dos barbitúricos, inibidores da monoaminoxidase e depressores do sistema nervoso central (ansiolíticos, antidepressivos, sedativos, hipnóticos, etanol, narcóticos, dentre outros). Cautela ao associar com anticoagulantes (varfarina, aspirina ou heparina), antiagregante plaquetários (clopidogrel) ou anti-inflamatórios não-esteroidais (ibuprofeno e naproxeno), devido a presença de cumarina (anticoagulante) nesta espécie vegetal, podendo aumentar o risco de sangramentos. O uso concomitante com codeína, guaraná e efedra pode provocar aumento da pressão arterial. Pode associar a outras plantas sedativas ou antidepressivas como: Hypericum perforatum (hipérico), Valeriana officinalis (valeriana), Salix alba (salgueiro), Piper metysthicum (kava-kava), Erythrina mulungu (mulungu), Crataegus oxyacantha (crategos), Hummulus lupulus (lúpulo), dentre outras[1,2,4,6,7,8,9].

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 147, 2021.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 213-214.
3 - BARNES, J. et al. Herbal Medicines. 3 ed. London: Pharmaceutical Press, 2007, p. 427.
4 - GARCÍA, E. C.; SOLÍS, I. M. Manual de fitoterapia. 2 ed. Barcelona: Elsevier, 2016, p. 383.
5 - ______. Passiflora incarnata. Reprotox, 25 de out de 2023. Disponível em: <https://reprotox.org/member/agents/21123>. Acesso em: 16 de jul. de 2024.
6 - MILLS, E. et al. Herbal medicines in pregnancy and lactation an evidence-based approach. United Kingdom: Taylor & Francis Group, 2006, p. 231-233.
7 - NICOLETTI, M. A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma, v. 19, n. 1/2, 2007.
8 - MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Prescritores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 24.
9 - MAZZARI, A. L. D. A. et al. In vitro effects of European and Latin-American medicinal plants in CYP3A4 gene expression, glutathione levels, and P-glycoprotein activity. Front Pharmacol, v. 13, p.1-16, 2022. doi: 10.3389/fphar.2022.826395

Propagação: 

por sementes. Para obter melhor índice de germinação, embeber as sementes em água/24 horas, antes da semeadura. O plantio deve ser realizado em espaçamento de 0,30 a 0,5 m entre plantas e 0,60 a 0,90 m entre linhas. Espaçamento adensado propicia o desenvolvimento de um micro-clima úmido, favorecendo o surgimento de doenças, competição por luz, água e nutrientes [ 1 ] .

Tratos culturais & Manejo: 

quando o plantio for realizado em campos abertos, deve-se realizar a adaptação de quebra-ventos, com o objetivo de proteger as brotações [ 1 ] .

Colheita: 

deve ser realizada 3 meses após o plantio e no período de pré-floração e floração, devido a maior concentração de isovitexina nas folhas [ 1 , 2 ] .

Pós-colheita: 

o material vegetal pode ser utilizado fresco ou seco (a 38°C para comercialização) [ 1 ] .

Problemas & Soluções: 

a temperatura ideal para o desenvolvimento desta espécie é 25°C. É resistente a geadas leves e períodos de seca, bem como a solos relativamente ácidos (pH = 5 a 6) [ 1 ] .

Referências bibliográficas

1 - MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Agricultores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 27.
2 - MENGHINI, A.; MANCINI, L. A. TLC determination of flavonoid accumulation in clonal populations of Passiflora incarnata L. Pharmacol Res Commun, v. 20, n. Suppl 5, p.113-116, 1988.  doi: 10.1016/s0031-6989(88)80854-3

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