Nativa do Continente Americano, desde o sudeste dos Estados Unidos até a Argentina e Brasil. Ocorre também na Europa, Ásia, África e Austrália onde é cultivada para fins ornamentais e medicinais. Suas principais indicações são: sedativa (calmante), antidepressiva, ansiolítica, hipnótica suave, antiespasmódica, miorrelaxante, anticonvulsivante, antiasmática, antitussígena, broncodilatadora, hipotensora, antitérmica, anti-inflamatória, analgésica e no tratamento dos sintomas da menopausa[1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15].
Trepadeira herbácea, perene, pouco vigorosa, de caule inicialmente angular, depois arredondado, cinza-esverdeado ou acastanhado, lenhoso, oco, estriado longitudinalmente, glabro a ligeiramente pubescente; folhas simples, alternadas, verdes ou marrom-esverdeadas, profundamente trilobadas, sendo maior o lobo central, pubescentes, pecioladas, margens serreadas, medindo cerca de 15 cm de comprimento x 13 cm de largura, possui numerosas gavinhas finas, lisas, cilíndricas e em espiral, que crescem nas axilas das folhas; flores hermafroditas, aromáticas, solitárias, pedunculadas, de 6 a 7 cm de diâmetro, constituídas por 5 sépalas duras, de coloração verde (externo) e branca (interno), 5 pétalas brancas a vermelho-claro, e uma corola secundária no interior das pétalas, dispostas em raios em torno do eixo da flor, de coloração branco (interior) e roxo (externo); frutos ovalados e achatados, de cor verde quando imaturo e vermelho-amarelado quando maduro, com poupa branca; possui várias sementes achatadas, amarelo-acastanhadas, com arilo suculento[1,2,3,4,5].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Maracujá-silvestre | Botucatu-SP (Brasil) | Folha | Ansiolítica e calmante leves. |
Infusão: 3 g (1 colher de sopa) em 150 mL de água (1 xícara de chá). |
Tomar 1 xícara (de chá) de 1 a 2 vezes ao dia. |
O uso desta planta pode causar sonolência. Não associar com medicamentos depressores do sistema nervoso central e não utilizar por tempo prolongado. |
[
1
]
|
Maracujá-vermelho | Ceará (Brasil) | Folha | Calmante. |
Infusão. |
Uso oral. |
- |
[
2
]
|
Maracujá-silvestre | Brasil | Folha | Sedativa, indutora de sono e tranquilizante. |
Decocção: 6 a 10 g do material vegetal fresco ou 3 a 5 g do material vegetal seco em água suficiente para 1 xícara (de chá). |
Tomar 1 xícara (de chá) a noite, ou de 2 a 3 xícaras (de chá) ao dia. O chá deve ser preparado em recipiente descoberto, fervendo bem o material vegetal, para a eliminação do ácido cianídrico. |
Usar com cautela em pacientes hipotensos. |
[
3
]
|
Maracujá e passiflora | Brasil | Folha | No tratamento de quadros leves de ansiedade, insônia e calmante. |
Infusão: 3 g (1 colher de sopa) do material vegetal em 150 mL de água (1 xícara de chá) ou tintura. |
Tomar 1 xícara (de chá) de 1 a 2 vezes ao dia ou 2,5 a 5 mL da tintura diluídos em 75 mL de água 3 vezes ao dia. |
Cautela ao associar com depressores do sistema nervoso central (etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos, opioides e outros). Deve-se evitar o uso na gravidez e lactação. |
[
4
]
|
Maracujá e passiflora | Brasil | Folha | Sedativa. |
Tintura. |
Tomar 5 mL da tintura diluídos em 75 mL de água, antes de deitar. |
Cautela ao associar com depressores do sistema nervoso central (etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos, opioides e outros). Deve-se evitar o uso na gravidez e lactação. |
[
4
]
|
Maracujá e passiflora | Brasil | Folha | No tratamento da tensão pré-menstrual. |
Tintura. |
Tomar 50 a 70 gotas da tintura diluídas em 1 xícara de água, 2 vezes ao dia (30 minutos antes do almoço e jantar). |
Cautela ao associar com depressores do sistema nervoso central (etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos, opioides e outros). Deve-se evitar o uso na gravidez e lactação. |
[
4
]
|
Corona de Cristo | México | - | Ansiolítica, calmante e indutora do sono. |
- |
- |
- |
[
5
]
|
Fiore dela passione | Região da Calábria (sul da Itália) | Parte aérea | Anti-hemorroidária, anti-inflamatória cutânea e no tratamento de queimaduras. |
Infusão. |
Uso externo: compressas. |
- |
[
6
]
|
Referências bibliográficas
Afrodisíaca
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: material vegetal (seco) em éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Rendimento (extrato metanólico): 4,10% (p/p). Doses para ensaio: 75 a 150 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss tratados com o extrato metanólico vegetal, com posterior análise do comportamento de montagem e intromissão (na presença da fêmea em período não estral) durante 3 horas subdivida em minutos (09:15 a 09:30, 10:45 a 11:00 e 11:45 a 12:00 horas). |
O extrato metanólico de P. incarnanta apresenta atividade afrodisíaca, principalmente na dose de 100 mg/kg e no tempo intermediário de 10:45 a 11:00 horas. |
[
25
] |
Ansiolítica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha/pecíolos, caule/gavinhas, flor/botões, raiz e planta toda |
Extratos: éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Doses para ensaio: 75 a 300 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, com posterior análise do teste de labirinto em cruz elevado. |
Os extratos metanólicos das folhas/pecíolos e caules/gavinhas de P. incarnata apresentam atividade ansiolítica mais potente, nas doses de 100 e 125 mg/kg, respectivamente. |
[
15
] |
Parte aérea |
Extratos: éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Doses para ensaio: 75 a 300 mg/kg. Outra espécie em estudo: Passiflora edulis. |
In vivo: Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais e submetidos ao teste de labirinto em cruz elevado. |
O extrato metanólico de P. incarnata apresenta atividade ansiolítica mais potente, na dose de 125 mg/kg, exceto o extrato de P. edulis. |
[
16
] |
Parte aérea |
Extrato hidroalcoólico (70:30). Frações: éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Rendimentos: 6,8875, 8,2314, 11,8787 e 4,8876 g, respectivamente. |
In vivo: Em camundongos Swiss tratados com o extrato e frações vegetais, submetidos aos testes do labirinto em cruz elevado. |
A fração de clorofórmio de P. incarnata apresenta atividade ansiolítica mais potente, contudo, a fração de éter de petróleo demonstra ausência desta atividade. |
[
20
] |
- |
Pascoflair®: extrato etanólico a 50%. RDE: 5 a 7:1. Doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos BL6/C57 tratados com o fitoterápico, flumazil (antagonista do receptor GABAA/benzodiazepínico) e WAY-100 635 (antagonista do receptor 5-HT-1A), submetidos aos testes do labirinto em cruz elevado e campo aberto. |
O fitoterápico apresenta atividade ansiolítica, principalmente na dose de 375 mg/kg, por mediação do sistema GABAérgico. |
[
21 ,
22
] |
Ansiolítica e Antinociceptiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato: maceração de 1000 g de material vegetal (pó) em 5 L de metanol. Rendimento: 31,20%. Doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos BALB/c tratados com o extrato vegetal, submetidos aos testes de constrição abdominal induzida por ácido acético, da placa quente (e antagonismo com naloxona e pentilenotetrazol), da escada, do campo aberto e locomotor. Em ratas Sprague-Dawley portadoras de neuropatia diabética induzida por estreptozotocina, tratadas com extrato vegetal, com posterior análise do teste estático e dinâmico de alodinia mecânica e vulvodinia. |
O extrato de P. incarnata apresenta atividade antinociceptiva, sedativa e ansiolítica, por modulação dos receptores opioidérgicos e GABAérgicos. |
[
4
] |
Ansiolítica e Estimulante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato: material vegetal (pó) em etanol a 60% (v/v). RDE: 5 a 7:1. Rendimento: 0,0414%. Padronizado com: 4,43% de vitexina. Doses para ensaio: 30 a 300 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar tratados com o extrato vegetal, submetidos ao teste de labirinto aquático, níveis de aminoácidos, monoaminas e seus metabolitos em regiões cerebrais (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência). |
O extrato de P. incarnata apresenta atividade ansiolítica e melhora a memória/aprendizado, dose-dependente, por modulação dos receptores GABA e influência nos níveis de serotonina e na transmissão glutaminérgica. |
[
5
] |
Ansiolítica e Sedativa
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato: maceração de 30 g do material vegetal (pó) em 300 mL de etanol a 30% ou água. Rendimento: 13,89 e 13,1%, respectivamente. Doses para ensaio: 3 a 800 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, submetidos aos testes da escada, ambiente de transição claro-escuro, exploratório e indução de sono. |
O extrato aquoso de P. incarnata apresenta atividades sedativa e ansiolítica mais potentes, nas doses de 400 e 800 mg/kg, além da ausência de alterações motoras. |
[
12
] |
Antiasmática
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: material vegetal (seco) em éter de petróleo, clorofórmio, metanol e água. Rendimento (extrato metanólico): 4,10% (p/p). Doses para ensaio: 50 a 200 mg/kg. |
In vivo: Em porquinhos-da-Índia portadores de broncoespasmos induzidos por cloreto de acetilcolina (aerosol), tratados com o extrato metanólico, com posterior análise do tempo pré-convulsivo (PCT). |
O extrato de metanólico de P. incarnata apresenta atividade antiasmática, principalmente na dose de 100 mg/kg. |
[
24
] |
Anticonvulsivante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha, Flor e fruto |
Extrato hidroalcoólico (Pasipay): padronizado com 4% (p/p) de vitexina e rutina. Doses para ensaio: 0,05 a 0,4 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos BALB/c portadores de crises convulsivas clônicas induzidas por pentilentetrazol, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade anticonvulsivante, mortalidade e mecanismo de ação (na presença de flumazenil e naloxona). |
O extrato de P. incarnata apresenta atividade anticonvulsivante, com DE50 = 0,23 mg/kg, provavelmente por envolvimento dos sistemas GABAérgicos e opioides. |
[
14
] |
Antidepressiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato: material vegetal (seco) em etanol a 60% (m/m). RDE: 6,25 a 7,1:1. Concentrações para ensaio (in vitro): 8 a 125 µg/mL (em associação ou não com Hypericum perforatum). Doses para ensaio (in vivo): 67,5 a 540 mg/kg, em associação com H. perforatum (2:1). |
In vitro: Em preparações sinaptossomais do córtex cerebral de ratos Sprague-Dawley, incubadas com os extratos vegetais (associados ou não), com posterior análise da receptação de serotonina (CE50). In vivo: Em ratos Sprague-Dawley submetidos a administração dos extratos vegetais (associados ou não), com posterior análise dos testes de natação forçada e campo aberto. |
A associação de H. perforatum (baixas doses) e P. incarnata apresenta sinergismo para o tratamento da depressão. |
[
11
] |
Antidepressiva e Antiepiléptica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato hidroalcoólico. Doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss portadores de depressão pós-ictal e convulsão induzida por pentilenetetrazol, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade locomotora e comportamental (actofotômetro e natação forçada) e dos níveis de noradrenalina e serotonina no tecido cerebral (espectroscopia de fluorescência). |
O extrato de P. incarnata apresenta atividade antiepiléptica e antidepressiva. |
[
6
] |
Parte aérea |
Extrato: 2,5 kg de material vegetal (seco) em etanol/água (7:3). Rendimento: 15% (p/p). doses para ensaio: 150 a 600 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss portadores de convulsões induzidas por pentilenotetrazol, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da intensidade das crises convulsivas, parâmetros comportamentais (testes do labirinto de cruz elevado, esquiva passiva, suspensão da cauda e natação forçada) e neuroquímicos em homogenato do córtex e hipocampo (níveis de norepinefrina, serotonina, dopamina e nitrito/nitrato, e atividade da acetilcolinesterase). |
O extrato de P. incarnata apresenta atividade antiepiléptica e antidepressiva, além de reduzir o déficit de memória. |
[
10
] |
Antioxidante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extratos: 500 g do material vegetal (seco) em 5 L de água ou 50 g do material vegetal (fresco) em 100 mL de etanol a 70%. |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante através da eliminação dos radicais DPPH e ABTS.
|
O extrato etanólico de P. incarnata apresenta atividade antioxidante/antirradical livre mais potente. |
[
19
] |
Antioxidante e Neuroprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Flor |
Extrato: maceração de 1000 g do material vegetal (pó) em etanol. Frações: hexano, clorofórmio, acetato de etila e n-butanol. Dose para ensaio (n-butanol): 150 e 300 mg/kg. |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante através da eliminação dos radicais DPPH e H2O2. In vivo: Em camundongos Swiss tratados com a fração de n-butanol, submetidos aos testes do labirinto em cruz elevado, reconhecimento de objetos, catalepsia e movimentos mandibulares induzidos por haloperidol e tacrina, respectivamente. |
A fração de n-butanol de P. incarnata apresenta atividade antioxidante e neuroprotetora (antiparkinsoniana e estimulante da memória e cognição). |
[
7
] |
Antitussígena
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato metanólico. Rendimento: 4,10%. Doses para ensaio:100 e 200 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss portadores de tosse induzida por dióxido de enxofre, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da frequência e inibição da tosse. |
O extrato metanólico de P. incarnata apresenta atividade antitussígena, principalmente na dose de 200 mg/kg, sendo comparável a codeína. |
[
23
] |
Hipoglicemiante e Hipolipemiante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: 100 g do material vegetal (pó) em 200 mL de éter de petróleo, seguidamente, em 200 mL de metanol. Doses para ensaio: 100 e 200 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss portadores de diabetes induzido por estreptozotocina, tratados com o extrato vegetal metanólico, com posterior análise do teste oral de tolerância à glicose, parâmetros bioquímicos (sangue e urina) e histopatológicos (pâncreas). |
O extrato metanólico de P. incarnata apresenta atividade hipoglicemiante e hipolipemiante. |
[
17
] |
Indutora de sono
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato: 3,5 kg do material vegetal (pó) em etanol/água (6:4). Dose para ensaio: 500 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar submetidos a implantação de eletrodos (cerebral, ocular e muscular), com posterior análise dos registros poligráficos, antes e após tratamento com o extrato vegetal. |
O extrato de P. incarnata apresenta atividade indutora do sono, pois aumenta o tempo do sono de ondas lentas, contudo, reduz a frequência e duração do sono REM. |
[
1
] |
Folha e fruto |
Extrato: 8:2 de folha e fruto (pó), respectivamente, em água/etanol. Padronizado com: 0,1% de vitexina. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,06 a 6 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 250 e 500 mg/kg. |
In vitro: Em cultura de células de glioma C6 de rato incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular, nível de espécies reativas ao oxigênio intracelular e de expressão de receptores GABA (Gabbr, Gabrg, GAD1 e GAPDH). In vivo: Em camundongos ICR e ratos Sprague-Dawley tratados com o extrato vegetal (dose única ou repetidas), com posterior análise do nível de melatonina no sangue, tempo de imobilidade e fechamento das pálpebras e expressão da proteína c-fos. |
O extrato de P. incarnata apresenta atividade indutora do sono promissora, em dose única ou repetida. |
[
3
] |
Folha e fruto |
In vitro: Extrato hidroalcoólico a 60%, padronizado com 0,3% de vitexina. Dose para ensaio: 500 mg/kg. In vivo: Em camundongos C57BL/6 tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros comportamentais e metabólicos, níveis plasmáticos de serotonina e melatonina, e expressão de calretinina e GAPDH em homogenato do hipocampo e hipotálamo. |
O extrato de P. incarnata apresenta atividade indutora do sono (aumenta a atividade dos neurônios GABAérgicos e níveis de melatonina), além da ausência distúrbios comportamentais e metabólicos. |
[
9
] |
Redutora da sensibilização motora (nicotina)
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Flor |
Extrato (Nature’s Answer): extração a frio em glicerina. Concentração para ensaio: 800 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de dependência induzida à nicotina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade locomotora. |
O extrato de P. incarnata apresenta resultados promissores para o tratamento da sensibilização motora provocada pela nicotina. |
[
26
] |
Redutora da síndrome de abstinência da morfina
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato (Sintocalmy®): comprimidos contendo 300 mg do extrato vegetal, submetidos a maceração em metanol (1:50 p/v). Doses para ensaio: 50 a 200 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos (CF-1) dependente de morfina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade locomotora, saltos induzidos por naloxona, parâmetros bioquímicos (hematológicos e cerebral), níveis das proteínas S100B e GFAP (córtex frontal e hipocampo) e danos no DNA (teste do Cometa). |
O extrato de P. incarnata apresenta benefícios comportamentais e neuroquímicos referentes a síndrome de abstinência a morfina. |
[
2
] |
Redutora da síndrome de abstinência do etanol
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Sintocalmy®: comprimidos padronizados com 21 mg de flavonoides (vitexina). Dose para ensaio: 200 mg/kg |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de síndrome de abstinência alcoólica induzida, tratados com o fitoterápico, submetidos aos testes de latência do movimento da cauda, da placa quente e níveis de BDNF e IL-10 em homogenato do córtex pré-frontal, tronco encefálico e hipocampo (ensaio de imunoabsorção enzimática). |
O fitoterápico apresenta eficácia na redução dos sintomas da abstinência alcoólica, principalmente aqueles relacionados a analgesia, sem alterar os níveis de BDNF e IL-10 no sistema nervoso central. |
[
8
] |
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Tintura |
Alcoolatura |
||
Componente |
Quantidade |
Componente |
Quantidade* |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Etanol/água 80% |
1000 mL |
Folha seca |
100 g |
Folha fresca |
200 g |
* Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. (somente na alcoolatura de folha).
Tintura: pesar 100 g de folha seca pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura: pesar 200 g de folha fresca, lavar e deixar secar, por 24 horas, em temperatura ambiente. Posteriormente, picar, colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%. Tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Ansiedade e inquietação (BLUMENTHAL, 1998). Ansiolítica e sedativa leve (BRASIL, 2018).
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Farmácia da Natureza
[
2
]
Componente |
Quantidade |
Folha seca rasurada |
0,4 a 0,6 g ou uma colher de sopa caseira rasa |
Água q.s.p. |
150 mL |
Preparar por infusão, por 5 minutos. Obs: o infuso desta planta só deve ser preparado com a planta seca.
Ansiedade e inquietação (BLUMENTHAL, 1998). Ansiolítica e sedativa leve (BRASIL, 2018).
Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso à noite ou duas a três vezes ao dia.
Uso oral: crianças acima de 3 anos devem tomar 3 mL (1 colher de chá caseira) do infuso por quilograma de peso corporal por dose, à noite ou duas a três vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
3
]
Componente |
Quantidade |
Aloysia polystachya, Erythrina mulungu, Lippia alba, Melissa officinalis e Passiflora incarnata |
1:1:1:1:1 |
Em uma proveta graduada, medir as quantidades de tinturas desejadas e verter em frasco de vidro âmbar esterilizado. Tampar, agitar e rotular.
Ansiedade e depressão.
Uso oral: Tomar 30 gotas, 3 vezes ao dia, por 60 dias.
Referências bibliográficas
Ácidos fenólicos
clorogênico e cafeico.
Ácidos graxos
linoleico, linolênico, mirístico, palmítico e oleico.
Açúcares
rafinose, sucrose, glicose e frutose.
Alcaloides indólicos
harmano, harmol, harmina, harmalol, harmalina e β-carbolina.
Aminoácidos
Carotenoides
Cumarinas
escopoletina e umbeliferona.
Fitosteróis
sitosterol e estigmasterol.
Flavonoides
shaftosídeo, isoschaftosídeo, orientina, isorientina, lucenina, vitexina, isovitexina, vicenina, lucenina, apigenina, crhisina, luteolina, quercetina, caempferol, rutina, swertisina e scutelareína.
Glicosídeos cianogênicos
glicocardina, amigdalina, prunasina, cianocardina, tetrafilina e ginocandina.
Óleos essenciais
limoneno, α-pineno, cumeno, prezizaeno, hexanol, benzilalcool, linalol, álcool 2-feniletil, éster metílico de ácido 2-hidroxibenzóico, carvona, transanetole, eugenol, isoeugenol, β-ionona, α-bergamolol e fitol.
Outras substâncias
maltol, etilmaltol, ácido fórmico e ácido butírico.
Poliacetilenos
pasicol.
Saponinas
passiflorina, ácidos ciclopasssifloicos e ciclopasssiflosídeos.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Há experiência de sua indicação a partir dos 3 anos, sendo esta prática sempre orientada pelo profissional pediátrico. Não usar cronicamente, assim, o uso contínuo não deve ultrapassar 15 dias[2,8].
em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol). Cautela em pacientes portadores de hipotensão arterial[1,2,3,5,6].
pode causar sonolência, portanto, deve-se ter cautela ao operar maquinas e dirigir durante o uso deste fitoterápico. Há relatos de hipersensibilidade, asma ocupacional mediada por IgE e renite com o uso de P. incarnata. Doses altas e uso crônico podem provocar náuseas, vômitos, cefaleias, diminuição dos reflexos, bradicardia, arritmia ventricular, depressão respiratória, alterações hepáticas e pancreáticas (raramente), pericolangite e distrofia hepática (testes com suínos) e aumento do ácido úrico. Os riscos de intoxicação cianídrica ocorrem apenas em superdosagens, e principalmente com folhas frescas ou frutos imaturos (prunasina)[1,2,4,8].
estudo in vitro demonstra que a infusão da parte área de P. incarnata pode aumentar a expressão de CYP3A4. Pode potencializar o efeito dos barbitúricos, inibidores da monoaminoxidase e depressores do sistema nervoso central (ansiolíticos, antidepressivos, sedativos, hipnóticos, etanol, narcóticos, dentre outros). Cautela ao associar com anticoagulantes (varfarina, aspirina ou heparina), antiagregante plaquetários (clopidogrel) ou anti-inflamatórios não-esteroidais (ibuprofeno e naproxeno), devido a presença de cumarina (anticoagulante) nesta espécie vegetal, podendo aumentar o risco de sangramentos. O uso concomitante com codeína, guaraná e efedra pode provocar aumento da pressão arterial. Pode associar a outras plantas sedativas ou antidepressivas como: Hypericum perforatum (hipérico), Valeriana officinalis (valeriana), Salix alba (salgueiro), Piper metysthicum (kava-kava), Erythrina mulungu (mulungu), Crataegus oxyacantha (crategos), Hummulus lupulus (lúpulo), dentre outras[1,2,4,6,7,8,9].
Referências bibliográficas
por sementes. Para obter melhor índice de germinação, embeber as sementes em água/24 horas, antes da semeadura. O plantio deve ser realizado em espaçamento de 0,30 a 0,5 m entre plantas e 0,60 a 0,90 m entre linhas. Espaçamento adensado propicia o desenvolvimento de um micro-clima úmido, favorecendo o surgimento de doenças, competição por luz, água e nutrientes [ 1 ] .
quando o plantio for realizado em campos abertos, deve-se realizar a adaptação de quebra-ventos, com o objetivo de proteger as brotações [ 1 ] .
deve ser realizada 3 meses após o plantio e no período de pré-floração e floração, devido a maior concentração de isovitexina nas folhas [ 1 , 2 ] .
o material vegetal pode ser utilizado fresco ou seco (a 38°C para comercialização) [ 1 ] .
a temperatura ideal para o desenvolvimento desta espécie é 25°C. É resistente a geadas leves e períodos de seca, bem como a solos relativamente ácidos (pH = 5 a 6) [ 1 ] .
Referências bibliográficas