Ocorre nas Américas do Norte (especialmente nos Estados Unidos), Central e do Sul. É considerada nativa em quase todo Brasil, sendo muitas vezes considerada como erva daninha. Pode ser encontrada também em regiões tropicais do Velho Mundo. Esta espécie é muito cultivada para fins medicinais, alimentícios e ornamentais. Suas principais indicações são: anti-inflamatória, analgésica, antirreumática, antisséptica, antiasmática, antimalárica, antioxidante, imunoestimulante, antiviral (HSV-1, herpes labial), antitumoral, antimicrobiana e hepatoprotetora[1,2].
Planta herbácea, ereta, anual, ramificada, medindo até 70 cm de altura, de caule anguloso, glabro ou com tricomas esparsos, simples, possui tricomas antrorsos nos ramos jovens pecíolos e nervuras; folhas simples, membranáceas, ovais, agudas, de margem dentada, glabras ou glabrescentes, medindo de 3 a 5 cm de comprimento; as flores geralmente solitárias, de cor creme, com cerca de 1 cm de diâmetro, possuem pedicelo cilíndrico; frutos em bagas redondas, amarelos quando maduros, de sabor doce e insípido, medindo até 15 cm de diâmetro, dentro de um casulo verde, anguloso, formado por sépalas concrescentes, de cor amarelo-esverdeada a amarelo-pálida, com manchas acastanhadas[1,2,3].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Camapu | Ceará (Brasil) | Raiz |
Diurética, estimulante do aparelho genito-urinário, hepatoprotetora e no tratamento de afecções do baço. |
Cozimento. |
Uso oral. |
- |
[
1
] |
|
- | Amazônia (povos indígenas) | Folha |
Diurética. |
Infusão. |
- |
- |
[
2
] |
|
- | Colômbia (povos indígenas) | Folha e fruto |
Anti-inflamatória e desinfetante para doenças cutâneas. |
Decocção. |
Uso externo. |
- |
[
2
] |
|
- | Peru | Raiz |
Hipoglicemiante. |
Maceração em rum. |
- |
- |
[
2
] |
|
Camapu | Brasil | - |
Antirreumática, sedativa, antitérmica, antivomitiva, no tratamento de doenças de pele, problemas renais, da bexiga e do fígado. |
- |
- |
- |
[
2
] |
|
- | Nordeste (Brasil) | Planta toda ou raiz |
Diurética e estimulante do aparelho genito-urinário. |
Decocção. |
- |
- |
[
2
] |
|
Chal pangpuak | Mizoram (Índia) | Fruto e folha |
Antimalárica, antirreumática, antidispéptica, analgésica, antisséptica antiasmática, antidiarreica e no tratamento de doenças hepáticas. |
- |
- |
- |
[
3
] |
|
Babotore | Povos étnicos Tetun (Timor Ocidental, Indonésia) | Planta toda |
Antimalárica. |
- |
- |
- |
[
4
] |
|
Top toropo | Caribe (Colômbia) | Planta toda, parte aérea ou cálice |
Anti-inflamatória, anti-infecciosa, antiasmática, antirreumática, no tratamento de cólicas abdominais e dermatites. |
Cataplasma ou infusão. |
Uso tópico ou oral. |
- |
[
5
] |
|
Camapu e pikasoró | Alto Rio Negro, Amazonas, Brasil (indígenas) | Planta toda e raiz |
Antitérmica (em caso de malária). |
Decocção. |
Na forma de banho. |
- |
[
6
] |
|
Bolsa mullaca | Peru (população indígena e mestiça do rio Nanay) | Parte aérea e raiz |
Antimalárica. |
- |
- |
- |
[
7
] |
Referências bibliográficas
Anti-inflamatória
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Caule |
Extrato etanólico. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,5 a 4 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 50 a 100 mg/kg. |
In vitro: Em macrófagos peritoneais murinos estimulados com LPS e IFN-γ, incubados com extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (ensaio Alamar Blue) e dos níveis de TNF-α, IL-6, IL-10, IL-12 e nitrito (ELISA); e em esplenócitos murinos incubados com o extrato vegetal, para avaliar viabilidade celular (citometria de fluxo), proliferação celular (incorporação de 3H-timidina) e estimulados com ConA para análise dos níveis de IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 e INF-γ (ELISA) e do ciclo celular (citometria de fluxo). In vivo: Em camundongos BALB/c portadores de peritonite aguda e edema de pata induzido por induzida por carragenina e Adjuvante Completo de Freund, respectivamente, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise dos leucócitos totais (contagem e morfologia) em liquido peritoneal e espessura da pata. |
O extrato P. angulata apresenta efetividade para o tratamento de doenças imuno-inflamatórias. |
[
1
] |
Cálice |
Extrato (fração): diclorometano. Concentrações para ensaio (in vitro): 0 a 12,5 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 5 e 10 mg/kg. |
In vitro: Em macrófagos murinos (RAW 264.7) incubados com o extrato vegetal e estimulados com LPS e IL-4, com posterior análise da expressão de IL-1β, IL-6, IL-10, IL-12, TNF-α, COX-2, iNOS, ARG1, TGF-β1 e MRC1. In vivo: Em camundongos CD-1 (ICR) portadores de colite crônica induzida por dextrano sulfato de sódio, tratados com a fração vegetal, com posterior análise de parâmetros histológicos, níveis de MPO, IL-6 e MCP-1 em homogenato do tecido. |
A fração de diclorometano de P. angulata apresenta atividade anti-inflamatória, sendo promissora para o tratamento da doença inflamatória intestinal. |
[
3
] |
Parte aérea |
Extrato: material vegetal (pó) por extração com CO2 supercrítico. Doses para ensaio: 25 a 100 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de colite induzida por TNBS, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros macroscópicos, bioquímicos (MPO, ALP e GSH, IL-1β, IL-6, IL-10, TNF-α e INF-γ), expressão gênica (GAPDH, β-actina, HPRT, HSP70, HPSE, NF-κB, MAPK1, MAPK3, MAPK6, MAPK9, MUC1, MUC2, MUC3 e MUC4) e histopatológicos (microscopia óptica e eletrônica). |
O extrato de P. angulata apresenta atividade anti-inflamatória intestinal, pois modula o estresse oxidativo, fatores imunológicos e a expressão de mediadores inflamatórios. |
[
11
] |
Cálice |
Extrato: maceração do material vegetal (pó) em etanol. Frações: éter de petróleo, diclorometano e metanol. Concentrações para ensaio (in vitro): 6,25 a 100 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo) 0,5 a 1 mg/orelha. Outras espécies em estudo: Calotropis procera, Ceratopteris pteridoides, Cordia alba, Croton malambo, Cryptostegia grandiflora, Dracontium dubium, Maclura tinctoria, Merrenia umbellata e Tabebuia rosea. |
In vitro: Em cultura de macrófagos murinos (RAW 264.7) incubados com os extratos e frações vegetais, estimulados ou não com LPS, com posterior análise da viabilidade celular (MTT) e dos níveis de óxido nítrico, PGE2, IL-1β, IL-6, TNF-α e CCL2 (reação de Griess e ELISA). In vivo: Em camundongos ICR portadores de edema agudo na orelha induzido por TPA, tratados topicamente com os extratos e frações vegetais, com posterior análise da inibição do edema, parâmetros histopatológicos e atividade da MPO em homogenato da orelha. |
A fração de diclorometano de P. angulata apresenta atividade anti-inflamatória mais potente. |
[
19
] |
Anti-inflamatória e Imunomoduladora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Caule |
Extrato: 1 kg de material vegetal (pó) em etanol. Rendimento: 10%. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,25 a 1 mg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 50 e 100 mg/kg. |
In vitro: Em macrófagos (Raw 264.7) submetidas ao ensaio repórter luciferase (pBIIX-luc), incubadas com o extrato vegetal e estimuladas com LPS e IFN-γ, com posterior análise da atividade transcricional de NF-kB. In vivo: Em camundongos C57BL/6 portadores de periodontite crônica induzida por lipopolissacarídeo (LPS), tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da estrutura óssea alveolar, expressão de TNF-α, IL-1β, IL-6, IL-10, TGF-β, MMP-9 e TIMP1 no tecido gengival (RT-qPCR), níveis de citocinas IL-1β, IL-6 e TGF-β (ELISA), parâmetros bioquímicos e macroscópicos. |
O extrato de P. angulata apresenta atividade anti-inflamatória e imunomoduladora, além da ausência de toxicidade. |
[
4
] |
Raiz |
Extrato: decocção de 150 g do material vegetal em 700 mL de água. Rendimento: 2,712 g. Doses para ensaio: 0,5 a 5 mg/kg. |
In vivo: Em ratos portadores de inflamação subcutânea induzida por bolsas de ar contendo carragenina, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do exsudato (nível de nitrito, PGE2, TGF-β e atividade da adenosina desaminase). |
O extrato de P. angulata apresenta atividade anti-inflamatória e imunomoduladora, principalmente na dose de 5 mg/kg. |
[
13
] |
Antiangiogênica e Antimetastática
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Planta toda |
Extrato: material vegetal (seco) em metanol. Frações: n-hexano, acetato de etila e butanol. Concentrações para ensaio: 0 a 20 µg/mL. |
In vitro: Em células humanas de carcinoma espinocelular oral (HSC-3) e endoteliais da veia umbilical (HUVECs) incubadas com a fração vegetal de acetato de etila, com posterior análise da viabilidade celular (Azul de tripano), ensaio de cicatrização de feridas, migração celular (Microscopia óptica), atividade de MMP-2 e 9 (Zimografia), expressão de MMP-9, MMP-2, u-PA, TIMP-1, TIMP-2, PAI-1, PAI-2 e VEGF (Imunoblotting). Em membrana corioalantóica de embrião de galinha (CAM) incubada com a fração vegetal, com posterior análise da angiogênese.
|
A fração de acetato de etila de P. angulata, em concentração não tóxicas (até 15 µg/mL), demonstra atividade antimetastática e antiangiogênica, sendo promissora para tratamentos antitumorais. |
[
5
] |
Antibacteriana e Antifúngica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea e raiz |
Óleo essencial: por hidrodestilação. Rendimento: 1,5% (p/p). |
In vitro: Em culturas de Bacillus subtilis, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Candia albicans, C. stellatoidea e C. torulopsis submetidas ao teste de disco-difusão em ágar, com posterior análise do halo de inibição (mm) e da concentração inibitória mínima (CIM).
|
Os óleos essenciais de P. angulata (parte aérea e raiz) apresentam atividades antibacteriana e antifúngica (CIM = 3,75 e 4,00 mg/mL), exceto para P. aeruginosa e S. aureus. |
[
17
] |
Antinociceptiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato: decocção de 150 g do material vegetal em 700 mL de água. Rendimento: 2,712 g. Doses para ensaio: 10 a 60 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss submetidos aos testes de contorções abdominais e lambedura de pata, induzidos por ácido acético e formalina, respectivamente, e da placa quente, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do número de contorções, lambedura, elevação das patas e saltos. |
O extrato aquoso de P. angulata apresenta atividade antinociceptiva, dose-dependente. |
[
20
] |
Antioxidante e Antibacteriana
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Fruto |
Extrato: 50 g do material vegetal (pó) em 500 mL de metanol. Outras espécies em estudo: Capsicum annuum, C. frutescens, Lycopersicon esculentum, Solanum americanum, S. anguivi, S. incanum, S. melongena, S. torvum e S. betaceum. |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante através da eliminação do radical DPPH, da atividade de CAT, APX e SOD. Em culturas de Bacillus subtilis, Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli submetidas ao teste de disco-difusão em ágar, com posterior análise do halo de inibição (mm).
|
Os extratos das espécies, em estudo, pertencentes a família Solanaceae, apresentam atividades antioxidante e antibacteriana promissoras. |
[
16
] |
Antioxidante e Antitumoral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha e fruto |
Extratos: 60 g do material vegetal (pó) em 500 mL de éter de petróleo, posteriormente, em 500 mL de acetato de etila e etanol. Rendimentos: 5 g (folha) e 4 g (fruto). |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante através da eliminação dos radicais DPPH e H2O2. Em culturas de células humanas de carcinoma cervical (HeLa), adenocarcinoma colorretal (DLD-1) e de mama (MCF-7) incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise da citotoxicidade (MTT). Em culturas de Escherichia coli e Staphylococcus aureus submetidas ao teste de disco-difusão e microdiluição em ágar, com posterior análise do halo de inibição, concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM).
|
O extrato etanólico da folha de P. angulata apresenta antioxidante e antitumoral mais potente, enquanto que o de acetato de etila demonstra melhor ação bactericida. |
[
7
] |
Antiparasitária
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato aquoso. Concentração para ensaio: 100 µg/mL. |
In vitro: Em protozoários de Leishmania amazonensis (forma promastigota) incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da produção de espécies reativas ao oxigênio (ERO’s), autofagia e apoptose/necrose (citometria de fluxo). Em macrófagos peritoneais murinos (Mus musculus) incubados com o extrato vegetal, infectados ou não com L. amazonenses (forma amastigota), com posterior análise da microscopia celular, níveis de ânion superóxido e óxido nítrico.
|
O extrato de P. angulata apresenta atividade antiparasitária, pois estimula a morte celular por apoptose (alto níveis de ERO’s) e modula a ativação de macrófagos. |
[
6
] |
Caule |
Extrato: 1 kg de material vegetal (pó) em etanol. Rendimento: 10%. Concentrações para ensaios (in vitro): 8 a 5000 µg/placa; 1,2 a 100 µg/mL. Dose para ensaio (in vivo): 2000 mg/kg. |
In vitro: Determinar a citotoxicidade e mutagenicidade do extrato vegetal em cepas de Salmonella typhimurium (Teste de Ames). Em protozoários de Leishmania amazonensis e L. braziliensis (formas promastigotas) incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da concentração inibitória média (CI50); em macrófagos peritoneais murinos infectados ou não com L. amazonensis (forma amastigota) e incubados com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (Alamar blue) e concentração inibitória média (CI50). In vivo: Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do Teste de Micronúcleo (eritrócitos policromáticos e normocromáticos) em medula óssea femural. |
O extrato de P. angulata apresenta atividade antiparasitária, além da ausência de mutagenicidade (até 3000 µg/placa) e baixa citotoxicidade. |
[
8
] |
Raiz |
Extrato aquoso. Concentrações para ensaio: 25 a 400 µg/mL. |
In vitro: Em protozoários de Leishmania infantum (forma promastigota) incubados com o extrato vegetal, com posterior análise do mecanismo e ação antipromastigota, parâmetros morfológicos. Em cultura de macrófagos J774-A1 infectados ou não com L. infantum (forma amastigota), incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade, atividade anti-amastigota e quantificação de TNF-α.
|
O extrato de P. angulata apresenta atividade antiparasitária, pois indução a apoptose e a liberação de TNF-α por macrófagos, além da ausência de citotoxicidade. |
[
9
] |
Caule |
Extrato: 1 kg de material vegetal (pó) em etanol. Rendimento: 10%. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,02 a 50 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 50 e 100 mg/kg. |
In vitro: Em macrófagos peritoneais isolados de camundongos BALB/c incubados com o extrato vegetal, para análise de citotoxicidade. Em culturas de protozoários de Tripanossoma cruzi (formas epimastigotas axênicas e tripomastigotas) e em macrófagos infectados com T. cruzi (forma tripamastigotas/amastigotas), incubados com o extrato vegetal, associado ou não com benzonidazol, com posterior análise da concentração inibitória média (CI50), sinergismo, apoptose e quantificação da forma amastigota/macrófagos. In vivo: Em camundongos BALB/c infectados por T. cruzi (forma tripomastigotas), tratados com o extrato vegetal, em associação ou não com benzonidazol, com posterior análise da parasitemia e taxa de sobrevivência. |
O extrato de P. angulata apresenta atividade antiparasitária por necrose celular, sinergismo positivo com benzonidazol e ausência de toxicidade para macrófagos. |
[
10
] |
Planta toda |
Extrato: maceração de 20 g do material vegetal (pó) em etanol a 95%. Concentrações para ensaio: 0,01 a 100 µg/mL. Outras espécies para estudo: Strychnos ligustrina, Calotropis gigantea, Cleome rutidosperma, Alstonia spectabilis, A. scholaris, Melia azedarach, Plumeria alba, Fatoua pilosa, Neoalsomitra podagrica e Jatropha curcas. |
In vitro: Em cultura de Plasmodium falciparum (resistente à cloroquima) incubados com os extratos vegetais e glóbulos vermelhos, com posterior análise do número de glóbulos vermelhos infectados e da concentração inibitória média (CI50).
|
Os extratos de P. angulata, J. curcas e A. spectabilis apresentam atividade antiparasitária mais potente, com CI50 = 0,22, 0,22 e 1,23 µg/mL, respectivamente. |
[
18
] |
Raiz |
Extrato aquoso. Concentrações para ensaio: 10 a 400 μg/mL. |
In vitro: Em protozoários de Leishmania amazonenses (forma promastigota) incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da concentração inibitória média (CI50). Em macrófagos peritoneais isolados de camundongos e infectados com L. amazonensis (forma amastigota), incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da concentração inibitória média (CI50), parâmetros morfológicos (microscopia óptica e eletrônica de varredura) e viabilidade celular (MTT e iodeto de propídio)
|
O extrato de P. angulata apresenta atividade antiparasitária (CI50 = 39,5 e 43,4 µg/mL, promastigota e amastigota, respectivamente), dose dependente, além da ausência de citotoxicidade. |
[
21
] |
Folha |
Extratos: maceração de 4 g do material vegetal (pó) em 30 mL metanol e diclorometano. Rendimentos: 22,6 e 4,5%, respectivamente. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,09 a 200 µg/mL. Dose para ensaio (in vivo): 300 mg/kg. Outras espécies em estudo: Anisopappus chinensis, Entandrophragma palustre, Melia azedarach e Strychnos icaja. |
In vitro: Em linhagens de Plasmodium falciparum (sensíveis ou resistentes à cloroquina) incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise do nível de parasitemia e da concentração inibitória média (CI50). Em cultura de fibroblastos normais de pulmão fetal de humanos (WI-38) incubados com os extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade. In vivo: Em camundongos NMRI infectados com P. berghei berghei, tratados com os extratos vegetais, com posterior análise da parasitemia. |
Os extratos de P. angulata, A. chinensis e S. icaja apresentam atividade antiparasitária mais potentes. |
[
22
] |
Antitumoral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: maceração de 100 g do material vegetal (pó) em 900 mL de etanol. Concentrações para ensaio: 25 a 100 µg/mL. |
In vitro: Em culturas de células de retinoblastoma (Y79) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da proliferação celular (MTT) e apoptose (Anexina V).
|
O extrato de P. angulata apresenta atividade antitumoral, principalmente na concentração de 100 µg/mL. |
[
2
] |
- |
Extrato: material vegetal (seco) em metanol. Frações: n-hexano, acetato de etila e butanol. Concentrações para ensaio: 1 a 15 µg/mL. |
In vitro: Em cultura de células humanas de câncer oral (HSC-3) incubadas com a fração de acetato de etila, com posterior análise da atividade da redutase mitocondrial, nível de espécies reativas ao oxigênio, apoptose/necrose, morfológica, ciclo celular, expressão de proteínas AIF, Bax, Bcl-2, caspase 2, 4, 8 e 9, citocromo c, HSP70, ORP150, HO-1, MnSOD, Cu/ZnSOD e dissulfeto isomerase, medição do potencial de membrana mitocondrial, atividade mitocondrial e do reticulo endoplasmático.
|
A fração de acetato de etila de P. angulata apresenta atividade citotóxica, pois induz o estresse oxidativo celular, consequentemente a apoptose. |
[
14
] |
- |
Extrato: 10 kg do material vegetal (seco) em metanol. Concentrações para ensaio: 150 a 600 µg/mL. |
In vitro: Em cultura de células de câncer de mama de humanos (MAD-MB 231 e MCF-7) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade e ciclo celular (citometria de fluxo), apoptose e expressão de ciclina A e B1, Cdc2, Cdc25C, Chk2, p27kip1 e p21waf1/cip1 (RT-PCR e Western blotting).
|
O extrato de P. angulata apresenta atividade antitumoral promissora. |
[
15
] |
Imunomoduladora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato aquoso. Concentrações para ensaio: 25 a 100 μg/mL. |
In vitro: Em células da medula óssea (BMCs) isoladas de camundongos BALB/c (Mus musculus), incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de viabilidade celular (MTT), potencial de membrana mitocondrial (citometria de fluxo), apoptose/necrose (Anexina V-FITC), diferenciação e proliferação celular (microscopia), expressão de LC3b e marcadores de superfície celular (citometria de fluxo).
|
O extrato de P. angulata apresenta atividade imunomoduladora, pois induz a diferenciação celular, de BMCs para macrófagos. |
[
12
] |
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Tintura |
Alcoolatura |
||
Componente |
Quantidade |
Componente |
Quantidade* |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Etanol/água 80% |
1000 mL |
Folha seca |
100 g |
Folha fresca |
200 g |
Tintura: pesar 100 g de folha seca, pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Processos inflamatórios em geral.
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Farmácia da Natureza
[
2
]
Componente |
Número da cápsula e quantidade |
Physalis angulata (droga vegetal) |
N° 0 (300 a 310 mg) |
Q.s.p |
1 cápsula |
Pulverizar a droga vegetal e encapsular.
Processos inflamatórios em geral.
Uso oral: tomar 1 cápsula, 1 a 2 vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
3
]
Componente |
Quantidade |
Folha seca rasurada |
0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá caseira cheia |
Água q.s.p. |
150 mL |
Preparar por infusão, por 5 minutos.
Processos inflamatórios em geral.
Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.
Referências bibliográficas
Acetonas
hexahidrofarnesil.
Ácidos fenólicos
clorogênico.
Ácidos graxos
linoleico, oleico, octadecanóico e ocatadecadienóico.
Alcaloides
fisalucosídeo.
Aminas
acetilcolina.
Compostos orgânicos
hexadecanoato de metila e esqualeno.
Elementos químicos
cálcio, cromo, potássio, magnésio, fósforo, boro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, sódio, níquel, vanádio, zinco, alumínio, bário, chumbo e estrôncio.
Fitosteróis
β-sitosterol, stigmasterol e ergosterol.
Flavonoides
quercetina e caempferol.
Glicosídeos fenólicos
fisangulosídeo.
Outras substâncias
fitol e vamonolide.
Vitaminas
E.
Witanolídeos
fisangulida, fisalina, fisapruna, fisagulina, fisangulidina, fisangulatina, fisanolídeo, withafisalina, withangulatina, withaminimina, witafisanolídeo, dihidrowithanolídeo, aromafisalina, 14- hidroxiixocarpanolídeo, (17S,20R,22R)-5b,6b-Epoxi-18,20-dihidroxi-1-oxowitha-24-enolida, (22S e R)-13,14-epoxi-14,15,28-trihidroxi-1-oxo-13,14-secowitha3,5,24-trien-18,20:22,26-diolídeo e 5α-ethoxi-6β-hidroxi-5,6-dihidrofisalina.
Referências bibliográficas
por sementes, que devem ser lançadas (2 unidades de sementes) sobre sacos plásticos, tubetes ou bandejas plásticas contendo substrato industrializado ou solo, areia e esterco (3:2:1). Posteriormente, cobrir as sementes com uma fina camada do preparado substrato ou solo, areia e esterco. Transferir para viveiro (sombrite 50%), e somente quando as plantas atingirem 20 cm de comprimento, devem ser transferidas para local definitivo a pleno sol, em covas de 10x10 cm adubadas com ½ kg de esterco e espaçamento de 30 cm entre plantas e 50 cm entre linhas [ 1 ] .
a irrigação deve ser realizada em dias alternados [ 1 ] .
a planta toda, incluído as raízes, deve ser colhida 3 meses após o plantio, antes do início da frutificação. A colheita das partes aéreas das plantas deve ser realizada, preferencialmente, no final do período da lua cheia [ 1 ] .
o fitoterápico pode ser produzido a partir da planta fresca ou seca. O processo de secagem deve ser realizado em estufa de ar circulante a temperatura de 45°C/48 horas. A droga vegetal pode ser armazenada por 1 ano. Para o preparo do fitoterápico deve-se utilizar a droga vegetal moída em moinho de faca (até 40 mesh), sendo esta armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada no período máximo de 6 meses. Para o beneficiamento das sementes, após a colheita dos frutos maduros (amarelo-alaranjados), deve separar as sementes manualmente, abrindo-os sobre uma peneira. Lavar as sementes com água corrente, posteriormente, manter a peneira com as sementes em local seco e sombreado por 48 horas. Pesar e acondicionar as sementes em frasco de vidro etiquetado e armazena-lo em temperatura ambiente [ 1 ] .
esta espécie apresenta melhor crescimento e absorção de nutrientes em solos argilosos, contudo, o estresse hídrico e o alto nível de salinidade (acima de 3 dSm-1) podem comprometer o crescimento e fecundidade. Pode adaptar-se em regiões áridas e semiáridas associado a um sistema de irrigação [ 2 ] .
Referências bibliográficas