Rudgea viburnoides (Cham.) Benth.

Congonha-de-bugre, congonha-do-gentio, cotó e jangada-falsa.

Família 
Informações gerais 

Nativa do Cerrado brasileiro, muito utilizada na medicina tradicional no Estado de Minas Gerais. As folhas desta espécie acumulam grande quantidade de alumínio, por isso o chá deve ser consumido com cautela. Suas principais indicações são: antiarrítmica, cardiotônica, hipotensora, neuroprotetora, hipolipemiante, antifúngica, pigmentadora cutânea, anti-inflamatória e diurética[1,2,3].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 151-154.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza – Chás Medicinais. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2017, p. 192-194.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 250-252.
Descrição da espécie 

Árvore perenifólia, heliófica, de 5 m de altura, com copa globosa e densa, ramos densos e tortuosos; tronco curto e tortuoso, de até 20 cm de diâmetro, de casca clara, espessa e fendilhada; folhas simples, opostas, oblongo-elípticas ou lanceolado-ovadas, grossas e coriáceas, com cerca de 10 cm de comprimento e 5 cm de largura, curto-pecioladas, ápice obtuso e base aguda à obtusa, com face adaxial glabra, brilhante e com nervuras salientes, face abaxial pilosa; inflorescências em panículas terminais e axilares dos ramos, com flores perfumadas de cor esbranquiçada; frutos em drupa ovoide, alaranjados à vermelhos, de 1 cm de comprimento, com polpa carnosa e única semente.

Referências descrição da espécie
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 152.
2 - DURIGAN, G. et al. Plantas do cerrado paulista: imagens de uma paisagem ameaçada. São Paulo: Páginas & Letras Editora Gráfica, 2004, p. 381.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências

Anti-inflamatória e Reguladora da síndrome metabólica

Anti-inflamatória e Reguladora da síndrome metabólica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato etanólico: percolação 1,2 kg do material vegetal (seco) em etanol à 70%. Rendimento: 31,8%. Frações: hexano, n-butanol e acetato de etila. Doses para ensaio: 40, 80 e 160 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos BALB/c submetidos a dieta hipercalórica e tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do peso corporal, parâmetros bioquímicos (glicemia, colesterol total, triglicerídeos e insulina plasmática), níveis de enzimas no tecido adiposo e hepático (TNF-α, IL-4, IL-6, IL-10 e IL-13, CCL2, resistina, adiponectina) e análise histológica.

Observou-se que o extrato etanólico de R. viburnoides na dose de 40 mg/kg apresenta atividades anti-inflamatória e reguladora na síndrome metabólica. 

[ 2 ]

Renoprotetora

Renoprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato etanólico:  maceração de 1: 5 do material vegetal (pó) em etanol à 95%. Rendimento: 10%. Doses para ensaio: 50 e 200 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de lesão renal induzida por gentamicina e tratados com extrato vegetal, com posterior análise do volume urinário, ingestão de água e alimentos, peso corporal, parâmetros bioquímicos (taxa de filtração glomerular, níveis urinários e plasmáticos de creatinina, proteína, sódio e potássio) e análise histológica.

Observou-se que o extrato etanólico de R. viburnoides apresenta atividade renoprotetora, principalmente na dose de 200 mg/kg.

[ 1 ]

Referências bibliográficas

1 - GALDINO, P. M. et al. Nephroprotective Effect of Rudgea viburnoides (Cham.) Benth leaves on gentamicin-induced nephrotoxicity in rats. J Ethnopharmacol, v. 201, p.100-107, 2017. doi: 10.1016/j.jep.2017.02.035
2 - ALMEIDA, J. M. A. et al. Effects of Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. (Rubiaceae) leaves on metabolic and inflammatory dysfunction induced by high refined carbohydrate-containing diet in mice. J Med Food, v. 21, n. 12, p.1266-1275, 2018. doi: 10.1089/jmf.2018.0016

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Folha seca

100 g

Folha fresca

200 g

                                                                  * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha seca rasurada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de folha fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Insuficiência cardíaca leve e pseudoangina.

Posologia

Uso oral: em diluição decimal, tomar 1 gota por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha seca rasurada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá caseira cheia

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Insuficiência cardíaca leve e pseudoangina.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 252-254.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 163-165.

Propagação: 

por sementes [ 1 ] .

Colheita: 

a colheita das partes aéreas da planta deve ser feita, segundo a sabedoria popular, preferencialmente pela manhã, na lua cheia ou nova, buscando uma maior concentração de princípios ativos [ 1 ] .

Problemas & Soluções: 

apresenta baixa taxa de germinação e desenvolvimento muito lento [ 1 ] .

Referências bibliográficas

1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 152.

Referências bibliográficas

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