Salicaceae

Casearia sylvestris

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 203-207.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 71-72.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 59-62.
4 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 479-480.
5 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 430-434.
6 - DICKEL, M. L. et al. Casearia sylvestris (chá-de-bugre). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 578-581.
Descrição da espécie 

Árvore ou arvoreta, perene, com 4 a 20 m de altura (a maioria possui uma média de 6 m de altura), tronco tortuoso, com casca de coloração acinzentada a acastanhada, rugosa e com pequenas fendas superficiais; folhas alternas, simples, assimétricas, lanceoladas até ovaladas ou elípticas, ápice agudo, base estreita ou arredondada, de até 14 cm de comprimento x 6 cm de largura, margem serreada, com face superior brilhante e inferior opaca; flores pequenas, numerosas, hermafroditas, branco-esverdeadas ou amareladas, medindo cerca de 0,3 cm de diâmetro, reunidas em inflorescências axilares do tip

Referências descrição da espécie
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 203.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 59-50.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 479.
4 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 431.
5 - DICKEL, M. L. et al. Casearia sylvestris (chá-de-bugre). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 578.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
- Colômbia Folha e casca ou folha e caule

Tratamento de doenças cutâneas.

Decocção.

-

-

[ 1 ]
- Índia Casca ou folha (frescas)

Antiofídica.

Decocção.

-

-

[ 1 ]
Guaçatonga, erva-de-bugre, erva-de-largato e erva-de-teiú Brasil Folha ou córtex (frescas)

Tratamento de afecções cutâneas em geral, Antitérmica, anti-inflamatória, analgésica, depurativa, diurética, diaforética e antiofídica.

Infusão ou decocção à 5%.

Uso externo ou interno.

-

[ 1 , 2 ]
Guaçatonga, erva-de-bugre, erva-de-largato e erva-de-teiú Brasil Folha

Anti-herpética, antissifilítica e afrodisíaco masculino.

Decocção.

-

-

[ 1 , 2 ]
Guaçatonga, erva-de-bugre, erva-de-largato e erva-de-teiú Brasil Sementes (separadas das cápsulas - lavadas - tostadas)

antidiarreica, depurativa e antirreumática.

-

-

-

[ 1 , 2 ]
Guaçatonga, erva-de-bugre, erva-de-largato e erva-de-teiú Brasil Folha triturada

Tratamento de hematomas.

Maceração (etanol).

Uso externo.

-

[ 1 , 2 ]
Guaçatonga, erva-de-bugre, erva-de-largato e erva-de-teiú Brasil Semente

Vermífuga.

Óleo.

-

-

[ 1 , 2 ]
Guaçatonga, erva-de-bugre, erva-de-largato e erva-de-teiú Brasil Raiz

Analgésica (dor no peito e corpo).

-

-

-

[ 1 , 2 ]
Guaçatonga, erva-de-bugre, erva-de-largato e erva-de-teiú Brasil Folha e raiz

Antissifilítica e no tratamento de afecções cutâneas.

-

-

-

[ 1 , 2 ]
Erva de burro Paraguai Folha

Calmante, Antirreumática, anti-inflamatória e no tratamento de infecções cutâneas (escabiose e eczema).

Decocção.

Na forma de banho.

-

[ 1 , 2 ]
Erva de burro Paraguai Folha e raiz

tônica, Antiespasmódica, depurativa e antissifilítica.

Infusão.

-

-

[ 2 ]
Guaçatonga Brasil Folha

No tratamento de gastrite, azia e afta.

Tintura ou infusão (2 a 4 g do material vegetal em 150 mL de água).

Tintura: ingerir 40 a 60 gotas em meia xícara de água (100 mL) 4 vezes ao dia. No caso de aftas, aplicar a tintura com auxílio de um cotonete, após escovação.

Infusão: tomar 1 xícara (chá) 3 a 4 vezes ao dia.

Em grandes quantidades e com frequência muito intensa pode haver depleção de sais minerais por ação diurética em indivíduos mal alimentados. Usar com cautela próximo às refeições, pois poderá interagir na absorção de nutrientes. Cautela ao utilizar na gravidez e lactância.

[ 3 ]
Guaçatonga Brasil Folha

antisséptica, cicatrizante, útil no tratamento de dor e lesões.

Infusão: 2 a 4 g (1 a 2 colheres de sobremesa) em 150 mL de água (xícara de chá).

Uso tópico: utilizar 1 xícara (chá) 3 a 4 vezes ao dia.

Em grandes quantidades e com uma frequência muito intensa pode haver depleção de sais minerais por ação diurética em indivíduos mal alimentados. Cautela ao ingerir próximo às refeições, pois poderá interagir na absorção de nutrientes. Usar com cautela na gravidez e lactação.

[ 3 ]

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 432.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 304.
3 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 161.

Anti-hiperalgésica

Anti-hiperalgésica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico. Dose para ensaio: 30 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss e ratos C567BL-6 submetidos ao teste de isquemia e reperfusão da pata traseira.

Observou-se que o extrato de C. sylvestris possui efeito anti-hiperalgésico significativo.

[ 1 ]

Anti-inflamatória e Analgésica

Anti-inflamatória e Analgésica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha e casca

Extrato aquoso: infusão de 10% (seco) ou 20% (fresco) do material vegetal em água. Doses para ensaio: 1,0 g/kg (planta seca) e 2,0 g/kg (planta fresca).

In vivo:

Em ratos albinos submetidos à inflamação e dor, induzidos por ácido acético.

Observou-se que ambos os extratos de C. sylvestris apresentam atividades anti-inflamatória e analgésica.

[ 15 ]

Anti-inflamatória e Antioxidante

Anti-inflamatória e Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico: maceração do material vegetal (pó) em etanol à 70%. Doses para ensaio: 3, 30, 100 e 300 mg/kg.

In vitro:

Em tecido pulmonar após pleurisia, para avaliar o dano oxidativo.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss e ratos Wistar submetidos aos testes de edema de pata e pleurisia induzidos por carragenina.

O extrato hidroalcoólico das folhas de C. sylvestris possui potente ação anti-inflamatória e antioxidante.

[ 6 ]

Anti-inflamatória e Antiúlcera

Anti-inflamatória e Antiúlcera
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Óleo essencial: hidrodestilação. Rendimento: 2,5%. Dose para ensaio: 125 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos aos testes de: edema de pata, tecido granulomatoso, permeabilidade vascular, contorções, indução de úlcera gástrica e avaliação da secreção gástrica.

O óleo essencial de C. sylvestris apresenta atividade anti-inflamatória, bem com antiúlcera.

[ 11 ]

Anti-inflamatória e Bactericida

Anti-inflamatória e Bactericida
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico: 2,8 kg do material vegetal (pó) em 35,3 L de etanol à 70%. Rendimento: 522,9 g. Spray (50 mL): contendo 1,0 do liofilizado de Casearia sylvestris.

In vivo:

Em camundongos Swiss e ratos Wistar submetidos a lesões por queimadura.

Observou-se que C. sylvestris apresenta atividade anti-inflamatória e bactericida, sendo promissora no tratamento de queimaduras.

[ 2 ]

Antileishmaniose

Antileishmaniose
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato metanólico: maceração de 50 g do material vegetal (pó) em metanol.

In vitro:

Em diferentes espécies de Leishmania: L. amazonensis, L. major, L. braziliensis e L. chagasi, submetidas aos ensaios antipromatigota e antiamastigota.

Em macrófagos murinos para ensaio de citotoxicidade.

 

O extrato de C. sylvestris apresentou atividade antileishmaniose, principalmente para a forma amastigota de L. brasiliensis, contudo foi citotóxica em macrófagos.

[ 3 ]

Antinociceptiva

Antinociceptiva
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico: maceração do material vegetal (pó) em etanol à 70% (1:3 p/v). Rendimento: 24,6%. Doses para ensaio: 30, 100 e 300 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos à testes nociceptivos (placa quenta, comportamento induzido por ovalbumina e contrações abdominais induzida por ácido acético), e testes de toxicidade para avaliar a coordenação motora e atividade exploratória.

O extrato de C. sylvestris apresenta ação antinociceptiva, além de não alterar as atividades motoras e exploratórias.

[ 10 ]

Antiúlcera

Antiúlcera
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato etanólico: maceração do material vegetal (pó) em etanol à 75%. Doses para ensaio: 23,0, 29,9, 39,0, 50,5, 65,7, 85,4, 111,0, 144,3 e 187,6 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos à lesões gástricas por ligadura pilórica e estresse.

Observou-se que o extrato de C. sylvestris possui ação antiúlcera, reduzindo a secreção gástrica na dose de 57,5 mg/kg, além de baixa toxicidade.

[ 16 ]

Gastroprotetora

Gastroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato do material vegetal fresco, e extrato do material vegetal seco em etanol (200 mg/mL). Dose para ensaio: 57,5 mg/kg (extrato da folha seca) e 44,3 mg/kg (extrato da folha fresca).

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos à lesões gástricas agudas e crônicas induzidas por estresse e ácido acético, respectivamente, e medição de parâmetros da secreção gástrica.

Observou-se que ambos os extratos de C. sylvestris apresentam ação gastroprotetora, contudo, o extrato das folhas secas foi mais efetivo na prevenção de lesões gástricas induzidas pelo estresse.

[ 14 ]

Hipocolesterolemiante e Antiagregante plaquetária

Hipocolesterolemiante e Antiagregante plaquetária
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato metanólico: maceração (1:5 p/v) do material vegetal (pó) em metanol/água (70:30 v/v). Doses para ensaio: 250 e 500 mg/kg.

In vitro:

Em plasma humano rico em plaquetas para ensaio de agregação plaquetária.

 

In vivo:

Em ratos C57BL/6 LDLr-null e camundongos Swiss submetidos à dislipidemia e aterogênese induzidas por dieta hipercalórica.

Observou-se que o extrato de C. sylvestris apresenta atividade hipocolesterolemiante e reduz a agregação plaquetária.

[ 5 ]

Hipolipemiante

Hipolipemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato metanólico: maceração de 15 g do material vegetal em 650 mL de metanol. Doses para ensaio: 125, 250 e 500 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de hiperlipidemia induzida por óleo de oliva.

Observou-se que o extrato metanólico de C. sylvestris inibiu o aumento de triglicerídeos e lipase sérica.

[ 7 ]

Inibidora de TNF-α e Antioxidante

Inibidora de TNF-α e Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato etanólico: material vegetal (pó) em etanol 96 GL. Rendimento: 26,5%.

In vitro:

Em células THP-1 tratadas com LPS, com posterior análise das dosagens do fator de necrose tumoral (TNF-α) e quimiocina (CCL2).

Determinação da atividade antioxidante através do radical DPPH.

 

Observou-se que o extrato de C. sylvestris inibe a produção de TNF-α, dose-dependente, além de apresentar atividade antioxidante potente.

[ 4 ]

Neutralizadora

Neutralizadora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 75 g do material vegetal (pó) em 350 mL de solvente (hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol). Concentração para ensaio: 0,2 mg/mL.

In vitro:

Em diafragma e ramo do nervo frênico isolados de camundongos Swiss, e tratados com bothropstoxina (BthTX-I).

 

Observou-se que o extrato metanólico de C. sylvestris apresenta ação neutralizadora dos efeitos tóxicos provocados pelo veneno de Bothrops jararacuçu.

[ 8 ]
Folha

Extrato aquoso: material vegetal em água. Concentrações para ensaio: 1:1, 1:5 e 1:10 (p/p).

In vivo:

Em diafragma e ramo do nervo frênico isolados de ratos, e tratados com bothropstoxina (BthTX-I), crotoxina (CTX), piratoxina (PrTX-I) e miotoxina-II (MjTX-II).

O extrato aquoso de C. sylvetris apresenta ação neutralizadora dos efeitos tóxicos causados por venenos de serpentes, principalmente em alta concentração (1:10 p/p).

[ 9 ]
Folha

Extrato aquoso: material vegetal em água. Concentrações para ensaio: 1:1, 1:3, 1:5 e 1:10 (p/p veneno:extrato)

In vitro:

Em fibrinogênio ou caseína para avaliar atividade proteolítica, e em plasma bovino para avaliar a atividade coagulante.

 

In vivo:

Em ratos tratados com venenos de serpentes (Bothrops asper, B. jararacuçu, B. moojeni, B. nuwiedi e B. pirajai) e extrato vegetal, com posterior análise da atividade hemorrágica.

Observou-se que o extrato aquoso de C. sylvetris apresenta ação neutralizadora dos efeitos tóxicos causados por venenos de serpentes.

[ 12 ]
Folha

Extrato aquoso: 500 g do material vegetal em 250 mL de água. Concentrações para ensaio: 1:1, 1:5, 1:10, 1:20 e 1:25 (p/p veneno:extrato).

In vitro:

Avaliação da atividade enzimática (fosfolipase A2), e em plasma de ovelha para análise da atividade anticoagulante.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com venenos de serpentes (Bothrops moojeni, B. jararacussu, B. neuwiedi, Crotalus durissus terrificus e Micrurus frontalis) e extrato vegetal, com posterior análise da atividade miotóxica, edema induzido e letalidade.

O extrato aquoso das folhas de C. sylvestris apresenta ação neutralizadora dos efeitos tóxicos causados por venenos de serpentes.

[ 13 ]
Ensaios toxicológicos

Genotoxicidade

Genotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato etanólico: material vegetal (seco) em etanol. Concentração para ensaio: 0,5, 1,0 e 2,0 mg/mL.

In vitro:

Em hepatoma (HTC) de Rattus norvegicus e cultura de células pulmonares (V79) de hamster, submetidas ao ensaio do Cometa.

 

In vivo:

O extrato etanólico de C. sylvestris não apresentou genotoxicidade, e não induziu danos no DNA quando associado com ciclofosfamida e metanossulfonato de metila.

O extrato etanólico de C. sylvestris não apresentou genotoxicidade, e não induziu danos no DNA quando associado com ciclofosfamida e metanossulfonato de metila.

[ 19 ]

Toxicidade aguda e subcrônica

Toxicidade aguda e subcrônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico: material vegetal (pó) em etanol/água. Doses para ensaio: 2000 mg/kg, e 60, 120 e 240 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos aos testes de toxicidade aguda e subcrônica.

O extrato hidroalcoólico das folhas de C. sylvestris pode ser considerado seguro quando utilizado por longo período de tempo.

[ 17 ]

Toxicidade subcrônica

Toxicidade subcrônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato aquoso. Dose para ensaio: 20 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos ao tratamento subcrônico com o extrato vegetal, com posterior análise das enzimas NTPDase, 5’-nucleotidase, Na+/K+-ATPase e acetilcolinesterase (AChE).

Observou-se que o extrato aquoso de C. sylvestris inibe a atividade das enzimas, podendo provocar efeitos tóxicos.

[ 18 ]

Referências bibliográficas

1 - PIOVEZAN, A. P. et al. Hydroalcoholic crude extract of Casearia sylvestris Sw. reduces chronic post-ischemic pain by activation of pro-resolving pathways. J Ethnopharmacol, v. 204, p.179-188, 2017. doi: 10.1016/j.jep.2017.03.059
2 - DE CAMPOS, E. P. et al. Healing activity of Casearia sylvestris Sw. in second-degree scald burns in rodents. BMC Res Notes, v. 8, p.1-8, 2015. doi: 10.1186/s13104-015-1251-4
3 - ANTINARELLI, L. M. et al. Antileishmanial activity of some Brazilian plants, with particular reference to Casearia sylvestris. An Acad Bras Cienc, v. 87, n. 2, p.733-742, 2015. doi: 10.1590/0001-3765201520140288
4 - GUSMAN, G. S. et al. Evaluation of the effects of some brazilian medicinal plants on the production of TNF- α and CCL2 by THP-1 cells. Evid Based Complement Alternat Med, v. 2015, p.1-11, 2015. doi: 10.1155/2015/497123
5 - BRANT, N. M. F. et al. Cardiovascular protective effects of Casearia sylvestris Swartz in Swiss and C57BL/6 LDLr-null mice undergoing high fat diet. J Ethnopharmacol, v. 154, n. 2, p.419-427, 2014. doi: 10.1016/j.jep.2014.04.01
6 - ALBANO, M. N. et al. Anti-inflammatory and antioxidant properties of hydroalcoholic crude extract from Casearia sylvestris Sw. (Salicaceae). J Ethnopharmacol, v. 147, n. 3, p.612-617, 2013. doi: 10.1016/j.jep.2013.03.049
7 - SCHOENFELDER, T. et al. Antihyperlipidemic effect of Casearia sylvestris methanolic extract. Fitoterapia, v. 79, n. 6, p.465-467, 2008. doi: 10.1016/j.fitote.2008.03.008
8 - CINTRA-FRANCISCHINELLI, M. et al. Antibothropic action of Casearia sylvestris Sw. (Flacourtiaceae) extracts. Phytother Res, v. 22, n. 6, p.784-790, 2008. doi: 10.1002/ptr.2365
9 - CAVALCANTE, W. L. et al. Neutralization of snake venom phospholipase A2 toxins by aqueous extract of Casearia sylvestris (Flacourtiaceae) in mouse neuromuscular preparation. J Ethnopharmacol, v. 112, n. 3, p.490-497, 2007. doi: 10.1016/j.jep.2007.04.002
10 - DE MATTOS, E. S. et al. Evaluation of antinociceptive activity of Casearia sylvestris and possible mechanism of action. J Ethnopharmacol, v. 112, n. 1, p.1-6, 2007. doi: 10.1016/j.jep.2007.01.034
11 - ESTEVES, I. et al. Gastric antiulcer and anti-inflammatory activities of the essential oil from Casearia sylvestris Sw. J Ethnopharmacol, v. 101, n. 1-3, p.191-196, 2005. doi: 10.1016/j.jep.2005.04.020
12 - BORGES, M. H. et al. Neutralization of proteases from Bothrops snake venoms by the aqueous extract from Casearia sylvestris (Flacourtiaceae). Toxicon, v. 39, n. 12, p.1863-1869, 2001. doi: 10.1016/S0041-0101(01)00169-6
13 - BORGES, M. H. et al. Effects of aqueous extract of Casearia sylvestris (Flacourtiaceae) on actions of snake and bee venoms and on activity of phospholipases A2. Comp Biochem Physiol B Biochem Mol Biol, v. 127, n. 1, p.21-30, 2000. doi: 10.1016/S0305-0491(00)00237-6
14 - SERTIÉ, J. A. et al. Antiulcer activity of the crude extract from the leaves of Casearia sylvestris. Pharm Biol, v. 38, n. 2, p.112-119, 2000. doi: 10.1076/1388-0209(200004)3821-1FT112
15 - RUPPELT, B. M. et al. Pharmacological screening of plants recommended by folk medicine as anti-snake venom--I. Analgesic and anti-inflammatory activities. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 86, Suppl. 2, p.203-205, 1991. doi: 10.1590/s0074-02761991000600046
16 - RUPPELT, B. M. et al. Pharmacological screening of plants recommended by folk medicine as anti-snake venom--I. Analgesic and anti-inflammatory activities. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 86, Suppl. 2, p.203-205, 1991. doi: 10.1590/s0074-02761991000600046
17 - AMENI, A. Z. et al. Toxicity study about a medicinal plant Casearia sylvestris: A contribution to the Brazilian Unified Health System (SUS). J Ethnopharmacol, v. 175, p.9-13, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2015.08.027
18 - DA SILVA, A. C. et al. Inhibition of NTPDase, 5'-nucleotidase, Na+/K+-ATPase and acetylcholinesterase activities by subchronic treatment with Casearia sylvestris. Phytomedicine, v. 13, n. 7, p.509-514, 2006. doi: 10.1016/j.phymed.2005.01.011
19 - MAISTRO, E. L. et al. Evaluation of the genotoxic potential of the Casearia sylvestris extract on HTC and V79 cells by the comet assay. Toxicol In Vitro, v. 18, n. 3, p.337-342, 2004. doi: 10.1016/j.tiv.2003.10.002

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, p. 25, 2011.
2 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 53, 2021.

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Folha seca

100 g

Folha fresca

200 g

                                                                    * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98% se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha seca rasurada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de folha fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Infecções virais e processos inflamatórios.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Casearia sylvestris (tintura a 10% em etanol 70%)

10 mL

Cocos nucifera (alcoolatura a 10% em etanol 80%)

10 mL

Melissa officinalis (tintura a 10% em etanol 70%)

10 mL

Ocimum gratissimum (tintura a 10% em etanol 70%)

10 mL

Creme base não iônico

60 g

 
Modo de preparo

Pesar o creme base e incorporar as tinturas.

Principais indicações

Herpes simples e herpes zóster.

Posologia

Uso externo: passar na área afetada 2 vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha seca rasurada

0,4 a 0,6 g ou ½ colher de sopa

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Infecções virais e processos inflamatórios.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.

Uso tópico: fazer bochechos ou gargarejos com o infuso duas a três vezes ao dia.

Uso tópico: aplicar o infuso sobre a pele ou úlcera duas a três vezes ao dia.

Uso tópico: fazer banhos de assento duas a três vezes ao dia com volume suficiente do infuso.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 74-76.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 367.
3 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 47-48.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos orgânicos

capróico e hexanóico.

Antocianosídeos

Flavonoides

Óleos essenciais

β e Δ-elemeno, α-copaeno, β-cariofileno, α-humuleno, germacreno B e D, biciclogermacreno, Δ e δ-cadineno, espatulenol, tujopseno, β-acoradieno, globulol e calameneno.

Outras substâncias

resinas, pigmentos, terpenos (casearia clerodeno I a VI e casearina A a R), diterpernos (casearinas e casearvestrinas) e triterpenos.

Saponinas

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 433.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 304.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 61.
4 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 204.
5 - ESTEVES, I. et al. Gastric antiulcer and anti-inflammatory activities of the essential oil from Casearia sylvestris Sw. J Ethnopharmacol, v. 101, n. 1-3, p.191-196, 2005. doi: 10.1016/j.jep.2005.04.020

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2014
Arquivo: PDF icon Download (346.96 KB)

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1926
Arquivo: PDF icon Download (92.66 KB)

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1926
Arquivo: PDF icon Download (28.13 KB)

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 76.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 48.
3 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 53, 2021.
4 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 205-206.
5 - DICKEL, M. L. et al. Casearia sylvestris (chá-de-bugre). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 578-579.
6 - MAZZARI, A. L. D. A. et al. In vitro effects of European and Latin-American medicinal plants in CYP3A4 gene expression, glutathione levels, and P-glycoprotein activity. Front Pharmacol, v. 13, p.1-16, 2022. doi: 10.3389/fphar.2022.826395

Propagação: 

é realizada por sementes, as quais apresentam baixa taxa de germinação (menor que 40%) e desuniformidade quanto ao tempo de emissão da radícula. Logo após a colheita, as sementes podem ser semeadas diretamente em canteiros (a pleno sol) com leve camada de esterco ou areia como cobertura, após a germinação (entre 20 e 30 dias), as mudas com 3 a 5 cm de altura devem ser transferidas para sacos plásticos individuais. A semeadura das sementes também pode ser realizada diretamente em sacos plásticos, contendo substrato solo e areia (1:1), permanecendo em viveiro (sombrite 50%) por 120 dias. Após este período as mudas devem ser transferidas para local definitivo, a pleno sol ou a meia sombra, em covas de 20x20 cm com 1 kg de esterco bovino. As plantas com arquitetura arbórea devem ser plantadas com espaçamento de 3 m entre plantas e 3 m entre linhas, e as com características herbáceas com espaçamento de 1,5 m entre plantas e 2,5 m entre ruas. Contudo, existem também protocolos padronizados para a micropropagação desta espécie [ 1 , 2 , 3 ] .

Tratos culturais & manejo: 

apresenta crescimento lento, desenvolve-se melhor em solo bem drenado, independente da fertilidade do mesmo. A irrigação em ambiente de coleção de plantas medicinais deve ser realizada uma vez a cada 15 dias [ 1 , 2 , 3 ] .

Colheita: 

os frutos não amadurecem de modo uniforme (de setembro até dezembro), dificultando a coleta dos mesmos. As folhas devem ser colhidas antes do florescimento (o florescimento ocorre entre os meses de julho a novembro) e a sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deva ser na lua cheia [ 1 ] .

Pós-Colheita: 

os frutos devem ser abertos manualmente e as sementes retiradas e depositadas em peneira, posteriormente lavadas em água corrente para retirada do arilo. Em seguida, devem ser depositadas sob pano seco e colocadas em local ventilado para secagem. Recomenda-se não armazenar as sementes por mais de 6 meses. O processo de secagem das folhas deve ser realizado em estufa com ar circulante a temperatura de 45°C/36 horas. Posteriormente, a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente sem umidade e utilizada dentro de 6 meses. Para o preparo de tinturas e extratos deve ser moída em moinho de faca até a granulometria de 40 mesh. A droga vegetal moída não deve ser armazenada por período superior a 6 meses [ 1 ] .

Problemas & Soluções: 

a temperatura ideal para obter melhor taxa de germinação, para esta espécie, é entre 20 e 25°C. É indicado o cultivo em consórcio com Sambucus australis [ 1 , 3 ] .

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 60-61.
2 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 203-204.
3 - DICKEL, M. L. et al. Casearia sylvestris (chá-de-bugre). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 579-580.

Parceiros