Equisetaceae

Equisetum hyemale

Referências informações gerais
1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 107-110.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 118-121.
3 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza – Chás Medicinais. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2017, p. 80-83.
4 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 104.
5 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 34.
Descrição da espécie 

Subarbusto perene, com caule não ramificado, áspero e oco; não apresenta flores, mas produz esporos[1].

Referências descrição da espécie
1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 107.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Cavalinha Brasil Parte aérea

No tratamento de feridas com sangramentos.

Infusão: 1 a 2 colheres (de sobremesa) da droga vegetal rasurada em 1 xícara (200 mL) de água. Tampar e deixar em repouso por 20 minutos e coar.

Lavar as feridas até 3 vezes ao dia.

Pode provocar alergia em pessoas sensíveis à nicotina. Não utilizar por período superiores a 60 dias. Contraindicado o uso na gravidez e lactação.

[ 1 ]
Cavalinha Brasil Parte aérea

No tratamento de edemas (inchaço) por retenção de líquidos.

Infusão: 3 g (1 colher de sopa) do material vegetal em 150 mL (1 xícara de chá) de água.

Tomar 1 xícara (chá) 2 a 4 vezes ao dia.

Contraindicada em pacientes com gastrite, úlcera gastroduodenal, insuficiência renal ou cardíaca, na gravidez e lactação. Não associar com estimulantes do SNC e com diuréticos. Pode provocar alergia em pessoas sensíveis à nicotina. Altas doses são tóxicas e não utilizar por período superiores a 60 dias.

[ 1 ]

Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 104.

Antimicrobiana

Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração do material vegetal (pó) em etanol à 70%. Frações: diclorometano, acetato de etila e n-butanol. Concentrações para ensaio: 3,27 a 52,4 mg/mL.

In vitro:

Em linhagens bacterianas de Enterecoccus faecalis, Staphylococcus epidermidis, S. saprophyticus, S. aureus, Listeria monocytogenes, Escherichia coli, Salmonella enteritidis, Shigella flexneri, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Mycobacterium spp., fúngicas de Candida spp. e parasitária de Trypanosoma evansi, incubados com o extrato vegetal e frações, submetidos aos ensaios de microdiluição em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM), antiparasitário e antibiofilme.

 

Observou-se que o extrato e frações de E. hyemale apresentam atividades antimicrobiana, antiparasitária e antibiofilme.

[ 1 ]
-

Extrato: 4 g do material vegetal (pó) em 40 mL de solvente (hexano, etanol e água). Concentrações para ensaio: 12,5 a 200 mg/mL.

In vitro:

Em cepas de patógenos orais, Actinomyces viscosus, Lactobacillus casei, Streptococcus mutans e S. sobrinus, incubadas com os extratos vegetais, submetidas ao ensaio difusão em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e bactericida mínima (CBM).

Em fibroblastos gengivais (HGF-1) e queratinócitos (HaCaT) de humanos incubados com os extratos vegetais, com posterior análise da viabilidade celular pelo ensaio XTT.

 

Neste estudo das 72 espécies vegetais, apenas 22 espécies demonstram atividade antimicrobiana significativa e baixa citotoxicidade, dentre estas estão os extratos de E. hyemale.

[ 4 ]

Antioxidante e Antimicrobiana

Antioxidante e Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: 80 g do material vegetal (pó) em etanol à 70% e metanol, separadamente. Rendimento: 15,16 e 9,23%, respectivamente. Concentrações para ensaio: 0,02 a 2,00 mg/mL.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através do radical DPPH, e antimicrobiana em linhagens de Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Escherichia coli, Bacillus subtillis, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, Trichophyton rubrum, T. mentagrophytes e Microsporum canis através do ensaio de microdiluição em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM), bactericida mínima (CBM) e fungicida mínima (CFM).

 

Observou-se que os extratos de E. hyemale apresentam atividade antioxidante e antimicrobiana, principalmente contra dermatófitos.

[ 3 ]

Antiproliferativa

Antiproliferativa
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato (1:40, p/v): material vegetal (pó) em etanol à 50%. Concentrações para ensaio: 0 a 650 mg/mL.

In vitro:

Em células leucêmicas de ratos (L1210) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular através dos ensaios MTT, citometria de fluxo (ciclo celular, apoptose, fragmentação do DNA e medição do potencial de membrana mitocondrial) e coloração DAPI.

 

Observou-se que o extrato de E. hyemale apresenta atividade antiproliferativa, dose-dependente, pois altera o ciclo celular (fase G2/M) e estimula a apoptose.

[ 5 ]

Antitumoral

Antitumoral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: 4 g do material vegetal (pó) em metanol. Outras espécies em estudo: Phyllitis scolopendrium, Juniperus communis e Cotinus coggygria.

In vitro:

Em células cancerígenas humanas A549 (pulmonar), MCF7 (mama), TK6 e U937 (linfáticas), incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise da viabilidade celular em hemocitômetro.

 

Observou-se que o extrato de E. hyemale não apresenta atividade antitumoral significativa, sendo as espécies J. communis e C. coggygria as mais potentes.

[ 2 ]

Referências bibliográficas

1 - ALVES, C. F. S. et al. Antimicrobial, antitrypanosomal and antibiofilm activity of Equisetum hyemale. Microb Pathog, v. 101, p.119-125, 2016. doi: 10.1016/j.micpath.2016.11.008 
2 - POLLIO, A. et al. Polyphenolic profile and targeted bioactivity of methanolic extracts from Mediterranean ethnomedicinal plants on human cancer cell lines. Molecules, v. 21, n. 4, p.1-23, 2016. doi: 10.3390/molecules21040395
3 - DE QUEIROZ, G. M. et al. Phytochemical characterization, antimicrobial activity, and antioxidant potential of Equisetum hyemale L. (Equisetaceae) extracts. J Med Food, v. 18, n. 7, p.830-834, 2015. doi: 10.1089/jmf.2014.0089 
4 - FERRAZZANO, G. F. et al. Screening and scoring of antimicrobial and biological activities of italian vulnerary plants against major oral pathogenic bacteria. Evid Based Complement Alternat Med, p.1-10, 2013. doi: 10.1155/2013/316280
5 - LI, H. et al. Cell cycle arrest and cell apoptosis induced by Equisetum hyemale extract in murine leukemia L1210 cells. J Ethnopharmacol, v. 144, n. 2, p.322-327, 2012. doi: 10.1016/j.jep.2012.09.015

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Parte aérea seca (exceto inflorescência)

100 g

Planta aérea fresca (exceto inflorescência)

200 g

                                                                * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário.

Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de parte aérea seca, pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de parte aérea fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Edema em membros inferiores por imobilização, como diurético, afecções inflamatórias e infecciosas urinárias, litíase urinária, e externamente para úlceras cutâneas. Como diurético. Deficiências de minerais e oligoelementos.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Em diluição decimal (DH1 ou DH5), tomar 5 gotas duas vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Equisetum hyemale (tintura a 10% em etanol 70%)

20 mL

Creme base não iônico

80 g

 
Modo de preparo

Pesar o creme base e incorporar a tintura.

Principais indicações

Dor relacionada a traumatismo e fratura nos membros inferiores.

Posologia

Uso externo: passar na área afetada 2 vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Parte aérea (exceto as espigas com esporângios) seca pulverizada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de café rasa

Água q.s.p.

150 mL

 

Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Edema em membros inferiores por imobilização, como diurético, afecções inflamatórias e infecciosas urinárias, litíase urinária, e externamente para úlceras cutâneas. Como diurético. Deficiências de minerais e oligoelementos.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso três a seis vezes ao dia.

Uso tópico: aplicar o infuso sobre a pele ou úlcera duas a três vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 124-126.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 362-363.
3 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 76-78.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

cafeico.

Ácidos graxos

linoleico, linolênico, oleico e esteárico.

Ácidos orgânicos

gálico, málico, oxálico e aconítico.

Açúcares

manitol e inositol.

Alcaloides piridínicos

nicotina, palustrina, palustrinina, metosapiridina e espermidina.

Fitosteróis

β-sitosterol, campestrol e isofucosterol.

Flavonoides

luteolina, isoquercetina, equisetrina, canferol, galuteolina, galutenonina, apigenina e quercetina.

Glicosídeos

2-(soporosil)-1-(4-hidroxifenil)etanona.

Óleos essenciais

Outras substâncias

dimetilsulfona, tiaminases, lignanas, petrosinos e substâncias amargas.

Polissacarídeos

celulose, pectina e hemocelulose (galactoglucomanano).

Sais minerais

silício, potássio, magnésio, manganês, alumínio, cálcio, flúor, fósforo, sódio, flúor, enxofre e cloro.

Saponinas

equisetonina e equisetogenina.

Taninos gálicos

Vitaminas

ácido ascórbico.

Referências bibliográficas

1 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 104.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 109.
3 - JIN, M. et al. A new phenyl glycoside from the aerial parts of Equisetum hyemale. Nat Prod Res, v. 28, n. 21, p.1813-1818, 2014. doi: 10.1080/14786419.2014.947491
4 - GIERLINGER, N. et al. Insights into the chemical composition of Equisetum hyemale by high resolution Raman imaging. Planta, v. 227, n. 5, p.969-980, 2008. doi: 10.1007/s00425-007-0671-3

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 125-126.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 78.
3 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 104.

Propagação: 

é realizada por divisão de touceiras, retirando os rebentos que nascem ao redor da planta-mãe e plantando em local definitivo, ou por divisão de gomos, utilizando seguimentos mais próximos da raiz. Neste caso, as estacas devem possuir 15 cm de comprimento, e pelo menos 3 nós, introduzindo-as em saquinhos plásticos (10 cm de largura e 15 cm de profundidade) contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1). As mudas devem permanecer em viveiro (sombrite 50%) por 60 dias, com irrigação diária (duas vezes ao dia). Posteriormente, devem ser transferidas para local definitivo, em solo preferencialmente úmido, a pleno sol, com espaçamento de 20 cm entre plantas e 20 cm entre linhas. Esta espécie também pode ser propagada a partir de esporos, como se multiplica a samambaia [ 1 ] .

Tratos culturais & Manejo: 

é uma planta exigente em água, devendo ser plantada em solo alagado e próximo de afluentes [ 1 ] .

Colheita: 

as folhas não devem conter as espigas com esporângios e devem ser colhidas, preferencialmente, na primavera e verão, 15 cm acima do solo. A sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deve ser realizada na lua cheia [ 1 ] .

Pós-colheita: 

a secagem deve ser realizada em estufa de ar circulante a temperatura de 45°C/36 horas. Após este procedimento a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada dentro do período de 6 meses. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca, até a granulometria de 60 mesh, e posteriormente ser utilizada para a preparação de tinturas e extratos. Drogas vegetais moídas não devem ser armazenadas por período superior à 3 meses [ 1 ] .

Problemas & Soluções: 

possui alta capacidade de rebrota a partir do rizoma, que se estende por vários metros no solo, sendo resistente a longos períodos de inverno [ 1 ] .

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 107-108.

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