Nativa da América Tropical. No Brasil ocorre espontaneamente em áreas alagadas, sendo muito cultivada como ornamental. Suas principais indicações são: diurética, remineralizante, anti-inflamatória, analgésica, antisséptica, litolítica, hemostática, hipotensora, estimulante da osteogênese e antianêmica[1,2,3,4,5].
Subarbusto perene, com caule não ramificado, áspero e oco; não apresenta flores, mas produz esporos[1].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
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Cavalinha | Brasil | Parte aérea | No tratamento de feridas com sangramentos. |
Infusão: 1 a 2 colheres (de sobremesa) da droga vegetal rasurada em 1 xícara (200 mL) de água. Tampar e deixar em repouso por 20 minutos e coar. |
Lavar as feridas até 3 vezes ao dia. |
Pode provocar alergia em pessoas sensíveis à nicotina. Não utilizar por período superiores a 60 dias. Contraindicado o uso na gravidez e lactação. |
[
1
]
|
Cavalinha | Brasil | Parte aérea | No tratamento de edemas (inchaço) por retenção de líquidos. |
Infusão: 3 g (1 colher de sopa) do material vegetal em 150 mL (1 xícara de chá) de água. |
Tomar 1 xícara (chá) 2 a 4 vezes ao dia. |
Contraindicada em pacientes com gastrite, úlcera gastroduodenal, insuficiência renal ou cardíaca, na gravidez e lactação. Não associar com estimulantes do SNC e com diuréticos. Pode provocar alergia em pessoas sensíveis à nicotina. Altas doses são tóxicas e não utilizar por período superiores a 60 dias. |
[
1
]
|
Referências bibliográficas
Antimicrobiana
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato: maceração do material vegetal (pó) em etanol à 70%. Frações: diclorometano, acetato de etila e n-butanol. Concentrações para ensaio: 3,27 a 52,4 mg/mL. |
In vitro: Em linhagens bacterianas de Enterecoccus faecalis, Staphylococcus epidermidis, S. saprophyticus, S. aureus, Listeria monocytogenes, Escherichia coli, Salmonella enteritidis, Shigella flexneri, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Mycobacterium spp., fúngicas de Candida spp. e parasitária de Trypanosoma evansi, incubados com o extrato vegetal e frações, submetidos aos ensaios de microdiluição em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM), antiparasitário e antibiofilme.
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Observou-se que o extrato e frações de E. hyemale apresentam atividades antimicrobiana, antiparasitária e antibiofilme. |
[
1
] |
- |
Extrato: 4 g do material vegetal (pó) em 40 mL de solvente (hexano, etanol e água). Concentrações para ensaio: 12,5 a 200 mg/mL. |
In vitro: Em cepas de patógenos orais, Actinomyces viscosus, Lactobacillus casei, Streptococcus mutans e S. sobrinus, incubadas com os extratos vegetais, submetidas ao ensaio difusão em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e bactericida mínima (CBM). Em fibroblastos gengivais (HGF-1) e queratinócitos (HaCaT) de humanos incubados com os extratos vegetais, com posterior análise da viabilidade celular pelo ensaio XTT.
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Neste estudo das 72 espécies vegetais, apenas 22 espécies demonstram atividade antimicrobiana significativa e baixa citotoxicidade, dentre estas estão os extratos de E. hyemale. |
[
4
] |
Antioxidante e Antimicrobiana
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato: 80 g do material vegetal (pó) em etanol à 70% e metanol, separadamente. Rendimento: 15,16 e 9,23%, respectivamente. Concentrações para ensaio: 0,02 a 2,00 mg/mL. |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante através do radical DPPH, e antimicrobiana em linhagens de Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Escherichia coli, Bacillus subtillis, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, Trichophyton rubrum, T. mentagrophytes e Microsporum canis através do ensaio de microdiluição em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM), bactericida mínima (CBM) e fungicida mínima (CFM).
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Observou-se que os extratos de E. hyemale apresentam atividade antioxidante e antimicrobiana, principalmente contra dermatófitos. |
[
3
] |
Antiproliferativa
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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- |
Extrato (1:40, p/v): material vegetal (pó) em etanol à 50%. Concentrações para ensaio: 0 a 650 mg/mL. |
In vitro: Em células leucêmicas de ratos (L1210) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular através dos ensaios MTT, citometria de fluxo (ciclo celular, apoptose, fragmentação do DNA e medição do potencial de membrana mitocondrial) e coloração DAPI.
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Observou-se que o extrato de E. hyemale apresenta atividade antiproliferativa, dose-dependente, pois altera o ciclo celular (fase G2/M) e estimula a apoptose. |
[
5
] |
Antitumoral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Parte aérea |
Extrato: 4 g do material vegetal (pó) em metanol. Outras espécies em estudo: Phyllitis scolopendrium, Juniperus communis e Cotinus coggygria. |
In vitro: Em células cancerígenas humanas A549 (pulmonar), MCF7 (mama), TK6 e U937 (linfáticas), incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise da viabilidade celular em hemocitômetro.
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Observou-se que o extrato de E. hyemale não apresenta atividade antitumoral significativa, sendo as espécies J. communis e C. coggygria as mais potentes. |
[
2
] |
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Tintura |
Alcoolatura |
||
Componente |
Quantidade |
Componente |
Quantidade* |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Etanol/água 80% |
1000 mL |
Parte aérea seca (exceto inflorescência) |
100 g |
Planta aérea fresca (exceto inflorescência) |
200 g |
* Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário.
Tintura: pesar 100 g de parte aérea seca, pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura: pesar 200 g de parte aérea fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Edema em membros inferiores por imobilização, como diurético, afecções inflamatórias e infecciosas urinárias, litíase urinária, e externamente para úlceras cutâneas. Como diurético. Deficiências de minerais e oligoelementos.
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Em diluição decimal (DH1 ou DH5), tomar 5 gotas duas vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
2
]
Componente |
Quantidade |
Equisetum hyemale (tintura a 10% em etanol 70%) |
20 mL |
Creme base não iônico |
80 g |
Pesar o creme base e incorporar a tintura.
Dor relacionada a traumatismo e fratura nos membros inferiores.
Uso externo: passar na área afetada 2 vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
3
]
Componente |
Quantidade |
Parte aérea (exceto as espigas com esporângios) seca pulverizada |
0,4 a 0,6 g ou uma colher de café rasa |
Água q.s.p. |
150 mL |
Preparar por infusão, por 5 minutos.
Edema em membros inferiores por imobilização, como diurético, afecções inflamatórias e infecciosas urinárias, litíase urinária, e externamente para úlceras cutâneas. Como diurético. Deficiências de minerais e oligoelementos.
Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso três a seis vezes ao dia.
Uso tópico: aplicar o infuso sobre a pele ou úlcera duas a três vezes ao dia.
Referências bibliográficas
Ácidos fenólicos
cafeico.
Ácidos graxos
linoleico, linolênico, oleico e esteárico.
Ácidos orgânicos
gálico, málico, oxálico e aconítico.
Açúcares
manitol e inositol.
Alcaloides piridínicos
nicotina, palustrina, palustrinina, metosapiridina e espermidina.
Fitosteróis
β-sitosterol, campestrol e isofucosterol.
Flavonoides
luteolina, isoquercetina, equisetrina, canferol, galuteolina, galutenonina, apigenina e quercetina.
Glicosídeos
2-(soporosil)-1-(4-hidroxifenil)etanona.
Óleos essenciais
Outras substâncias
dimetilsulfona, tiaminases, lignanas, petrosinos e substâncias amargas.
Polissacarídeos
celulose, pectina e hemocelulose (galactoglucomanano).
Sais minerais
silício, potássio, magnésio, manganês, alumínio, cálcio, flúor, fósforo, sódio, flúor, enxofre e cloro.
Saponinas
equisetonina e equisetogenina.
Taninos gálicos
Vitaminas
ácido ascórbico.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. O uso prologado não deve ultrapassar de 15 a 20 dias[1,2].
em gestantes, lactantes, pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol), portadores de gastrite e úlcera gastroduodenal e insuficiência renal ou cardíaca[1,2,3].
o uso prologado (mais que 60 dias contínuos) pode provocar deficiência de tiamina (vitamina B1), por ação da tiaminase. O uso crônico pode provocar cefaleias, anorexia e disfagia. Doses altas são tóxicas. Quadros de intoxicação podem predispor a ocorrência de ataxia, fraqueza muscular, dermatite seborreica, perda de peso (pela ação da nicotina). Pode provocar alergia em pessoas sensíveis à nicotina. Não se recomenda o uso das inflorescências, pois apresentam toxicidade relativa[1,2,3].
não usar em associação com estimulantes do sistema nervoso central e diuréticos (potencializar o efeito e aumentar a espoliação de minerais)[3].
Referências bibliográficas
é realizada por divisão de touceiras, retirando os rebentos que nascem ao redor da planta-mãe e plantando em local definitivo, ou por divisão de gomos, utilizando seguimentos mais próximos da raiz. Neste caso, as estacas devem possuir 15 cm de comprimento, e pelo menos 3 nós, introduzindo-as em saquinhos plásticos (10 cm de largura e 15 cm de profundidade) contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1). As mudas devem permanecer em viveiro (sombrite 50%) por 60 dias, com irrigação diária (duas vezes ao dia). Posteriormente, devem ser transferidas para local definitivo, em solo preferencialmente úmido, a pleno sol, com espaçamento de 20 cm entre plantas e 20 cm entre linhas. Esta espécie também pode ser propagada a partir de esporos, como se multiplica a samambaia [ 1 ] .
é uma planta exigente em água, devendo ser plantada em solo alagado e próximo de afluentes [ 1 ] .
as folhas não devem conter as espigas com esporângios e devem ser colhidas, preferencialmente, na primavera e verão, 15 cm acima do solo. A sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deve ser realizada na lua cheia [ 1 ] .
a secagem deve ser realizada em estufa de ar circulante a temperatura de 45°C/36 horas. Após este procedimento a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada dentro do período de 6 meses. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca, até a granulometria de 60 mesh, e posteriormente ser utilizada para a preparação de tinturas e extratos. Drogas vegetais moídas não devem ser armazenadas por período superior à 3 meses [ 1 ] .
possui alta capacidade de rebrota a partir do rizoma, que se estende por vários metros no solo, sendo resistente a longos períodos de inverno [ 1 ] .
Referências bibliográficas