Nativa do Brasil, principalmente das regiões litorâneas e amazônica, sendo muito comum o cultivo desta espécie como ornamental. Suas principais indicações são: antiviral, analgésica, antimicrobiana, anti-inflamatória, diaforética, antiespasmódica, cicatrizante e debridante[1,2,3,4,5].
Planta herbácea, perene, ramos decumbentes ou semi-eretos, muito ramificada, com até 120 cm de altura; folhas simples, opostas cruzadas, de 4 a 8 cm de comprimento, membranáceas, subsésseis (superiores) ou pecioladas (inferiores), levemente pilosas em ambas as faces e a coloração pode ser verde, em várias tonalidades, até cores mais fortes como vermelho e púrpura; as flores são pequenas, de cor branca, formando uma panícula aberta no ápice dos ramos[1,2,3].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
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Terramicina, doril, perpétua-do-mato e carrapichinho | Brasil | Folha | Diurética, digestiva, depurativa e hepatoprotetora. |
Infusão. |
- |
- |
[
1
]
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Terramicina, doril, perpétua-do-mato e carrapichinho | Brasil | Inflorescência | Antitussígena. |
Infusão: 1 colher (sobremesa) do material vegetal picado em 1 L de água. |
Tomar 3 a 4 xícaras (de chá) ao dia. |
- |
[
1
]
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- | Guianas (povos indígenas) | Folha | Adstringente e antidiarreica. |
- |
- |
- |
[
1
]
|
- | Guianas (povos indígenas) | Planta toda | Laxativa. |
Maceração. |
- |
- |
[
1
]
|
Terramicina | Vale do Juruena/MT (Brasil) | - | Cicatrizante, anticâncer, antidiarreica, analgésica, antitérmica, antigripal, diurética, no tratamento de infecções da garganta, do sistema reprodutor feminino e urinário. |
- |
- |
- |
[
2
]
|
Referências bibliográficas
Anti-inflamatória e Analgésica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Infusão: por infusão. Doses para ensaio: 25 a 400 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar e camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal e submetidos aos testes de pleurisia induzida por carragenina, contorções abdominais induzidas por ácido acético, campo aberto e labirinto de cruz elevado. |
O extrato de A. brasiliana apresenta ação anti-inflamatória e analgésica, principalmente na dose de 400 mg/kg, contudo não demonstra atividade ansiolítica. |
[
1
] |
Antibacteriana e Anti-inflamatória
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato etanólico. Rendimento: 95%. Concentrações para ensaio (in vitro): 10, 20 e 40 µg/mL; 0,5 a 512 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 25 a 100 mg/kg. |
In vitro: Em culturas de cepas multirresistentes de Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus submetidas aos testes de microdiluição para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e o sinergismo com antibióticos comerciais. In vivo: Em camundongos Mus musculus e Swiss tratados com o extrato vegetal e submetidos ao teste de edema de pata induzido por formalina. |
O extrato de A. brasiliana apresenta atividade anti-inflamatória e antibacteriana (sinergismo com gentamicina), além de baixa toxicidade. |
[
2
] |
Anticonvulsivante e Ansiolítica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: 250 g do material vegetal (pó) em 1000 mL de metanol. Rendimento: 6,12%. Doses para ensaio: 100 a 600 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal e submetidos aos testes da placa com furos, campo aberto, labirinto em cruz elevado, transição claro-escuro, atividade locomotora e convulsões induzidas por pentilenotetrazol e eletrochoque. |
Observou-se que A. brasiliana apresenta atividade ansiolítica e anticonvulsivante. |
[
7
] |
Antifúngica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha, Caule e flor |
Extrato: maceração de 149 g do material vegetal em etanol a 80%. Frações: hexano, diclorometano e acetato de etila. Outras espécies em estudo: Inga spp, Schinus terebinthifolius, Punica granatum, Piper regnellii, P. abutiloides, Herissantia crispa, Rubus urticaefolius, Rumex acetosa e Baccharis dracunculifolia. |
In vitro: Em cultura de Paracoccidioides brasiliensis e macrófagos murinos, incubados com o extrato e frações vegetais, para determinar concentração inibitória mínima (CIM) e citotoxicidade.
|
O extrato e frações de A. alternathera brasiliana não apresentam atividade antifúngica, exceto as frações de hexano de P. regnellii, P. granatum e B. dracunculifolia. |
[
8
] |
Antitumoral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: 250 g do material vegetal (pó) em acetato de etila. Rendimento: 12,5%. Concentrações para ensaio: 4 a 64 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 200 e 400 mg/kg. |
In vitro: Em cultura de células de carcinoma ascítico de Ehrlich, incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (azul tripano e MTT). In vivo: Em camundongos Swiss portadores de carcinoma ascítico de Ehrlich induzido, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do crescimento tumoral, parâmetros hematológicos, bioquímicos, antioxidantes e histopatológicos. |
O extrato de acetato de etila das folhas de A. brasiliana apresenta atividade antitumoral promissora. |
[
5
] |
Cicatrizante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Folha |
Extrato: 250 g do material vegetal (pó) em 1000 mL de metanol. Rendimento: 6,12%. Pomada: contendo 5% (p/p) do extrato vegetal. |
In vivo: Em ratos Sprague-Dawley envelhecidos, portadores de feridas cutâneas por excisão, tratados com a pomada, com posterior análise de parâmetros bioquímicos e histopatológicos. |
A pomada contendo o extrato de A. brasiliana apresenta ação cicatrizante promissora, em modelo de feridas cutâneas em ratos envelhecidos. |
[
3 ,
4
] |
Folha |
Extrato: 250 g do material vegetal (pó) em 1000 mL de metanol. Rendimento: 6,12%. Pomada: contendo 5% (p/p) do extrato vegetal. |
In vitro: Determinar a atividade angiogênica do extrato vegetal através do ensaio da membrana corioalantoide de embrião de galinha (CAM). In vivo: Em ratos Sprague-Dawley envelhecidos, portadores de feridas cutâneas por excisão e incisão, tratados com a pomada, com posterior análise de parâmetros histopatológicos. |
O extrato metanólico das folhas de A. brasiliana apresenta atividade cicatrizante potente. |
[
6
] |
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Tintura |
Alcoolatura |
||
Componente |
Quantidade |
Componente |
Quantidade* |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Etanol/água 80% |
1000 mL |
Folha e inflorescência seca |
100 g |
Folha e inflorescência fresca |
200 g |
* Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário.
Tintura: pesar 100 g de folhas e inflorescências secas rasuradas e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura: pesar 200 g de folhas e inflorescências frescas, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Processos inflamatórios com dor, febre e infecções bacterianas em geral.
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Farmácia da Natureza
[
2
]
Componente |
Quantidade |
Folha e inflorescência fresca |
200 g |
Etanol 98° |
100 mL |
Propilenoglicol |
900 mL |
Pesar as folhas e inflorescência, lavar e picar. Em seguida colocar na solução de etanol e propilenoglicol. Deixar por 7 dias em maceração e filtrar. Envasar e etiquetar.
Debridante e cicatrizante em úlceras cutâneas crônicas.
Uso tópico após incorporado em cremes, pomadas e loções
Farmácia da Natureza
[
3
]
Componente |
Quantidade |
Alternanthera brasiliana (infusão de folha fresca a 10%) |
10 mL |
Carbopol |
1 g |
Trietanolamina |
0,5 mL |
Glicerina |
15 mL |
EDTA (Na)2 |
0,1 g |
Nipagin® 0,2% |
0,2 g |
Água destilada |
73,2 mL |
Em um Becker de vidro ou recipiente de inox, acrescentar a água, glicerina, EDTA (Na)2 e nipagin, quando a água entrar em ebulição pulverizar o carbopol sobre a água e manter o aquecimento até a total hidratação do gel. Após hidratação colocar a trietanolamina para correção do PH, acrescentar a infusão de Alternanthera brasiliana, homogeneizar e aferir o pH final da preparação que deve ser na faixa de 5,0 a 6,5.
Antisséptico e debridante de feridas.
Uso externo: passar na área afetada na troca de curativos, 1 ou 2 vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
4
]
Componente |
Quantidade |
Alternanthera brasiliana (extrato glicólico) |
10 mL |
Petiveria alliacea (extrato glicólico) |
10 mL |
Gel base aniônico |
80 g |
Pesar o gel base e incorporar o infuso.
Antisséptico e debridante de feridas.
Uso externo: passar na área afetada na troca de curativos, 1 ou 2 vezes ao dia.
Farmácia da Natureza
[
5
]
Componente |
Quantidade |
Folha e inflorescência secas rasuradas |
0,4 a 0,6 g ou uma colher de sopa caseira rasa |
Água q.s.p. |
150 mL |
Preparar por infusão, por 5 minutos.
Processos inflamatórios com dor, febre e infecções bacterianas em geral.
Processos inflamatórios com dor, febre e infecções bacterianas em geral.
Referências bibliográficas
Ácidos fenólicos
gálico, caféico, clorogênico, cumárico, ferúlico, 4-ácido hidroxibenzóico, 2,5-ácido diidroxibenzóico e ácido glicosídeo diidroxibenzóico.
Betacianinas
amarantina, isoamarantina, betanina e isobetanina.
Fitosteróis
β-sitosterol, stigmasterol e spinasterol.
Flavonoides
rutina, vitexina, kaempferol, apigenina, quercetina, luteolina e orientina.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. O uso contínuo por via oral não deve ultrapassar 30 dias[1,2,3].
em gestantes, lactantes, menores de 18 anos e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol)[1,2,3].
não há dados na literatura.
não há dados na literatura.
Referências bibliográficas
a propagação é realizada por estacas. Retira-se da planta matriz ramos de 20 cm de comprimento contendo 3 nós. Dois destes nós são inseridos em sacos plásticos contendo solo, areia e esterco (3:2:1), e o outro nó cotendo 1 par de folhas cortadas ao meio, deverá permanecer fora do substrato. As mudas são mantidas em viveiro (sombrite 50%) por 60 dias, e posteriormente são transferidas para local definitivo. O plantio deve ser realizado a pleno sol, em covas de 15x15 cm, adubadas com 1/2 kg de esterno. O espaçamento deve ser de 30 cm entre as plantas e 40 cm entre linhas [ 1 , 2 ] .
a irrigação no campo deve ser realizada em dias alternados. Floresce e frutifica várias vezes ao ano, sendo o pico mais intenso na primavera [ 1 ] .
a colheita deve se realizada a partir de 3 meses, após o plantio no campo, preferencialmente depois das 10 horas. O corte dos ramos deve ser realizado a 40 cm de altura do chão. A sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deva ser realizada preferencialmente na lua cheia. O processo de secagem é realizado em estufa circulante a 40°C/36 horas, posteriormente deve ser armazenada em ambiente sem umidade e ser utilizada por período máximo de 6 meses. A droga vegetal pode ser moída em moinho de faca, até a granulometria de 40 mesh e armazenada por 2 meses [ 1 ] .
deve-se evitar a colheita em dias nublados e/ou chuvosos [ 1 ] .
Referências bibliográficas