Originária da América do Sul, preferindo climas temperados. No Brasil, ocorre principalmente na região Sul e Sudeste, bem como na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Espécie muito utilizada como ornamental e para alimento de animais. Suas principais indicações são: hipoglicemiante, diurética, depurativa, antioxidante, antimicrobiana, anticoagulante, anti-inflamatória, antifibrinogênica e tônica[1,2,3,4,5].
Árvore de copa aberta, com até 10 m de altura, de tronco canelado, tortuoso, com casca cinza a castanho-amarronzado, sulcados longitudinalmente; apresenta acúleos nos ramos, quase sempre gêmeos, ora uniformemente retos, ora ligeiramente curvos para dentro, finos, ou grossos; folhas simples, alternas, ovaladas a lanceoladas, membranáceas e coriáceas, brilhante na face superior, possuem 9 nervuras principais (palmada), levemente pilosa, de formato bifoliolada, sendo que os folíolos são unidos pela base, parecido com um corte transverso da pata da vaca, com até 10 cm de comprimento x 6 cm de largura; flores solitárias, hermafroditas, brancas em racemos axilares, com pétalas irregulares e filiformes, com até 10 cm de comprimento; fruto tipo legume, linear, medindo 15 a 25 cm de comprimento x 2,5 cm de largura, de cor marrom escuro quando maduros; as sementes são em 5 a 10 unidades, ovaladas, achatadas, castanho a preta, com cerca de 1 cm de comprimento. A planta é caducifólia no inverno, rebrotando a partir de outubro[1,2,3].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
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Costo de vaca, patevaca e poor mans orchid | Colômbia (Zona Tropical) | Folha | Antidisentérica. |
Infusão: 5 g de folhas/200 mL de água. |
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1
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Costo de vaca, patevaca e poor mans orchid | Colômbia (Zona Tropical) | Raiz | Purgativo suave. |
Decocção: 10 g de raiz/500 ml de água. |
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1
]
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Pata de cabra, perna de touro, casco de vaca e mogno falso | Argentina | Folha | Hipoglicemiante, digestiva, Adstringente, antitussígena, anticatarral, diurética, anti-hipertensiva e nas palpitações e dores cardíacas. |
Decocção. |
Uso interno. |
- |
[
2
]
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Pata de cabra, perna de touro, casco de vaca e mogno falso | Argentina | Folha e casca | Adstringente e antisséptica. |
- |
Uso externo. Na forma de gargarejo. |
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[
2
]
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Pata de vaca, pata de boi, unha de boi e mororó | Brasil | - | Hipoglicemiante, hipocolesterolemiante, diurética, no tratamento de afecções urinárias e cutâneas. |
- |
- |
- |
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3
]
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Pata-de-vaca | Brasil | Folha | Auxilia no tratamento de emagrecimento. |
Tintura. |
Tomar de 30 a 50 gotas/200 mL de água, antes das refeições, até 4 vezes ao dia. |
Cautela com a associação com hipoglicemiantes orais e insulina. Utilizar essa espécie para problemas de baixa gravidade e curto período de tempo (até 30 dias). Não utilizar em grávidas e na lactância. |
[
4
]
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Pata-de-vaca | Brasil | Folha | Auxilia no tratamento do diabetes, diurética, antidiarreica, cicatrizante, calmante suave e litolítica. |
- |
- |
Cautela com a associação com hipoglicemiantes orais e insulina. Utilizar essa espécie para problemas de baixa gravidade e curto período de tempo (até 30 dias). Não utilizar em grávidas e na lactância. |
[
4
]
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Capa-bode | Brasil | Casca | No tratamento de feridas e úlceras (adstringente). |
Decocção. |
Uso local. |
- |
[
5
]
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Capa-bode | Brasil | Casca | Adstringente, útil na cicatrização de úlceras e feridas. |
Decocção. |
Uso local. |
- |
[
5
]
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Capa-bode | Brasil | - | Decocção. |
Uso local. |
- |
[
6
]
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Mororó | Brasil | Folha e casca | Hipoglicemiante. |
Na forma de chá ou decocção. Para a decocção: usar 10 g do pó vegetal (1 colher de sopa)/150 mL de água (1 xícara). |
Tomar de meia a duas xícaras, até 2 vezes ao dia. Pode-se modificar a dose conforme resultado obtido. |
- |
[
6 ,
7
]
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Pata-de-vaca | Vale do Juruena/MT (Brasil) | - | Hipoglicemiante, Antirreumática, analgésica (local), depurativa, reduz o ácido úrico, no tratamento de problemas uterinos e renais. |
- |
- |
- |
[
8
]
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Pata-de-vaca | São Pedro do Iguaçu/PR (Brasil) | Flor | No tratamento ginecológicas, urinárias, gastrointestinais, cardiovasculares e endócrinas. |
Infusão, decocção ou tintura. |
- |
- |
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9
]
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- | Rio Grande do Sul (Brasil) | Folha e flor | Antidiabética. |
Chá. |
- |
- |
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10
]
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Referências bibliográficas
Antiofídica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Parte aérea |
Extrato aquoso. Dose para ensaio in vivo: 1/50 (p/p). |
In vitro: Em plasma humano incubado com veneno de serpente e extrato vegetal para investigação da atividade proteolítica. In vivo: Em camundongos Swiss com edema de pata induzido por veneno de serpente. |
O extrato aquoso vegetal apresenta baixa atividade antiofídica, contudo foi efetivo na redução do edema. |
[
5
] |
Antioxidante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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- |
Extrato aquoso: decocção de 2,5 g do material vegetal (pó) em 1 L de água. Dose para ensaio: 250 a 300 mg/kg/dia. |
In vivo: Em ratos Wistar pré-tratados com a decocção de B. forficata, submetidos à excisão cerebral e a avaliação motora após tratamento com antipsicótico (decanoato de haloperidol). |
Observou-se atividade antioxidante potente e redução dos movimentos de mascar no vazio induzidos pelo antipsicótico. |
[
1
] |
Hipoglicêmica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Folha |
Extrato hidroalcoólico: material vegetal (pó) em etanol à 70%. Fração aquosa: dose para ensaio 800 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos diabéticos não obesos submetidos à excisão das glândulas salivares após tratamento com o extrato vegetal. |
Observou-se que a fração aquosa de B. forficata possui ação hipoglicêmica e reguladora do metabolismo. |
[
2
] |
Folha |
Extrato fluido (1:1 p/v): 500 g do material vegetal (pó) em água/etanol (1:2). Dose para ensaio: 200 mg/kg de extrato seco (produzido através de ventilação de ar, aspersão ou granulação úmida). |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina. |
Observou-se atividade hipoglicêmica, principalmente para os extratos secos produzidos através de ventilação de ar e aspersão. |
[
3
] |
Folha |
Extrato aquoso: decocção de 50 g do material vegetal em 1 L de água. Doses para ensaio: 500, 600 e 1000 mg/kg. |
In vivo: Em ratas Wistar normoglicêmicas ou portadoras de diabetes induzido por estreptozotocina, e prenhes. |
A decocção de B. forficata não alterou a hiperglicemia materna, contudo não apresentou toxicidade. |
[
4
] |
Folha |
Extrato aquoso: infusão do material vegetal (fresco) em água. Rendimento: 5 g de extrato/100 g de folha fresca. Dose para ensaio: 1 g/kg. |
In vivo: Em ratos albinos Wistar submetidos à avaliação hiperglicêmica após tratamento com veneno de Tityus serrulatus e extrato vegetal. |
O extrato aquoso de B. forficata não apresentou atividade hipoglicêmica significativa neste estudo. |
[
6
] |
Folha |
Extrato aquoso: decocção de 50 g do material vegetal (pó) em 1 L de água. Doses para ensaio: 500, 600 e 1000 mg/kg. |
In vivo: Em ratas Wistar prenhes, normoglicêmicas ou portadoras de diabetes induzido por estreptozotocina. |
Observou-se que o extrato vegetal não alterou a hiperglicemia e hiperlipidemia, porém reduziu a concentração de ácido úrico, aumentou o glicogênio hepático e a atividade da glutationa. |
[
7
] |
Folha |
Extrato aquoso: material vegetal (fresco). Extrato de hexano: material vegetal (seco). Extrato etanólico: material vegetal previamente extraído com hexano. Doses para ensaio: 200 e 400 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina. |
Os extratos de B. forficata apresentaram atividades hipoglicemiante e hipolipemiante. |
[
8
] |
Folha |
Extrato hidroalcoólico: maceração de 960 g do material vegetal (pó) em etanol/água (8:1). Fração n-butanol: rendimento de 11,80 g. Doses para ensaio: 400, 500, 600 e 800 mg/kg. |
In vivo: Em ratos albinos Wistar normoglicêmicos, suplementados com glicose e hiperglicêmicos induzido por aloxana. |
A fração butanólica apresentou efeito hipoglicemiante em altas doses (500, 600 e 800 mg/kg), exceto em animais suplementados com glicose. |
[
9
] |
Folha |
Extrato aquoso: decocção de 150 g de material vegetal (fresco) em 1 L de água. Rendimento: 87%. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina. |
Observou-se que a decocção apresenta efeito hipoglicemiante, além de reduzir os níveis de ácido úrico. |
[
10
] |
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Componente |
Quantidade |
Fase A (infusos/decoctos) |
|
Água destilada |
1000 mL |
Anacardium occidentale (entrecasca) |
5 g |
Annona muricata (entrecasca) |
5 g |
Bauhinia forficata (folha seca) |
10 g |
Caesalpinia ferrea (casca do ramo) |
10 g |
Syzygium cumini (entrecasca) |
10 g |
Fase B (alcoolaturas) |
|
Anacardium occidentale (entrecasca) |
2,5 mL |
Annona muricata (entrecasca) |
2,5 mL |
Caesalpinia ferrea (casca do ramo) |
5 mL |
Eugenia punicifolia (folha) |
20 mL |
Syzygium cumini (entrecasca) |
5 mL |
Nipagin® 0,2% |
2 g |
FASE A: colocar as entrecascas em água fervente, e deixar ferver por 5 minutos aproximadamente; em seguida colocar as folhas secas pesadas e rasuradas e após levantar fervura, desligar o fogo, deixando em infusão por no mínimo 2 horas.
Fase B: filtrar o chá em papel de filtro, na temperatura de 50°C, adicionar as alcoolaturas e o conservante (Nipagin®) diluído em q.s. álcool etílico 98°GL. Deixar esfriar, envasar em frascos de vidro âmbar esterilizados e etiquetar.
Diabetes mellitus tipo 2.
Uso oral: tomar 1 colher de chá, 2 a 3 vezes ao dia.
Referências bibliográficas
Alcaloides
trigonellina (N-metilbetaína do ácido nicotínico).
Cumarinas
Fitosteróis
β-sitosterol.
Flavonoides
quercetina e derivados, rutina, campferol e derivados, astragolina e caempferitrina.
Outras substâncias
terpenoides, insulina-like (peptídeo), antocianidina, substâncias fenólicas, colina, ácidos orgânicos, minerais, aminoácidos e pinitol.
Quinonas
bainiona.
Saponinas
Taninos
flobatênicos e perogálico.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. As espécies B. variegata e B. monandra são cultivadas para fins ornamentais, contudo, têm sido utilizadas inadvertidamente para o tratamento do diabetes, devido a ausência de estudos que comprovem a eficácia[1,2].
não há dados na literatura.
não há dados na literatura.
pode interagir com as enzimas do CYP450. Pode potencializar o efeito de medicamentos hipoglicemiantes orais e insulina[1,3].
Referências bibliográficas
é realizada por sementes, as quais são colocadas para germinar em saquinhos plásticos ou tubetes (2 sementes por saquinho ou tubete), contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1). Se o solo for de consistência arenosa, recomenda-se apenas adicionar esterco na proporção de 3:1. A germinação das sementes ocorre entre 15 e 25 dias após a semeadura. A porcentagem de germinação é de aproximadamente 50%, contudo se a semente for escarificada ou imersas em banho quente, é possível obter 80% de germinação. Pode-se fazer a repicagem após 2 a 4 semanas do início da germinação. Após 5 meses da semeadura as mudas podem ser transferidas para local definitivo, à pleno sol, com espaçamento de 3 m entre as plantas e 4 m entre as ruas. A propagação desta espécie também pode ser realizada por estacas de brotações de raízes e de cepas [ 1 , 2 , 3 , 4 ] .
desenvolve-se melhor em solos profundos, férteis e drenados, enquanto que solos ácidos e úmidos são desfavoráveis ao crescimento da planta. Não é uma espécie exigente quanto a irrigação, plantas mantidas em coleções podem ser irrigadas 1 vez/semana [ 2 , 3 , 4 ] .
as folhas devem ser colhidas antes do florescimento, no período da manhã (9 às 10 horas). A sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deve ser realizada na lua cheia [ 2 ] .
a secagem deve ser realizada em estufa com ar circulante a temperatura de 45°C/36 horas. Após este procedimento a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada dentro do período de 6 meses. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca até a granulometria de 40 mesh e posteriormente ser utilizada para a preparação de tinturas e extratos [ 2 ] .
a colheita dos frutos deve ser realizada quando apresentarem tonalidade marrom escura e ainda presas à planta. A dispersão das sementes desta espécie é autocórica (o fruto quando maduro expulsa a semente por explosão espontânea) e se a colheita não for realizada no momento certo as sementes são espalhadas, dificultando sua localização. Os frutos podem ser colhidos ainda fechados e devem ser abertos manualmente para a separação das sementes. As sementes são ortodoxas (toleram a dessecação). Esta espécie pode ser atacada por pragas como Oncideres saga (caule e folha) e Gibbobruchus speculifer (semente) [ 2 , 4 ] .
Referências bibliográficas