Bauhinia forficata Link

Pata-de-vaca.

Família 
Informações gerais 

Originária da América do Sul, preferindo climas temperados. No Brasil, ocorre principalmente na região Sul e Sudeste, bem como na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Espécie muito utilizada como ornamental e para alimento de animais. Suas principais indicações são: hipoglicemiante, diurética, depurativa, antioxidante, antimicrobiana, anticoagulante, anti-inflamatória, antifibrinogênica e tônica[1,2,3,4,5].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 156-160.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 47-49.
3 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 272-273.
4 - WEDLER, E. Atlas de las plantas medicinales silvestres y cultivadas em la zona tropical. 2 ed. Colômbia: Todográficas Ltda, 2017, p. 95-96.
5 - DOS SANTOS, K. L.; SIMINSKI, A. Bauhnia forficata (pata-de-vaca). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 561-567.
Descrição da espécie 

Árvore de copa aberta, com até 10 m de altura, de tronco canelado, tortuoso, com casca cinza a castanho-amarronzado, sulcados longitudinalmente; apresenta acúleos nos ramos, quase sempre gêmeos, ora uniformemente retos, ora ligeiramente curvos para dentro, finos, ou grossos; folhas simples, alternas, ovaladas a lanceoladas, membranáceas e coriáceas, brilhante na face superior, possuem 9 nervuras principais (palmada), levemente pilosa, de formato bifoliolada, sendo que os folíolos são unidos pela base, parecido com um corte transverso da pata da vaca, com até 10 cm de comprimento x 6 cm de largura; flores solitárias, hermafroditas, brancas em racemos axilares, com pétalas irregulares e filiformes, com até 10 cm de comprimento; fruto tipo legume, linear, medindo 15 a 25 cm de comprimento x 2,5 cm de largura, de cor marrom escuro quando maduros; as sementes são em 5 a 10 unidades, ovaladas, achatadas, castanho a preta, com cerca de 1 cm de comprimento. A planta é caducifólia no inverno, rebrotando a partir de outubro[1,2,3].

Referências descrição da espécie
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 156-157.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 47.
3 - DOS SANTOS, K. L.; SIMINSKI, A. Bauhnia forficata (pata-de-vaca). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 561-562.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Costo de vaca, patevaca e poor mans orchid Colômbia (Zona Tropical) Folha

Antidisentérica.

Infusão: 5 g de folhas/200 mL de água.

-

-

[ 1 ]
Costo de vaca, patevaca e poor mans orchid Colômbia (Zona Tropical) Raiz

Purgativo suave.

Decocção: 10 g de raiz/500 ml de água.

-

-

[ 1 ]
Pata de cabra, perna de touro, casco de vaca e mogno falso Argentina Folha

Hipoglicemiante, digestiva, Adstringente, antitussígena, anticatarral, diurética, anti-hipertensiva e nas palpitações e dores cardíacas.

Decocção.

Uso interno.

-

[ 2 ]
Pata de cabra, perna de touro, casco de vaca e mogno falso Argentina Folha e casca

Adstringente e antisséptica.

-

Uso externo. Na forma de gargarejo.

-

[ 2 ]
Pata de vaca, pata de boi, unha de boi e mororó Brasil -

Hipoglicemiante, hipocolesterolemiante, diurética, no tratamento de afecções urinárias e cutâneas.

-

-

-

[ 3 ]
Pata-de-vaca Brasil Folha

Auxilia no tratamento de emagrecimento.

Tintura.

Tomar de 30 a 50 gotas/200 mL de água, antes das refeições, até 4 vezes ao dia.

Cautela com a associação com hipoglicemiantes orais e insulina. Utilizar essa espécie para problemas de baixa gravidade e curto período de tempo (até 30 dias). Não utilizar em grávidas e na lactância.

[ 4 ]
Pata-de-vaca Brasil Folha

Auxilia no tratamento do diabetes, diurética, antidiarreica, cicatrizante, calmante suave e litolítica.

-

-

Cautela com a associação com hipoglicemiantes orais e insulina. Utilizar essa espécie para problemas de baixa gravidade e curto período de tempo (até 30 dias). Não utilizar em grávidas e na lactância.

[ 4 ]
Capa-bode Brasil Casca

No tratamento de feridas e úlceras (adstringente).

Decocção.

Uso local.

-

[ 5 ]
Capa-bode Brasil Casca

Adstringente, útil na cicatrização de úlceras e feridas.

Decocção.

Uso local.

-

[ 5 ]
Capa-bode Brasil -

Decocção.

Uso local.

-

[ 6 ]
Mororó Brasil Folha e casca

Hipoglicemiante.

Na forma de chá ou decocção. Para a decocção: usar 10 g do pó vegetal (1 colher de sopa)/150 mL de água (1 xícara).

Tomar de meia a duas xícaras, até 2 vezes ao dia. Pode-se modificar a dose conforme resultado obtido.

-

[ 6 , 7 ]
Pata-de-vaca Vale do Juruena/MT (Brasil) -

Hipoglicemiante, Antirreumática, analgésica (local), depurativa, reduz o ácido úrico, no tratamento de problemas uterinos e renais.

-

-

-

[ 8 ]
Pata-de-vaca São Pedro do Iguaçu/PR (Brasil) Flor

No tratamento ginecológicas, urinárias, gastrointestinais, cardiovasculares e endócrinas.

Infusão, decocção ou tintura.

-

-

[ 9 ]
- Rio Grande do Sul (Brasil) Folha e flor

Antidiabética.

Chá.

-

-

[ 10 ]

Referências bibliográficas

1 - WEDLER, E. Atlas de las plantas medicinales silvestres y cultivadas em la zona tropical. 2 ed. Colômbia: Todográficas Ltda, 2017, p. 95.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 514.
3 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 83-84.
4 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 209.
5 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 92.
6 - MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas medicinais usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2000, p. 260-261.
7 - MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas. Fortaleza: UFC, 1991, p. 64-65.
8 - BIESKI, I. G. et al. Ethnobotanical study of medicinal plants by population of Valley of Juruena Region, Legal Amazon, Mato Grosso, Brazil. J Ethnopharmacol, v. 173, p.383-423, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2015.07.025
9 - BOLSON, V. et al. Ethno-medicinal study of plants used for treatment of human ailments, with residents of the surrounding region of forest fragments of Paraná, Brazil. J Ethnopharmacol, v. 161, p.1-10, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2014.11.045
10 - TROJAN-RODRIGUES, M. et al. Plants used as antidiabetics in popular medicine in Rio Grande do Sul, southern Brazil. J Ethnopharmacol, v. 139, n. 1, p.155-063, 2012. doi: 10.1016/j.jep.2011.10.034

Antiofídica

Antiofídica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato aquoso. Dose para ensaio in vivo: 1/50 (p/p).

In vitro:

Em plasma humano incubado com veneno de serpente e extrato vegetal para investigação da atividade proteolítica.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss com edema de pata induzido por veneno de serpente.

O extrato aquoso vegetal apresenta baixa atividade antiofídica, contudo foi efetivo na redução do edema.

[ 5 ]

Antioxidante

Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato aquoso: decocção de 2,5 g do material vegetal (pó) em 1 L de água. Dose para ensaio: 250 a 300 mg/kg/dia.

In vivo:

Em ratos Wistar pré-tratados com a decocção de B. forficata, submetidos à excisão cerebral e a avaliação motora após tratamento com antipsicótico (decanoato de haloperidol).

Observou-se atividade antioxidante potente e redução dos movimentos de mascar no vazio induzidos pelo antipsicótico.

[ 1 ]

Hipoglicêmica

Hipoglicêmica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato hidroalcoólico: material vegetal (pó) em etanol à 70%. Fração aquosa: dose para ensaio 800 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos diabéticos não obesos submetidos à excisão das glândulas salivares após tratamento com o extrato vegetal.

Observou-se que a fração aquosa de B. forficata possui ação hipoglicêmica e reguladora do metabolismo.

[ 2 ]
Folha

Extrato fluido (1:1 p/v): 500 g do material vegetal (pó) em água/etanol (1:2). Dose para ensaio: 200 mg/kg de extrato seco (produzido através de ventilação de ar, aspersão ou granulação úmida).

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina.

Observou-se atividade hipoglicêmica, principalmente para os extratos secos produzidos através de ventilação de ar e aspersão.

[ 3 ]
Folha

Extrato aquoso: decocção de 50 g do material vegetal em 1 L de água. Doses para ensaio: 500, 600 e 1000 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar normoglicêmicas ou portadoras de diabetes induzido por estreptozotocina, e prenhes.

A decocção de B. forficata não alterou a hiperglicemia materna, contudo não apresentou toxicidade.

[ 4 ]
Folha

Extrato aquoso: infusão do material vegetal (fresco) em água. Rendimento: 5 g de extrato/100 g de folha fresca. Dose para ensaio: 1 g/kg.

In vivo:

Em ratos albinos Wistar submetidos à avaliação hiperglicêmica após tratamento com veneno de Tityus serrulatus e extrato vegetal.

O extrato aquoso de B. forficata não apresentou atividade hipoglicêmica significativa neste estudo.

[ 6 ]
Folha

Extrato aquoso: decocção de 50 g do material vegetal (pó) em 1 L de água. Doses para ensaio: 500, 600 e 1000 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar prenhes, normoglicêmicas ou portadoras de diabetes induzido por estreptozotocina.

Observou-se que o extrato vegetal não alterou a hiperglicemia e hiperlipidemia, porém reduziu a concentração de ácido úrico, aumentou o glicogênio hepático e a atividade da glutationa.

[ 7 ]
Folha

Extrato aquoso: material vegetal (fresco).  Extrato de hexano: material vegetal (seco). Extrato etanólico: material vegetal previamente extraído com hexano. Doses para ensaio: 200 e 400 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina.

Os extratos de B. forficata apresentaram atividades hipoglicemiante e hipolipemiante.

[ 8 ]
Folha

Extrato hidroalcoólico: maceração de 960 g do material vegetal (pó) em etanol/água (8:1). Fração n-butanol: rendimento de 11,80 g. Doses para ensaio: 400, 500, 600 e 800 mg/kg.

In vivo:

Em ratos albinos Wistar normoglicêmicos, suplementados com glicose e hiperglicêmicos induzido por aloxana.

A fração butanólica apresentou efeito hipoglicemiante em altas doses (500, 600 e 800 mg/kg), exceto em animais suplementados com glicose.

[ 9 ]
Folha

Extrato aquoso: decocção de 150 g de material vegetal (fresco) em 1 L de água. Rendimento: 87%.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de diabetes induzido por estreptozotocina.

Observou-se que a decocção apresenta efeito hipoglicemiante, além de reduzir os níveis de ácido úrico.

[ 10 ]
Ensaios toxicológicos

Evolução de toxicidade

Evolução de toxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato aquoso: decocção de 150 g de material vegetal (fresco) em 1 L de água. Rendimento: 87% (v/v). Dose para ensaio: 150 g/L.

In vivo:

Avaliação de marcadores de toxicidade em ratos Wistar normoglicêmicos e portadores de diabetes induzido por estreptozotocina, após tratamento com o extrato vegetal.

A decocção de B. forficata não apresentou efeitos tóxicos.

[ 11 ]

Referências bibliográficas

1 - PEROZA, L. R. et al. Bauhinia forficata prevents vacuous chewing movements induced by haloperidol in rats and has antioxidant potential in vitro. Neurochem Res, v. 38, n. 4, p.789-796, 2013. doi: 10.1007/s11064-013-0981-8
2 - CURCIO, S. A. et al. Hypoglycemic effects of an aqueous extract of Bauhinia forficata on the salivary glands of diabetic mice. Park J Pharm Sci, v. 25, n. 3, p.493-499, 2012.
3 - CUNHA, A. M. et al. Hypoglycemic activity of dried extracts of Bauhinia forficata Link. Phytomedicine, v. 17, n. 1, p.37-41, 2010. doi: 10.1016/j.phymed.2009.06.007
4 - VOLPATO, G. T. et al. Effect of Bauhinia forficata aqueous extract on the maternal-fetal outcome and oxidative stress biomarkers of streptozotocin-induced diabetic rats. J Ethnopharmacol, v. 116, n. 1, p.131-137, 2008. doi: 10.1016/j.jep.2007.11.013
5 - OLIVEIRA, C. Z. et al. Anticoagulant and antifibrinogenolytic properties of the aqueous extract from Bauhinia forficata against snake venoms. J Ethnopharmacol, v. 98, n. 1-2, p.213-216, 2005. doi: 10.1016/j.jep.2004.12.028
6 - VASCONCELOS, F. et al. Insulin-like effects of Bauhinia forficata aqueous extract upon Tityus serrulatus scorpion envenoming. J Ethnopharmacol, v. 95, n. 2-3, p.385-392, 2004. doi: 10.1016/j.jep.2004.08.006
7 - DAMASCENO, D. C. et al. Effect of Bauhinia forficata extract in diabetic pregnant rats: maternal repercussions. Phytomedicine, v. 11, n. 2-3, p.196-201, 2004. doi: 10.1078/0944-7113-00348
8 - LINO, C. S. et al. Antidiabetic activity of Bauhinia forficata extracts in alloxan-diabetic rats. Biol Pharm Bull, v. 27, n. 1, p.125-127, 2004. doi: 10.1248/bpb.27.125
9 - SILVA, F. R. et al. Acute effect of Bauhinia forficata on serum glucose levels in normal and alloxan-induced diabetic rats. J Ethnoparmacol, v. 83, n. 1-2, p.33-37, 2002. doi: 10.1016/S0378-8741(02)00193-9
10 - PEPATO, M. T. Anti-diabetic activity of Bauhinia forficata decoction in streptozotocin-diabetic rats. J Ethnopharmacol, v. 81, n. 2, p.191-197, 2002. doi: 10.1016/S0378-8741(02)00075-2
11 - PEPATO, M. T. et al. Evaluation of toxicity after one-months treatment with Bauhinia forficata decoction in streptozotocin-induced diabetic rats. BMC Complement Altern Med, v. 4, p.1-7, 2004. doi: 10.1186/1472-6882-4-7

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Fase A (infusos/decoctos)

 

Água destilada

1000 mL

Anacardium occidentale (entrecasca)

   5 g

Annona muricata (entrecasca)

   5 g

Bauhinia forficata (folha seca)

   10 g

Caesalpinia ferrea (casca do ramo)

   10 g

Syzygium cumini (entrecasca)

   10 g

Fase B (alcoolaturas)

 

Anacardium occidentale (entrecasca)

    2,5 mL

Annona muricata (entrecasca)

    2,5 mL

Caesalpinia ferrea (casca do ramo)

    5 mL

Eugenia punicifolia (folha)

    20 mL

Syzygium cumini (entrecasca)

    5 mL

Nipagin® 0,2%

    2 g

 
Modo de preparo

FASE A: colocar as entrecascas em água fervente, e deixar ferver por 5 minutos aproximadamente; em seguida colocar as folhas secas pesadas e rasuradas e após levantar fervura, desligar o fogo, deixando em infusão por no mínimo 2 horas.
Fase B: filtrar o chá em papel de filtro, na temperatura de 50°C, adicionar as alcoolaturas e o conservante (Nipagin®) diluído em q.s. álcool etílico 98°GL. Deixar esfriar, envasar em frascos de vidro âmbar esterilizados e etiquetar.

Principais indicações

Diabetes mellitus tipo 2.

Posologia

Uso oral: tomar 1 colher de chá, 2 a 3 vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 327-328.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Alcaloides

trigonellina (N-metilbetaína do ácido nicotínico).

Cumarinas

Fitosteróis

β-sitosterol.

Flavonoides

quercetina e derivados, rutina, campferol e derivados, astragolina e caempferitrina.

Outras substâncias

terpenoides, insulina-like (peptídeo), antocianidina, substâncias fenólicas, colina, ácidos orgânicos, minerais, aminoácidos e pinitol.

Quinonas

bainiona.

Saponinas

Taninos

flobatênicos e perogálico.

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 515.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 49.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 157.
4 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 209.
5 - DOS SANTOS, K. L.; SIMINSKI, A. Bauhnia forficata (pata-de-vaca). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 563.

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Fiocruz e Abifisa
Ano de Publicação: 2022
Arquivo: PDF icon Download (5.5 MB)

Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. As espécies B. variegata e B. monandra são cultivadas para fins ornamentais, contudo, têm sido utilizadas inadvertidamente para o tratamento do diabetes, devido a ausência de estudos que comprovem a eficácia[1,2].

Contraindicações: 

não há dados na literatura.

Efeitos colaterais e toxicidade: 

não há dados na literatura.

Interações medicamentosas: 

pode interagir com as enzimas do CYP450. Pode potencializar o efeito de medicamentos hipoglicemiantes orais e insulina[1,3].

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 328.
2 - MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas medicinais usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2000, p. 261.
3 - FELTRIN, C. et al. Effects of standardized medicinal plant extracts on drug metabolism mediated by CYP3A4 and CYP2D6 enzymes. Chem Res Toxicol, v. 33, n. 9, p.2408-2419, 2020. doi: 10.1021/acs.chemrestox.0c00182

Propagação: 

é realizada por sementes, as quais são colocadas para germinar em saquinhos plásticos ou tubetes (2 sementes por saquinho ou tubete), contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1). Se o solo for de consistência arenosa, recomenda-se apenas adicionar esterco na proporção de 3:1. A germinação das sementes ocorre entre 15 e 25 dias após a semeadura. A porcentagem de germinação é de aproximadamente 50%, contudo se a semente for escarificada ou imersas em banho quente, é possível obter 80% de germinação. Pode-se fazer a repicagem após 2 a 4 semanas do início da germinação. Após 5 meses da semeadura as mudas podem ser transferidas para local definitivo, à pleno sol, com espaçamento de 3 m entre as plantas e 4 m entre as ruas. A propagação desta espécie também pode ser realizada por estacas de brotações de raízes e de cepas [ 1 , 2 , 3 , 4 ] .

Propagação

Propagação

Propagação

Propagação

Tratos culturais & manejo: 

desenvolve-se melhor em solos profundos, férteis e drenados, enquanto que solos ácidos e úmidos são desfavoráveis ao crescimento da planta. Não é uma espécie exigente quanto a irrigação, plantas mantidas em coleções podem ser irrigadas 1 vez/semana [ 2 , 3 , 4 ] .

Colheita: 

as folhas devem ser colhidas antes do florescimento, no período da manhã (9 às 10 horas). A sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deve ser realizada na lua cheia [ 2 ] .

Pós-Colheita: 

a secagem deve ser realizada em estufa com ar circulante a temperatura de 45°C/36 horas. Após este procedimento a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada dentro do período de 6 meses. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca até a granulometria de 40 mesh e posteriormente ser utilizada para a preparação de tinturas e extratos [ 2 ] .

Problemas & Soluções: 

a colheita dos frutos deve ser realizada quando apresentarem tonalidade marrom escura e ainda presas à planta. A dispersão das sementes desta espécie é autocórica (o fruto quando maduro expulsa a semente por explosão espontânea) e se a colheita não for realizada no momento certo as sementes são espalhadas, dificultando sua localização. Os frutos podem ser colhidos ainda fechados e devem ser abertos manualmente para a separação das sementes. As sementes são ortodoxas (toleram a dessecação). Esta espécie pode ser atacada por pragas como Oncideres saga (caule e folha) e Gibbobruchus speculifer (semente) [ 2 , 4 ] .

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 514.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 47-49.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 157.
4 - DOS SANTOS, K. L.; SIMINSKI, A. Bauhnia forficata (pata-de-vaca). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 564-565.

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