Mikania glomerata Spreng.

Guaco, guaco-liso, cipó-caatinga, cipó-icica, guape e erva-das-serpentes.

Sinonímia 
Mikania hatschbachii G.M. Barroso
Família 
Informações gerais 

Nativa da América do Sul, ocorre na Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil (principalmente nas regiões Sul e Sudeste), bem como em alguns países da América Central. Suas principais indicações são: anti-inflamatória, antialérgica, antiofídica, analgésica, antitérmica, antiespasmódica, antiulcerogênica, antimicrobiana, antiparasitária, antitussígena, antiasmática, expectorante, broncodilatadora, diurética e cicatrizante[1,2,34,5,6,7,8].

Referências informações gerais
1 - TESKE, M. & TRENTINI, A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001, p. 160-161.
2 - NAPIMOGA, M. H.; YATSUDA, R. Scientific evidence for Mikania laevigata and Mikania glomerata as a pharmacological tool. J Pharm Pharmacol, v. 62, n. 7, p.809-820, 2010.  doi: 10.1211/jpp.62.07.0001
3 - SILVEIRA, D. et al. COVID-19: is there evidence for the use of herbal medicines as adjuvant symptomatic therapy? Front Pharmacol, v. 11, p.1-93, 2020. doi: 10.3389/fphar.2020.581840
4 - GILBERT, B. et al. Monografias de plantas medicinais brasileiras e aclimatadas. Curitiba: Abifito, 2005, p. 99-103.
5 - BRANDÃO, M. G. L. Planta úteis e medicinais na obra de Frei Vellozo. 2ª ed. Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2019, p. 53.
6 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 212-217.
7 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 228-235.
8 - DICKEL, M. et al. Mikania glomerata (guaco). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 649-651.
Descrição da espécie 

Planta melífera, liana sem gavinhas, de médio a grande porte, perene, caule sublenhoso, cilíndrico, glabro e ramoso; folhas apresentam odor característico, próximo de baunilha, são opostas, simples, carnoso-coriáceas, com pecíolos de 3 a 6 cm de comprimento, ovalada a lanceolado-hastadas, cordiformes-deltoides, base cordada a atenuada, ápice acuminado, verde escura, brilhante na parte superior, com nervura principal, de 3 a 5 nervuras secundárias, a pleno sol as folhas medem cerca de 70 a 133 mm de comprimento, 39 mm de largura (base), 48 mm de largura (meio), 3 a 7 mm de largura (ápice), com 2 lóbulos de cada lado; flores hermafroditas, de coloração creme, em capítulos axilares congestos (pequenos buquês em cachos glamorosos); fruto do tipo aquênio pentagular, piloso ou glabro, com 4 a 6 mm de comprimento, com papus de coloração amarelo-palha a rosada[1,3,4,5,6,7].

Referências descrição da espécie
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 229.
2 - COSTA, V. C. O. et al. Comparison of the Morphology, anatomy, and chemical profile of Mikania glomerata and Mikania laevigata. Planta Med, v. 84, n. 3, p.191-200, 2018. doi: 10.1055/s-0043-119226
3 - MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Agricultores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 24.
4 - GILBERT, B. et al. Monografias de plantas medicinais brasileiras e aclimatadas. Curitiba: Abifito, 2005, p. 91-93.
5 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 213.
6 - DICKEL, M. et al. Mikania glomerata (guaco). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 649.
7 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 149.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Guaco Brasil Folha

Antisséptica, anti-inflamatória e antibacteriana.

Infusão. 

-

-

[ 1 ]
Guaco, coração de Jesus, erva de cobra e cipó almecega Brasil Folha e flor

Antiofídica, antirreumática, antiofídica, antitérmica, antidismenorreica, no tratamento da malária, problemas intestinais e cólicas.

-

-

-

[ 2 ]
Guaco Brasil Folha

Antigripal, expectorante e no tratamento de resfriados, bronquites alérgicos e infecciosos.

Tintura ou infusão [3 g (1 colher de sopa) em 150 mL de água (1 xícara de chá)].

Tomar 2 a 7 mL da tintura em 75 mL de água, 3 vezes ao dia ou tomar 1 xícara (de chá) da infusão 3 vezes ao dia.

Superdosagem pode ocasionar vômito e diarreia, enquanto que o uso prologado pode ocasionar acidentes hemorrágicos (efeito antagônico com a vitamina K). Usar com cautela a associação com plantas ou substâncias anticoagulantes, bem como durante a gravidez e lactação.

[ 3 ]
Guaco Botucatu-SP (Brasil) Folha

Antialérgica, expectorante, no tratamento de gripes, resfriados e bronquite.

Infusão: 3 g (1 colher de sopa) do material vegetal em 150 mL (1 xícara de chá).

Tomar 1 xícara (de chá) 3 vezes ao dia.

Usar com cautela em pacientes em tratamento com anticoagulantes e anti-inflamatórios não-esteroidais. Altas doses podem provocar vômito e diarreia.

[ 4 ]
Cipó-almécega-cabeludo, cipó-catinga, coração-de-Jesus e guaco-de-cheiro Brasil Folha

No tratamento de nevralgias, prurido e dores reumáticas.

Tintura: maceração de 100 g do material vegetal (triturado) em 300 mL de etanol a 70%. Filtrar.

Uso externo: na forma de fricção ou compressa.

-

[ 5 ]
Cipó-almécega-cabeludo, cipó-catinga, coração-de-Jesus e guaco-de-cheiro Brasil Folha

Antitussígena, antiasmática, broncodilatadora, expectorante e antiedematogênica.

Xarope: ferver as folhas picadas em água (1:10 p/v) até a aparecimento do cheiro de cumarina. Acrescentar hortelã-japonesa (Mentha arvensis var. piperancens), malvariço (Plectranthus amboinicus) ou poejo (Mentha pulegium) e coar. Adicionar açúcar e ferver até solubilização. Armazenar em frasco limpo por até 15 dias.

Tomar 1 colher (de sopa) 3 a 4 vezes ao dia.

-

[ 5 , 6 ]
Cipó-almécega-cabeludo, cipó-catinga, coração-de-Jesus e guaco-de-cheiro Brasil Folha

Antitussígena, antiasmática, broncodilatadora, expectorante e antiedematogênica.

Infusão: 4 a 6 folhas picadas em 1 xícara (média) de água.

Tomar 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia.

-

[ 5 , 6 ]
Cipó-almécega-cabeludo, cipó-catinga, coração-de-Jesus e guaco-de-cheiro Brasil Folha

Antitussígena, antiasmática, broncodilatadora, expectorante e antiedematogênica.

Tintura: adicionar ao material vegetal (picado) em ¼ do volume de álcool de cereais e completar com água. Filtrar após 3 dias.

Tomar 1 colher (de café) 4 vezes ao dia. Se necessário adoçar com mel ou açúcar.

-

[ 6 ]
Cipó-caatinga, coração-de-Jesus, erva-de-cobra, guaco e uaco Brasil -

Tônica, depurativa, febrífuga, orexígena, antigripal, antiasmática, expectorante, antitussígena, broncodilatadora, diurética, anti-hipertensiva e antiofídica

Infuso (2%), decocto, extrato fluido, tintura, elixir, vinho ou xarope.

Uso interno.

-

[ 7 , 8 ]
Cipó-caatinga, coração-de-Jesus, erva-de-cobra, guaco e uaco Brasil -

Tratamento de inflamações da boca e garganta.

Decocção.

Uso externo: na forma de gargarejo.

-

[ 7 , 8 ]
Cipó-caatinga, coração-de-Jesus, erva-de-cobra, guaco e uaco Brasil -

Antisséptica e analgésica (nevralgia, prurido e dores reumáticas).

Tintura.

Uso externo.

-

[ 7 , 8 ]
Cipó-caatinga, coração-de-Jesus, erva-de-cobra, guaco e uaco Brasil Folha (fresca)

Diurética e anti-hipertensiva.

-

-

-

[ 8 ]

Referências bibliográficas

1 - HOLETZ, F. B. et al. Screening of some plants used in the Brazilian folk medicine for the treatment of infectious diseases. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 97, n. 7, p.1027-1031, 2002. doi: 10.1590/s0074-02762002000700017
2 - BOTSARIS, A. S. et al. Plants used traditionally to treat malaria in Brazil: the archives of Flora Medicinal. J Ethnobiol Ethnomed, v. 3, p.1-8, 2007. doi: 10.1186/1746-4269-3-18
3 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 162.
4 - LIMA, G. P. P. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Saúde - Prescritores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 21.
5 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 149-150.
6 - MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas medicinais usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2000, p. 227-278.
7 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 213-214.
8 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995, p. 125.

Ansiolítica

Ansiolítica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: percolação de 1 g do material vegetal (seco) em etanol a 70%. Doses para ensaio: 200 a 400 mg/kg.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através da eliminação dos radicais DPPH e ABTS.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos a administração de flumazenil (antagonista benzodiazepínico) e extrato vegetal, com posterior análise das atividades locomotora e coordenação motora (testes de campo aberto e rota-rod), ansiolítica (testes de labirinto em cruz elevado e claro-escuro) e níveis de aminoácidos (GABA, glutamato, glutamina e aspartato) no hipocampo.

O extrato hidroalcoólico de M. glomerata apresenta atividade ansiolítica, pois aumenta os níveis de GABA (sistema GABAérgico), além de reduzir os níveis de glutamato e aspartato no hipocampo.

[ 2 ]

Anti-hemorrágica e Anti-inflamatória

Anti-hemorrágica e Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: maceração de material vegetal (seco) em etanol a 70%. Concentrações para ensaio: 3,2 a 12,8 µg/µL.

In vivo:

Em ratos Wistar infectados por veneno de Bothrops jararaca, previamente incubado com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros histopatológicos e morfométricos.

O extrato hidroalcoólico de M. glomerata apresenta atividade anti-inflamatória e anti-hemorrágica, concentração dependente, sendo promissor, como coadjuvante, para tratamentos de envenenamentos.

[ 12 ]

Anti-inflamatória

Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: infusão do material vegetal (fresco) em água. Doses para ensaio: 100 a 400 mg/kg. Outra espécie em estudo: Mikania laevigata.

In vitro:

Em mastócitos peritoneais isolados de ratos Wistar estimulados com composto 48/80 e incubados com os extratos vegetais, com posterior análise dos níveis de histamina (degranulação de mastócitos).

 

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com o extrato vegetal, submetidos aos testes de edema de pata e pleurisia (diferenciação e contagem de leucócitos), induzidos por carragenina ou composto 48/80.

Os extratos vegetais apresentam atividade anti-inflamatória, principalmente na dose de 400 mg/kg, contudo não influenciam na liberação de histamina; apenas o extrato de M. laevigata reduz a migração de leucócitos.

[ 3 ]
Folha

Extrato: maceração de 400 g do material vegetal (pó) em 2 L de etanol/água (70:30 v/v). Dose para ensaio: 100 mg/kg. Outra espécie em estudo: Mikania laevigata.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de pneumoconiose induzida por instilação intratraqueal de carvão, pré-tratados com os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros bioquímicos do líquido broncoalveolar (LDH, MPO, TBARS, total de células e proteínas) e histopatológicos pulmonares. 

Os extratos vegetais apresentam atividade anti-inflamatória, contudo, apenas M. laevigata demonstra ação citoprotetora.

[ 4 ]
Folha

Extrato: 40 g de material vegetal (seco) em 160 mL de etanol. Concentrações para ensaio (in vitro): 4% a 50%. Dose para ensaio (in vivo): 4%. Outras espécies em estudo: Arctium lappa, Plantago major e Equisetum arvense.

In vitro:

Em cultura de hemácias incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade.

 

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), induzida por exposição a fumaça de cigarro, tratados com extratos vegetais, com posterior análise quantitativa de células no lavado broncoalveolar, parâmetros bioquímicos (glicose, colesterol e gama GT), histopatológicos (pulmão e traqueia), imuno-histoquímicos (AnxA1 e NF-kβ) e níveis plasmáticos de citocinas (IL-1β, IL-6, IL-10, TNF-α e MCP-1).

Os extratos vegetais em estudo apresentam atividade anti-inflamatória promissora, sendo promissores para o tratamento da DPOC, além da ausência de toxicidade.

[ 14 ]

Antibacteriana

Antibacteriana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: maceração de 400 g do material vegetal (pó) em 2 L de etanol/água (70:30 v/v). Rendimento: 58,2 g. Frações: hexano e acetato de etila. Concentrações para ensaio: 1,5 a 800 µg/mL. Outra espécie em estudo: Mikania laevigata.

In vitro:

Em culturas de patógenos orais, Streptococcus mutans, S. sobrinus e S. cricetus, submetidas ao teste de microdiluição em ágar, para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) e ao teste de adesão celular em superfície de vidro.

 

A fração hexânica de M. glomerata apresenta atividade antibacteriana mais potente (de 12 a 400 µg/mL), além de reduzir a adesão celular a superfície.

[ 8 ]

Antifúngica

Antifúngica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Óleo essencial: 40 g do material vegetal (fresco), por hidrodestilação. Rendimento: 0,32% (p/p).

Extrato: maceração de 10 g do material vegetal (seco) em 100 mL etanol a 70%. Rendimento: 43,82%.

In vitro:

Em cultura de Candida albicans incubada com óleo ou extrato vegetal, com posterior análise da concentração inibitória mínima (CIM).

 

Neste estudo, das 35 espécies vegetais, os óleos essenciais de Aloysia triphylla, Anthemis nobilis, Cymbopogon martini, C. winterianus, Cyperus articulatus, C. rotundus, Lippia alba, Menha spp., M. arvensis, M. piperita, Mikania glomerata, Stachys byzantina e Solidago chilensis, apresentam atividade antifúngica, exceto os extratos etanólicos.

[ 15 ]

Antigenotóxica

Antigenotóxica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato (a partir de cultivo orgânico ou convencional): maceração por infusão de 50 g de material vegetal (pó) em água.

In vitro:

Em sangue periférico de humanos saudáveis incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (Azul tripano) e genotoxicidade (Ensaio do Cometa).

 

O extrato aquoso obtido por cultivo orgânico, apresenta atividade antigenotóxica, devido ao alto teor de cumarina, resultados estes não encontrados para o extrato obtido por cultivo convencional.

[ 1 ]

Antiofídica

Antiofídica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato aquoso.

In vivo:

Em ratos Wistar infectados com veneno de Crotalus durissus, tratados com soro antiofídico e extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros clínicos e bioquímicos (hematológico, ureia, creatinina e cretina quinase).

O extrato aquoso de M. glomerata reduz os efeitos adversos provocados pelo veneno de C. durissus, sendo promissor como terapia coadjuvante.

[ 13 ]

Antiproliferativa e Genotóxica

Antiproliferativa e Genotóxica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: por infusão. Concentrações para ensaio: 4 e 16 g/L.

In vitro:

Determinar as atividades antiproliferativa e genotóxica em ciclo celular de Allium cepa.

 

Observou-se que o extrato de M. glomerata apresenta atividade antiproliferativa e genotóxica.

[ 7 ]

Broncodilatadora

Broncodilatadora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato aquoso: infusão ou decocção de 15 g do material vegetal (seco) em 100 mL de água.

Extrato etanólico: material vegetal (fresco) em etanol. Rendimento: 10% (p/v). Fração: diclorometano (fase orgânica e aquosa).

In vitro:

Em brônquios de humanos, traqueia isoladas de porquinhos-da-Índia, músculo vascular mesentério superior e aorta de ratos incubados com os extratos vegetais, acetilcolina, histamina, mepiramina, propranolol, indometacina e L-NAME, com posterior análise de contratilidade; e genotoxicidade em DNA de plasmídeo.

 

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de edema de pata induzido por veneno de Bothrops jararaca, pré-tratados com a fração de diclorometano (fase orgânica), com posterior análise do volume da pata.

A fração de diclorometanto (fase orgânica) de M. glomerata apresenta atividade broncodilatadora mais potente, além da ausência de genotoxicidade. 

[ 6 ]
Ensaios toxicológicos

Interação medicamentosa (mutagenicidade)

Interação medicamentosa (mutagenicidade)
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração de 200 g do material vegetal (pó) em etanol/água (7:3).

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de mutagenicidade induzida por doxorrubicina, submetidos ao tratamento subcrônico com o extrato vegetal, com posterior análise do Ensaio de Micronúcleo e de parâmetros bioquímicos (GSH, MDA e vitamina E).

O extrato de M. glomerata não apresenta mutagenicidade, contudo pode potencializar esta ação quando associado com doxorrubicina.

[ 9 ]

Mutagenicidade e Genotoxicidade

Mutagenicidade e Genotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato aquoso: infusão de 50 g do material vegetal (fragmentado) em 1000 mL de água. Extrato etanólico (1:5 m/v): maceração do material vegetal em etanol a 80%. Concentrações para ensaio: 2,5 a 40 µL/mL. Outra espécie em estudo: Bidens pilosa.

In vitro:

Em células de hepatoma de rato (HTC) incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise dos Ensaios do Cometa e do Micronúcleo.

 

Os extratos de M. glomerata apresentam genotoxicidade e mutagenicidade, principalmente nas concentrações de 10 a 40 µL/mL.

[ 5 ]

Sistema reprodutor feminino

Sistema reprodutor feminino
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato seco. Doses para ensaio: 0,2 (1 mL) e 0,4 g (2 mL).

In vivo:

Em ratas hipertensas e prenhes submetidas a administração do extrato vegetal, com posterior análise do peso corporal, parâmetros morfológicos e anatômicos (número de corpos lúteos, implantes, fetos e placenta), histológicos (placenta) e índice de fertilidade.

O estudo de toxicidade durante o período gestacional demonstra progressão da hipertensão materna, contudo, os efeitos adversos estão associados a pressão arterial do que ao extrato seco de M. glomerata propriamente dito.

[ 11 ]

Sistema reprodutor masculino

Sistema reprodutor masculino
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: material vegetal (pó) em etanol a 90%. Dose para ensaio: 3,3 g/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com o extrato vegetal em período de ciclo espermatogênico, com posterior análise do peso corporal e dos órgãos (testículo, epidídimo, vesícula seminal, próstata, fígado, rim, pulmão, cérebro e glândula pituitária), produção de espermatozoides, nível plasmática de testosterona e consumo de alimentos.

O extrato hidroalcoólico de M. glomerata não apresenta sinais de toxicidade no sistema reprodutor masculino.

[ 10 ]

Referências bibliográficas

1 - DOS SANTOS, R. R. et al. Evaluation of genotoxicity and coumarin production in conventional and organic cultivation systems of Mikania glomerata Spreng. J Environ Sci Health B, v. 54, n. 10, p.866-874, 2019. doi: 10.1080/03601234.2019.1634423
2 - SANTANA, L. C. L. R. et al. Mikania glomerata: phytochemical, pharmacological, and neurochemical study. Evid Based Complement Alternat Med, p.1-11, 2014. doi: 10.1155/2014/710410
3 - PASQUA, C. S. P. D. et al. Pharmacological study of anti-inflammatory activity of aqueous extracts of Mikania glomerata (Spreng.) and Mikania laevigata (Sch. Bip. ex Baker). J Ethnopharmacol, v. 231, p.50-56, 2019. doi: 10.1016/j.jep.2018.11.012
4 - FREITAS, T. P. et al. Effects of Mikania glomerata Spreng. and Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker (Asteraceae) extracts on pulmonary inflammation and oxidative stress caused by acute coal dust exposure. J Med Food, v. 11, n. 4, p.761-766, 2008. doi: 10.1089/jmf.2008.0051
5 - COSTA, R. J. et al. In vitro study of mutagenic potential of Bidens pilosa Linné and Mikania glomerata Sprengel using the comet and micronucleus assays. J Ethnopharmacol, v. 118, n. 1, p.86-93, 2008. doi: 10.1016/j.jep.2008.03.014
6 - DE MOURA, R. S. et al. Bronchodilator activity of Mikania glomerata Sprengel on human bronchi and guinea-pig trachea. J Pharm Pharmacol, v. 54, n. 2, p.249-256, 2002. doi: 10.1211/0022357021778277
7 - NORA, G. D. et al. Antiproliferative and genotoxic effects of Mikania glomerata (Asteraceae). Biocell, v. 34, n. 3, p.95-101, 2010.
8 - YATSUDA, R. et al. Effects of Mikania genus plants on growth and cell adherence of mutans streptococci. J Ethnopharmacol, v. 97, n. 2, p.183-189, 2005. doi: 10.1016/j.jep.2004.09.042
9 - BARBOSA, L. C. et al. Mikania glomerata Sprengel (Asteraceae) influences the mutagenicity induced by doxorubicin without altering liver lipid peroxidation or antioxidant levels. J Toxicol Environ Health A, v. 75, n.16-17, p.1102-1109, 2012. doi: 10.1080/15287394.2012.697842
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11 - FULANETTI, F. B. et al. Toxic effects of the administration of Mikania glomerata Sprengel during the gestational period of hypertensive rats. Open Vet J, v. 6, n. 1, p.23-29, 2016. doi: 10.4314/ovj.v6i1.4
12 - MOURÃO, V. B. et al. Anti-hemorrhagic effect of hydro-alcoholic extract of the leaves of Mikania glomerata in lesions induced by Bothrops jararaca venom in rats. Acta Cir Bras, v. 29, n. 1, p.30-37, 2014. doi: 10.1590/S0102-86502014000100005
13 - FLORIANO, R. S. et al. Effect of Mikania glomerata (Asteraceae) leaf extract combined with anti-venom serum on experimental Crotalus durissus (Squamata: Viperidae) envenomation in rats. Rev Biol Trop, v. 57, n. 4, p.929-937, 2009. doi: 10.15517/rbt.v57i4.5437
14 - POSSEBON, L. et al. Anti-inflammatory actions of herbal medicines in a model of chronic obstructive pulmonary disease induced by cigarette smoke. Biomed Pharmacother, v. 99, p.591-597, 2018. doi: 10.1016/j.biopha.2018.01.106
15 - DUARTE, M. C. T. et al. Anti-candida activity of Brazilian medicinal plants. J Ethnopharmacol, v. 97, n. 2, p.305-311, 2005. doi: 10.1016/j.jep.2004.11.016

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, p. 43, 2011.
2 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, p. 84, 2011.
3 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, p. 121, 2011.
4 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição – Primeiro Suplemento. Brasília: Anvisa, p. 64-65, 2018.
5 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 134-136, 2021.

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Folha seca

100 g

Folha fresca

200 g

                                                              * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha seca, rasurada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de folha fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar. 
Principais indicações

Expectorante e broncodilatadora (BRASIL, 2014; BRASIL, 2018).

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo). 

Uso tópico: incorporar em cremes para uso tópico nas artralgias. 

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Mikania glomerata (folha - tintura 20% p/v em etanol 70%)

100 mL

Xarope simples 

900 mL

 
Modo de preparo

Com o auxílio de uma proveta, medir a quantidade necessária do xarope simples e acrescentar a tintura de acordo com a formula padrão. Misturar até a preparação se tornar homogenia. 

Pode preparar o xarope simples no momento que for preparar o xarope composto, de acordo com a técnica descrita em xarope simples. Inicia-se o processo com a preparação do xarope simples, efetuando os cálculos de acordo com a quantidade de xarope simples necessário para a quantidade de xarope composto, na sequência, em uma temperatura abaixo de 50°C, acrescentar a tintura, homogeneizar, filtrar se necessário, envasar em frascos âmbar esterilizados e etiquetar.
Principais indicações

Tosses secas e produtivas em geral.

Posologia

Uso oral: tomar 1 colher de sobremesa ou chá, 2 a 3 vezes ao dia, durante 7 a 10 dias.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componentes

Quantidade

Folha seca rasurada

0,4 a 0,6 g ou uma colher de sopa caseira cheia

Água q.s.p.

150 mL

Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Expectorante e broncodilatadora (BRASIL, 2014; BRASIL, 2018). 

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.

Uso oral: crianças acima de 3 anos devem tomar 3 mL (1 colher de chá caseira) do infuso por quilograma de peso corporal por dose, duas a três vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 185-187.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 318.
3 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 115-117.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 8 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

clorogênico e dicafeoilquínico.

Ácidos graxos

ácido palmítico, metil cinamato, 2H-1-benzopiran-2-ona, (2-hidroxifenil) propionato de metila, (Z)-metil-hexadec-7-enoato, hexadecanoato de metila, ácido hexadecanóico, (Z)-metil-octadec-9-enoato, ácido octadecanóico e esqualeno.

Aldeídos

hexanal e trans-2-hexenal.

Cumarinas

ácido cumárico e diihdrocumarina.

Diterpenos

ácido caurenóico, ácido cinamoilgrandiflórico, ácido isobutiriloxicaurenóico e fitol.

Esteroides

estigmasterol e β-sitosterol.

Fenilpropanoides

ácido o-hidrocinâmico.

Flavonoides

Lactonas sesquiterpênicas

guacina.

Óleos essenciais

germacreno B e D, β-cariofileno, óxido de cariofileno, limoneno, α e β-pineno, α e β-elemeno, α-copaeno, biciclogermacreno, ∆-cadieno, α-copaeno, β-cubebeno, α-humuleno, elemol, espatulenol, muurolol, α-cadinol, isoterpinoleno, mirceno, cineol, borneol e eugenol.

Resinas

Saponinas

guacosídeo.

Sesquiterpenos

Taninos

Triterpenoides

lupeol e friedelina.

Referências bibliográficas

1 - TESKE, M. & TRENTINI, A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001, p. 160.
2 - SANTANA, L. C. L. R. et al. Mikania glomerata: phytochemical, pharmacological, and neurochemical study. Evid Based Complement Alternat Med, p.1-12, 2014.  doi: 10.1155/2014/710410
3 - SILVEIRA, D. et al. COVID-19: is there evidence for the use of herbal medicines as adjuvant symptomatic therapy? Front Pharmacol, v. 11, p.1-93, 2020. doi: 10.3389/fphar.2020.581840
4 - COSTA, V. C. O. et al. Comparison of the Morphology, anatomy, and chemical profile of Mikania glomerata and Mikania laevigata. Planta Med, v. 84, n. 3, p.191-200, 2018. doi: 10.1055/s-0043-119226
5 - UENO, V. A. et al. Influence of environmental factors on the volatile composition of two Brazilian medicinal plants: Mikania laevigata and Mikania glomerata. Metabolomics, v. 15, n. 6, p.1-11, 2019.  doi: 10.1007/s11306-019-1546-x
6 - DUARTE, M. C. T. et al. Anti-candida activity of Brazilian medicinal plants. J Ethnopharmacol, v. 97, n. 2, p.305-311, 2005. doi: 10.1016/j.jep.2004.11.016
7 - GILBERT, B. et al. Monografias de plantas medicinais brasileiras e aclimatadas. Curitiba: Abifito, 2005, p. 95-96.
8 - GUPTA, M. P. (editor). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 215-216.

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Ministério da Saúde
Ano de Publicação: 2018
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2010
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1926
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Ano de Publicação: 1926
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Ano de Publicação: 1926
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Ano de Publicação: 1926
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Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Há experiência de sua indicação a partir dos 3 anos, sendo esta prática sempre orientada pelo profissional pediátrico. O uso contínuo não deve ultrapassar 15 dias, podendo repetir o tratamento, se necessário, após intervalo de 5 dias. Plantas dessecadas inadequadamente e contaminadas com fungos podem provocar quadros hemorrágicos, pela transformação da cumarina em dicumarol[2,5,7].

Contraindicações: 

em pacientes com histórico de alergia ou hipersensibilidade a plantas da família Asteraceae, gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol). Cautela em pacientes portadores de doenças hemorrágicas (deficiência de vitamina K, hepatopatias, alterações de plaquetas e dentre outras)[1,2].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

certas cumarinas interferem na coagulação sanguínea (antagonista da vitamina K), e o uso prolongado do guaco, teoricamente pode causar hemorragias, embora na prática clínica, isto não tenha sido constatado. Doses altas e uso prolongado podem causar vômitos, diarreia e taquicardia[1,2,3,4,6,8].

Interações medicamentosas: 

pode associar com Nasturtium officinalis (agrião), Plectranthus amboinicus (malvariço) e Mentha spicata (hortelã) em xaropes expectorantes. Para ação antiofídica, usar com Mandevilla spp. (batata infalível) e Casearia sylvestris (guaçatonga). Como cicatrizante associar com Symphytum officinale (confrei) ou Punica granatum (romã). Pode interagir com anti-inflamatórios não esteroidais, e também com anticoagulantes, pois as cumarinas podem potencializar esses efeitos e antagonizar a atividade da vitamina K (aumenta o risco de hemorragias). Evitar o uso concomitante com antibióticos, pois pode ocorrer interação clínica. As saponinas presentes no guaco aumentam a absorção da naftoquinona lapachol, princípio ativo de Handroanthus impetiginosus (ipê-roxo)[1,2,3,6,8].

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 186-187.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 116-117.
3 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 135, 2021.
4 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 125.
5 - MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas medicinais usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2000, p. 228.
6 - MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Prescritores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 21.
7 - GILBERT, B. et al. Monografias de plantas medicinais brasileiras e aclimatadas. Curitiba: Abifito, 2005, p. 104.
8 - TESKE, M. & TRENTINI, A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001, p. 161.

Propagação: 

por estacas semi-lenhosas, de 10 a 25 cm de comprimento, com 3 a 5 gemas, sendo 2 gemas inseridas em sacos plásticos contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1) e 1 gema permanece acima da superfície do substrato, contendo 1 par de folhas cortadas ao meio. As estacas devem ser transferidas para viveiro (sombrite 50%). Após 2 a 3 meses as mudas devem ser transferidas para o local definitivo (em períodos chuvosos), a pleno sol ou a meia sombra, preferindo solos ricos em matéria orgânica, em covas de 20x20 cm, com espaçamento de 1,0 m entre plantas x 2,0 m entre linhas [ 3 , 4 , 6 , 7 , 8 ] .

Tratos culturais & Manejo: 

necessita de tutoramento vertical em espaldeira (com arame liso) de 1,5 a 2,0 m de altura para facilitar a colheita. Deve-se fazer poda de formação, conduzindo seus ramos e adubação anual com 1 kg de esterco/planta. Esta espécie é exigente em água, assim, a irrigação deve ser realizada em dias alternados [ 3 , 4 , 6 , 7 , 8 ] .

Colheita: 

as folhas jovens devem ser colhidas no período da tarde, após as 13 horas, antes ou após o florescimento, pois apresentam maior teor de cumarina. A sabedoria popular recomenda a colheita das partes aéreas das plantas no período de lua cheia. A colheita deve ser realizada de 8 a 12 meses após o plantio, posteriormente, pode-se colher até 2 vezes ao ano. Utiliza-se tesouras de poda, retirando 60% dos ramos laterais e deixando intacto os ramos centrais [ 3 , 4 ] .

Pós-colheita: 

o processo de secagem das folhas deve ser realizado em estufa de ar circulante a temperatura de 45°C/36 horas, posteriormente, pode ser moída em moinho de faca (até 40 mesh). O armazenamento deve ser em ambiente não úmido e ser utilizada por período máximo de 3 meses, devido a volatilidade da cumarinas [ 3 , 4 ] .

Problemas & Soluções: 

podem ser atacadas por larvas formadoras de galhas (folhas) e lagartas (inflorescências). As espécies Mikania glomerata e Mikania laevigata apresentam diferenças na produção de constituintes químicos, como a cumarina (marcador das espécies e responsável pelas atividades farmacológicas), que se encontra em níveis baixos em M. glomerata e alto em M. laevigata. A variação química também pode estar relacionada a sazonalidade e aos métodos de cultivo [ 1 , 2 , 3 , 5 ] .

Referências bibliográficas

1 - UENO, V. A. et al. Influence of environmental factors on the volatile composition of two Brazilian medicinal plants: Mikania laevigata and Mikania glomerata. Metabolomics, v. 15, n. 6, p.1-11, 2019.  doi: 10.1007/s11306-019-1546-x
2 - BERTOLUCCI, S. K. V. et al. Seasonal variation on the contents of coumarin and kaurane-type diterpenes in Mikania laevigata and M. glomerata leaves under different shade levels. Chem Biodivers, v. 10, n. 2, p.288-295, 2013. doi: 10.1002/cbdv.201200166
3 - MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Agricultores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 24.
4 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p.159-160.
5 - COSTA, V. C. O. et al. Comparison of the Morphology, anatomy, and chemical profile of Mikania glomerata and Mikania laevigata. Planta Med, v. 84, n. 3, p.191-200, 2018. doi: 10.1055/s-0043-119226
6 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 213.
7 - DICKEL, M. et al. Mikania glomerata (guaco). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 650.
8 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 213.

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