Myracrodruon urundeuva Allemão

Aroeira-do-sertão.

Sinonímia 
Astronium urundeuva (Allemão) Engl.
Família 
Informações gerais 

Ocorre no México, América Central e América do Sul. No Brasil é encontrada desde o Nordeste até São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, principalmente em vegetação semi-árida e nas encostas de serras. Suas principais indicações são: anti-inflamatória, antisséptica, analgésica, antimicrobiana, antiulcerogênica, anti-histamínica, hemostática e cicatrizante[1,2,3,4,5].

Referências informações gerais
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 59-60.
2 - SALOMÃO, A. N. Myracrodruon urundeuva (aroeira). In: Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2016. p. 835-843.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 194-196.
4 - PAREYN, R. G. C. et al. Myracrodruon urundeuva (aroeira). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 766-772.
5 - SILVA, R. C. Myracrodruon urundeuva (aroeira). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 931-937.
Descrição da espécie 

Árvore caducifólia, heliófita, seletiva xerófita, de tronco alto e reto, podendo atingir 30 m de altura, 80 a 100 cm de diâmetro, com casca escamosa, de cor castanho-escura externamente e avermelhada internamente; ramos peciolados quando novos; folhas compostas, imparipinadas, alternas, com 5 a 15 pares de folíolos, subcoriáceos, ovados-obtusos, cartáceos, com 3 a 6 cm de comprimento x 2 a 3,5 cm de largura, pubescentes em ambas as faces quando jovens, levemente crenado-serreados nas margens e com nervuras avermelhadas e proeminentes na face inferior; flores pequenas, dioicas, em panículas terminais pendentes, pardacentas a púrpuras, aromáticas, com pelos brancacentos, medindo cerca de 12 a 18 cm de comprimento; frutos drupáceos, com 0,5 a 1 cm de diâmetro, globosos-ovais, deiscentes e curtamente apiculados; semente piriforme, com cerca de 3,5 mm de comprimento x 3,7 mm de largura, de cor amarelo-acastanhado, de superfície rugosa, com tegumento membranáceo[1,2,3,4,5].

Referências descrição da espécie
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 59.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 32.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 264.
4 - SALOMÃO, A. N. Myracrodruon urundeuva (aroeira). In: Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2016. p. 835.
5 - SILVA, R. C. Myracrodruon urundeuva (aroeira). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Nordeste. Brasília, DF: MMA, 2018. p. 931.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Aroeira-do-sertão e aroeira Brasil Córtex (seco)

Antidiarreica e no tratamento de úlcera gástrica.

Decocção.

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-

[ 1 ]
Cuchi, mudíudíuqui e tadíe Bolívia Córtex

Tramento de fratura e traumatismo.

Decocção: até obter um líquido espesso.

Cataplasma: o preparado tem aspecto pegajoso, e deve-se deixar em repouso no local aplicado até que se solte espontaneamente.

-

[ 1 ]
Cuchi, mudíudíuqui e tadíe Bolívia Córtex

Antiúlcerosa.

Decocção: até obter um líquido claro.

-

-

[ 1 ]
Cuchi, mudíudíuqui e tadíe Bolívia Córtex

Anti-hemorrágica.

Decocção: até obter um líquido concentrado.

Uso interno: embeber uma gaze com o líquido e introduzir na vagina.

-

[ 1 ]
Aroeira-do-sertão Ceará (Brasil) Casca

Tônica, adstringente, anti-inflamatória, cicatrizante, hipoglicemiante, antidispéptica e no tratamento de afecções pulmonares (bronquite, tuberculose e hemoptise).

Decocção.

Uso interno.

-

[ 2 ]
Aroeira-do-sertão Ceará (Brasil) Entrecasca

Adstringente, anti-inflamatória e cicatrizante.

Decocção.

Uso externo: na forma de gargarejo ou banho (ginecológico ou retal). 

-

[ 2 ]
Aroeira-do-sertão Ceará (Brasil) Entrecasca

Adstringente, anti-inflamatória, cicatrizante, antibacteriana e gastroprotetora.

Tintura (banho-maria): 100 g do material vegetal (triturado) em 450 mL e 500 mL de álcool de cereais. Ferver por 10 minutos, esfriar e coar. Repetir o processo 2 vezes. Juntar os filtrados e deixar em repouso por 24 horas para decantação da tintura (líquido escuro = 1 L).

Uso interno: tomar 1 colher (de chá ou sopa) diluída em água, 1 a 3 vezes ao dia.

-

[ 3 , 4 , 5 , 6 ]
Aroeira-do-sertão Ceará (Brasil) Entrecasca

No tratamento de inflamações de pele e mucosas.

Tintura (banho-maria): 100 g do material vegetal (triturado) em 450 mL e 500 mL de álcool de cereais. Ferver por 10 minutos, esfriar e coar. Repetir o processo 2 vezes. Juntar os filtrados e deixar em repouso por 24 horas para decantação da tintura (líquido escuro = 1 L).

Uso externo: diluir em 1 a 2 partes de água e usar na forma de banhos, gargarejos, bochechos ou compressas. Pode ser usado também na forma de creme ou em pequenos clisteres de retenção.

A tintura não deve ser usada em escoriação e queimadura cutâneas.

[ 3 , 4 , 5 , 6 ]
Aroeira-do-sertão Nordeste (Brasil) Entrecasca

No pós-parto.

Decocção. 

Uso externo: na forma de banho-de-assento.

-

[ 6 ]
Aroeira e aroeira-do-sertão Brasil -

Antidiarreica, anti-inflamatória, no tratamento de doenças do sistema reprodutor feminino, urinário e respiratório.

-

-

-

[ 7 ]
Aroeira Comunidades de Matozinho, Estância, Serra do Zé Gomes e Mangueiras (Exu, Pernambuco, Brasil) Casca e entrecasca

Anti-inflamatória, expectorante, no tratamento da gonorreia, afecções bucais (aftas e gengivite) e influenza.

Embebido em água ou infusão.

Uso oral ou na forma de banho.

-

[ 8 ]
Aroeira Triângulo de Crajubar (Ceará, Brasil) Casca

Analgésica, anti-inflamatória, antidiarreica, no tratamento de feridas de pele, coceira, cólica abdominal, cistite e uretrite.

Decocção.

-

-

[ 9 ]
Aroeira Comunidades Riachão de Malhada de Pedras e Alto das Ameixas (Pernambuco, Brasil) Caule (casca)

Analgésica, antitumoral, no tratamento de doenças cutâneas, do sistema reprodutor, urinário, respiratório, circulatório, muscular e esquelético.

Decocção, infusão, tintura (garrafada), xarope, shampo e sabão.

-

-

[ 10 ]

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 32.
2 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 71.
3 - MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas. Fortaleza: UFC, 1991, p. 25.
4 - MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1994, p. 58.
5 - MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas medicinais usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária – UFC, 2000, p. 178-179.
6 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 60.
7 - CECÍLIO, A. B. et al. Screening of Brazilian medicinal plants for antiviral activity against rotavirus. J Ethnopharmacol, v. 141, n. 3, p.975-981, 2012. doi: 10.1016/j.jep.2012.03.031
8 - SARAIVA, M. E. et al. Plant species as a therapeutic resource in areas of the savanna in the state of Pernambuco, Northeast Brazil. J Ethnopharmacol, n. 171, p.141-153, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2015.05.034
9 - BITU, V. C. N. et al. Ethnopharmacological study of plants sold for therapeutic purposes in public markets in Northeast Brazil, J Ethnopharmacol, v. 172, p.265-272, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2015.06.022
10 - MONTEIRO, J. M. et al. Use patterns and knowledge of medicinal species among two rural communities in Brazil's semi-arid northeastern region. J Ethnopharmacol, v. 105, n. 1-2, p.173-186, 2006. doi: 10.1016/j.jep.2005.10.016

Anti-inflamatória

Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 20 g do material vegetal (pó) em 250 mL de etanol a 80% ou água.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a administração dorsal de extratos vegetais e cultura bacteriana inativa (Porphyromonas gingivalis, P. endodontalis, Peptostreptococcus micros, Prevotella intermedia, Fusobacterium nucleatum e Enterococcus faecalis) ou implantação subcutânea de tubo de polietileno (contendo extratos e cultura bacteriana inativa), com posterior análise edematogênica, espectrofotométrica e histológica do tecido.

Os extratos de M. urundeuva apresentam atividade anti-inflamatória, além de estimular o processo de reparo tecidual.

[ 1 ]
Folha

Extrato: 20 g do material vegetal (pó) em 250 mL de etanol a 80% ou água.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos a administração dos extratos vegetais ou implantação dorsal de tubo de polietileno (contendo os extratos vegetais), com posterior análise edematogênica e histológica.

Os extratos de M. urundeuva não apresentaram atividade antiedematogênica, contudo o extrato aquoso demonstra uma discreta ação anti-inflamatória.

[ 8 ]
Caule (casca)

Extrato: decocção de 100 ou 200 g do material vegetal (pó) em 500 mL de água. Enema (carboximetilcelulose): contendo 10 ou 20% do extrato vegetal. Dose para ensaio: 1 mL.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de colite induzida por ácido acético, tratados com o fitoterápico, com posterior análise de parâmetros morfológicos e histológicos.

O fitoterápico contendo o extrato da casca de M. urundeuva apresenta atividade anti-inflamatória, pois estimula a regeneração do tecido epitelial.

[ 12 ]

Anti-inflamatória e Antimicrobiana

Anti-inflamatória e Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Casca

Extrato fluido: maceração do material vegetal (pó) em glicerina/etanol/água. Gel de Carbopol® a 2%: contendo 5% de extrato fluido de Myracrodruon urundeuva e 0,5% de óleo essencial de Lippia sidoides.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de doença periodontal induzida por ligadura de fio de naílon, tratados com o fitoterápico, com posterior análise da perda óssea alveolar, parâmetros histológicos, atividade antimicrobiana, atividade de MPO, níveis de IL-1β e TNF-α, no tecido gengival.

O gel contendo M. urundeuva e L. sidoides apresenta atividade anti-inflamatória e antimicrobiana, além de prevenir a reabsorção óssea alveolar.

[ 11 ]

Anti-inflamatória e Gastroprotetora

Anti-inflamatória e Gastroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Casca interna (planta adulta)/Caule e folha (planta jovem)

Extrato: hidroalcóolico. Doses para ensaio: 700 e 1000 mg/mL.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de lesões gástricas e edema de orelha, induzidos por etanol e óleo de cróton, respectivamente, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise macroscópica e microscópica dos tecidos.

O extrato do caule e folha (associados) da planta jovem de M. urundeuva apresenta atividade gastroprotetora e anti-inflamatória promissora.

[ 6 ]

Antibacteriana

Antibacteriana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: percolação do material vegetal (pó) em etanol a 70%. Concentrações para ensaio: 0,00244 a 20 mg/mL. Outra espécie em estudo: Qualea grandiflora.

In vitro:

Em cepas de Streptococcus mutans submetidas ao teste diluição em microplacas, para determinar concentração mínima (CIM), concentração bactericida mínima CBM) e a concentração mínima de inibição de biofilme (CMIB).

Em 135 amostras de dentes bovino com formação de biofilme por S. mutans, tratados com os extratos vegetais (associados ou não), com posterior análise da viabilidade do biofilme (fluorescência) e desmineralização do esmalte (microrradiografia transversal).

 

O extrato de M. urundeuva apresenta atividade antibacteriana (≥ 0,625 mg/mL), mais potente, contudo não previne a formação de cárie.

[ 3 ]
Folha

Extrato: infusão de 25 g do material vegetal (pó) em 125 mL de água. Concentração para ensaio: 7,5 mg/mL. Outra espécie em estudo: Psidium cattleianum.

In vivo:

Em ratos Wistar (Rattus norvegicus) infectados por Streptococcus mutans na cavidade oral, suplementados com dieta cariogênica e tratados com os extratos vegetais, com posterior análise da quantificação bacteriana (ensaio PCR) e desmineralização do esmalte (Microdureza Transversal).

Observou-se que os extratos de M. urundeuva e P. cattleianum apresentam atividade antibacteriana (S. mutans), além de reduzir a desmineralização dentária.

[ 9 ]

Antibacteriana e Antitumoral

Antibacteriana e Antitumoral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Óleo essencial: material vegetal (fresco), por hidrodestilação. Rendimento 0,02% (p/p). Concentrações para ensaio 0, 014 a 450 mg/mL.

In vitro:

Em cepas de Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Salmonella Enteritidis, submetidas aos testes de microdiluição em ágar, para determinar concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM).

Em células HeLa (adenocarcinoma cervical humano), HEK-293 (rim embrionário de humano) e Vero E6 (epitelial renal de macaco), incubadas com o óleo vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (ensaio MTT).

 

O óleo essencial de M. urundeuva apresenta atividade antibacteriana, antitumoral leve e baixa citotoxicidade em células normais.

[ 18 ]

Antifúngica

Antifúngica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha e casca

Extrato: 100 g do material vegetal (seco) em 900 mL de etanol absoluto. Frações: acetato de etila, etanol/água e clorofórmio. Concentrações para ensaio: 0,004 a 2,048 mg/mL.

In vitro:

Em culturas de Candida albicans, C. krusei, C. tropicalis e C. glabata submetidas ao teste de microdiluição em ágar, para determinar a concentração mínima inibitória (CIM) e concentração fúngica mínima (CFM).

 

O extrato etanólico da casca de M. urundeuva apresenta atividade antifúngica mais potente.

[ 2 ]

Antileishmaniose

Antileishmaniose
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Óleo essencial: 300 g do material vegetal (seco), por hidrodestilação. Concentração para ensaio: 6,25 a 800 µg/mL.

In vitro:

Em cultura de Leishmania amazonensis (promastigota e amastigota) incubada com o óleo vegetal, com posterior análise do crescimento e viabilidade celular.

Em macrófagos de camundongos (Balb/c) infectados com Leishmania amazonensis (amastigota), incubados com o óleo vegetal, com posterior análise da concentração inibitória média (CI50).

Em macrófagos de camundongos (Balb/c) e em eritrócitos de humanos incubados com o óleo vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (ensaio MTT), atividade lipossomal, fagocitária, produção de óxido nítrico e hemólise (ELISA).

 

O óleo essencial de M. urundeuva apresenta atividade antileishmaniose (CI50 = 44,5 µg/mL), por modulação fagocitária, além de baixa citotoxicidade.

[ 7 ]

Antimicrobiana

Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: hidroalcoólico. Concentrações para ensaio: 0,1 a 1000 µg/mL. Outra espécie em estudo: Qualea grandiflora.

In vitro:

Em 306 amostras de dente bovino submetidos ao teste de biofilme microcosmo (a partir de saliva humana), tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade do biofilme, viabilidade bacteriana (Streptococcus mutans e S. sobrinus), metabólica (ácido lático e polissacarídeo extracelular) e microscopia transversal.

 

O extrato de M. urundeuva apresenta atividade antimicrobiana mais potente, contudo não interfere no metabolismo do biofilme e na prevenção da cárie.

[ 5 ]

Antiproliferativa e Citotóxica

Antiproliferativa e Citotóxica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Semente

Extrato: 500 g do material vegetal (pó) em 1,5 L de etanol a 99%. Rendimento: 25,2%.

In vitro:

Em cultura de células tumorais humanas, leucêmica (HL-60), gliobastoma (SF-295), cólon (HCT-8) e melanoma (MDA/MB-435), incubadas com os extratos vegetais com posterior análise de citotoxicidade (ensaio MTT), parâmetros morfológicos (Hematoxilina-Eosina) e microscópicos (citometria de fluxo).

Em suspensão de células de sarcoma 180, isolada de camundongos Swiss, incubada com os extratos vegetais, com posterior análise da proliferação celular (Alamar Blue).

 

Neste estudo, das 21 espécies vegetais, M. urundeuva apresenta atividade citotóxica, principalmente para HL-60, e antiproliferativa, mais potente.

[ 16 ]

Antiviral

Antiviral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: percolação do material vegetal (seco) em etanol a 95%. Concentrações para ensaio: 50 a 5000 µg/mL.

In vitro:

Em células renais de macaco Rhesus (MA-104) incubadas com extrato vegetal, posteriormente infectadas com Rotavírus Símio (SA11), para determinar concentração máxima não tóxica (CMNT), efeito citopático e amplificação do material genético viral (RT-PCR).

 

Neste estudo, das 14 espécies analisadas, Hymenaea courbaril, Bryrsonima verbascifolia, Eugenia dysenterica e Myracrodroun urundeuva apresentam atividade antiviral significativa (CMNT = 50 a 500 µg/mL) e baixa citotoxicidade.

[ 15 ]

Cicatrizante

Cicatrizante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato aquoso a 10%: na forma de enema.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores submetidos a um processo cirúrgico no cólon descendente, seguido de anastomose colônica, tratados com o fitoterápico, com posterior análise de parâmetros morfológicos, histológicos e deposição de colágeno.

O extrato aquoso de M. urundeuva apresenta atividade anti-inflamatória e cicatrizante, além de inibir a deposição de colágeno.

[ 14 ]
Ensaios toxicológicos

Citotoxicidade

Citotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Casca interna (planta adulta)/Caule e folha (planta jovem)

Extrato: hidroalcóolico. Concentrações para ensaio: 0,73 a 1500 µg/mL.

In vitro:

Em células embrionárias normais de rim humano (HEK 293) incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade (Alamar Blue).

 

Observou-se que os extratos de M. urundeuva não apresenta citotoxicidade nas concentrações indicadas.

[ 6 ]
Folha

Extrato: maceração de 604 g do material vegetal (pó) em metanol/água (8:8 v/v). Rendimento: 304 g. Concentrações para ensaio: 0,1 a 1000 µg/mL.

In vitro:

Em fibroblastos gengivais de humanos (FGH) incubadas com extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (vermelho neutro e cristal violeta).

 

O extrato de M. urundeuva apresenta citotoxicidade em concentrações acima de 100 µg/mL.

[ 17 ]

Citotoxicidade e Toxicidade aguda

Citotoxicidade e Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha e casca

Extrato: 100 g do material vegetal (seco) em 900 mL de etanol absoluto. Doses para ensaio (in vivo): 0 a 2000 mg/mL.

In vitro:

Bioensaio em Allium cepa e em cepas de Salmonella typhimurium (teste Ames) para determinar a genotoxicidade, citotoxicidade e mutagenicidade dos extratos vegetais.

Em eritrócitos isolados de humanos saudáveis incubados com os extratos vegetais, com posterior análise da atividade hemolítica.

 

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos ao teste de toxicidade aguda.

Os extratos da folha e casca de M. urundeuva não apresentam atividade hemolítica, genotóxica e mutagênica, contudo, houve citotoxicidade e toxicidade aguda.

[ 2 ]

Genotóxica e Mutagênica

Genotóxica e Mutagênica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: decocção de 600 g do material vegetal (fresco) em 2,5 L de água. Rendimento: 83,1 g. Concentrações para ensaio: 0,5 a 16 mg/mL.

In vitro:

Em células somáticas de Drosophila melanogaster incubadas com extrato vegetal, para avaliar a genotoxicidade (ensaio Cometa) e mutagenicidade (SMART).

 

Observou-se que o extrato aquoso seco das folhas de M. urundeuva apresenta atividade genotóxica e mutagênica, dose-dependente.

[ 4 ]

Redutora da diferenciação osteogênica

Redutora da diferenciação osteogênica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: percolação de 604 g do material vegetal (pó) em metanol/água 8:2 (v/v). Rendimento 304 g. Concentrações para ensaio: 0,1, 1 e 10 µg/mL.

In vitro:

Em cultura de osteblastos primários isolados de humanos, incubada com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (MTT), níveis de espécies reativas ao oxigênio (fluorescência), atividade da enzima fosfatase alcalina, teste de mineralização (ensaio colorimétrico), expressão de MMP-2 e ANKH (qRT-PCR).

 

O extrato de M. urundeuva reduz a diferenciação osteogênica e a mineralização da matriz óssea, provavelmente devido ao aumento do estresse oxidativo.

[ 19 ]

Toxicidade na prole

Toxicidade na prole
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Casca

Extrato: decocção de 10 a 12 g do material vegetal em 140 a 150 mL de água. Doses para ensaio: 13,8 a 276 mg/kg. Outra espécie em estudo: Schinus terebinthifolius.

In vivo:

Em ratos Wistar e camundongos Swiss submetidos ao teste de toxicidade crônica, com posterior análise histopatológica, peso corporal, atividade locomotora (rota rod), parâmetros bioquímicos e hematológicos, capacidade reprodutiva e fertilidade.

Em ratas prenhes tratadas cronicamente com os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros maternos e fetais (número de fetos, peso e tamanho médio, malformações, peso da placenta, número de corpos lúteos e reabsorções).

Os extratos de M. urundeuva e S. terebinthifolius apresentam toxicidade na prole, contudo não alteram a capacidade reprodutiva e a fertilidade masculina.

[ 10 ]

Referências bibliográficas

1 - BUENO, C. R. E. et al. Tissue reaction to Aroeira (Myracrodruon urundeuva) extracts associated with microorganisms: an in vivo study. Braz Oral Res, v. 32, p.1-9, 2018. doi: 10.1590/1807-3107bor-2018.vol32.0042
2 - DE OLIVEIRA, F. A. et al. In vitro antifungal activity of Myracrodruon urundeuva Allemão against human vaginal Candida species. An Acad Bras Cienc, v. 89, n. 3 Suppl, p.2423-2432, 2017. doi: 10.1590/0001-3765201720170254
3 - PIRES, J. G. et al. Hydroalcoholic extracts of Myracrodruon urundeuva All. and Qualea grandiflora Mart. leaves on Streptococcus mutans biofilm and tooth demineralization. Arch Oral Biol, v. 91, p.17-22, 2018. doi: 10.1016/j.archoralbio.2018.04.005
4 - DE AMORIM, E. M. et al. Genotoxic assessment of the dry decoction of Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) leaves in somatic cells of Drosophila melanogaster by the Comet and SMART Assays. Environ Mol Mutagen, v. 61, n. 3, p.329-337, 2020. doi: 10.1002/em.22332
5 - PIRES, J. G. et al. Effect of hydroalcoholic extract of Myracrodruon urundeuva All. and Qualea grandiflora Mart. leaves on the viability and activity of microcosm biofilm and on enamel demineralization. J Appl Oral Sci, v. 27, p.1-9, 2019. doi: 10.1590/1678-7757-2018-0514
6 - GALVÃO, W. R. A. et al. Gastroprotective and anti-inflammatory activities integrated to chemical composition of Myracrodruon urundeuva Allemão - a conservationist proposal for the species. J Ethnopharmacol, n. 222, p.177-189, 2018. doi: 10.1016/j.jep.2018.04.024
7 - CARVALHO, C. E. S. et al. Anti-Leishmania activity of essential oil of Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All.: composition, cytotoxity and possible mechanisms of action. Exp Parasitol, v. 175, p.59-67, 2017. doi: 10.1016/j.exppara.2017.02.012
8 - MACHADO, A. C. et al. Evaluation of tissue reaction to Aroeira (Myracrodruon urundeuva) extracts: a histologic and edemogenic study. J Appl Oral Sci, v. 20, n. 4, p.414-418, 2012. doi: 10.1590/s1678-77572012000400005
9 - DE MENEZES, T. E. C. et al. Protective efficacy of Psidium cattleianum and Myracrodruon urundeuva aqueous extracts against caries development in rats. Pharm Biol, v. 48, n. 3, p.300-305, 2010. doi: 10.3109/13880200903122202
10 - CARLINI, E. A. et al. Assessment of the toxicity of the Brazilian pepper trees Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-da-praia) and Myracrodruon urundeuva Allemão (aroeira-do-sertão). Phytother Res, v. 27, n. 5, p.692-698, 2013. doi: 10.1002/ptr.4767
11 - BOTELHO, M. A. et al. Lippia sidoides and Myracrodruon urundeuva gel prevents alveolar bone resorption in experimental periodontitis in rats. J Ethnopharmacol, v. 113, n. 3, p.471-478, 2007. doi: 10.1016/j.jep.2007.07.010
12 - RODRIGUES, L. V. et al. Morphologic and morphometric analyses of acetic acid-induced colitis in rats after treatment with enemas from Myracrodruon urundeuva Fr. All. (aroeira do sertão). Phytother Res, v. 16, n. 3p.267-272, 2002. doi: 10.1002/ptr.841
14 - GOES, A. C. A. M. et al. Histologic analysis of colonic anastomotic healing, in rats, under the action of 10% aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) enema. Acta Cir Bras, v. 20, n. 2, p.144-151, 2005. doi: 10.1590/s0102-86502005000200008
15 - CECÍLIO, A. B. et al. Screening of Brazilian medicinal plants for antiviral activity against rotavirus. J Ethnopharmacol, v. 141, n. 3, p.975-981, 2012. doi: 10.1016/j.jep.2012.03.031
16 - FERREIRA, P. M. P. et al. Study of the antiproliferative potential of seed extracts from Northeastern Brazilian plants. An Acad Bras Cienc, v. 83, n. 3, p.1045-1058, 2011. doi: 10.1590/s0001-37652011005000017
17 - MACHADO, A. C. et al. "Aroeira" (Myracrodruon urundeuva) methanol extract: the relationship between chemical compounds and cellular effects. Pharm Biol, v. 54, n. 11, p.2737-2741, 2016. doi: 10.1080/13880209.2016.1182555
18 - DE ARAÚJO, I. D. R. et al. Chemical composition and evaluation of the antibacterial and cytotoxic activities of the essential oil from the leaves of Myracrodruon urundeuva. BMC Complement Altern Med, v. 17, n. 1, p.1-8, 2017. doi: 10.1186/s12906-017-1918-6
19 - MATOS, A. A. et al. An extract from Myracrodruon urundeuva inhibits matrix mineralization in human osteoblastos. J Ethnopharmacol, v. 237, p.192-201, 2019. doi: 10.1016/j.jep.2019.03.052

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 139-141, 2021.

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Entrecasca seca

100 g

Entrecasca fresca

200 g

                                                                 * Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de entrecasca seca, pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de entrecasca fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Infecções ginecológicas.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Uso tópico: incorporar a tintura na forma de pomadas ou cremes para uso tópico.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 194-196.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Carboidratos

arabinitol, manitol, glucitol, xilitol, glicose, arabinose e amido.

Chalconas

urundeuvinas A, B e C.

Flavonoides

quercetina, agatisflavona, epicatequina, luteolina, caempferol, isorhamnetina.

Lipídeos

Óleos essenciais

α e β-pineno, γ-terpineno, β-cariofileno, trans-cariofileno, linalol, citronelol, eugenol, α-humuleno, germacreno, nerolidol, limoneno e mirceno.

Polifenóis

ácido gálico e ácido elágico.

Proteínas

albumina, globulina, prolamina e glutelina.

Taninos

catéquico e pirogálico.

Referências bibliográficas

1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 2 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2008, p. 59.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 33.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 265.
4 - DE ARAÚJO, I. D. R. et al. Chemical composition and evaluation of the antibacterial and cytotoxic activities of the essential oil from the leaves of Myracrodruon urundeuva. BMC Complement Altern Med, v. 17, n. 1, p.1-8, 2017. doi: 10.1186/s12906-017-1918-6
5 - GALVÃO, W. R. A. et al. Gastroprotective and anti-inflammatory activities integrated to chemical composition of Myracrodruon urundeuva Allemão - a conservationist proposal for the species. J Ethnopharmacol, n. 222, p.177-189, 2018. doi: 10.1016/j.jep.2018.04.024

Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável[2].

Contraindicações: 

em gestantes, lactantes, pacientes em uso de medicamentos que contenham alcaloides (atropina, hioscina, ergotamina e opiráceos), hipersensibilidade a substâncias presentes na formulação (taninos e chalconas) e alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol)[1,2,3].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

pode ocorrer constipação intestinal e pirose (uso oral)[1,3].

Interações medicamentosas: 

não há dados na literatura.

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 140, 2021.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 195-196.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 2. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 267-268.  

Propagação: 

por sementes, logo após a coleta a partir de frutos maduros. As sementes devem ser submetidas a tratamentos específicos, pois apresentam dormência fisiológica.  A semeadura deve ser realizada em bandejas contendo substrato (vermiculita e pó de coco), com emergência das plântulas após 10 a 40 dias. Contudo, temperaturas entre 20 e 30°C aceleram o processo de germinação das sementes. A combinação de casca de madeira ou bagaço de cana e esterco (1:1) apresenta fatores positivos para o desenvolvimento das plântulas. A propagação vegetativa deve ser realizada em areia, terra ou solo, associados com matéria orgânica, vermiculita ou minerais, respectivamente, e as mudas devem ser mantidas em ambiente sombreado. A transferência das mudas para local definitivo deve ser realizada entre o 6 a 8º mês após a emergência das plântulas, em covas contendo calcário, com espaçamento de 5x5 ou 10x10 m. A propagação também pode ser realizada através da rebrotações após o corte e raízes [ 1 , 2 , 3 ] .

Tratos culturais & Manejo: 

esta espécie apresenta crescimento lento a moderado, assim deve-se realizar o tutoramento, sombreamento e adubação nos primeiros anos de desenvolvimento [ 2 , 3 ] .

Problemas & Soluções: 

o cultivo pode ser realizado em consórcio com Guazuma ulmifolia (mutambo), Anandenanthera falcata (angico) e Eucalyptus spp. (eucalipto) [ 2 , 3 ] .

Referências bibliográficas

1 - MATOS, F. J. A. Farmácias Vivas. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1994, p. 57-58.
2 - SALOMÃO, A. N. Myracrodruon urundeuva (aroeira). In: Especies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2016. p. 839. 
3 - PAREYN, R. G. C. et al. Myracrodruon urundeuva (aroeira). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 768-769.

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