Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen

Ginseng-brasileiro, fáfia, para-tudo, corrente, sempre-viva e acônito.

Família 
Informações gerais 

Originária de regiões tropicais e subtropicais. Ocorre em todas as regiões do Brasil, nasce naturalmente nas margens e ilhas do Rio Paraná, Paranapanema e Ivaí, entre os Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Suas principais indicações são: tônica do sistema nervoso, antioxidante, afrodisíaca, antitumoral, hipoglicemiante, antiartrítica, antirreumática, imunoestimulante, antianêmica, anti-hemorroidária, antidiarreica, adaptógena, antimicrobiana, anti-inflamatória, febrífuga e cicatrizante[1,2,3,4,5].

Referências informações gerais
1 - LOPES, S. B. Pfaffia spp. (ginseng-brasileiro). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 670-675.
2 - MENDES, F. R.; CARLINI, E. A. Brazilian plants as possible adaptogens: an ethnopharmacological survey of books edited in Brazil. J Ethnopharmacol, v. 109, n. 3, p.493-500, 2007. doi: 10.1016/j.jep.2006.08.024
3 - CORRÊA-JÚNIOR, C. et al. Pfaffia glomerata (ginseng-brasileiro). In: VIEIRA, R. F. V. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste. Brasília, DF: MMA, 2016. p. 844-860.
4 - TESKE, M. & TRENTINI, A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001, p. 130-131.
5 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 7-14.
Descrição da espécie 

Planta subarbustiva a arbustiva, semi-lenhosa, perene, de 0,5 a 2,5 m de altura, caules eretos, geralmente ocos, estriados, delgados, glabros ou levemente pubescentes, com ramos nodosos; raízes tuberosas, bifurcadas, em forma humanoide; folhas opostas, pubescentes (principalmente na face dorsal), curto-pecioladas, ovado-lanceoladas ou ovado-oblongas, de 1 a 14 cm de comprimento x 0,3 a 4,5 cm de largura, sendo as superiores sempre menores, ápice acuminado ou agudo, mucronuladas, base decurrente, com nervuras mais proeminentes na face dorsal; flores em panícula completa, branco-amareladas, hermafroditas; fruto do tipo utrículo; sementes cordiformes, marrom-acastanhada quando maduras[1,2,3,4].

Referências descrição da espécie
1 - LOPES, S. B. Pfaffia spp. (ginseng-brasileiro). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 670.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 177.
3 - CORRÊA-JÚNIOR, C. et al. Pfaffia glomerata (ginseng-brasileiro). In: VIEIRA, R. F. V. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste. Brasília, DF: MMA, 2016. p. 844-845.
4 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 7.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências

Afrodisíaca

Afrodisíaca
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato hidroalcoólico. Doses para ensaio: 100 a 400 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com extrato vegetal (dose diária ou intermitente), com posterior análise morfométrica e histológica (testículos, pênis e células Leydig), níveis de testosterona, 17-β-estradiol, colágeno, músculo liso e óxido nítrico.

A administração diária do extrato de P. glomerata apresenta atividade afrodisíaca, contudo, reduz a viabilidade das células de Leydig e dos níveis de testosterona.

[ 1 ]
Raiz

Extrato: material vegetal (pó) em etanol a 95%. Rendimento: 9,3%. Doses para ensaio: 100 a 400 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal (diário ou intermitente), com posterior análise testicular (biométrica, histológica, patológica, morfométrica e níveis de marcadores de estresse oxidativo).

O extrato de P. glomerata apresenta atividade afrodisíaca, principalmente na dose de 100 mg/kg, contudo, em doses altas observa-se morte celular e aumento dos níveis de óxido nítrico testicular.

[ 3 ]

Anabólica e Antiandrogênica

Anabólica e Antiandrogênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências

Extrato seco etanólico: padronizado com 0,96% de ecdisterona. Doses para ensaio: 8,5 a 85 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar machos submetidos ao teste de Hershberger (castrados ou não), tratados com extrato vegetal, com posterior análise de pesos de órgãos, quantificação de andrógenos fecais, testosterona sérica e espermátides/testículo, histologia testicular e em músculo sóleo do membro posterior direito (efeito anabólico). 

O extrato de P. glomerata não apresenta atividade anabólica-androgênica e antiandrogênica, nas doses em estudo.

[ 7 ]

Anti-inflamatória e Analgésica

Anti-inflamatória e Analgésica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato: maceração de 1600 g do material vegetal (pó) em etanol/água (7:3 v/v). Rendimento: 19%. Doses para ensaio: 100 a 300 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal, submetidos aos testes de edema de pata e contorções abdominais induzidos por carragenina, placa quente e tecido granulomatoso subcutâneo induzido por rolos de algodão.

O extrato hidroalcoólico de P. glomerata apresenta atividade analgésica e anti-inflamatória (não esteroidal), sendo promissor para o tratamento de inflamação crônica.

[ 8 ]

Antiedematogênica

Antiedematogênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato (1:20 p/v): maceração do material vegetal em etanol/água (6:4 v/v). Doses para ensaio: 1 a 300 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss portadores de edema de pata induzido por carragenina, bradicinina, substancia P, serotonina, histamina e LPS, tratados com o extrato vegetal e L-NAME, com posterior análise do volume da pata, nível de óxido nítrico, atividade inibitória das enzimas óxido nítrico sintetase e guanilato ciclase.

O extrato de P. glomerata apresenta atividade antiedematogênica, dose-dependente, pois aumenta os níveis de óxido nítrico endógeno e ativa a enzima guanilato ciclase. 

[ 13 ]

Antimutagênica

Antimutagênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Cápsulas: contendo 300 mg de extrato seco vegetal, padronizado com 0,96% de β-ecdisona. Concentrações para ensaio: 0,15 a 15 mg/mL. Outra espécie em estudo Ginkgo biloba.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com os vegetais (associados ou não), na presença ou não de ciclosfofamida, com posterior análise do teste de aberração cromossômica e índice mitótico em células da medula óssea.

Os extratos de P. glomerata e G. biloba apresenta atividade antimutagênica, além da ausência de citotoxicidade e mutagenicidade.

[ 5 ]

Antinociceptiva

Antinociceptiva
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato: maceração de 2 kg do material vegetal (pó) em etanol a 70%. Rendimento: 64,1% (v/v). Doses para ensaio: 100 a 600 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos aos testes de dor abdominal e na pata, induzida por ácido acético e glutamato, respectivamente, e estimulação de receptores glutamatérgicos na presença de NMDA, AMPA, cainato, ACPD, IL-1β e TNF-α, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise da atividade antinociceptiva.

O extrato de P. glomerata apresenta atividade antinociceptiva, por interação com o sistema glutamatérgico (receptores metabotrópicos) e citocinas TNF-α.

[ 4 ]

Antiprotozoária

Antiprotozoária
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato: maceração do material vegetal (pó) em etanol/água (7:3). Rendimento: 20%. Concentrações para ensaio: 1 a 50 µg/mL.

In vitro:

Em culturas de protozoários, Trypanosoma cruzi (tripomastigota) e Leishmania braziliensis (promastigota), incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da concentração inibitória media (CI50).

 

O extrato de P. glomerata apresenta atividade antiprotozoária, somente para L. braziliensis, com CI50 = 168,6 µg/mL.

[ 12 ]
Parte aérea

Extrato: por infusão. Concentrações para ensaio: 1 a 100 µg/mL. Outras espécies em estudo: Hyptis pectinata, Aloe vera, Ruta graveolens e Chenopodium ambrosioides.

In vitro:

Em macrófagos murinos (J774) incubados com os extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade (LDH); e infectados com Leishmania amazonensis (amastigota) com posterior análise do número de promastigotas viáveis.

 

Os extratos vegetais em estudo apresentam atividade antiprotozoária promissora.

[ 14 ]

Depressora do sistema nervoso central

Depressora do sistema nervoso central
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato (liofilizado): material vegetal (pó) em etanol a 60%. Rendimento: 28%. Doses para ensaio: 100 a 1500 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar e camundongos Swiss tratados com o extrato vegetal, submetidos aos testes de campo aberto, sono induzido por pentobarbital, convulsão induzida por pentilenotetrazol, labirinto em cruz elevado, esquiva inibitória e natação forçada.

O extrato de P. glomerata apresenta atividade depressora do sistema nervoso central, via intraperitoneal.

[ 10 ]

Gastroprotetora

Gastroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato aquoso liofilizado (10% p/v). Rendimento: 39%. Doses para ensaio: 125 a 1000 mg/kg.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de lesões gástricas induzidas por estresse (restrição hipotérmica), etanol ou indometacina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do número de úlceras gástricas e índice de dano a mucosa; submetidos a ligadura do piloro, tratados com o extrato vegetal, betanecol, histamina, pentagastrina e L-NAME, com posterior análise da secreção gástrica e nível de óxido nítrico.

O extrato de P. glomerata apresenta atividade gastroprotetora, por ativação da via histaminérgica e aumento na produção de óxido nítrico no suco e mucosa gástrica.

[ 11 ]

Neurotônica

Neurotônica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato hidroalcoólico (liofilizado): contendo 10% do material vegetal, padronizado com 1,07% de ecdisona. Dose para ensaio: 10 a 100 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss machos (jovens e velhos) tratados com o extrato vegetal (agudo e crônico), com posterior análise dos testes de movimento espontâneo (caixas de madeira), rota rod, tempo de sono induzido por pentobarbital, esquiva passiva, labirinto em cruz elevado, quantificação da mortalidade e peso corporal.

O extrato de P. glomerata, na dose de 100 mg/kg, reduz o déficit de memória em ratos velhos tratados cronicamente, contudo demonstra sinais de toxicidade.

[ 9 ]
Ensaios toxicológicos

Hepatotóxica

Hepatotóxica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato: percolação de 700 g do material vegetal (pó) em etanol a 95%. Rendimento: 9,0%. Doses para ensaio: 100 a 400 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss submetidos a administração (diária ou a cada 3 dias) do extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (AST e ALT) e hepáticos (histopatológicos, morfometria e estereologia de hepatócitos e concentração de glicogênio), níveis de marcadores oxidativos (SOD, CAT, GST, NO e MDA) e minerais hepáticos (Zn, Se, Cu, Fe e Mn).

O extrato de P. glomerata induz a hepatotoxicidade quando administrado a longo prazo (42 dias).

[ 15 ]

Letalidade e Toxicidade aguda

Letalidade e Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato hidroalcoólico (liofilizado): contendo 10% do material vegetal. Dose para ensaio: 3 g/kg; 1 a 1000 mg/kg.

In vivo:

Determinar a dose letal média (DL50) em camundongos Swiss machos (jovens e velhos) e a toxicidade aguda (intraperitoneal e oral).

O extrato liofilizado de P. glomerata apresenta DL50 superior a 3 g/kg, contudo, em doses de 10 mg/kg (intraperitoneal) demonstra sinais de toxicidade.

[ 9 ]

Sistema reprodutor masculino

Sistema reprodutor masculino
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Raiz

Extrato hidroalcoólico. Doses para ensaio: 600 e 1000 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos machos C57BL/6J (Mus musculus) tratados com o extrato vegetal, nos períodos pré-natal, lactação e pós-natal, com posterior análise de parâmetros bioquímicos (índices gonadossomático e anogenital, distância anogenital e tamanho do pênis).

O extrato de P. glomerata reduz o peso dos testículos no inicio da fase pós-natal (1000 mg/kg), contudo, não demonstra toxicidade testicular.

[ 2 ]
Raiz

Extrato: percolação de 1,2 kg do material vegetal (pó) em etanol a 95%. Rendimento: 10,35%. Doses para ensaio: 300 e 400 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Balb/c tratados com extrato vegetal, com posterior análise do tecido testicular (diâmetro tubular, altura do epitélio seminífero, proporções volumétricas, índice tubular/peso corporal e espermatogênese, contagem de células germinativas e apoptose).

A administração prolongada do extrato de P. glomerata apresenta efeitos deletérios na espermatogênese, pois induz a apoptose em células germinativas e altera o epitélio do túbulo seminífero.

[ 6 ]

Referências bibliográficas

1 - DIAS, F. C. R. et al. Pfaffia glomerata hydroalcoholic extract stimulates penile tissue in adult Swiss mice. J Ethnopharmacol, v. 261, p.1-12, 2020. doi: 10.1016/j.jep.2020.113182
2 - AUHAREK, S. A. et al. Evaluation of the testis function of mice exposed in utero and during lactation to Pfaffia glomerata (Brazilian ginseng). Andrologia, v. 51, n. 8, p.1-8, 2019. doi: 10.1111/and.13328
3 - DIAS, F. C. R. et al. Hydroalcoholic extract of Pfaffia glomerata alters the organization of the seminiferous tubules by modulating the oxidative state and the microstructural reorganization of the mice testes. J Ethnopharmacol, v. 233, p.179-189, 2019. doi: 10.1016/j.jep.2018.12.047
4 - FREITAS, C. S. et al. Involvement of glutamate and cytokine pathways on antinociceptive effect of Pfaffia glomerata in mice. J Ethnopharmacol, v. 122, n. 3, p.468-472, 2009. doi: 10.1016/j.jep.2009.01.033
5 - ALMEIDA, I. V. et al. In vivo antimutagenic activity of the medicinal plants Pfaffia glomerata (Brazilian ginseng) and Ginkgo biloba. Genet Mol Res, v. 16, n. 3, p.1-11, 2017. doi: 10.4238/gmr16039785
6 - MATTA, A. P. L. F. et al. Deleterious effects of Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen hydroalcoholic extract on the seminiferous epithelium of adult Balb/c mice. Int J Exp Pathol, v. 101, n. 5, p.183-191, 2020. doi: 10.1111/iep.12363
7 - FERNANDES, N. F. et al. Supplementation with Pfaffia glomerata (Sprengel) Pedersen does not affect androgenic-anabolic parameters in male rats. J Ethnopharmacol, v. 161, p.46-52, 2015. doi: 10.1016/j.jep.2014.11.049
8 - NETO, A. G. et al. Analgesic and anti-inflammatory activity of a crude root extract of Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen. J Ethnopharmacol, v. 96, n. 1-2, p.87-91, 2005. doi: 10.1016/j.jep.2004.08.035
9 - MARQUES, L. C. et al. Psychopharmacological assessment of Pfaffia glomerata roots (extract BNT-08) in rodents. Phytother Res, v. 18, n. 7, p.566-572, 2004. doi: 10.1002/ptr.1500
10 - DE-PARIS, F. et al. Psychopharmacological screening of Pfaffia glomerata Spreng. (Amarathanceae) in rodents. J Ethnopharmacol, v. 73, n. 1-2, p.261-269, 2000. doi: 10.1016/s0378-8741(00)00329-9
11 - FREITAS, C. S. et al. Involvement of nitric oxide in the gastroprotective effects of an aqueous extract of Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen, Amaranthaceae, in rats. Life Sci, v. 74, n. 9, p.1167-1179, 2004. doi: 10.1016/j.lfs.2003.08.003
12 - NETO, A. G. et al. Evaluation of the trypanocidal and leishmanicidal in vitro activity of the crude hydroalcoholic extract of Pfaffia glomerata (Amarathanceae) roots. Phytomedicine, v. 11, n. 7-8, p.662-665, 2004. doi: 10.1016/j.phymed.2003.06.005
13 - TEIXEIRA, C. G. L. et al. Involvement of the nitric oxide/soluble guanylate cyclase pathway in the anti-oedematogenic action of Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen in mice. J Pharm Pharmacol, v. 58, n. 5, p.667-675, 2006. doi: 10.1211/jpp.58.5.0012
14 - DE QUEIROZ, A. C. et al. Antileishmanial activity of medicinal plants used in endemic areas in northeastern Brazil. Evid Based Complement Alternat Med, p.1-9, 2014. doi: 10.1155/2014/478290
15 - DIAS, F. C. R. et al. Exposure to Pfaffia glomerata causes oxidative stress and triggers hepatic changes. Braz J Biol, p.1-11, 2023. doi: 10.1590/1519-6984.271425

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Raiz seca

100 g

Raiz fresca

200 g

* Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de raiz seca, pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar. 

Alcoolatura: pesar 200 g de raiz fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Principais indicações

Estados de convalescença e sintomas decorrentes do estresse. 

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Fase A: (infusos/decoctos)

 

Água destilada

1000 mL

Erythrina mulungu (entrecasca seca)

5 g

Lippia alba (folha e flor seca)

10 g

Melissa officinalis (folha seca)

10 g

Mentha spicata (parte aérea seca)

7,5 g

Ocimum gratissimum (folha e flor seca)

5 g

Fase B: (alcoolaturas)

 

Aloysia polystachya (folha)

150 mL

Erythrina mulungu (entrecasca)

15 mL

Hymenaea courbaril (entrecasca)

10 mL

Lactuca sativa (raiz e talo)

5 mL

Lavandula officinalis (folha)

10 mL

Lippia alba– variedade maior (folha e flor)

10 mL

Melissa officinalis (folha)

5 mL

Mentha spicata (parte aérea)

3,75 mL

Ocimum gratissimum (folha e flor)

2,5 mL

Passiflora alata (folha)

15 mL

Pfaffia glomerata (raiz)

15 mL

Nipagin® 0,2%

2 g

 
Modo de preparo

Fase A: colocar as entrecascas em água fervente e deixar ferver por 5 minutos aproximadamente; em seguida colocar folhas e flores secas e pesadas, após levantar fervura, desligar o fogo, deixando em infusão por no mínimo 2 horas. 

Fase B: filtrar em papel de filtro, na temperatura de 50°C, adicionar as alcoolaturas e o conservante (Nipagin®) diluído em q.s. álcool etílico 98°GL. Deixar esfriar, envasar em frascos de vidro âmbar esterilizados e etiqueta
Principais indicações

Ansiedade e depressão.

Posologia

Uso oral: tomar 1 colher de chá ou sobremesa, 2 a 3 vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componente

Número da cápsula e quantidade

Pfaffia glomerata (droga vegetal)

N° 0 (300 a 330 mg)

Q.s.p

1 cápsula

 
Modo de preparo

Pulverizar a droga vegetal e encapsular.

Principais indicações

Estados de convalescença e sintomas decorrentes do estresse. 

Posologia

Uso oral: tomar 1 cápsula, 1 ou 2 vezes ao dia.

Farmácia da Natureza
[ 4 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Raiz seca fragmentada

0,9 a 1,1 g ou uma colher de café rasa

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por decocção, por 5 minutos.

Principais indicações

Estados de convalescença e sintomas decorrentes do estresse.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia, preferencialmente antes das 18 horas. 

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 218-220.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 331-332.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 400-401.
4 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 141-142.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 8 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Alcaloides

Carboidratos

frutose.

Cumarinas

Esteroides

rubrosterona, campesterol, estigmasterol, β-sisterol, ∆-7-estigmastenol e ∆-7-espinasterol.

Fitoecdisteroides

20-hidroxiecdisona, pfaffiaglicosídeos C, D e E.

Flavonoides

quercetina e caempferol.

Minerais

P, Ca e K.

Mucilagens

Outras substâncias

ácido pfáfico, ácido glucônico, alantoína e β-glicopiranosil oleanolato.

Saponinas triterpênicas

Taninos

Triterpenoides

ácido glomérico, ácido pfaméico e ácido oleanólico.

Triterpenos

oleanano, noroleanano, pfaffianol A, pfaffiaglicosídeos A e B.

Vitaminas

A, B, C, D, E e F.

Referências bibliográficas

1 - DIAS, F. C. R. et al. Hydroalcoholic extract of Pfaffia glomerata alters the organization of the seminiferous tubules by modulating the oxidative state and the microstructural reorganization of the mice testes. J Ethnopharmacol, v. 233, p.179-189, 2019. doi: 10.1016/j.jep.2018.12.047
2 - CALEFFI, E. R. et al. Isolation and prebiotic activity of inulin-type fructan extracted from Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen roots. Int J Biol Macromol, v. 80, p.392-399, 2015. doi: 10.1016/j.ijbiomac.2015.06.053
3 - LIAN, L. et al. Two new triterpenes from the roots of Pfaffia glomerata. J Asian Nat Prod Res, v. 21, n. 5, p.442-448, 2019. doi: 10.1080/10286020.2018.1446949
4 - SILVA, M. L. A. E. et al. In vitro activities of Pfaffia glomerata root extract, its hydrolyzed fractions and pfaffic acid against Trypanosoma cruzi trypomastigotes. Chem Biodivers, v. 14, n. 1, p.1-16, 2017. doi: 10.1002/cbdv.201600175
5 - FELIPE, D. F. et al. Phytochemical analysis of Pfaffia glomerata inflorescences by LC-ESI-MS/MS. Molecules, v. 19, n. 10, p.15720-15734, 2014. doi: 10.3390/molecules191015720
6 - NAKAMURA, S. et al. Brazilian natural medicines. IV. New noroleanane-type triterpene and ecdysterone-type sterol glycosides and melanogenesis inhibitors from the roots of Pfaffia glomerata. Chem Pharm Bull (Tokyo), v. 58, n. 5, p.690-695, 2010. doi: 10.1248/cpb.58.690
7 - HAN, Y. Z. et al. Three new noroleanane-type triterpenes from the roots of Pfaffia glomerata. J Asian Nat Prod Res, v. 20, n. 5, p.460-466, 2018. doi: 10.1080/10286020.2017.1343820
8 - TESKE, M. & TRENTINI, A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001, p. 130.

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Sistema de Farmacovigilância de Plantas Medicinais
Ano de Publicação: 2009
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Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. O uso contínuo não deve ultrapassar 2 meses, podendo repetir o tratamento, se necessário, após intervalo de 15 dias[1,2].

Contraindicações: 

em gestantes, lactantes, asmáticos, mulheres com irregularidade menstrual (potencialmente estrogênica), pessoas com distúrbios de coagulação sanguínea, e no período agudo da trombose coronária e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol). Uso com cautela em pacientes hipertensos[1,4,5].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

pode elevar a pressão arterial. Se administrada no período noturno, pode causar insônia. Altas doses podem provocar nervosismo, hipertensão, erupção na pele, diarreia e insônia. Pessoas expostas a alta concentração do pó de fáfia podem apresentar problemas respiratórios, como asma[1,2,3,4,5].

Interações medicamentosas: 

pode interagir com corticosteroides, hipoglicemiantes, estimulantes, fenelzina, anticoagulantes, cardiotônicos, anti-hipertensivos, sedativos e indutores de sono. Não associar com sais de ferro[1,2,3,4,5].

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 220.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 142.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 12.
4 - LOPES, S. B. Pfaffia spp. (ginseng-brasileiro). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 672-673.
5 - TESKE, M. & TRENTINI, A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001, p. 131.

Propagação: 

por estacas (ramos) ou sementes (não apresentam dormência). A propagação por estacas é mais prática, e consiste no corte de ramos de plantas adultas, localizados na parte basal. A estaca deve conter 3 gemas (nós), sendo que duas gemas devem ser introduzidas em sacos plásticos (10x22 cm), contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1), e uma gema deve permanecer fora do substrato, preferencialmente, com um par de folhas cortadas ao meio. Transferir as estacas para viveiro (sombrite 50%) onde permanecerão por 60 dias. Posteriormente, as mudas devem ser transplantadas para local definitivo (pleno sol), no final do inverno ou início da primavera, em covas de 20x20 cm, contendo 1 kg de esterco, com espaçamento de 0,5 m entre plantas e 1 m entre linhas. O mais adequado é fazer o plantio em leiras ou valas contendo solo arenoso adubado com matéria orgânica, pois favorece o desenvolvimento das raízes e a colheita. A propagação por sementes inicia-se com a semeadura em sementeiras contendo solo e areia (1:1). Quando as plântulas (60% de germinação) atingirem, aproximadamente, 5 centímetros de altura, devem ser transferidas para sacos plásticos contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1) e permanecerem em viveiro por 60 dias. Após este período realizar o plantio em local definitivo como descrito anteriormente. Técnicas de micropropação para P. glomerata tem sido desenvolvidas com êxito, bem como a propagação através de propágulos obtidos do colo da planta [ 1 , 2 , 3 , 4 ] .

Tratos culturais & Manejo: 

quando o plantio não for realizado nos meses de dezembro e janeiro, é necessário a irrigação nos primeiros 30 dias. Em períodos de estiagem longos faz-se necessária a irrigação e a capina para o controle de ervas invasoras [ 2 , 3 ] .

Colheita: 

a colheita das sementes é realizada a partir de ramos contendo frutos maduros. Separar as sementes manualmente, com auxilio de uma peneira, procedimento este lento e minucioso. Após pesar e acondicionar as sementes em temperatura ambiente, em frasco previamente etiquetado. As raízes devem ser colhidas 1 ano após o plantio, no final do outono e início do inverno. Neste período observa-se maior produtividade do sistema radical, enquanto que, após 207 dias do plantio ocorre diminuição na massa das raízes, pois esta espécie entra no estágio reprodutivo. A colheita pode ser realizada com subsolador ou de forma manual com enxadão. Segundo a sabedoria popular a colheita do sistema radicular das plantas deve ser realizada na lua minguante e em estações do ano com menor índice pluviométrico [ 1 , 2 , 3 , 4 ] .

Pós-colheita: 

as raízes devem ser lavadas com máquinas de alta pressão ou com água corrente com auxílio de escova de cerdas macias (pequenas quantidades), para retirada do excesso de solo. Posteriormente, devem ser estendidas em telado por 2 horas, para reduzir o excesso de umidade, fatiadas e transferidas para estufa com ar circulante a temperatura de 40°C/36 horas. A droga vegetal pode ser armazenada por 1 ano, enquanto que a droga vegetal pulverizada em moinho de faca (até granulometria de 40 mesh), utilizada para a preparação do fitoterápico, deve ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada por período máximo de 3 meses [ 2 , 3 ] .

Problemas & Soluções: 

durante o inverno, perde as folhas, paralisa o crescimento e a produção de raízes. Pode ser acometida por fungos (Uromyces platensis), vírus (mosaico da Pfaffia), nematoides (gênero Meloidogyne) e insetos (Lyriomyza spp.) [ 2 , 3 , 4 ] .

Referências bibliográficas

1 - LOPES, S. B. Pfaffia spp. (ginseng-brasileiro). In: CORADIN, L. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o futuro: Região Sul. Brasília, DF: MMA, 2011. p. 673.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 177-179.
3 - CORRÊA-JÚNIOR, C. et al. Pfaffia glomerata (ginseng-brasileiro). In: VIEIRA, R. F. V. et al. (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste. Brasília, DF: MMA, 2016. p. 848-853.
4 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 7-8.

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