Tanacetum vulgare L.

Catinga-de-mulata, tanaceto, erva-dos-vermes, anil-bravo.

Família 
Informações gerais 

Nativa da Europa, ocorre também na Ásia, Estados Unidos e África do Norte. Cultivada no Brasil, especialmente no Sul do país como ornamental. Suas principais indicações são: antidispéptica, anti-helmíntica, emenagoga, orexígena, antiespasmódica, carminativa, analgésica, anti-inflamatória, antiagregante plaquetária, reguladora menstrual, hipoglicemiante, antimicrobiana, antiviral, repelente, colerética, antiulcerogênica, diurética e vasorelaxante[1,2,3,4,5,6].

Referências informações gerais
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 162.
2 - BARNES, J. et al. Herbal Medicines. 3 ed. London: Pharmaceutical Press, 2007, p. 572-573.
3 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 234.
4 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 233-236.
5 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 754-755.
6 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 240-244.
Descrição da espécie 

Subarbusto, perene, ereto, glabro, muito aromático, entouceirado, pouco ramificado, com 0,7 a 1,2 m de altura, rizomatoso; raiz oblíqua e ramificada; folhas alternas, simples ou duplas, pinatífidas, finas, longas, ovais, emarginadas, glabras, com cerca de 30 cm de comprimento x 12 cm de largura, de cor verde intensa; flores compostas, de cor amarela, dispostas em inflorescências em capítulos corimbiformes terminais; frutos em aquênios[1,2,3,4,].

Referências descrição da espécie
1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 162.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 233.
3 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 754.
4 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 240.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
Catinga-de-mulata Brasil Cápitulos florais

Digestiva.

 Infusão: adoçar com mel. 

-

Não deve ser indicada para gestantes.

[ 1 ]
Catinga-de-mulata Brasil Cápitulos florais

No tratamento de dor de dente.

Chá.

Na forma de bochecho.

Não deve ser indicada para gestantes.

[ 1 ]
Catinga-de-mulata Brasil Cápitulos florais

No tratamento de dor de dente.

Chá.

Na forma de bochecho.

Não deve ser indicada para gestantes.

[ 1 ]
Catinga-de-mulata Brasil Cápitulos florais

Vermífuga (em crianças).

-

Supositório.

Não deve ser indicada para gestantes.

[ 1 ]
Catinga-de-mulata Brasil Flor

No tratamento da sarna.

Chá ou loção.

Na forma de banhos.

Não deve ser indicada para gestantes.

[ 1 ]
Pluma amarga Ceará (Nordeste, Brasil) Folha

Emenagoga, antiespasmódica e carminativa.

Infusão.

Uso oral.

-

[ 2 ]
Tanaceto Brasil Capítulo floral e caule

Anti-helmíntica.

Infusão: 1 a 2 colheres (de sopa) da droga vegetal rasurada em ½ L de água. Tampar e deixar em repouso por 20 minutos e coar.

Tomar o preparado dividido em 3 vezes ao dia/4 dias. Fazer a infusão diariamente (4 dias).

Não deve ser indicada para pacientes epilépticos, gestantes e lactantes. O uso excessivo pode provocar vômito, desconforto abdominal, convulsão e até o coma. Reações alérgicas, como a dermatite de contato também são relatadas. Muita cautela ao associar com medicamentos antienxaquecosos e anticonvulsivantes.

[ 3 ]
Tanaceto e erva dos vermes Brasil Folha

Anti-inflamatória e anti-helmíntica.

-

-

-

[ 4 ]

Referências bibliográficas

1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 162.
2 - MATOS, F. J. A. O formulário fitoterápico do professor Dias da Rocha: Informações sobre o emprego na medicina caseira, de plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2 ed. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 198.
3 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 234.
4 - HOLETZ, F. B. et al. Screening of some plants used in the Brazilian folk medicine for the treatment of infectious diseases. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 97, n. 7, p.1027-1031, 2002. doi: 10.1590/s0074-02762002000700017

Anti-inflamatória e Cicatrizante

Anti-inflamatória e Cicatrizante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: 30 g do material vegetal (pó) em 300 mL de clorofórmio, resíduo em metanol/água (80:20). Outras espécies em estudo: Tanacetum argenteum subsp. argenteum, T. heterotomum e T. densum subsp. sivasicum.

In vivo:

Em ratos Sprague-Dawley e camundongos Swiss portadores de incisões lineares e circulares dorsais, tratados com os extratos vegetais, com posterior análise de contração da ferida e parâmetros histopatológicos; e aumento da permeabilidade vascular induzida por ácido acético (método de Whittle).

Os extratos de clorofórmio das espécies do gênero Tanacetum apresentam atividades cicatrizante e anti-inflamatória promissoras.

[ 13 ]

Antibacteriana e Anti-inflamatória

Antibacteriana e Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Óleo essencial: material vegetal (fresco), por hidrodestilação. Rendimento: 0,23% (p/p).

In vitro:

Em cultura de macrófagos murinos (RAW 264.7) incubados com o óleo vegetal, estimuladas com LPS, com posterior análise dos níveis de óxido nítrico (reação de Griess).

Em cultura de fibroblastos da pele de humanos (WS1) incubados com o óleo vegetal e hidroperóxido de terc-butila, com posterior análise da atividade antioxidante (ensaio DCFH-DA).

Em culturas de Escherichia coli e Staphylococcus aureus incubadas com o óleo vegetal, com posterior análise da atividade antibacteriana (ensaio hidrofóbico).

Em culturas humanas de fibroblastos da pele (WS1), queratinócitos (HaCaT), células de carcinoma de pulmão (A-549) e adenocarcinoma de cólon (DLD-1) incubadas com o óleo vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (teste de redução da resazurina).

 

O óleo essencial de T. vulgare apresenta atividade anti-inflamatória, antioxidante, antibacteriana e citotóxica (principalmente para WS1).

[ 2 ]

Antifúngica

Antifúngica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: 10 g do material vegetal (pó) em 100 mL de acetato de etila.

In vitro:

Em cultura de Candida albicans submetida ao ensaio de disco-difusão em ágar, para determinar o halo de inibição, em associação ou não com hidróxido de cálcio, clorexidina, hipoclorito de sódio e dimetilformamida.

Em suspensão do pó de dentina misturada e incubada com o extrato vegetal e C. albicans, com posterior análise do crescimento fúngico (disco-difusão), em associação ou não com hidróxido de cálcio, clorexidina, hipoclorito de sódio e dimetilformamida.

Em linfócitos isolados do sangue de humanos saudáveis incubados com o extrato vegetal, com posterior análise de genotoxicidade.

 

O extrato de T. vulgare apresenta atividade antifúngica, principalmente, quando associado à clorexidina, além da ausência de genotoxicidade.

[ 3 ]
Parte aérea e raiz

Extrato: material vegetal (seco) em metanol. Frações: éter de petróleo, clorofórmio, acetato de etila, butanol e água.

Extrato: 1 kg do material vegetal (raiz seca) em 7,5 L de metanol. Rendimento: 132 g.

In vitro:

Em suspensão viral de HSV-1 ou HSV-2 incubadas com os extratos e frações vegetais, com posterior análise da ação virucida.

Em cultura de células Vero incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise de citotoxicidade (MTT); e infectadas com vírus HSV-1 ou HSV-2 e pré-incubadas com os extratos e frações vegetais para avaliar o efeito citopático.

Em culturas de células Vero infectadas com vírus HSV-1 ou HSV-2, pré, simultâneo ou pós-tratadas com os extratos e frações vegetais, com posterior análise da inibição e adsorção viral.

 

As frações de éter de petróleo e acetato de etila apresentam atividade antifúngica mais potente, para HSV-1 e HSV-2, respectivamente, além de baixa citotoxicidade.

[ 10 ]

Antimicrobiana

Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Óleo essencial: 200 g do material vegetal, por hidrodestilação. Rendimento: 0,67%. Concentrações para ensaio: 0,0002 a 25,00 mg/mL. Outras espécies em estudo: Salvia officinalis, Artemisia absinthium e Thuja occidentalis.

In vitro:

Em culturas de Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Enterobacter aerogenes, Sarcina lutea, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e Candida albicans submetidos ao teste de microdiluição em ágar para determinar a concentração inibitória mínima (CIM).

 

O óleo essencial de T. vulgare apresenta atividade antimicrobiana mais potente.

[ 6 ]

Antioxidante

Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Inflorescência e semente

Extrato: decocção, infusão ou tintura de 2,5 g do material vegetal (pó) em 50 mL de água ou etanol a 70% (extração assistida por micro-ondas). Outras espécies em estudo: Urtica dioica, Silene vulgaris e Rosa canina.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através dos ensaios: DPPH, ABTS, FRAP e CUPRAC.

 

Os extratos vegetais apresentam atividade antioxidante, principalmente, a partir das extrações por decocção e assistida por micro-ondas.

[ 14 ]
Folha

Extrato: 2 g do material vegetal (pó) em 20 mL de etanol a 50% (extração assistida por ultrassom). Concentrações para ensaio: 125 a 1000 µg/mL. Outras espécies em estudo: Achillea millefolium e Solidago gigantea.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante através da eliminação do radical DPPH e redução do íon férrico (FRAP).

 

Os extratos vegetais apresentam atividade antioxidante promissora.

[ 15 ]

Antiparasitária (esquistossomose)

Antiparasitária (esquistossomose)
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: maceração de 229 g do material vegetal (pó) em etanol/água (8:2 v/v). Rendimento: 5,3 g. Óleo essencial: material vegetal (fresco), por hidrodestilação. Rendimento: 0,05% (p/p). Concentrações para ensaio: 10 a 200 µg/mL.

In vitro:

Em cultura de Schistosoma mansoni incubadas com o extrato e óleo vegetais, com posterior análise da atividade motora, alterações tegumentares, mudanças no pareamento e sobrevivência do parasita (microscopia invertida e estereomicroscópio).

Em cultura de vermes adultos de S. mansoni incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da viabilidade celular (MTT).

 

O extrato hidroalcoólico de T. vulgare apresenta atividade esquistossomicida mais potente, principalmente na concentração de 200 µg/mL.

[ 9 ]

Antitumoral

Antitumoral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea, raiz e inflorescência

Extrato: 1 g do material vegetal (pó) em 35 mL de metanol a 70%. Concentrações para ensaio: 0,04 a 1,0 mg/mL. Outras plantas em estudo: Arctium lappa, Artemisia absinthium, Centaurea cyanus, Calendula officinalis e Tragopogon pratensis.

In vitro:

Em células leucêmicas humanas (J-45.01) incubadas com os extratos vegetais, com posterior análise de viabilidade celular (Azul tripano), apoptose (anexina V) e morfologia celular (microscópio de luz e fluorescência).

 

O extrato metanólico, a partir das inflorescências, de T. vulgare apresenta atividade antileucêmica mais potente (CI50 = 0,20 mg/mL).

[ 16 ]

Antiviral

Antiviral
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico.

In vitro:

Determinar a atividade antioxidante total através do nível de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS).

Em cultura de células epiteliais humanas tipo 2 (Hep-2) isoladas de carcinoma laríngeo, células de rim bovino (MDBK) e canino (MDCK) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (CC50).

Em culturas virais de coxsackieviris B1 (CVB1), influenza A (H3N2) e herpes simplex tipo 1 (HSV-1) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise ensaio virucida.

Em cultura de células MDBK pré-tratadas com o extrato vegetal, inoculadas com vírus HSV-1, com posterior análise absorção e replicação viral.

 

O extrato de T. vulgare apresenta atividade antiviral, principalmente para HSV-1, além de baixa citotoxicidade para Hep-2 e MDBK.

[ 1 ]
Parte aérea

Extrato: maceração de 554,63 g do material vegetal (seco) em etanol/água (9:1). Rendimento: 67,14 g (hidrossolúvel). Fração (resíduo): acetato de etila. Rendimento: 67,18 g.

In vitro:

Em cultura de células Vero incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (corante sulforodamina B); e infectadas com vírus HSV-1 para avaliar a concentração efetiva média (CE50).

 

O extrato hidroalcoólico e a fração de acetato de etila apresentam atividade antiviral, com CE50 = 55 e 40 µg/mL, respectivamente.

[ 8 ]
Rizoma

Extrato: material vegetal (seco) em metanol. Frações: éter de petróleo, acetato de etila e água. Rendimentos: 1,23, 0,69 e 9,35 g, respectivamente.

In vitro:

Em cultura de células Vero incubadas com o extrato e frações vegetais, infectadas ou não com vírus HSV-1, com posterior análise de citotoxicidade (CC50), redução da lise celular induzida pelo vírus (CE50) e índice de seletividade (SI).

Em suspensão viral de HSV-1 ou HSV-2 incubadas com a fração de éter de petróleo, com posterior análise da ação virucida.

Em culturas de células Vero infectadas com vírus HSV-1 ou HSV-2, pré, simultâneo ou pós-tratadas com fração de éter de petróleo, com posterior análise da inibição, adsorção, penetração, expressão de genes e proteínas virais.

 

A fração de éter de petróleo apresenta atividade antiviral mais potente, pois inibe a penetração e a expressão de genes e proteínas virais.

[ 11 ]

Diurética

Diurética
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: decocção de 50 g do material vegetal (pó) em 500 mL de água. Rendimento: 13,5% (p/p). Dose para ensaio: 100 mg/kg. Outra espécie em estudo: Carum carvi.

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com os extratos vegetais (agudo e crônico), com posterior análise de parâmetros bioquímicos plasmáticos e urinários (sódio, potássico e creatinina) e quantificação da excreção urinária.

Os extratos de T. vulgare e C. carvi apresentam atividade diurética, semelhante aos tiazídicos e a furosemida, respectivamente, além da ausência de toxicidade na dose em estudo.

[ 5 ]

Neuroprotetora

Neuroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato etanólico: associado com Rosa canina e Urtica dioica.

In vivo:

Em ratos Wistar portadores da doença de Alzheimer induzido por administração intracerebroventricular de estreptozotocina, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de aprendizagem e memória através do teste do labirinto aquático de Morris e expressão de Syp, Psen1, Mapk3, Map2 e TNF-α no hipocampo (RT-PCR).

O extrato contendo T. vulgare, R. canina e U. dioica apresenta atividade neuroprotetora, pois aumenta a expressão de Syp, e reduz a de Psen1, melhorando assim, o aprendizado espacial e a memória.

[ 7 ]

Vasorelaxante

Vasorelaxante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Planta toda

Extrato: decocção de 50 g do material vegetal (pó) em 500 mL de água. Rendimento: 13,5% (p/p). Concentrações para ensaio: 50 a 800 µg/mL.

In vitro:

Em anéis da aorta isolados de ratos Wistar, com ou sem endotélio, incubados com o extrato vegetal, noradrenalina, acetilcolina, cloreto de potássio e N-nitro-I-arginina, com posterior análise da contratilidade vascular.

 

O extrato de T. vulgare apresenta atividade vasorelaxante, mediada pelo óxido nítrico e dependente do endotélio.

[ 12 ]
Ensaios toxicológicos

Citotoxicidade

Citotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 2 g do material vegetal (pó) em 20 mL de etanol a 50% (extração assistida por ultrassom). Concentrações para ensaio: 125 a 1000 µg/mL. Outras espécies em estudo: Achillea millefolium e Solidago gigantea.

In vitro:

Em cultura de células epiteliais intestinais suínas (IPEC-1) incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da proliferação celular (sistema xCELLigence) e citotoxicidade (MTS).

 

Os extratos de T. vulgare e A. millefolium apresentam efeito citotóxico potente.

[ 15 ]

Letalidade e Neurotoxicidade

Letalidade e Neurotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Óleo essencial: 200 g do material vegetal, por hidrodestilação. Rendimento: 0,67%. Concentrações para ensaio (in vitro): 5 a 50 µg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 10 a 50 mg/kg. Outras espécies em estudo: Salvia officinalis, Artemisia absinthium e Thuja occidentalis.

In vitro:

Determinar a toxicidade aguda (letalidade) através do bioensaio em Artemia salina.

 

In vivo:

Em ratos Wistar tratados com os óleos vegetais, submetidos aos testes de campo aberto, claro/escuro e sono induzido por diazepan.

O óleo essencial de T. vulgare apresenta letalidade e neurotoxicidade (alterações comportamentais).

[ 6 ]

Toxicidade aguda

Toxicidade aguda
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Inflorescência

Óleo essencial: por hidrodestilação. Doses para ensaio: 5 a 50 g/kg (oral) e 1 a 2 g/kg (intraperitoneal).

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos ao teste de toxicidade aguda (oral e intraperitoneal).

O óleo essencial de T. vulgare não apresenta sinais de toxicidade significativos, com DL50(intraperitoneal) = 14,9 g/kg.

[ 17 ]

Toxicidade aguda e crônica

Toxicidade aguda e crônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato: 50 g do material vegetal (pó) em 500 mL de água. Rendimento: 13,5% (p/p). Doses para ensaio: 0 a 13 g/kg; 100 a 600 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos saudáveis (IOPS OFA) submetidos ao teste de toxicidade aguda.

Em ratos Wistar submetidos ao teste de toxicidade crônica.

O extrato de T. vulgare apresenta DL50 = 9,9 g/kg e 2,8 g/kg, via oral e intraperitoneal, respectivamente (uso agudo), além de alterar os níveis glicêmicos (uso crônico).

[ 4 ]

Referências bibliográficas

1 - VILHELMOVA, N. et al. Antiviral, cytotoxic and antioxidant effects of Tanacetum vulgare L. crude extract in vitro. Folia Med (Plovdiv), v. 62, n. 1, p.172-179, 2020. doi: 10.3897/folmed.62.e49370
2 - COTÉ, H. et al. Anti-Inflammatory, antioxidant, antibiotic, and cytotoxic activities of Tanacetum vulgare L. essential oil and its constituents. Medicines (Basel), v. 4, n. 2, p.1-9, 2017. doi: 10.3390/medicines4020034
3 - KAMERI, A. et al. Antifungal and synergistic effects of the ethyl acetate extract of Tanacetum vulgare (L.) against Candida albicans. Med Sci Monit Basic Res, v. 25, p.179-186, 2019. doi: 10.12659/MSMBR.917394
4 - LAHLOU, S. et al. Acute and chronic toxicity of a lyophilised aqueous extract of Tanacetum vulgare leaves in rodents. J Ethnopharmacol, v. 117, n. 2, p.221-227, 2008. doi: 10.1016/j.jep.2008.01.024
5 - LAHLOU, S. et al. Diuretic activity of the aqueous extracts of Carum carvi and Tanacetum vulgare in normal rats. J Ethnopharmacol, v. 110, n. 3, p.458-463, 2007. doi: 10.1016/j.jep.2006.10.005
6 - RADULOVIĆ, N. S. et al. Toxic essential oils. Part V: behaviour modulating and toxic properties of thujones and thujone-containing essential oils of Salvia officinalis L., Artemisia absinthium L., Thuja occidentalis L. and Tanacetum vulgare L. Food Chem Toxicol, v. 105, p.355-369, 2017. doi: 10.1016/j.fct.2017.04.044
7 - DANESHMAND, P. et al. Neuroprotective effects of herbal extract (Rosa canina, Tanacetum vulgare and Urtica dioica) on rat model of sporadic Alzheimer's Disease. Avicenna J Med Biotechnol, v. 8, n. 3, p.120-125, 2016.
8 - ONOZATO, T. et al. Tanacetum vulgare: antiherpes virus activity of crude extract and the purified compound parthenolide. Phytother Res, v. 23, n. 6, p.791-796, 2009. doi: 10.1002/ptr.2638
9 - GODINHO, L. S. et al. Anthelmintic activity of crude extract and essential oil of Tanacetum vulgare (Asteraceae) against adult worms of Schistosoma mansoni. ScientificWorldJournal, p.1-9, 2014. doi: 10.1155/2014/460342
10 - ALVAREZ, A. L. et al. In vitro anti HSV-1 and HSV-2 activity of Tanacetum vulgare extracts and isolated compounds: an approach to their mechanisms of action. Phytother Res, v. 25, n. 2, p.296-301, 2011. doi: 10.1002/ptr.3382
11 - ÁLVAREZ, A. L. et al. A spiroketal-enol ether derivative from Tanacetum vulgare selectively inhibits HSV-1 and HSV-2 glycoprotein accumulation in Vero cells. Antiviral Res, v. 119, p.8-18, 2015. doi: 10.1016/j.antiviral.2015.04.004
12 - LAHLOU, S. et al. Vascular effects of Tanacetum vulgare L. leaf extract: in vitro pharmacological study. J Ethnopharmacol, v. 120, n. 1, p.98-102, 2008. doi: 10.1016/j.jep.2008.07.041
13 - ÖZBILGIN, S. et al. In vivo activity assessment of some Tanacetum species used as traditional wound healer along with identification of the phytochemical profile by a new validated HPLC method. Iran J Basic Med Sci, v. 21, n. 2, p.145-152, 2018. doi: 10.22038/IJBMS.2018.24258.6055
14 - MIHAYLOVA, D. et al. Analysis of the GC-MS of volatile compounds and the phytochemical profile and antioxidant activities of some Bulgarian medicinal plants. Z Naturforsch C J Biosci, v. 74, n. 1-2, p.45-54, 2018. doi: 10.1515/znc-2018-0122
15 - SOWA, P. et al. Analysis of cytotoxicity of selected Asteraceae plant extracts in real time, their antioxidant properties and polyphenolic profile. Molecules, v. 25, n. 23, p.1-14, 2020. doi: 10.3390/molecules25235517
16 - WEGIERA, M. et al. Cytotoxic effect of some medicinal plants from Asteraceae family on J-45.01 leukemic cell line-pilot study. Acta Pol Pharm, v. 69, n. 2, p.263-268, 2012.
17 - KARCHEVA-BAHCHEVANSKA, D. et al. A study of the chemical composition, antioxidant potential, and acute toxicity of Bulgarian Tanacetum vulgare L. essential oil. Molecules, v. 28, n. 16, p.1-10, 2023. doi: 10.3390/molecules28166155

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Folha e flor seca

100 g

Folha e flor fresca

200 g

                                                                   *Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de folha e flor seca pulverizada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura: pesar 200 g de folha e flor fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Afecções ginecológicas em geral, climatério, eczemas e herpes simples.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Folha e flor secas rasuradas

0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá caseira cheia

Água q.s.p.

150 mL

Modo de preparo

Preparar por infusão, por 5 minutos.

Principais indicações

Afecções ginecológicas em geral, climatério, eczemas e herpes simples.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 278-290.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 186-188.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 8 , 9 , 10 , 11 , 12 , 13 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Ácidos fenólicos

ácido cafeico, ácido clorogênico, ácido p-cumárico, ácido ferúlico e ácido fenólico.

Ácidos orgânicos

ácido oxálico, ácido butírico, ácido cítrico e ácido málico.

Carboidratos

sucrose, glucose e frutose.

Carotenoides

luteína.

Elementos químicos

sódio, potássio, magnésio, cálcio, ferro, fosforo e cobre.

Esteroides

β-sitosterol, campesterol, colesterol e estigmasterol.

Flavonoides

tanetina, caempferol, cosmosiina, apigenina, crinarosídeo, luteolina, quercimetrina, eupatilina, acacetina, hiperosídeo e quercetina.

Hidroxicumarinas

scopoletina.

Lactonas sesquiterpênicas

partenolídeo, arbusculina-A, tanacetina, crispolídeo, tatridinas A e B, tavulina, artemorina, reinosina, armefolina, dentatina A, santamarina e crisantemina.

Mucilagens

Óleos essenciais

α e β-tujona, tanacetina, cânfora, borneol, acetato de bornila, α e β-pineno, 1,8-cineol, umbelona, sabineno, crisanteil, crisantenona, β-cariofileno, pinocarvona, piperitona, γ-terpineno, umbelulona, artemisia cetona, acetato de α-terpinil, davanona, germacreno D, liratol, vulgarol A, vulgaron B, acetato de crisantenila, davanone D, canfeno, verbenol, timol, α-terpineol, tricicleno, artemiseole, mirceno, p-cimeno, limoneno, terpinoleno, pinocanfona, mirtenol, verbenona, nerol, carvona, carvacrol, elemeno, cubebeno, γ-cadineno e nerolidol.

Poliacetilênicos

Poliínos

ditertiofeno e tritertiofeno.

Resinas

Taninos

Triterpenos

α e β-amirina e taraxasterol.

Vitaminas

ácido ascórbico e tocoferol.

Referências bibliográficas

1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 162.
2 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 234.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 235.
4 - BARNES, J. et al. Herbal Medicines. 3 ed. London: Pharmaceutical Press, 2007, p. 572.
5 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 754.
6 - RADULOVIĆ, N. S. et al. Toxic essential oils. Part V: behaviour modulating and toxic properties of thujones and thujone-containing essential oils of Salvia officinalis L., Artemisia absinthium L., Thuja occidentalis L. and Tanacetum vulgare L. Food Chem Toxicol, v. 105, p.355-369, 2017. doi: 10.1016/j.fct.2017.04.044
7 - CHNDLER, R. F. et al. Herbal remedies of the Maritime indians: sterols and triterpenes of Tanacetum vulgare L. (Tansy). Lipids, v. 17, n. 2, p.102-106, 1982. doi: 10.1007/BF02535183
8 - KESKITALO, M. et al. Variation in volatile compounds from tansy (Tanacetum vulgare L.) related to genetic and morphological differences of genotypes. Biochem Syst Ecol, v. 29, n. 3, p.267-285, 2001. doi: 10.1016/s0305-1978(00)00056-9
9 - ROHLOFF, J. et al. Chemotypical variation of tansy (Tanacetum vulgare L.) from 40 different locations in Norway. J Agric Food Chem, v. 52, n. 6, p.1742-1748, 2004. doi: 10.1021/jf0352430
10 - MIHAYLOVA, D. et al. Carotenoids, tocopherols, organic acids, charbohydrate and mineral content in different medicinal plant extracts. Z Naturforsch C J Biosci, v. 73, n. 11-12, p.439-448, 2018. doi: 10.1515/znc-2018-0057
11 - HOLOPAINEN, M. et al. A study on tansy chemotypes. Planta Med, v. 53, n. 3, p.284-287, 1987. doi: 10.1055/s-2006-962707
12 - MIHAYLOVA, D. et al. Analysis of the GC-MS of volatile compounds and the phytochemical profile and antioxidant activities of some Bulgarian medicinal plants. Z Naturforsch C J Biosci, v. 74, n. 1-2, p.45-54, 2018. doi: 10.1515/znc-2018-0122
13 - SOWA, P. et al. Analysis of cytotoxicity of selected Asteraceae plant extracts in real time, their antioxidant properties and polyphenolic profile. Molecules, v. 25, n. 23, p.1-14, 2020. doi: 10.3390/molecules25235517

Advertências: 

suspender o uso se houver alguma reação indesejável. O uso contínuo não deve ultrapassar 20 dias, podendo repetir o tratamento, se necessário, após intervalo de 7 dias[2].

Contraindicações: 

em pacientes com histórico de alergia ou hipersensibilidade a plantas da família Asteraceae, gestantes, lactantes (interfere no sabor do leite, podendo causar rejeição no lactente), epilépticos e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol)[1,2,6,7,8].

Efeitos colaterais e toxicidade: 

a presença de lactonas sesquiterpênicas e poliacetilênicos pode causar dermatite de contato. Em doses elevadas pode provocar alterações da personalidade, e o uso crônico pode provocar vômitos, desconforto abdominal, lesões renais, convulsão e coma. Possui elementos tóxicos como o ácido tanásico e a tanacetona. O óleo essencial com alto teor de tujona (neurotóxica e hepatotóxica) pode provocar vômitos, dor abdominal, gastrite grave, gastroenterite, vermelhidão grave, midríase, pupila fixa, espasmos tônico-clônicos, arritmias cardíacas, sangramento uterino, convulsões, danos renais e hepáticos. [1,3,4,5,6,7].

Interações medicamentosas: 

cautela ao associar com antienxaquecosos e anticonvulsivantes. Associar com Pluchea quitoc (quitoco) nas seguintes patologias: infertilidade, mioma, cistos nos ovários, irregularidade menstrual. Nos casos de cistos e tumores ginecológicos associar Tinospora cordifolia com (guduchi). Para o tratamento dos sintomas da menopausa associar com Cimicifuga racemosa (cimicifuga) e Sassafras officinalis (sassafrás) em diluição D1. Associar com Hamamellis virginiana (hamamélis) e Achillea millefolium (mil-em-rama) nas hemorragias uterinas. Nas displasias mamárias associar com Oenothera biennis (óleo de prímula)[1,7].

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 280.
2 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 187-188.
3 - BARNES, J. et al. Herbal Medicines. 3 ed. London: Pharmaceutical Press, 2007, p. 573.
4 - GARCÍA, E. C.; SOLÍS, I. M. Manual de fitoterapia. 2 ed. Barcelona: Elsevier, 2016, p. 925.
5 - GRUENWALD, J. et al. PDR for Herbal Medicines. Montvale: Economics Company, Inc, 2000, p. 755.
6 - ______. Tanacetum vulgare. Reprotox, 05 de jun. de 2024. Disponível em: <https://reprotox.org/member/agents/24908>. Acesso em: 29 de jul. de 2024.
7 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 234.
8 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 162.

Propagação: 

por sementes ou estacas. A semeadura é realizada em sementeiras, distribuindo as sementes sobre o substrato contendo solo e areia (1:1), em seguida pulveriza uma fina camada de areia sobre as sementes, transferindo a sementeira para um local sombreado. Quando as mudas atingirem, aproximadamente, 5 cm de altura, devem ser transplantadas para sacos plásticos contendo solo, areia e esterco (3:2:1), sendo mantidas em viveiro. Após 2 meses as mudas devem ser transferidas para local definitivo (a pleno sol), em covas de 15x15 cm, com ½ kg de esterco, com espaçamento de 30 cm entre plantas e 30 cm entre linhas. A multiplicação por estacas é realizada cortando os ramos de plantas adultas localizados na parte basal. As estacas devem conter 4 gemas (nós), sendo que 2 devem ser introduzidas em sacos plásticos contendo o substrato solo, areia e esterco (3:2:1) e as outras 2 devem permanecer fora do substrato, preferencialmente, com um par de folhas cortados ao meio. Posteriormente, são transferidas para viveiro (sombrite 50%), permanecendo por 60 dias, e depois deste período são transferidas para local definitivo, sendo plantadas da mesma maneira que as mudas advindas de semente. Esta espécie também pode ser propagada por divisão de touceiras [ 1 , 2 , 3 ] .

Tratos culturais & Manejo: 

a irrigação deve ser realizada em dias alternados. Esta espécie cresce melhor em solos permeáveis, ricos em matéria orgânica e bem drenados. Não se desenvolve em solos encharcados e pouco férteis [ 2 , 3 ] .

Colheita: 

as folhas devem ser colhidas após 6 a 8 meses após o plantio, 15 cm acima do solo, duas vezes ao ano, quando as plantas não estiverem floridas. A sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deva ser realizada na lua cheia. O melhor horário de colheita é após às 10 horas da manhã. A colheita das sementes deve ser realizada a partir dos ramos contendo os frutos maduros, separando as sementes manualmente, com auxílio de uma peneira (malha de 2 mm). Posteriormente, pensam-se e acondicionam as sementes, em temperatura ambiente, em frasco de vidro previamente etiquetado [ 2 , 3 ] .

Pós-colheita: 

o fitoterápico deve ser preparado a partir das folhas frescas ou secas. O processo de secagem consiste em colocar as folhas em estufa com ar circulante a temperatura de 40°C/36 horas. A droga vegetal deve ser armazenada por 6 meses em local distante de outras plantas, devido a impregnação do aroma desta espécie em outras plantas armazenadas. A droga vegetal pode ser moída em moinho de faca (até a granulometria de 40 mesh), devendo ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada por período máximo de 2 meses [ 2 ] .

Problemas & Soluções: 

no inverno esta espécie seca, rebrotando na primavera. Não tolera a concorrência com outras plantas. Suporta geadas, mas não tolera estiagens. O estresse hídrico reduz a concentração de terpenoides nas folhas, concomitantemente, aumenta o nível destes compostos nas raízes. T. vulgare pode ser acometida por larvas de Mamestra brassicae, sendo o quimiotipo tujona promissor para a redução dos efeitos prejudiciais deste herbívoro [ 2 , 3 , 4 ] .

Referências bibliográficas

1 - LORENZI, H. & MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. 3 ed. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2021, p. 162.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 233-235.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 3. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 240-241.
4 - KLEINE, S.; MÜLLER, C. Drought stress and leaf herbivory affect root terpenoid concentrations and growth of Tanacetum vulgare. J Chem Ecol, v. 40, n. 10, p.1115-1125, 2014. doi: 10.1007/s10886-014-0505-2

Parceiros