Nativa da Europa e oeste da Ásia, sendo cultivada na Inglaterra, França, Europa Oriental, Japão e Estados Unidos. Suas principais indicações são: ansiolítica, antiespasmódica, indutora do sono (sedativa), hipnótica, antidepressiva, anticonvulsivante, antimicrobiana, antioxidante, redutora de ondas de calor (menopausa), relaxante, hipotensiva, analgésica e antirreumática[1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26,27,28,29].
Espécie herbácea, perene, com morfologia diversa, atinge de 30 a 150 cm de altura, possui caule, ereto, não ramificado, redondo, sulcado, oco; folhas verde-claras, anexadas aos pares (6 a 10) em ambos os lados do caule, pinuladas, pecioladas (inferiores) ou sésseis (superiores), com 3 a 25 folíolos lineares (imparipinados), lanceolados ou elípticos, inteiros ou dentados; flores hermafroditas, agrupadas em densas cimeiras apicais corimbiformes, pequenas, de coloração branco a rosa pálido, localizadas na extremidade do caule; fruto do tipo aquênio drupáceo, contendo apenas 1 semente de 3 mm; rizomas eretos, robustos, cilíndricos, curtos, de 2 a 4 cm de comprimento e 1 a 2,5 cm de diâmetro, de aparência escamosa, coloração cinza-amarelado ou acastanhado à marrom opaco, com numerosas raízes, cilíndricas, da mesma cor dos rizomas, com cerca de 10 cm de comprimento e 2 a 10 mm de diâmetro, possui raízes secundárias e estolões, quando secas apresentam odor desagradável característico[1,2,3,4,5].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Valerian | Madrid (Espanha) | Raiz | Ansiolítica, calmante, anti-hipertensiva, indutora de sono e no tratamento de distúrbios gastrointestinais. |
Infusão. |
Oral. |
- |
[
1
]
|
Balderjan, palderjaan, palderjan e paltõjan | Setomaa (Estônia) | - | No tratamento de doenças cardiovasculares, digestivas, neurológicas e genitais femininas. |
- |
- |
- |
[
2
]
|
Valeriana | Brasil | Rizoma | Sedativa leve. |
Tintura. |
Tomar 50 a 70 gotas em 1 xícara de água, ao deitar. |
Cautela ao associar com etanol, ansiolíticos, anticonvulsivantes, sedativos, analgésicos opiáceos, anestésicos centrais e dissulfiram. Não utilizar na gravidez e lactação. |
[
3
]
|
Referências bibliográficas
Ação nos receptores de GABA
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato (1:40 p/v): material vegetal (pó) em etanol a 95%. Concentrações para ensaio: 0,1 a 10 mg/mL. |
In vitro: Em membranas corticais de camundongos Swiss, incubadas com [3H]flunitrazepam e extrato vegetal, com posterior análise de ligação do flunitrazepam nas membranas. Em sinaptossomos cerebrais isolados de camundongos Swiss incubados com ácido amino-oxiacético (inibidor da degradação de GABA), [3H]GABA, ácido nipecótico, guvacina e extrato vegetal, com posterior análise da captação de GABA. Em fragmentos do hipocampo isolados do cérebro de ratos Sprague-Dawley, incubados com [3H]GABA, K+, veratridina e extrato vegetal, com posterior análise da ligação de GABA aos fragmentos.
|
O extrato de V. officinalis em concentrações baixas apresenta ação nos receptores de GABA (aumenta a ligação de flunitrazepam), além de interagir na pré-sinapse dos neurônios GABAérgicos inibindo a captação do neurotransmissor. |
[
13
] |
Ansiolítica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato (100 mg/6 mL): material vegetal (pó) em etanol a 50%. Concentração para ensaio: 3 mL/kg. |
In vivo: Em ratas tratadas com o extrato vegetal e submetidas ao teste de labirinto de cruz elevada. |
O extrato de V. officinalis apresenta atividade ansiolítica promissora. |
[
9
] |
Raiz |
Extrato: material vegetal (pó) em água. Concentrações para ensaio: 1, 2,5, 5 e 7 mg/mL. |
In vitro: Em larvas de peixe-zebra (Danio rerio) portadores de ansiedade induzida por exposição a pentilenotetrazol, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros comportamentais na atividade de natação (velocidade e distância) e expressão de genes (c-fos, npas4a, bdnf, ppya, gabra1 e gbrg2).
|
O extrato de V. officinalis apresenta atividade ansiolítica, pois reduz os efeitos do pentilenotetrazol, influenciando, principalmente, os genes c-fos, npas4a e bdnf. |
[
23
] |
Ansiolítica e Sedativa
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato hidroalcoólico. Dose para ensaio: 400 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Swiss portadores de dor neuropática induzida por lesão constritiva crônica, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do registro eletrofisiológico do sono através do implante de eletrodos (eletroencefalograma e eletromiografia), e parâmetros comportamentais através dos testes de alodinia térmica e labirinto em cruz elevado. |
O extrato hidroalcoólico de V. officinalis reduz a alodinia, a ansiedade e melhora a qualidade do sono em casos de dor neuropática. |
[
31
] |
Anti-hemolítica e Hepatoprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Parte aérea |
Extrato: material vegetal (pó) em etanol a 50% (v/v). associação com: Origanum vulgare, Thymus serpyllum, Tussilago farfara e Tilia cordata. Concentrações para ensaio: 5 a 2000 µg/mL. Doses para ensaio: 100 a 400 mg/kg. |
In vitro: Em células de carcinoma hepatocelular humano (HepG2) submetidas ao ensaio da Luciferase, incubadas com os extratos vegetais (associados ou não), com posterior análise da expressão de gene (Western blotting). Em microssomos hepáticos isolados de ratos incubados com os extratos vegetais (associados ou não), com posterior análise da peroxidação lipídica (TBARS) e atividade de SOD; e em eritrócitos com posterior análise da resistência osmótica. In vivo: Em ratos Wistar portadores de hepatotoxicidade aguda e crônica induzida por tetracloreto de carbono, pré-tratados com a associação de extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros histológicos hepáticos e bioquímicos plasmáticos (ALT, AST, ALP e bilirrubina). |
A associação dos extratos de Valeriana officinalis, Origanum vulgare, Thymus serpyllum, Tussilago farfara e Tilia cordata apresenta atividades hepatoprotetora e anti-hemolítica mais potentes, quando comparado aos extratos isoladamente. |
[
25
] |
Anticonvulsivante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato (150 mg/mL): material vegetal (pó) em etanol a 70%. Extrato (100 mg/mL): material vegetal (pó ou fresco) em água. Concentrações para ensaio: 0,001 a 100 mg/mL. |
In vitro: Em peixes Danio rerio (peixe-zebra) portadores de convulsões induzidas por pentilenotetrazol, pré-tratados (por imersão) com os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros comportamentais (salto selvagem, movimento clônico e perda de postura) e interação com fenitoína e clonazepam.
|
O extrato etanólico de V. officinalis apresenta atividade anticonvulsivante mais potente, pois prolonga o período de latência, além de interagir sinergicamente com clonazepam e fenitoína. |
[
2
] |
Antidepressiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato 1: associação de Valeriana officinalis, Melissa officinalis, Crataegus monogyna e Serratula coronata (4:3:3:1). Extrato 2: associação de Valeriana officinalis, Hypericum perforatum e Serratula coronata (4,5:4,5:1). Dose para ensaio: 500 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de estresse crônico leve, tratados com os extratos vegetais e as associações (1 e 2), com posterior análise dos testes de natação forçada e reconhecimento de objetos novos. |
A combinação dos extratos de V. officinalis, H. perforatum e S. coronata apresenta atividade antidepressiva, além de melhorar a memória. |
[
19
] |
Rizoma |
Extrato: 100 g do material vegetal (pó) em etanol a 70%. Doses para ensaio: 50 a 200 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de depressão induzida por sensibilização com ovalbumina, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise dos testes de natação forçada e do campo aberto. |
O extrato de V. officinalis apresenta atividade antidepressiva, principalmente na dose de 200 mg/kg. |
[
32
] |
Antiespasmódica
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato: 100 g do material vegetal (pó) em 600 mL de etanol a 70%. Rendimento: 15%. Extrato: decocção de 100 g do material vegetal (pó) em 1000 mL de etanol a 70%. Rendimento: 17,5%. Concentrações para ensaio: 10 a 80 µg/mL. |
In vitro: Em fragmentos miometriais de mulheres na pré-menopausa incubados com os extratos vegetais, atenolol, indometacina, acetilcolina, adrenalina e histamina, com posterior análise da contratilidade muscular.
|
O extrato hidroalcoólico de V. officinalis apresenta atividade antiespasmódica mais potente, possivelmente por ação antagonista de cálcio. |
[
15
] |
Antiestresse
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato. Dose para ensaio: 100 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos ICR portadores de estresse psicológico induzido por choque elétrico (estresse físico e psicológico), pré-tratados com o extrato vegetal, submetidos ao teste de natação forçada, análise dos níveis plasmáticos de corticosterona, concentrações de serotonina, norepinefrina, e seus respectivos metabólitos ácido 5-hidroxi-indolacético e 3-metoxi-4-hidroxifenilglicol, no hipocampo e amígdala. |
O extrato de V. officinalis suprime as respostas físicas e psicológicas, modulando os níveis de serotonina e norepinefrina. |
[
4
] |
Antioxidante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
- |
Extrato: 100 mg do material vegetal (pó) em 250 mL de diclorometano e metanol (50:50). |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante através do ensaio trolox. Em cultura de nematoides Chaenorhabditis elegans incubados com os extratos vegetais e submetidos aos testes de resistência ao estresse oxidativo (substância fluorogênica (H2DCFDA), osmótico (com NaCl) e choque térmico, e teste de sobrevivência.
|
Neste estudo, das 19 plantas medicinais, Acanthopanax senticosus, Campsis grandiflora, Centella asiatica, Corydalis yanhusuo, Houttuynia cordata, Psoralea corylifolia, Valeriana officinalis e Withania somnifera apresentam atividade antioxidante promissora. |
[
21
] |
Antitumoral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato: 250 mg de material (pó) em 2 mL de água. Concentrações para ensaio: 0,75 a 6 mg/mL. |
In vitro: Em cultura de células de humanos de câncer de mama (MCF-7 e MDA-MB-231) e normais (MCF-10 A), incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de proliferação celular (MTS).
|
O extrato de V. officinalis apresenta atividade antitumoral, principalmente para células MCF-7, concentração dependente. |
[
20
] |
Raiz |
Extrato: 15 g de material vegetal (pó) em 75 mL de metanol. Concentrações para ensaio: 100 a 1000 µg/mL. |
In vitro: Em células humanas de carcinoma hepatocelular (Hepg2) e adenocarcinoma colorretal (Caco2), incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (ensaio MTT) e nível de espécies reativas de oxigênio (citometria de fluxo).
|
O extrato de V. officinallis não apresenta atividade antitumoral. |
[
29
] |
Broncodilatadora e Hipotensora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato: 100 g do material vegetal (pó) em 600mL de etanol a 70%. Rendimento: 15%. Extrato: decocção de 100 g do material vegetal (pó) em 1000 mL de água. Rendimento: 17,5%. Doses para ensaio: 50 a 200 mg/kg. |
In vivo: Em porquinhos-da-Índia portadores de espasmo coronário e resposta pressora induzidos por pitressina, broncoespasmos induzidos por histamina ou antígenos, tratados com os extratos vegetais, com posterior análise de parâmetros cardiológicos, pressão e inibição percentual da ventilação pulmonar. |
O extrato etanólico de V. officinalis apresenta atividades broncodilatadora e hipotensora, principalmente na dose de 200 mg/kg. |
[
3
] |
Indutora de sono
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extratos: etanólico a 62,4% (p/p), metanólico a 45% (p/p) ou metanólico macerado com acetato de etila. RDE: 4-6:1. Concentrações para ensaio: 0,1 a 15 mg/kg. |
In vitro: Em fragmentos do cérebro de ratos Wistar contendo células piramidais incubadas com os extratos vegetais e submetidas a estimulação elétrica, com posterior análise dos potenciais pós-sinápticos, e ação nos receptores adenosina A1 (DPCPX) e GABA(A) (picrotoxina).
|
Os extratos de V. officinalis apresentam atividade indutora de sono, pois ativam os receptores adenosina A1 e GABA(A). |
[
24
] |
Melhora a função cognitiva
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato. |
In vivo: Em camundongos C57BL/6 portadores de envelhecimento induzido por D-galactose, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise dos testes de reconhecimento de objetos novos, labirinto aquático, níveis de corticosterona plasmática, expressão dos genes Ki67 e DCX (imuno-histoquímica) e peroxidação lipídica (MDA) em homogenato cerebral. |
O extrato de V. offcinalis melhora a capacidade cognitiva, pois estimula a proliferação e diferenciação celular, reduz os níveis de corticosterona e da peroxidação lipídica. |
[
7
] |
Miorrelaxante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato: material vegetal (fresca) em etanol 20 a 70% (v/v). Doses para ensaio: 2 e 5 g/kg. |
In vivo: Em camundongos Swiss tratados com extrato vegetal, com posterior análise da força muscular (esquelético) e função muscular esquelética (resistência e tônus neuromuscular) através dos testes de pressão e suspenção em arame, respectivamente. |
O extrato de V. offcinalis apresenta atividade miorrelaxante, sem alterar a resistência e tônus neuromuscular. |
[
30
] |
Neuroprotetora
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato: infusão do material vegetal (pó) em água. Concentração para ensaio: 10 mg/mL. |
In vitro: Em moscas Drosophila melanogaster suplementadas com rotenona e extrato vegetal, com posterior análise de comportamento, taxa de sobrevivência, capacidade locomotora e mobilidade, expressão genética (SOD, CAT e TH), viabilidade celular (MTT), níveis de tiol e proteínas em homogenato do corpo dos insetos e nível de peróxido de hidrogênio mitocondrial.
|
O extrato de V. officinalis reduz a toxicidade induzida por rotenona, podendo ser útil para o tratamento de doenças neurodegenerativas. |
[
5
] |
Raiz |
Extrato: material vegetal em etanol a 70%, padronizado com 3,401 mg/g de ácido valerênico. Doses para ensaio: 25 e 100 mg/kg. |
In vivo: Em esquilos-da-Mongólia portadores de lesão cerebral induzida por isquemia/reperfusão, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de atividade locomotora espontânea, quantificação neuronal na região CA1 do hipocampo (violeta cresil), expressão de Iba-1 (imuno-histoquímica) e peroxidação lipídica no hipocampo. |
O extrato de V. officinalis apresenta atividade neuroprotetora, pois reduz a ativação microglial e a peroxidação lipídica. |
[
8
] |
Raiz |
Extrato: 10 g do material vegetal em 100 mL de etanol. Concentrações para ensaio: 0 a 60 µg/mL. |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante através da degradação da desoxirribose. Em homogenato do tecido cerebral incubado com o extrato vegetal e agentes pró-oxidantes (3-NPA, QA, SNP, FeSO4, EDTA e H2O2), com posterior análise dos níveis de TBARS. Em fragmentos do córtex de ratos Wistar expostos a agentes pró-oxidantes, incubados com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de peroxidação lipídica e de substâncias reativas ao oxigênio.
|
O extrato de V. officinalis apresenta atividade neuroprotetora, devido a ação antioxidante, reduzindo o estresse oxidativo cerebral. |
[
12
] |
Raiz |
Extrato: decocção de 250 mg do material vegetal (pó) em 2 mL de água. Concentrações para ensaio: 0,049 a 6,250 mg/mL. |
In vitro: Em células de neuroblastoma humano (SH-SY5Y) incubadas com o extrato vegetal e rotenona, com posterior análise da viabilidade celular (MTT e microscópio invertido).
|
O extrato de V. officinalis reduz a apoptose, demonstrando atividade neuroprotetora promissora. |
[
16
] |
Raiz |
Extrato (3-6:1 p/v): material vegetal em etanol 70%, contendo 0,52% de ácido valerênico. Concentrações para ensaio: 10 a 100 µg/mL. |
In vitro: Em neurônios do hipocampo de ratos incubados com peptídeo amiloide beta [Aβ(25-35)] e extrato vegetal, com posterior análise de viabilidade celular (ensaio MTT e coloração Syto-13/PI), morfologia celular (coloração Hoescht e Nissl e captação de cobalto), nível de cálcio intracelular (fluorescência). Em fração de sinaptossomas isolados do córtex cerebral de ratos Wistar, incubados com o extrato vegetal e ascorbato/ferro, com posterior análise da peroxidação lipídica (TBARS).
|
O extrato de V. officinalis apresenta atividade neuroprotetora contra a toxicidade causada por Aβ. |
[
18
] |
Raiz |
Extrato (125 mg/mL): material vegetal (pó) em água. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,2 e 153 μg/mL. Dose para ensaio (in vivo): 250 mg/kg. |
In vitro: Em células de glioma (C6) de rato expostas ao rotenona e incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise de citotoxicidade (ensaio MTT). In vivo: Em ratos Wistar portadores de depressão alastrante cortical (DSC) induzida por rotenona, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise de parâmetros eletrofisiológicos. |
O extrato de V. officinalis reduz a propagação da DSC e a citotoxicidade, sendo promissor para o tratamento de doenças neurológicas. |
[
28
] |
Redutora da síndrome de abstinência da morfina
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Rizoma e parte aérea |
Extrato: percolação de 500 g de material vegetal (pó, rizoma) clorofórmio, metanol e água. Rendimentos: 6, 4,4 e 3,4% (p/p), respectivamente. Extrato: percolação de 130 g de material vegetal (pó, parte aérea) em clorofórmio, metanol e água. Rendimentos: 4,6, 16 e 11% (p/p), respectivamente. Doses para ensaio: 1 a 100 mg/kg. |
In vivo: Em camundongos albinos portadores de dependência a morfina, tratados com os extratos vegetais, com posterior análise da síndrome de abstinência (saltos) na presença de naloxona (antagonista opioide). |
Os extratos de V. officinalis reduzem comportamentos relacionados a abstinência a morfina, exceto o extrato de clorofórmio da parte aérea. |
[
6
] |
Redutora de movimentos mastigatórios involuntários
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Tintura: 10 g do material vegetal em 100 mL de etanol. Concentrações para ensaio (in vitro): 0 a 32 µg/mL. Dose para ensaio (in vivo): 200 a 250 mg/kg/dia. |
In vitro: Em fragmentos do córtex de ratos incubados com o extrato vegetal e sulfato de ferro, com posterior análise da viabilidade celular (MTT). In vivo: Em ratos Wistar portadores de movimentos mastigatórios involuntários induzidos por reserpina, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise dos movimentos mastigatórios involuntários e teste do campo aberto, níveis de espécies reativas ao oxigênio (TBARS) e proteínas, e atividade da ATPase em homogenato cerebral (córtex, hipocampo, corpo estriado e região de substância negra). |
O pré-tratamento com o extrato de V. officinalis reduz a incidência de movimentos mastigatórios involuntários. |
[
10
] |
Raiz |
Extrato: 10 g de material vegetal em 100 mL de álcool. Doses para ensaio: 200 e 250 mg/kg. |
In vivo: Em ratos Wistar portadores de discinesia orofacial induzida por haloperidol, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise dos movimentos mastigatórios involuntários, teses do campo aberto e labirinto em cruz elevado, nível de dopamina intracelular e parâmetros de estresse oxidativo (ERO’s, TBARS, SOD, proteínas) em homogenato do tecido cerebral (córtex, corpo estriado e região negra). |
O extrato de V. officinalis não promove danos oxidativos cerebrais, contudo, não reduz o número de movimento mastigatórios involuntários na dose em estudo. |
[
14
] |
Reguladora da adipogênese
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
---|---|---|---|---|
Raiz |
Extrato: material vegetal (pó) em metanol. Concentrações para ensaio: 1 a 100 µg/mL. |
In vitro: Em cultura de pré-adipócitos (3T3-L1) incubados com o extrato vegetal, com posterior análise da diferencia (microscopia) e viabilidade celular (MTT), acúmulo de lipídeos (coloração oil red), expressão do gene de adiponectina, atividade antagonista e de ligação de PPAR-γ.
|
O extrato de V. officinalis estimula a diferenciação de adipócitos e a produção de adiponectina, principalmente na concentração de 100 µg/mL, possivelmente devido a afinidade de ligação ao PPAR-γ. |
[
1
] |
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza
[
1
]
Tintura |
Alcoolatura |
||
Componente |
Quantidade |
Componente |
Quantidade* |
Etanol/água 70% |
1000 mL |
Etanol/água 80% |
1000 mL |
Raiz e rizoma secos |
100 g |
Raiz e rizoma frescos |
200 g |
Tintura: pesar 100 g de raiz e rizoma secos, fragmentados e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura: pesar 200 g de raiz e rizoma frescos, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Como sedativa leve e indutora do sono, em transtornos de ansiedade (WHO, 1999a). Transtornos de ansiedade leves e insônia secundária à ansiedade (EMA, 2016). Ansiedade, inquietação, distúrbios do sono (BLUMENTHAL, 1998). Usada como sedativo moderado, hipnótico e no tratamento de distúrbios do sono associados à ansiedade (BRASIL, 2014; BRASIL, 2016). Agitação, dificuldade de concentração e impulsividade em crianças (GROMBALL et al., 2014). Câimbras.
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Farmácia da Natureza
[
2
]
Componente |
Número da cápsula e quantidade |
Valeriana officinalis (droga vegetal) |
N° 0 (420 a 430 mg) |
Q.s.p |
1 cápsula |
Pulverizar a droga vegetal (raízes e rizomas) e encapsular.
Como sedativa leve e indutora do sono, em transtornos de ansiedade (WHO, 1999a). Transtornos de ansiedade leves e insônia secundária à ansiedade (EMA, 2016). Ansiedade, inquietação, distúrbios do sono (BLUMENTHAL, 1998). Usada como sedativo moderado, hipnótico e no tratamento de distúrbios do sono associados à ansiedade (BRASIL, 2014; BRASIL, 2016). Agitação, dificuldade de concentração e impulsividade em crianças (GROMBALL et al., 2014). Câimbras.
Uso oral: tomar 1 cápsula, à noite.
Farmácia da Natureza
[
3
]
Componente |
Quantidade |
Sistema radicular seco fragmentado |
0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá caseira cheia |
Água q.s.p. |
150 mL |
Preparar por decocção, por 5 minutos.
Como sedativa leve e indutora do sono, em transtornos de ansiedade (WHO, 1999a). Transtornos de ansiedade leves e insônia secundária à ansiedade (EMA, 2016). Ansiedade, inquietação, distúrbios do sono (BLUMENTHAL, 1998). Usada como sedativo moderado, hipnótico e no tratamento de distúrbios do sono associados à ansiedade (BRASIL, 2014; BRASIL, 2016). Agitação, dificuldade de concentração e impulsividade em crianças (GROMBALL et al., 2014). Câimbras.
Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do decocto à noite ou duas a três vezes ao dia.
Referências bibliográficas
Ácidos fenólicos
benzoico, salicílico, clorogênico, ferúlico, isoferúlico, hesperitínico, gálico, cafeico e cumárico.
Ácidos graxos
palmítico, esteárico, oléico, linolêico, linolênico e araquídico.
Ácidos orgânicos
valeriânico, isovaleriânico, acetoxivalerênico, málico, propiônico, tânico, acético e fórmico.
Alcaloides
actinidina, catinina, esquiantina, valerianina, valerina, chatidina, valtroxal e dipiridimilcetona.
Álcoois terpênicos
Aldeídos terpênicos
valerenal.
Aminoácidos
ácido γ-aminobutírico (GABA), arginina, glutamina e tirosina.
Cetonas terpênicas
valeranona.
Enzimas
lipase e oxidase.
Fitosteróis
β-sitosterol e clionasterol.
Flavonoides
apigenina, linarina, hesperidina, quercetina, caempferol e miricetina.
Iridoides (valepotriatos)
valtrato, isovaltrato, dihidrovaltrato e acevaltrato.
Lignanas
pinoresinol.
Minerais
cálcio, fósforo, ferro, zinco, cobre, manganês, cromo e potássio.
Óleos essenciais
borneol, acetato de bornila, valerenol, ácido velerênico, ácido velérico, ácido isovalérico, valerianol, criprofaurinol, α-fencheno, álcool sesquiterpeno C, spatulenol, alloaromadendreno, acetato de valerenil, acetato de mirtenil, α e β-pineno, α-tujeno, canfeno, patchoulol, α e β-humuleno, α-bulneseno, limoneno, acetato de longiborneol, valenceno, α-fenchona, germacreno D, α-guaieno, cis e trans-ligustilídeo, ácido hexadecanóico, gurjuneno, intermedeol, agarospirol, γ-eudesmol, acetoxivaleranona, cariofileno, valerenol, cadinol, 1,8-cineol, α-terpineno, citronelol, β-elemeno, ionone, biciclogermacreno, globulol, guaiol, hinesol, eugenol, isoeugenol, β-bisabolol, ledol, pacifigorgiol, álcool de patchouli, criptofaurinol, azuleno, geraniol e α-terpineol.
Saponinas
Taninos
Vitaminas
C.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. O efeito terapêutico deste fitoterápico tem início gradual, sendo obtido como o uso continuo durante 2 a 4 semanas. O uso contínuo não deve ultrapassar 60 dias, podendo repetir o tratamento, se necessário, após o intervalo de 7 dias[1,2,3].
em menores de 12 anos, gestantes, lactantes, hepatopatas e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol). Suspender o uso 15 dias antes de ser submetido a procedimentos cirúrgicos. Não usar externamente, em casos de lesões na pele, especialmente profundas e de grande extensão, afecções cutâneas, febre, infecções severas, distúrbios circulatórios ou insuficiência cardíaca[1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12].
pode comprometer a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. Pode ocorrer queixas gastrointestinais (náuseas, cólicas abdominais, dispepsia), fadiga, aperto no peito, tontura, efeitos paradoxais de agitação, insônia, cefaleia, odor desagradável das eructações ou urina. Evitar o uso imediatamente ao deitar (pode provoca insônia paradoxal). Doses altas podem provocar manifestações transitórias, como: fadiga, cólicas abdominais, dor precordial, vertigem, tremores nas mãos e midríase. Doses excessivamente altas (20 vezes a mais que a dose terapêutica) podem causar bradicardia, arritmias, diminuição da motilidade intestinal, sonolência matinal, astenia, câimbras abdominais (espasmos), tremores e midríase. O uso prologado causar cefaleia, ansiedade, cansaço, insônia, midríase e desordens cardíacas. O uso em altas doses e por longos períodos aumenta a possibilidade de ocorrência de síndrome de abstinência com a suspensão abrupta deste fitoterápico. Pode causar, raramente, alegria de contato[1,2,3,5,7,9,10,11,12].
não usar concomitante com etanol ou sedativos sintéticos, como barbitúricos, anestésicos e benzodiazepínicos (potencializa a depressão do SNC). Pode potencializar o efeito hepatotóxico de algumas drogas. A associação com Hypericum perforatum (hipérico) apresenta efeito ansiolítico superior aos benzodiazepínicos. A combinação com outras plantas, em especial o Humulus lupulus (lúpulo), demonstra sinergismo melhorando a qualidade do sono (em pacientes com insônia) e também nos casos de depressão[1,2,3,9,10,11].
Referências bibliográficas
por sementes ou por rizomas. As sementes devem ser semeadas em sementeiras contendo solo e areia, sendo necessário cobri-las com uma camada de substrato, pois germinam no escuro. A sementeira deve permanecer em local sombreado e fresco, com irrigação diária. A germinação ocorre de 15 a 20 dias após a semeadura, com porcentagem em torno de 70%. As plântulas com 3 cm devem ser transferidas para sacos plásticos (10 cm de largura x 15 cm de comprimento) contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1), permanecendo em viveiro por 2 meses. Posteriormente, deve-se realizar o plantio em local definitivo a pleno sol (em regiões frias) ou a meia sombra (em regiões quentes), em covas de 15x15 cm, adubadas com esterco, com espaçamento de 40 cm entre plantas e 40 cm entre linhas. A propagação a partir de rizomas é realizada com a separação e transferência das mudas (rizoma + parte aérea) para o local definitivo ou para sacos plásticos. O plantio deve ser realizado sobre camalhões com até 25 cm de altura [ 2 , 3 ] .
a irrigação deve ser realizada em dias alternados [ 3 ] .
o sistema radicular deve ser colhido 2 anos após o plantio, em setembro ou outubro, quando a parte área começar a secar. Colher em dias ensolarados e quando o solo estiver seco. A sabedoria popular recomenda que a colheita das raízes deve ser realizada na lua minguante. Para o beneficiamento das sementes, que são minúsculas, deve-se colher os frutos e com o auxílio de uma peneira (malha de 2 mm) realizar a separação das mesmas do restante do tecido do fruto [ 2 , 3 ] .
o sistema radicular deve ser lavado com água corrente, até que seja retirado todo o solo, sendo recomendado o uso de uma escova no processo de lavagem para facilitar a remoção de eventuais resíduos. O fitoterápico pode ser preparado a partir de raízes frescas ou secas. O processo de secagem consiste em colocar o sistema radicular em ambiente ventilado a temperatura máxima de 35°C/7 dias. Após este procedimento deve-se armazenar por 6 meses, em local distante de outras plantas para que o aroma da valeriana não fique impregnado em outras espécies. A droga vegetal pode ser moída em moinho de faca, até a granulometria de 40 mesh e ser utilizada imediatamente após a moagem [ 3 ] .
as sementes devem ser semeadas até 1 mês após a colheita, pois a partir deste período começam a perder a viabilidade rapidamente. A composição química dos óleos essenciais nesta espécie pode variar de acordo com a sazonalidade, condições geográficas e variabilidade genética. A escassez de água (50% de disponibilidade) afeta negativamente o crescimento das raízes, bem como o teor dos óleos essenciais. Procedimentos de secagem também podem acarretar variações qualitativas e quantitativas destas substâncias químicas [ 1 , 3 ] .
Referências bibliográficas