Nativa da parte central do Brasil, ocorre na Mata Atlântica e matas ciliares do Cerrado, desde São Paulo e Mato Grosso do Sus, até Tocantins e Bahia. Muito cultivada com ornamental na arborização de parques e jardins. Suas principais atividades são: ansiolítica, sedativa, calmante, hipnótica, relaxante muscular, reguladora dos batimentos cardíacos, hipotensora, hepatoprotetora, hipoglicemiante suave, anti-inflamatória e antitussígena (origem nervosa), antitérmica e antiasmática[1,2,3,4].
Árvore de 10 a 14 m de altura, muito ramificada, de copa arredondada, decídua, heliófica, tronco tortuoso com 50 a 70 cm de diâmetro, revestido por casca corticosa e fissurada, avermelhada e aculeada; folhas alternas, compostas trifolioladas, pecioladas de 12 a 15 cm de comprimento, com duas glândulas discoides, achatadas, presentes na base de cada pecíolo, folíolos coriáceos, os terminais são quase orbiculares e os laterais ovais a elípticos-oblongos, de base truncada, arredondada ou subcordada, ápice obtuso ou arredondado, medindo de 7 a 10 cm de comprimento x 8 de largura; flores reunidas em panículas terminais, grandes e de cor vermelha; frutos tipo vagem, coriáceos, deiscentes, achatados, glabro, de 6 a 16 cm de comprimento x 1 cm de largura, com até 6 sementes de cor parda, manchadas de vermelho e preto[1,2,3,4,5].
| Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências | 
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| - | Brasil (indígenas) | Entrecasca | Sedativa. | - | - | - | [
  
          1  
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| - | Estados Unidos | - | Sedativa, calmante, hepatoprotetora, no tratamento de crises de histeria (de trauma ou choque) e palpitação cardíaca (extra-sístole). | - | - | - | [
  
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| Mulungu, amansa-senhor, bico-de-papagaio e corticeira | Brasil | Entrecasca e ramos | Ansiolítica, calmante e no tratamento da insônia. | Infusão: 1 colher (de sobremesa) do pó vegetal em 1 xícara média de água. | Tomar 1 xícara 1 ou 2 vezes ao dia, ou antes de deitar. | - | [
  
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| Mulungu, bico-de-papagaio e árvore-de-coral | Brasil | Entrecasca | Ansiolítica, calmanate e no tratamento da insônia. | Decocção: 4 a 6 g (2 a 3 colheres de sobremesa) em 150 mL de água (1 xícara de chá). | Tomar 1 xícara (de chá) de 2 a 3 vezes ao dia. | - | [
  
          2  
] | 
Referências bibliográficas
Ansiolítica
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Inflorescência | Extrato: 200 g do material vegetal (fresco) em etanol/água (7:3). Rendimento: 5 g. Doses para ensaio: 50, 100 e 200 mg/kg. | In vivo: Em ratos Wistar submetidos ao tratamento crônico com o extrato vegetal, com posterior análise dos testes de labirinto em cruz elevado, campo claro/escuro e exposição ao odor de gato. | Observou-se que o extrato hidroalcoólico das inflorescências de E. mulungu apresenta atividade ansiolítica (sem alterar a atividade locomotora), semelhante ao diazepam. | [
  
          5  
] | 
| Inflorescência | Extrato: 200 g do material vegetal (fresco) em etanol/água (7:3). Rendimento: 5 g. Doses para ensaio: 100, 200 e 400 mg/kg. | In vivo: Em ratos Wistar submetidos ao tratamento agudo com o extrato vegetal, com posterior análise dos testes de labirinto em cruz elevado, campo claro/escuro e exposição ao odor de gato. | Observou-se que o extrato hidroalcoólico das inflorescências de E. mulungu apresenta atividade ansiolítica (sem alterar a atividade locomotora), semelhante ao diazepam. | [
  
          6  
] | 
Anti-inflamatória
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Flor | Extrato: maceração de 1,02 kg do material vegetal (pó) em 5,6 L de etanol. Rendimento: 32,4 g. RDE: 31:1. Doses para ensaio: 200 a 800 mg/kg. | In vivo: Em camundongos Balb/c sensibilizados e desafiados com ovalbumina (OVA) para indução de asma, tratados com o extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de células inflamatórias (lavado broncoalveolar), IgE anti-OVA (sangue), IL-4, IL-5, IL-10, IL-13 e INF-γ (homogenato pulmonar) e parâmetros histológicos. | O extrato da flor de E. mulungu apresenta atividade anti-inflamatória, sendo promissora no tratamento da asma. | [
  
          1  
] | 
Antibacteriana
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Caule (entrecasca) | Extrato: 500 g do material vegetal (pó) em 2 L de etanol a 95%. | In vitro: Em culturas de Escherichia coli e Staphylococcus aureus (resistentes ou não, NorA e MsrA) submetidas ao teste de microdiluição em ágar para determinar a atividade antibacteriana dos extratos vegetais. 
 | Neste estudo, das 25 plantas medicinais, Jartropha elliptica, Schinus terebinthifolius, Erythrina mulungu, Caesalpinia pyramidalis, Serjania lethalis e Lafoensia pacari, apresentam atividade antibacteriana significativa, exceto para E. coli. | [
  
          7  
] | 
Antinociceptiva
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Caule (entrecasca) | Extrato: 300 g do material vegetal (pó) em etanol/água (3:7). Doses para ensaio: 200 e 400 mg/kg. Outra espécie em estudo: Erythrina velutina. | In vivo: Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, submetidos aos testes de contorções abdominais induzidas por ácido acético, edema de pata induzido por formalina e da placa quente. | Os extratos de E. mulungu e E. velutina apresentam atividade antinociceptiva, independente do sistema opioide. | [
  
          2  
] | 
Depressora do sistema nervoso central
| Parte da planta | Extrato / RDD / Padronização | Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências | 
|---|---|---|---|---|
| Caule (entrecasca) | Extrato hidroalcoólico. Doses para ensaio: 200 e 400 mg/kg. Outra espécie em estudo: Erythrina velutina. | In vivo: Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, submetidos aos testes de convulsões induzidas por pentilenetetrazol e estricnina, e tempo de sono induzido por pentobarbital. | Os extratos vegetais apresentam atividade depressora do sistema nervoso central, devido a ação anticonvulsivante (somente no ensaio com estricnina) e potencialização do tempo de sono. | [
  
          3  
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| Caule (entrecasca) | Extrato hidroalcoólico. Doses para ensaio: 200 a 800 mg/kg. Outra espécie em estudo: Erythrina velutina. | In vivo: Em camundongos Swiss tratados com os extratos vegetais, submetidos ao teste de labirinto em cruz elevado, campo aberto e rota rod. | Os extratos de E. mulungu e E. velutina apresentam atividade depressora do sistema nervoso central, sem alterar a coordenação motora. | [
  
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Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Farmácia da Natureza 
        
  
  
      
      
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  | Tintura | Alcoolatura | ||
| Componente | Quantidade | Componente | Quantidade* | 
| Álcool etílico/água 70% | 1000 mL | Álcool etílico/água 80% | 1000 mL | 
| Entrecasca ou flor seca | 100 g | Entrecasca ou flor fresca | 200 g | 
Tintura: pesar 100 g de entrecasca seca triturada ou flor seca e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de álcool etílico a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura da entrecasca: pesar 200g de entrecasca fresca, picar, lavar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de álcool etílico a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Alcoolatura da flor: pesar 200 g de flor fresca (não lavar) e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de álcool etílico a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.
Ansiedade e insônia.
Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso, divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).
Farmácia da Natureza 
        
  
  
      
      
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  | Componente | Quantidade | 
| Fase A: (infusos/decoctos) | |
| Água destilada | 1000 mL | 
| Erythrina mulungu (entrecasca seca) | 5 g | 
| Lippia alba (folha e flor seca) | 10 g | 
| Melissa officinalis (folha seca) | 10 g | 
| Mentha spicata (parte aérea seca) | 7,5 g | 
| Ocimum gratissimum (folha e flor seca) | 5 g | 
| Fase B: (tinturas) | |
| Aloysia polystachya (folha - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 150 mL | 
| Erythrina mulungu (entrecasca - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 15 mL | 
| Hymenaea courbaril (entrecasca - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 10 mL | 
| Lactuca sativa (raiz e talo - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 5 mL | 
| Lavandula officinalis (folha - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 10 mL | 
| Lippia alba– variedade maior (folha e flor - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 10 mL | 
| Melissa officinalis (folha - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 5 mL | 
| Mentha spicata (parte aérea - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 3,75 mL | 
| Ocimum gratissimum (folha e flor - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 2,5 mL | 
| Passiflora alata (folha - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 15 mL | 
| Pfaffia glomerata (raiz - tintura 10% p/v em álcool etílico 70%) | 15 mL | 
| Nipagin® 0,2% | 2 g | 
Fase A: colocar as entrecascas em água fervente e deixar ferver por 5 minutos aproximadamente; em seguida colocar folhas e flores secas e pesadas, após levantar fervura, desligar o fogo, deixando em infusão por no mínimo 2 horas.
Ansiedade e depressão.
Uso oral: tomar 1 colher de chá ou sobremesa, 2 a 3 vezes ao dia.
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  | Componente | Quantidade | 
| Tintura de Aloysia polystachya, Erythrina mulungu, Lippia alba, Melissa officinalis e Passiflora incarnata | 1:1:1:1:1 | 
Em uma proveta graduada, medir as quantidades de tinturas desejadas e verter em frasco de vidro âmbar esterilizado. Tampar, agitar e rotular.
Ansiedade e depressão.
Uso oral: Tomar 30 gotas, 3 vezes ao dia, por 60 dias.
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  | Componente | Número da cápsula e quantidade | 
| Erythrina mulungu (droga vegetal) | N° 0 (290 a 300 mg) | 
| Q.s.p | 1 cápsula | 
Pulverizar a droga vegetal (entrecasca) e encapsular.
Ansiedade e insônia.
Uso oral: tomar 1 cápsula, 1 a 3 vezes ao dia.
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| Componente | Quantidade | 
| Entrecasca seca fragmentada | 0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá caseira cheia | 
| Água q.s.p. | 150 mL | 
| Componente | Quantidade | 
| Flor seca rasurada | 0,4 a 0,6 g ou uma colher de chá cheia | 
| Água q.s.p. | 150 mL | 
Entrecasca: preparar por infusão, por 10 a 15 minutos.
Flor: preparar por infusão, por 5 minutos.
Ansiedade e insônia.
Infuso da entrecasca (uso oral): adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do decocto duas a três vezes ao dia.
Infuso da flor (uso oral): adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do infuso duas a três vezes ao dia.
Referências bibliográficas
Ácidos graxos
eicosanoico, linoleico, mirístico, palmítico e esteárico.
Alcaloides
eritrina, erisotrina, erisopina, erisodina, eritratina, eritralina, eritramina, eritravina, eritrartina, ericristagalina, cristamidina, cristadina, pelargodina, hipoforina e β-eritroidina.
Fitosteróis
β-sitosterol e estigmasterol.
Flavonoides
homohesperitina e faseolina.
Isoflavonas
Saponinas
eritrocoraloidina e migurrina.
Triterpenos pentacíclicos
lupeol e eritrodiol.
Referências bibliográficas
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suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Há experiência de sua indicação a partir dos 12 anos, sendo esta prática sempre orientada pelo profissional de prescritor. O uso contínuo não deve ultrapassar 30 dias, podendo repetir o tratamento, se necessário, após intervalo de 7 dias[1,2,3].
em gestantes, lactantes e pacientes alcoolistas, abstêmios ou em tratamento para o alcoolismo (referente ao uso de formulações contendo etanol)[1,3].
por ter ação cardiodepressora, está contraindicado nos casos de insuficiência cardíaca e nas arritmias cardíacas. Recomenda-se cautela no uso das sementes e as inflorescências desta espécie, pois apresentam toxicidade[1,3,4].
estudo in vitro demonstra que L. sidoides não modula, significativamente, a expressão do CYP3A4. Associar com Melissa officinalis (melissa) e Lactuca sativa (alface) nos casos de insônia[1,5].
Referências bibliográficas
por sementes (principalmente) e estacas. As sementes devem ser submetidas ao processo de escarificação e imersão em água por 24 horas, antes da semeadura. Para o plantio utiliza-se saquinhos plásticos (10 cm de largura x 15 cm de comprimento), contendo substrato solo, areia e esterco (3:2:1) e profundidade de 1 cm. A germinação (aproximadamente 90%) ocorre de 5 a 7 após a semeadura. Os saquinhos contendo as sementes devem permanecer em viveiro (sombrite 50%) por aproximadamente 40 dias. Posteriormente, as mudas devem ser transferidas para local definitivo, a pleno sol, em covas de 20x20 cm, contendo 0,5 kg de esterco, espaçamento de 4 m entre plantas e 5 m entre ruas. As mudas que permanecem em viveiro por mais de 40 dias, a raiz pivotante pode ultrapassar o saco plástico, e ocorrer lesão da mesma durante o processo de transferência para o campo, comprometendo assim, o desenvolvimento da planta [ 1 , 2 ] .
a irrigação em áreas de coleção de plantas medicinais deve ser realizada quinzenalmente [ 1 ] .
a entrecasca deve ser retirada de ramos laterais, preservando íntegro o tronco da planta. A sabedoria popular recomenda que a colheita das partes aéreas das plantas deva ser realizada preferencialmente na lua cheia. As sementes devem ser retiradas manualmente, a partir de frutos colhidos diretamente da planta ou daqueles lançados pelo vento ao chão (após 1 semana no chão torna-se inviável encontrar as sementes, pois estas se desprendem do fruto) [ 1 ] .
as flores e a entrecasca podem ser utilizadas frescas ou secas, sendo que para as flores a melhor opção é utiliza-las na forma fresca. O processo de secagem pode ser realizado em estufa de ar circulante com temperatura de 45°C/2 dias (flores) e 45°C/5 dias (entrecasca). Posteriormente, a droga vegetal deve ser armazenada em local não úmido e utilizada dentro do período de 6 meses. A droga vegetal deve ser moída em moinho de faca (até 40 mesh), para o preparo de tinturas e extratos, e não deve ser armazenada por período superior a 3 meses [ 1 ] .
esta espécie desenvolve-se melhor em área com boa disponibilidade de água (próximo de afluentes). Observa-se a redução da viabilidade das sementes, após 1 ano de armazenamento [ 1 ] .
Referências bibliográficas
 
                









