Originária das regiões montanhosas da Europa e Sibéria, pode ser encontrada também no sul da Rússia e Ásia Central. Existem outras espécies de arnica que são originárias do Alasca, Estados Unidos e México. Suas principais indicações são: anti-inflamatória, analgésica, antitérmica, antigripal, antitussígena, anti-hemorrágica, vulnerária, cicatrizante, antisséptica e imunoestimulante[1,2,3,4,5,6].
Planta herbácea de até 50 cm de altura; caule pubescente e pouco ramificado; raízes possuem sabor amargo, são negras, fibrosas e curtas, medindo de 0,5 cm de espessura x 10 cm de comprimento; folhas inteiras, ovais a lanceoladas, sésseis, opostas, em forma de roseta, sendo as folhas superiores menores e lanceoladas; as flores são amarelas, compostas, terminais, com 6 a 8 cm de diâmetro, parecidas com as da margarida, sendo as flores centrais tubuladas e as marginais liguladas, com duas fileiras de brácteas lanceoladas e pontiagudas; os frutos são marrom-escuros a negros, com 5 nervuras, e medem cerca de 4 a 5 mm[1,2,3].
Nome popular | Local | Parte da planta | Indicação | Modo de preparo | Forma de uso | Restrição de uso | Referências |
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Arnica | Alpes da Ligúria (Itália) | Inflorescência | Anti-inflamatória (torção do tornozelo, feridas, hematomas e picada de insetos). |
Decocção. |
Na forma de compressa. |
- |
[
1
]
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Arnica | Alpes da Ligúria (Itália) | Flor (seca) | Analgésica e no tratamento de hematomas. |
Alcoolatura. |
Uso externo: na forma de massagem. |
- |
[
1
]
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Arnica | Alpes da Ligúria (Itália) | Folha | No tratamento de furúnculos. |
Aquecer a folhas. |
Uso tópico: aplicar as folhas picadas e aquecidas no local. |
- |
[
1
]
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Arnica | Brasil | Flor | No tratamento de pancadas, quedas e hematomas. |
Tintura. |
Aplicar no local 3 vezes ao dia. |
Pode ocorrer dermatite de contato. A arnica é altamente alergizante, cardiotóxica e emética, não recomendando o uso interno e evitar o uso na gravidez e lactação. |
[
2
]
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Arnica | Brasil | Flor | No tratamento de tramas, contusões, torções, edemas (fraturas) e hematomas. |
Infusão: 3 g (1 colher de sopa) em 150 mL (1 xícara de chá). |
Compressa: aplicar no local de 2 a 3 vezes ao dia. |
Pode ocorrer dermatite de contato. A arnica é altamente alergizante, cardiotóxica e emética, não recomendando o uso interno e evitar o uso na gravidez e lactação. |
[
2
]
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Referências bibliográficas
Anti-inflamatória
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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- |
Pomada: contendo 250 mg/g da tintura vegetal. Quantidade para ensaio: 30 µg. |
In vivo: Em camundongos Swiss portadores de lesões cutâneas (orelha) induzidas por radiação UVB, tratados topicamente com o fitoterápico, com posterior análise do volume do edema, migração de leucócitos (ensaio MPO) e marcadores oxidativos (TABRS, TRAP, TAR, níveis de GSH, CP, TNF-α, IL-1β, IL-6, INF-γ e NF-kB). |
A pomada de A. montana apresenta atividade anti-inflamatória potente, além da ação antioxidante. |
[
3
] |
Planta toda |
Extrato (1:10): material vegetal (pó) em metanol. Concentrações para ensaio: 50 a 500 µg/mL. Outras espécies em estudo: Grindelia robusta, Salix nigra e Quassia amara. |
In vivo: Em macrófagos murino (J774) estimuladas por lipopolissacarídeo (LPS), incubados com os extratos vegetais, com posterior análise da viabilidade celular (MTT e azul tripano), níveis de óxido nítrico, expressão de COX-2 e iNOS (Western blotting), níveis de citocinas TNF-α, IL-1β e IL-12 (ELISA) e translocação nuclear de p65 (imunocitoquímica). |
Os extratos das espécies em estudo apresentam atividade anti-inflamatória, através do bloqueio da via NF-kB, além de ausência de citotoxicidade. |
[
7
] |
Anti-inflamatória e Antioxidante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Extrato (1:10 p/v): 2 kg de material vegetal (pó) em metanol. Rendimento: 10,85%. Concentrações para ensaio (in vitro): 0 a 200 μg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 50 a 500 mg/kg. |
In vitro: Determinar a atividade antioxidante (DPPH, ânion superóxido, peróxido de hidrogênio e peroxidação lipídica). In vivo: Em ratos Wistar portadores de artrite induzida por colágeno, tratados com extrato vegetal, com posterior análise dos testes de motilidade e campo aberto, parâmetros histológicos e radiológicos, níveis plasmáticos de anticorpo anti-colágeno tipo II, óxido nítrico, TNF-α, IL-1β, IL-6 e IL-12 (ELISA) e de MDA, PCO, SOD, CAT, GPx e GR em homogenato das articulações, baço e plasma. |
O extrato de A. montana apresenta ação anti-inflamatória e antioxidante, principalmente na dose 75 mg/kg, além de ausência de toxicidade. |
[
4
] |
Antibacteriana
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Flor |
Extrato: decocção de 10 g do material vegetal (pó) em 100 mL de água. Extrato: 15 g do material vegetal (pó) em metanol. Outras espécies em estudo: Althaea officinalis, Calendula officinalis, Hamamelis virginiana, Illicium verum e Melissa officinalis. |
In vitro: Em bactérias anaeróbicas e aeróbicas facultativas isoladas do fluido crevicular gengival, submetidas ao teste de microdiluição em ágar, para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM).
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Observou-se que os extratos metanólicos de H. virginiana, A. montana e A. officinalis apresentam atividade antibacteriana mais potente. |
[
2
] |
Antitumoral
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Aquênio |
Óleo essencial: 20 g de material vegetal (seco), por hidrodestilação. Concentrações para ensaio: 0 a 2 µL/mL. |
In vitro: Em células de glioblastoma multiforme (T98G) e astrocitoma anaplásico (MOGGCCM) humanas, incubadas com óleo vegetal, com posterior análise de apoptose, necrose e autofagia (métodos colorimétricos e microscopia).
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O óleo essencial de A. montana apresenta atividade antitumoral, por apoptose. |
[
1
] |
Cicatrizante
Parte da planta |
Extrato / RDD / Padronização |
Modelo de ensaio in vitro / in vivo> | Conclusão | Referências |
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Flor |
Extrato hidroalcoólico a 70%. Volume para ensaio: 100 µL/lesão. |
In vivo: Em Hamsters (Mesocricetus auratus) infectados por Leishmania braziliensis (forma promastigota), tratados topicamente com extrato vegetal, com posterior análise de peso corporal, cicatrização epitelial, surgimento de pelos, tamanho da lesão e reativação da lesão. |
Observou-se que o extrato de A. montana apresenta atividade cicatrizante, sendo promissora para o tratamento de leishmaniose cutânea. |
[
5
] |
- |
Gel: contento 200 mg/g da tintura vegetal. |
In vivo: Em ratos Wistar submetidos a lesão muscular cirúrgica, tratados topicamente com gel, associado ou não a fonoforese, com posterior análise morfológica (fibras musculares e tecidos adjacentes) e quantitativa (leucócitos mononucleares e polinucleares). |
O gel tópico de A. montana apresenta atividade anti-inflamatória, contudo, não demonstra efetividade quando associado ao ultrassom. |
[
6
] |
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Ácidos fenólicos
cafeico, clorogênico e derivados.
Alcaloides
tusilagina, isotusilagina, arnicaína e arnicina.
Aminas
betaína, colina e trimetilamina.
Aminoácidos
ácido 2-pirrolidinacético.
Carboidratos
mucilagem e polissacarídeos (inulina).
Carotenoides
α e β-caroteno, zeaxantina e derivados.
Cumarinas
escopoletina e umbeliferona.
Fitosteróis
arnisterina.
Flavonoides
betuletol, eupafolina, flavonol glucuronídeos, hispidulina, isoramnetina, campferol, laciniatina, luteolina, pauletina, quercetina, isoquercitrina, astragalina, espinacetina, isoquercitrina, jaseocidina, quercetol-3-glicogalactouronídeo e 3,5,7-trihidroxi-6,3’, 4’-trimetoxiflavona.
Lactonas sesquiterpênicas
pseudoguaianolídeo, arnidiol ou arnisterol, antoxantina, faradiol, helenalina, dihidrohelenalina, metacriloilhelenalina, tigloilhelenalina, acetilhelenalina, isobutirilhelenalina, tetrahidrohelenalina, acetildihidrohelenalina, tigloilflorilenalina e isovalerilflorilenalina.
Óleos essenciais
timol, 2,5-dimetoxi-p-cimeno, cumeno, 2,6-diisopropilanisol, decanal, 1,2,2,3-tetrametilciclopent-3-enol, óxido de α-pineno, α-isocomeno e p-metoxiheptanofenona.
Poliacetilenos
pentainmonoeno.
Resinas
Sais minerais
manganês.
Taninos
Triterpenos
arnidiol, pradiol, arnisterina e faradiol.
Referências bibliográficas
suspender o uso se houver alguma reação indesejável. O uso por via oral é toxico, pois é muito irritante para as membranas das mucosas (vômito, diarreia, dor epigástrica, hemorragia, estimulação seguida da paralisia do músculo cardíaco), exceto quando indicada em diluições decimais e com orientação médica. O uso tópico pode ser indicado para crianças, contudo, a duração do tratamento deve ser de até 7 dias, sendo esta prática sempre orientada pelo profissional pediátrico[2,3,5,6].
em pessoas que apresentam hipersensibilidade aos componentes da formulação e às espécies da família Asteraceae, gestantes e lactantes. Não utilizar por via oral e em lesões abertas (aplicar apenas em pele íntegra)[1,2,3,4,5,6].
pode provocar reações alérgicas (prurido, vermelhidão e eczema) com formação de vesículas e necrose, principalmente em altas concentrações. O uso prolongado pode provocar eczemas[1,2,3,4,5].
a cumarina pode interagir com a varfarina, potencializando o efeito anticoagulante. Em caso de contusão e entorse associar com Hamamelis virginiana, e para tratamento capilar associar com Pilocarpus sp. (jaborandi)[3,5].
Referências bibliográficas
é realizada por sementes ou divisão de touceiras, necessitando de irrigação frequente durante a fase de crescimento [ 1 ] .
prefere solo rico em sílica. O florescimento ocorre no verão, segundo alguns autores, a partir do mês de junho [ 1 , 2 ] .
a colheita das flores deve ser realizada no início da floração, ainda em broto [ 1 ] .
Referências bibliográficas