Baccharis trimera (Less.) DC.

Carqueja, carquejinha e carqueja-amarga.

Família 
Informações gerais 

Originária da América do Sul, ocorre principalmente na Argentina, Peru, Uruguai, Bolívia e Brasil. Suas principais indicações são: antidispéptica, desintoxicante, hepatoprotetora, hipoglicemiante, anti-inflamatória, analgésica, antiviral, antisséptica e antioxidante[1,2,3,4,5,6].

Referências informações gerais
1 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 146-154.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 43-45.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2014, p. 54-55.
4 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 144-152.
5 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza – Chás Medicinais. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2017, p. 36-38.
6 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição – Primeiro Suplemento. Brasília: Anvisa, p. 28-29, 2018.
Descrição da espécie 

Subarbusto de até 1 m de altura, perene, ereto, bastante ramificado; caules de 80 a 100 cm de comprimento, trialados em toda sua extensão, desprovido de folhas ou com folhas reduzidas; inflorescências do tipo capitular, esbranquiçadas, dispostas ao longo dos ramos, sendo que algumas plantas possuem flores masculinas e outras, flores femininas, que aparecem nas interrupções do caule; fruto tipo aquênio, glabro, papus branco[1,2].

Referências descrição da espécie
1 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 43.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 83-84.
Nome popular Local Parte da planta Indicação Modo de preparo Forma de uso Restrição de uso Referências
- Paraguai Folha e caule

Tratamento da infertilidade e emenagoga.

Infusão.

Uso interno.

-

[ 1 ]
- - Planta florida

tônica, antidiarreica, antichagásica, anti-helmíntica, Antirreumática, sudorífera, antianêmica, diurética, Hipoglicemiante, Antiasmática, digestiva, Hepatoprotetora, nas enfermidades da bexiga e rins.

Infusão.

-

-

[ 1 ]
- - -

Para o tratamento de gota, feridas, chagas venéreas e hanseníase.

Infusão ou decocção: 60 g/L.

Uso interno e externo (decocto forte para banhar o local afetado).

-

[ 1 ]
- - -

Tratamento da angina e anti-inflamatória (garganta).

Decocção.

Gargarejo.

-

[ 1 ]
- Argentina -

Tratamento da impotência masculina e infertilidade feminina.

-

-

-

[ 1 ]
- Argentina Parte aérea seca

Digestiva e hepatoprotetora.

Infusão.

Uso interno.

-

[ 1 , 2 ]
Carqueja, carqueja-amarga, tiririca-de-babado e vassoura de botão Brasil Parte aérea seca

Hepatoprotetora, anti-helmíntica, anti-inflamatória e nas dores de estômago.

Infusão.

Uso interno.

-

[ 1 , 2 ]
Carqueja, carqueja-amarga, tiririca-de-babado e vassoura de botão Brasil Parte aérea seca (à sombra)

Hipoglicemiante, febrífuga e no tratamento da lepra.

Infusão.

Uso interno.

-

[ 1 , 2 ]
Carqueja, carqueja-amarga, tiririca-de-babado e vassoura de botão Brasil Folha fresca

Analgésica.

Infusão.

Uso interno.

-

[ 1 , 2 ]
Carqueja Uruguai Parte aérea seca

Hipoglicemiante, Antirreumática, antidispéptica, febrífuga, antidiarreica, anti-helmíntica, orexígena, tônica, Hepatoprotetora, anti-helmíntica e nos casos de gastroenterites.

Infusão.

Uso interno.

-

[ 1 , 2 ]
- Bolívia -

Inseticida.

Infusão.

Uso externo.

-

[ 1 , 2 ]
Carqueja Brasil Planta florida

Antidispéptica.

Infusão: 2,5 g (2,5 colheres de chá) em 150 mL (xícara de chá).

Tomar 1 xícara (chá) 2 a 3 vezes ao dia.

Usar com cautela quando associado com anti-hipertensivo e hipoglicemiante. O chá de carqueja não deve ser utilizado na gravidez. O uso crônico não deve exceder 30 dias.

[ 3 ]
Carqueja Brasil Planta florida

Tônica hepática, aperiente, diurética, Hipoglicemiante, Antirreumática, anti-hipertensiva e útil no tratamento das afecções estomacais e intestinais.

-

-

-

[ 3 ]
Carqueja Porto Alegre/RS (Brasil) Parte aérea

tônica, febrífuga, digestiva, diurética, antianêmica, Anti-helmíntica e antidiarreica.

-

-

-

[ 4 ]
- Rio Grande do Sul (Brasil) Parte aérea

Hipoglicemiante

Chá.

-

-

[ 5 ]
Carqueja Brasil Parte aérea

Antidispéptica.

Infusão: 2,5 g (2,5 colheres de chá) em 150 mL (1 xícara de chá) de água.

Tomar 1 xícara de chá de 2 a 3 vezes ao dia.

Não na gravidez, pois pode promover contrações uterinas. Evitar a associação com medicamentos anti-hipertensivos e hipoglicemiantes. O uso de B. trimera pode causar hipotensão.

[ 5 ]

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 145-146.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 83-84.
3 - PANIZZA, S. T. et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: Conbrafito, 2012, p. 98.
4 - DICKEL, M. L. et al. Plants popularly used for loosing weight purposes in Porto Alegre, South Brazil. J Ethnopharmacol, v. 109, n. 1, p.60-71, 2007. doi: 10.1016/j.jep.2006.07.003
5 - TROJAN-RODRIGUES, M. et al. Plants used as antidiabetics in popular medicine in Rio Grande do Sul, southern Brazil. J Ethnopharmacol, v. 139, n. 1, p.155-163, 2012. doi: 10.1016/j.jep.2011.10.034
5 - LIMA, G. P. P. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Saúde - Prescritores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 14.

Anti-hepatotóxica

Anti-hepatotóxica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato de acetato de etila: maceração de 2 kg do material vegetal (pó) em 25 L de acetato de etila. Rendimento: 145 g. Doses para ensaio: 10 e 50 mg/kg.

In vivo:

Em ratos submetidos à lesões hepáticas induzidas por faloidina.

O extrato bruto apresentou atividade anti-hepatotóxica.

[ 15 ]

Anti-inflamatória

Anti-inflamatória
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato aquoso: infusão 100 g do material vegetal (seco) em 3 L de água. Rendimento: 8%. Fração etanólica: 76%. Fração aquosa: 24%. Dose para ensaio: 3, 30 e 300 µg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss Webster submetidos ao teste de edema de pata induzido por carragenina.

A fração etanólica apresentou melhor atividade anti-inflamatória.

[ 6 ]
Parte aérea

Extrato: 1 g do material vegetal (pó) em 5 mL. Concentrações para ensaio (in vitro): 25 a 100 mg/mL. Doses para ensaio (in vivo): 200 a 800 mg/kg.

In vitro:

Em células mononucleares de sangue periférico de humanos (PBMCs) estimuladas por fitohemaglutinina e incubadas com o extrato vegetal, com posterior análise da proliferação linfocitária (MTT) e citotoxicidade (Azul Tripano).

 

In vivo:

Em ratos Wistar portadores de pleurisia induzida por carragenina, pré-tratados com o extrato vegetal, com posterior análise do acúmulo de líquido pleural, de leucócitos polimorfonucleares e proteínas.

O extrato de B. trimera apresenta atividade anti-inflamatória, dose-dependente, contudo demonstra citotoxicidade para PBMCs.

[ 18 ]

Anti-inflamatória e Analgésica

Anti-inflamatória e Analgésica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato aquoso: 400 g do material vegetal (seco) em 3 L de água quente. Doses para ensaio: 50 e 100 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar e camundongos Swiss CD-1 submetidos à inflamação induzida por carragenina, dextrano, ácido araquidônico, zimosan ou C16-PAF.

Observou-se que o extrato (fração butanólica) apresentou atividade anti-inflamatória e analgésica, porém induziu lesões gástricas, principalmente em altas doses.

[ 14 ]

Antiadipogênica

Antiadipogênica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
-

Extrato aquoso: decocção de 100 g do material vegetal (triturado) em 250 mL de água. Extrato metanólico: maceração 100 g do material vegetal (triturado) em 250 mL de metanol. Extrato aquoso: maceração de 100 g de material vegetal (triturado) em 250 mL de água.

In vitro:

Em pré-adipócitos da linhagem celular 3T3-L1 para avaliar adipogênese, e testes para investigar ação antioxidante.

 

Observou-se que os extratos aquosos apresentaram melhor atividade anti-adipogênica, contudo, todos os extratos apresentaram efeito antioxidante, dose-dependente.

[ 7 ]

Antimicrobiana

Antimicrobiana
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Tintura: maceração do material vegetal em etanol a 98%.

In vitro:

Em microrganismos: Staphylococcus aureus (ATCC 29213), S. aureus (ATCC 6538), S. aureus (resistente à meticilina), Escherichia coli (ATCC 35218), Klebsiella pneumoniae (ATCC 700603), Pseudomonas aeruginosa (PAO1) e Candida albicans (ATCC 14053).

 

A tintura de B. trimera apresentou atividade antimicrobiana significativa.

[ 16 ]

Antioxidante

Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico: maceração de 100 g de material vegetal (pó) em água/etanol a 70% (1:1).

In vitro:

Determinação da atividade antioxidante através do radical DPPH, da quantificação de espécies reativas de oxigênio (EROs) e óxdio nítrico (NO), e do fator de transcrição Nrf2.

 

In vivo:

Em ratos Fischer submetidos à hepatotoxicidade induzida por etanol.

O extrato promoveu neutralização direta ou indireta dos radicais oxidativos.

[ 2 ]
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico: maceração de 50 g do material vegetal (pó) em água/etanol a 70% (1:1 v/v). Doses para ensaio: 10, 25 e 50 µg/mL.

In vitro:

Em linhagem celular humana SK-Hep-1 estimulada por PMA/ionomicina para determinar a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs).

 

O extrato de B. trimera modulou a produção de ROS, por inibir a atividade enzimática e a expressão da proteína quinase C, e também inibiu a fosforilação da subunidade p47phox da nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NAPH).

[ 3 ]
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico: maceração de 100 g do material vegetal (seco) em água/etanol a 70%. Concentrações para ensaio (in vitro): 0,5 a 50,0 g/mL. Doses para ensaio (in vivo): 600 mg/kg.

In vitro:

Em neutrófilos de ratos albinos Fischer incubados com extrato vegetal, com posterior análise dos níveis de espécies reativas ao oxigênio (ERO's) por quimioluminescência.

 

In vivo:

Em ratos albinos Fisher portadores de lesões gástricas induzidas por acetaminofeno, pré-tratados com extrato vegetal, com posterior análise dos neutrófilos (ensaio de quimioluminescência) e níveis de ALT, AST, ERO’s.

O extrato hidroalcoólico de B. trimera apresenta atividade antioxidante.

[ 12 ]

Antiparasitária

Antiparasitária
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Óleo essencial: 23 kg do material vegetal (fresco). Rendimento: 0,05%. Doses para ensaio: 24, 48, 91 e 130 µg/mL.

In vitro:

Em parasita Schistosoma mansoni (BH) tratadas com óleo essencial de B. trimera.

 

O óleo essencial provocou mortalidade significativa de S. mansoni, principalmente na dose de 130 µg/mL.

[ 5 ]

Antiúlcera

Antiúlcera
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato aquoso: 5% (p/v) do material vegetal (seco) em água quente. Rendimento: 12% (p/p). Doses para ensaio: 1,0 e 2,0 g/kg.

In vivo:

Em camundongos F1 com lesões gástricas induzidas por estresse de contenção no frio, e ligadura pilórica.

Observou-se que o extrato aquoso de B. trimera apresenta atividade antiúlcera, principalmente por inibir a secreção de ácido clorídrico (HCl) no estômago.

[ 11 ]

Antiulcerogênica e Gastroprotetora

Antiulcerogênica e Gastroprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico: água/etanol (9:1). Rendimento: 9,51%. Doses para ensaio: 3, 10 e 30 mg/kg.

In vivo:

Em ratas Wistar e camundongos Swiss com lesões gástricas induzidas por etanol e ácido acético.

O extrato hidroalcoólico apresentou atividades antiulcerogênica e gastroprotetora, sem toxicidade.

[ 10 ]

Hepatoprotetora

Hepatoprotetora
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico: maceração de 100 g do material vegetal (pó) em água/etanol a 70% (1:1). Rendimento: 8 a 9%.

In vivo:

Em ratos albinos Fischer submetidos à hepatotoxicidade por acetaminofeno.

Observou-se que o extrato de B. trimera possui ação hepatoprotetora, devido a redução do estresse oxidativo provocado pelo acetaminofeno.

[ 4 ]

Hepatoprotetora e Antioxidante

Hepatoprotetora e Antioxidante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico: (9:1). Dose para ensaio: 30 mg/kg.

In vivo:

Em camundongos Swiss com esteatose hepática induzida por etanol e baixa ingestão proteica.

O extrato hidroalcoólico possui ação hepatoprotetora e antioxidante, pois reduziu as lesões histológicas hepáticas, os níveis de lipoproteínas plasmáticas e hepáticas, e favoreceu o metabolismo de etanol.

[ 9 ]

Hipoglicemiante

Hipoglicemiante
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato hidroalcoólico: maceração de 100 g do material vegetal (pó) em 100 mL de água/etanol a 70% (1:1 v/v). Rendimento: 100 g. Doses para ensaio: 600 e 1200 mg/kg.

In vitro:

Determinação da atividade antioxidante através do radical DPPH.

 

In vivo:

Em ratas albinas Fischer com diabetes induzido por aloxana.

O extrato apresentou efeito antioxidante, hipoglicemiante e hepatoprotetor, além de apresentar baixa toxicidade DL50 = 924,60 µg/mL.

[ 1 ]

Hipoglicêmica

Hipoglicêmica
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: material vegetal (pó) em etanol a 70%. Frações: água, diclorometano e n-butanol. Doses para ensaio: 200 a 2000 mg/kg. Outra espécie em estudo: Syzygium cumini.

In vivo:

Em camundongos Swiss normoglicêmicos ou portadores de hiperglicemia induzida por estreptozotocina, tratados (agudo ou durante 7 dias) com os extratos e frações vegetais, com posterior análise da glicemia, ingestão de alimentos e peso corporal.

A fração aquosa de B. trimera apresenta atividade hipoglicemiante mais potente (tratamento durante 7 dias), na dose de 2000 mg/kg, além de não alterar a glicemia em animais normoglicêmicos, bem como a ingestão de alimentos e o peso corporal.

[ 13 ]

Regeneradora celular

Regeneradora celular
Parte da planta
Extrato / RDD / Padronização
Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Extrato aquoso: 3:10 (p/v). Dose para ensaio: 100 mg/kg/dia.

In vivo:

Em ratos submetidos à hepatectomia parcial.

Observou-se que o extrato aquoso de B. trimera apresenta efeito positivo na regeneração celular hepática.

[ 8 ]
Ensaios toxicológicos

Mutagenicidade e Genotoxicidade

Mutagenicidade e Genotoxicidade
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Parte aérea

Extrato: infusão de 230 g do material vegetal (seco) em água (1:10 p/v). Rendimento: 12,8%. Doses para ensaio: 500, 1000 e 2000 mg/kg.

In vivo:

Em ratas CF-1 submetidas aos ensaios Cometa e do Micronúcleo.

O extrato aquoso de B. trimera não apresentou genotoxicidade, contudo apresentou sinais de mutagenicidade.

[ 19 ]

Toxicidade aguda e crônica

Toxicidade aguda e crônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Tintura: maceração do material vegetal em etanol.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos aos estudos da toxicidade aguda oral (2000 mg/kg) e subcrônica (100, 200 e 400 mg/kg/dia, por 28 dias).

Não observou toxicidade, alteração de comportamento ou mortalidade nos animais tratados com a tintura de B. trimera.

[ 6 , 17 ]

Toxicidade aguda e subcrônica

Toxicidade aguda e subcrônica
Parte da planta Extrato / RDD / Padronização Modelo de ensaio in vitro / in vivo Conclusão Referências
Folha

Tintura: maceração do material vegetal em etanol.

In vivo:

Em ratos Wistar submetidos aos estudos da toxicidade aguda oral (2000 mg/kg) e subcrônica (100, 200 e 400 mg/kg/dia, por 28 dias).

Não observou toxicidade, alteração de comportamento ou mortalidade nos animais tratados com a tintura de B. trimera.

[ 16 , 17 ]

Referências bibliográficas

1 - KAUT, N. N. N. et al. Baccharis trimera (carqueja) improves metabolic and redox status in an experimental model of type 1 diabetes. Evid Based Complement Alternat Med, p.1-12, 2018. doi: 10.1155/2018/6532637
2 - RABELO, A. C. S. et al. Baccharis trimera protects against ethanol induced hepatotoxicity in vitro and in vivo. J Ethnopharmacol, v. 215, p.1-13, 2018. doi: 10.1016/j.jep.2017.12.043
3 - ARAÚJO, G. R. et al. Baccharis trimera inhibits reactive oxygen species production through PKC and down-regulation p47 phox phosphorylation of NADPH oxidase in SK Hep-1 cells. Exp Biol Med (Maywood), v. 242, n. 3, p.333-343. doi: 10.1177/1535370216672749
4 - PÁDUA, B. C. et al. Protective effect of Baccharis trimera extract on acute hepatic injury in a model of inflammation induced by acetaminophen. Mediators Inflamm, p.1-15, 2014. doi: 10.1155/2014/196598
5 - OLIVEIRA, R. N. et al. Schistosoma mansoni: in vitro schistosomicidal activity of essential oil of Baccharis trimera (Less) DC. Exp Parasitol, v. 132, n. 2, p.135-143, 2012. doi: 10.1016/j.exppara.2012.06.005
6 - NOGUEIRA, N. P. et al. In vitro and in vivo toxicological evaluation of extract and fractions from Baccharis trimera with anti-inflammatory activity. J Ethnopharmacol, v. 138, n. 2, p.513-522, 2011. doi: 10.1016/j.jep.2011.09.051
7 - NASCIMENTO, D. S. M. et al. Baccharis trimera (Less.) DC exhibits an anti-adipogenic effect by inhibiting the expression of proteins involved in adipocyte differentiation. Molecules, v. 22, n. 6, p.1-16, 2017. doi: 10.3390/molecules22060972
8 - LIMA, S. O. et al. Effect of aqueous extract of the leaves of Baccharis trimera on the proliferation of hepatocytes after partial hepatectomy in rats. Acta Cir Bras, v. 32, n. 4, p.263-269, 2017. doi: 10.1590/s0102-865020170040000001
9 - LÍVERO, F. A. et al. Hydroethanolic extract of Baccharis trimera ameliorates alcoholic fatty liver disease in mice. Chem Biol Interact, v. 260, p.22-32, 2016. doi: 10.1016/j.cbi.2016.10.003
10 - LÍVERO, F. A. R. et al. Hydroethanolic extract of Baccharis trimera promotes gastroprotection and healing of acute and chronic gastric ulcers induced by ethanol and acetic acid. Naunyn Schm Arch Pharmacol, v. 389, n. 9, p.985-998, 2016. doi: 10.1007/s00210-016-1262-2
11 - BIONDO, T. M. et al. Antisecretory actions of Baccharis trimera (Less.) DC aqueous extract and isolated compounds: analysis of underlying mechanisms. J Ethnopharmacol, v. 136, n. 2, p.368-373, 2011. doi: 10.1016/j.jep.2011.04.065
12 - PÁDUA, B. C. et al. Antioxidant properties of Baccharis trimera in the neutrophils of Fisher rats. J Ethnopharmacol, v. 129, n. 3, p.381-386, 2010. doi: 10.1016/j.jep.2010.04.018
13 - OLIVEIRA, A. C. et al. Effect of the extracts and fractions of Baccharis trimera and Syzygium cumini on glycaemia of diabetic and non-diabetic mice. J Ethonopharmacol, v. 102, n. 3, p.465-469, 2005. doi: 10.1016/j.jep.2005.06.025
14 - GENÉ, R. M. et al. Anti-inflammatory and analgesic activity of Baccharis trimera: identification of its active constituents. Planta Med, v. 62, n. 3, p.232-235, 1996. doi: 10.1055/s-2006-957866
15 - SOICKE, H.; LENG-PESCHLOW, E. Characterisation of flavonoids from Baccharis trimera and their antihepatotoxic properties. Planta Med, v.53, n. 1, p.37-39, 1987. doi: 10.1055/s-2006-962613
16 - SILVA, A. R. H. et al. Acute toxicity and antimicrobial activity of leaf tincture Baccharis trimera (Less). Biomed J, v. 41, n. 3, p.194-201, 2018. doi: 10.1016/j.bj.2018.04.006
17 - SILVA, A. R. et al. Acute and sub-chronic (28 days) oral toxicity evaluation of tincture Baccharis trimera (Less) Backer in male and female rodent animals. Regul Toxicol Pharmacol, v. 74, p.170-177, 2016. doi: 10.1016/j.yrtph.2015.10.024
18 - PAUL, E. L. et al. Anti-inflammatory and immunomodulatory effects of Baccharis trimera aqueous extract on induced pleurisy in rats and lymphoproliferation in vitro. Inflammation, v. 32, n. 6, p.419-425, 2009. doi: 10.1007/s10753-009-9151-1
19 - RODRIGUES, C. R. et al. Genotoxic and antigenotoxic properties of Baccharis trimera in mice. J Ethnopharmacol, v. 125, n. 1, p.97-101, 2009. doi: 10.1016/j.jep.2009.06.006

Referências bibliográficas

1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição. Brasília: Anvisa, p. 23, 2011.  
2 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição – Primeiro Suplemento. Brasília: Anvisa, p. 28, 2018.
3 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição. Brasília: Anvisa, p. 45, 2021.

Farmácia da Natureza
[ 1 ]

Fórmula

Tintura

Alcoolatura

Componente

Quantidade

Componente

Quantidade*

Etanol/água 70%

1000 mL

Etanol/água 80%

1000 mL

Parte aérea seca

100 g

Parte aérea fresca

200 g

* Após a filtragem ajustar o teor alcoólico da alcoolatura para 70%, com adição de etanol 98%, se necessário. 
Modo de preparo

Tintura: pesar 100 g de parte aérea seca fragmentada e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 70%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Alcoolatura: pesar 200 g de parte aérea fresca, lavar, picar e colocar em frasco de vidro âmbar; em seguida adicionar 1000 mL de etanol a 80%, tampar bem o frasco e deixar a planta em maceração por 7 dias, agitando o frasco diariamente. Após esse período, filtrar em papel de filtro e envasar em frasco de vidro âmbar.

Principais indicações

Como antidispéptica (BRASIL, 2018), nas dispepsias biliares e como hipoglicemiante.

Posologia

Uso oral: tomar de 1 a 3 gotas por quilo de peso divididas em 3 vezes ao dia, sempre diluídas em água (cerca de 50 mL ou meio copo).

Farmácia da Natureza
[ 2 ]

Fórmula

Componente

Número da cápsula e quantidade

Baccharis trimera (droga vegetal)

N° 0 (250 a 260 mg)

Q.s.p

1 cápsula

 
Modo de preparo

Pulverizar a droga vegetal (folha) e encapsular. 

Principais indicações

Como antidispéptica nas dispepsias biliares e como hipoglicemiante.

Posologia

Uso oral: tomar 1 cápsula, 1 a 3 vezes por dia, por no máximo 3 meses.

Farmácia da Natureza
[ 3 ]

Fórmula

Componente

Quantidade

Parte aérea seca rasurada

0,2 a 0,3 g ou 1 colher de chá caseira cheia

Água q.s.p.

150 mL

 
Modo de preparo

Preparar por decocção, por 5 minutos.

Principais indicações

Como antidispéptica (BRASIL, 2018), nas dispepsias biliares e como hipoglicemiante.

Posologia

Uso oral: adultos devem tomar 150 mL (1 xícara de chá) do decocto duas a três vezes ao dia.

Uso tópico: fazer bochechos ou gargarejos com o decocto duas a três vezes ao dia.

Referências bibliográficas

1 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 59-61.
2 - PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza. 3 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 382-384.
3 - PEREIRA, A. M. S. (Org.). Formulário de Preparação Extemporânea: Farmácia da Natureza. 2 ed. São Paulo: Bertolucci, 2020, p. 37-39.

Dados Químicos
[ 1 , 2 , 3 , 4 ]
Marcador:
Principais substâncias:

Flavonoides

apigenina, luteolina, hispidulina, quercetina, nepetina, gencuanina, lupeol e kaempferol.

Lactonas sesquiterpênicas

Óleos essenciais

carquejol, calameno, eudesmol, eledol, nopineno, acetato de carquejila, β-cariofileno, nerodilol, cis-cariofileno, γ-elemeno, β-guaieno, Δ-cadineno, α- e β-pineno, canfeno e aromadendreno.

Outras substâncias

esqualeno, ácido crisosapônico, santonina, absintina, ácido resínico, articulina, articulina acetato, genkwanina, acacetina, 7,4-dimetil-apigenina, cirsimaritina, salvigenina, jaceidina, jaceosidina, ácido oleanólico e chondrillasterol.

Polifenóis

Resinas

Saponinas

Substâncias esteroidais

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 149-150.
2 - GUPTA, M. P. (Ed.). 270 Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andres Bello, 1995. p. 84.
3 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 148.
4 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 44-45.

Propagação: 

pode ser realizada por sementes, e principalmente por estacas com 15 cm de comprimento, utilizando-se preferencialmente as parte mais próxima da raiz, partes terminais próximas da gema apical são de difícil enraizamento. As estacas deverão ser inseridas em sacos plásticos contendo substrato solo, esterco e areia (3:2:1), e transferidas para viveiro (sombrite 50%), onde deverão permanecer por 60 dias. Após este período as mudas devem ser transferidas para local definitivo no campo (a pleno sol), em período chuvoso ou com irrigação diária. O espaçamento mais adensado, de 40 cm entre plantas e 40 cm entre linhas, evita o respingo de barro nas folhas promovido pela irrigação. Também são indicados espaçamentos de 0,50 cm x 0,30 cm ou 0,40 cm x 1,0 m. Para aumentar a produtividade/hectare é recomendado o espaçamento de 1 m x 0,5 cm. Desenvolve-se melhor em solo com alto teor de umidade, porém não encharcados [ 1 , 2 , 3 , 4 ] .

Propagação

Propagação

Propagação

Propagação

Propagação

Propagação

Propagação

Propagação

Tratos culturais & manejo: 

a irrigação pode ser realizada 2 vezes por semana. Deve-se renovar a cultura a cada 3 ou 4 anos [ 3 ] .

Colheita: 

as folhas devem ser colhidas antes do florescimento, 15 cm acima do solo, no período da manhã (9 e 10 horas), de preferência na cheia ou nova. Podem ser realizadas de 2 a 3 colheitas ao ano [ 2 , 3 ] .

Pós-Colheita: 

a secagem deve ser realizada em estufa de ar circulante a temperatura de 45°C/36 horas. Após este procedimento, a droga vegetal deve ser armazenada em ambiente não úmido e ser utilizada até 6 meses. A planta seca deve ser moída em moinho de faca, até a granulometria de 40 mesh. O medicamento fitoterápico deve ser preparado preferencialmente a partir de folhas secas [ 3 ] .

Problemas & Soluções: 

esta espécie pode ser atacada por cochonilhas e fungos [ 5 ] .

Referências bibliográficas

1 - GUPTA, M. P. (Ed.). Plantas medicinales ibero-americanas. Bogotá: Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología, Cyted, Convenio Andrés Bello, 2008. p. 145.
2 - FERRO, D. & PEREIRA, A. M. S. Fitoterapia: Conhecimentos tradicionais e científicos, vol. 1. 1 ed. São Paulo: Bertolucci, 2018, p. 147-148.
3 - PEREIRA, A. M. S. et al. (Org.). Manual Prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2011, p. 43-44.
4 - MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Agricultores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 16.
5 - LIMA, G. P. P. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP) – Saúde - Prescritores. 1 ed. Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, p. 14.

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2019
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 2010
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1996
Arquivo: PDF icon Download (253.52 KB)

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1926
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Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1926
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Site: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arqu… (https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/arquivos/8041json-file-1)

Tipo: Nacional
Tipo de Monografia: Farmacopeia
Ano de Publicação: 1926
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Referências bibliográficas

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